sábado, 13 de agosto de 2011

DEFINIÇÃO DA INICIACÃO -




- A Iniciação Humana e Solar.
Alice Bailey - Resumo pagina 27-35)
Capítulo II- DEFINIÇÃO DA INICIACÃO -

A questão relativa à Iniciação está cada vez mais presente na atenção do público. Antes que passem muitos séculos, os velhos mistérios serão restaurados e existirá um corpo interno na Igreja — na Igreja do período, cujo núcleo já está em formação — no qual a primeira iniciação passará a ser exotérica.

Isto será apenas no sentido de que, dentro em breve, o recebimento da primeira iniciação constituirá a cerimônia mais sagrada da Igreja, realizada exotéricamente como
um dos mistérios dados em períodos certos, assistida pelos interessados. A iniciação ocupará, também, lugar semelhante no ritual da Maçonaria. Nesta cerimônia, os que estiverem prontos para a primeira iniciação serão publicamente admitidos na Loja por um de seus membros,
autorizado a fazê-lo pelo próprio grande Hierofante.

Definição de Quatro Palavras
Que queremos dizer quando falamos de iniciação, de sabedoria, de conhecimento ou de Caminho Probacionário?

A palavra Iniciação se origina de duas palavras latinas, in, dentro de; e ire, ir, andar; portanto, a formação de um principio, ou o ingresso em algo. Na sua mais ampla acepção, representa

Literalmente, portanto, o homem que recebeu a primeira iniciação é aquele que deu o primeiro passo no reino espiritual e que passou do reino apenas humano para o super-humano.

Da mesma forma como passou do reino animal para o humano, na sua individualização, assim também ingressou na vida do espírito, e, pela primeira vez, tem o direito de ser chamado de “homem espiritual”; na acepção técnica da palavra. Está ingressando no quinto estágio, ou final, da nossa atual evolução quíntupla.

Tendo tateado o caminho através da Câmara da ignorância durante séculos, e tendo freqüentado a escola na Câmara do Aprendizado, o homem agora está ingressando numa universidade, ou, na Câmara da Sabedoria. Ao completar este curso, diplomar-se-á como um Mestre da Compaixão.

Poderia, também, ser útil, se estudássemos primeiramente a diferença ou a ligação entre Conhecimento, Compreensão e Sabedoria. Embora na linguagem comum estas palavras sejam freqüentemente usadas coma sinônimos, são diferentes quando empregadas tecnicamente.

O Conhecimento é o produto da Câmara ou Escola do Aprendizado. É aquilo sobre o que sentimos certeza intelectual, ou aquilo que podemos determinar pela experiência.

A Sabedoria é o produto da Câmara da Sabedoria. Relaciona-se com o desenvolvimento da vida na forma, com o progresso do espírito naqueles veículos sempre cambiantes e com as expansões de consciência que se sucedem de vida em vida.

Representa, também a capacidade crescente do Pensador penetrar cada vez mais na mente do Logos, de conscientizar a verdadeira natureza do grande personagem do universo, de enfocar o objetivo e de harmonizar-se progressivamente com a unidade mais ampla.

Para a nossa presente finalidade (que consiste em estudar um pouco o Caminho da Santidade e seus vários estágios) poderá ser descrita como a conscientização do “Reino de Deus Interno” e a percepção do “Reino de Deus Externo”, no sistema solar.

Talvez possa ser expressa como a combinação progressiva dos caminhos do místico e do ocultista — a edificação do templo da sabedoria baseada no conhecimento.

A sabedoria é a ciência do espírito, da mesma forma como o conhecimento é a ciência da matéria. O conhecimento é separativo e objetivo, ao passo que a sabedoria é sintética e subjetiva.

O conhecimento divide; a sabedoria une. O conhecimento diferencia, ao passo que a sabedoria combina. Que se deseja dizer, então, por compreensão?

A compreensão pode ser definida como a faculdade do Pensador no Tempo assimilar conhecimento como base para a sabedoria, que lhe possibilite adaptar as coisas da forma á vida do espírito, reunir os lampejos da inspiração que lhe chegam da Câmara da Sabedoria e uni-los aos fatos da Escala do Aprendizado.

Talvez toda a idéia possa ser expressa da seguinte forma:
A sabedoria relaciona-se como o Eu único, o conhecimento com o não-eu, ao passo que a compreensão é o ponto de vista do Ego ou Pensador, ou a sua relação entre eles.

Na Câmara da Ignorância a forma dirige e o lado material das coisas predomina. Ali, o homem está polarizando na personalidade ou eu inferior.

Na Câmara do Aprendizado, o Eu superior, ou Ego, esforça-se por dominar aquela forma até que, gradativamente, é alcançado um ponto de
equilíbrio no qual o homem não é controlado por nenhum dos dois.

Mas tarde, o Ego passa a controlar mais e mais, até que, na Câmara da Sabedoria, passa a dominar os três mundos inferiores, e a divindade interna gradativamente assume a não principal.

Aspectos da Iniciação

A Iniciação, ou processo de expansão da consciência, faz parte do processo normal do desenvolvimento evolutivo, encarado de um ponto de vista mais amplo e não do ponto de vista do indivíduo.

É na natureza daquela experiência que um estudante de uma escala compreende, repentinamente, ter dominado uma lição e que a lógica de um tema e o método do procedimento lhe pertencem para seu uso inteligente.


Cada iniciação representa a aprovação do aluno para um curso mais adiantado na Câmara da Sabedoria, marca o brilho mais intenso do fogo interior e a transição de um ponto de polarização para outro; possibilita a conscientização de uma crescente união com Tudo que vive e a unidade essencial do Eu com todas as demais unidades.

Resulta num horizonte que se expande continuamente até abarcar a esfera da criação; é uma crescente capacidade de ver e ouvir em todos os planos. Representa maior consciência dos planos divinos para o mundo e maior habilidade de penetrar naqueles planos e desenvolvê-los.

É o esforço, na mente abstrata, para ser aprovado num exame. Representa a melhor turma na escola do Mestre, está ao alcance daquelas almas cujo carma o permite e cujas esforços são suficientes para a consecução do objetivo.

A Iniciação conduz até a montanha de onde se pode conseguir a visão, uma visão do eterno Agora, no qual o passado, o presente e o futuro, coexistem como uma unidade;

uma visão do espetáculo das raças, como o fio dourado da linhagem transmitido através de inúmeros tipos; uma visão de esfera dourada que encerra, em uníssono, todas as inúmeras evoluções do nosso sistema, o dévico, o humano, o animal, o vegetal, o mineral e o elemental, e através dos quais a vida pulsante pode ser vista claramente, batendo em ritmo regular;

uma visão do pensamento-forma do Logos no plano dos arquétipos, uma visão que cresce, de iniciação em iniciação, até abarcar todo o sistema solar.

A iniciação conduz até aquela torrente que, uma vez nela integrado, impulsiona um homem adiante, até os pés do Senhor do Mundo, os pés do seu Pai no Céu, os pés do Logos trino.

A Iniciação conduz à caverna entre cujas paredes se conhecem os pares dos opostos e onde é revelado o segredo do bem e do mal. Conduz até a Cruz e o sacrifício, que terá de ocorrer antes que se possa alcançar a libertação completa e que o iniciado esteja livre dos grilhões da terra, não estando preso a coisa alguma nos três mundos.

Conduz através da Câmara da Sabedoria e coloca nas mãos do homem a chave de todas as informações, sistêmicas e cósmicas, em seqüência graduada. Revela o mistério oculto que jaz no coração do sistema solar. Conduz de um estado de consciência para outro.

Na medida em que se penetra em cada estágio, processa-se um alargamento do horizonte, a visão se amplia e a compreensão é cada vez maior, até a expansão abarcar um ponto onde o ego engloba todos os seres, inclusive todo que está “em movimento e imóvel”, conforme consta de uma antiga Escritura.

A Iniciação envolve cerimônia. É este o aspecto que foi enfatizado nas mentes dos homens, talvez excluindo um pouco o verdadeiro significado. Basicamente envolve a capacidade de ver, ouvir e compreender e de sintetizar e correlacionar o conhecimento.

Não abrange, necessariamente, o desenvolvimento das faculdades psíquicas, mas proporciona a compreensão interna que vislumbra o valor subjacente das formas e reconhece a finalidade das circunstâncias ambientais.

É a capacidade que percebe a lição a ser aprendida em qualquer ocorrência e acontecimento e, através destas compressões e reconhecimentos, a leva ao crescimento e à expansão, a cada hora, semana e ano.

Esse processo de expansão gradual — o resultado de um esforço definido, do pensamento reto e da conduta reta do próprio aspirante — e não de algum instrutor oculto realizando um oculto ritual — conduz àquilo que poderíamos denominar de uma crise.

Nesta crise, que requer a ajuda de um Mestre, processa-se um ato definido de Iniciação, o qual (atuando sobre determinado centro) produz um resultado em algum corpo. Sintoniza os átomos em determinada vibração e possibilita que seja alcançado um novo ritmo.

Esta cerimônia de iniciação representa um ponto de realização. Não culmina na espiritual, como com tanta freqüência se interpreta de maneira errônea. Representa simplesmente o reconhecimento, pelos Instrutores alertas da raça, de um ponto definido na evolução alcançada pelo aluno, e resulta em duas coisas:

1. Uma expansão da consciência que leva à personalidade até a sabedoria alcançada pelo Ego e, nas iniciações mais altas, até a consciência da Mônada.

2. Um breve período de iluminação, no qual o iniciado vê a parte do Caminho a ser palmilhado diante dele e no qual compartilha, conscientemente, do grande plano de evolução.

Após a iniciação, o trabalho a ser feito consiste, grandemente em tomar aquela expansão da consciência parte do equipamento de uso prático da personalidade e em dominar aquela porção do caminho que ainda precisa ser coberta.

Local e Efeito da Iniciação

A cerimônia de iniciação se realiza nos três sub-planos mais altos do plano mental e nos três planos superiores, conforme a iniciação. Nas iniciações no plano mental, a estrela pentagonal lampeja acima da cabeça do iniciado. Isto se processa nas primeiras iniciações que se realizam no veículo causal.

Foi dito que as primeiras duas iniciações se realizam, no plano astral, mas isto é incorreto, e esta declaração deu origem a uma interpretação errada. Elas são sentidas profundamente em relação aos corpos astral e físico e mental inferior, e afetam seu controle.

Como o efeito principal é sentido naqueles corpos, o iniciado poderá interpretá-los como se tendo processado nos planos em questão, já que a clareza do efeito e o estímulo das primeiras duas iniciações se processam, em grande parte, no corpo astral. Mas deve ser lembrado que as principais iniciações se realizam no corpo causal ou — desvinculado deste — no plano búdico ou átmico.

Nas duas iniciações finais, que libertam o homem dos três mundos e lhe possibilitam funcionar no corpo de vitalidade do Logos e moldar aquela força, o iniciado passa a ser a estrela pentagonal que desce sobre ele, se funde com ele e em cujo centro é visto.

Esta descida é causada pela ação do Iniciador, que movimenta o Cetro do Poder e põe o homem conscientemente em contato com o centro do Corpo do Logos Planetário do qual faz parte.

As duas iniciações, chamadas sexta e sétima se realizam nos planos búdico e átmico; a estrela pentagonal “brilha intensamente do Seu interior”, segundo a expressão esotérica, e passa a ser a estrela de sete pontas; desce sobre o homem e ele penetra na chama.

Lembramos, novamente, que as quatro iniciações anteriores à do adepto, marcam, respectivamente, a consecução de determinadas parcelas de matéria atômica nos corpos — por exemplo, na primeira iniciação, um quarto de matéria atômica; na segunda, metade de matéria
atômica; na terceira, três quartos de matéria atômica, e assim sucessivamente, até o término.

Tendo em vista que budi é o principio unificador (ou elemento que tudo molda), na quinta iniciação o adepto abandona os veículos inferiores e surge no seu envoltório búdico. A partir dai, cria o seu corpo de manifestação.

Cada iniciação proporciona maior controle sobre os raios, se assim podemos dizer, embora isto não transmita adequadamente a idéia. As palavras confundem com freqüência.

Na quinta iniciação, quando o adepto se afirma como Mestre nos três mundos, Ele controla, em maior ou menor extensão (de acordo com a Sua linha de desenvolvimento), os cinco raios que se manifestam especialmente na ocasião em que recebe a iniciação.

Na sexta iniciação, se ele receber o grau mais alto, domina um outro raio e, na sétima iniciação, terá poder em todos os raios. A sexta iniciação marca o ponto de conquista do Cristo e faz com que o raio sintético do sistema fique sob Seu controle. Precisamos lembrar que a iniciação dá ao iniciado poder nos raios e não poder sobre os raios, o que representa uma diferença muito grande.

Naturalmente, cada iniciado possui, como raio primários, ou espiritual, um dos três raios principais, e o raio da sua mônada é aquele no qual ele adquire poder, progressivamente. O raio do amor, ou o raio sintético do
sistema, é o raio final que se alcança.

Aqueles que abandonam a Terra após a quinta iniciação, ou aqueles que não se tornam Mestres na encarnação física, recebem suas iniciações posteriores em outros pontos do sistema. Todos estão na Consciência do Logos.

Uma grande verdade a ser lembrada é que as iniciações do
planeta, ou do sistema solar, representam, apenas, iniciações preparatórias para a admissão na Loja maior, era Sírius.

A Maçonaria nos expõe com bastante clareza o simbolismo, e se o combinarmos com, o que nos é dito sobre o Caminho da Santidade, conseguiremos obter uma idéia aproximada. Ampliemos algo o conceito:

As primeiras quatro iniciações do sistema solar correspondem às quatro “iniciações do Portal” e antecedem à primeira iniciação cósmica.

A quinta iniciação corresponde à primeira iniciação
cósmica, aquela do “aprendiz admitido”, na Maçonaria; e faz do Mestre um “aprendiz admitido”, na Loja em Sírius.

A sexta iniciação é semelhante ao segundo grau, na Maçonaria, ao passo que a sétima iniciação transforma o Adepto num Mestre Maçom da Fraternidade em Sírius.

Um Mestre, portanto, é aquele que recebeu a sétima iniciação planetária, a quinta iniciação solar e a primeira iniciação de Sírius, ou cósmica.

A Unificação — o Resultado da Iniciação.

Um ponto que precisamos entender é que cada iniciação sucessiva resulta numa unificação mais completa da personalidade e do Ego e, em níveis mais elevados, com a Mônada. Toda a evolução do espírito humano é uma unificação progressiva.

Na unificação entre o Ego e a personalidade, está oculto o mistério da doutrina Cristã da unificação. Uma unificação se processa no momento da individualização, quando o homem se torna uma entidade racional consciente, em oposição aos animais.

As unificações se sucedem, acompanhando o processo evolutivo. A unificação em todos os níveis — emocional, intuitivo, espiritual e Divino — consiste na atividade consciente e contínua. Em todos os casos, é precedida por um processo de combustão, por intermédio do lago interno, e pela destruição, através do sacrifício, de tudo aquilo que separa.

A abordagem da unidade se realiza através da destruição do inferior e de tudo aquilo que forma uma barreira. Vejamos por exemplo, o caso da tela que separa o corpo etérico do emocional.

Quando a tela é consumida pelo fogo interno, a comunicação entre os corpos da personalidade passa a ser contínua e completa, e os três veículos inferiores funcionam como um único.

Temos uma situação algo análoga nos níveis mais elevados do plano mental correspondem ao etérico. Na destruição do corpo causal por ocasião da quarta iniciação (simbolicamente denominada de “crucificação”), temos um processo análogo à queima da trama que conduz à crucificação dos corpos da personalidade.

A desintegração que é parte da iniciação do arhat, conduz à unidade entre o Ego e a Mônada, expressando-se na Tríade. É a unificação perfeita.

Portanto, todo o processo visa tornar o homem conscientemente uno:

Primeiro — Consigo mesmo e com aqueles que estão encarnados como ele.

Segundo — Com o seu Eu Superior e, assim, com todos os demais seres.

Terceiro — Com o seu Espírito, ou “Pai no Céu”, e, assim, com todas as Mônadas.
Quarto — Com o Logos, o Três em Um e o Um em Três.

O homem toma-se um ser humano consciente, através da instrumentalidade dos Senhores da Chama, e de Seu constante sacrifício.

Na terceira iniciação, o homem se torna um Ego consciente, com a consciência do Eu superior, e isto se processa pela ação dos Mestres e do Cristo, e através do Seu Sacrifício, ao se encamarem fisicamente para ajudar ao mundo.

O homem se une à Mônada na quinta iniciação, com a ajuda do Senhor do Mundo, o Vigilante Solitário, o Grande Sacrifício.

O homem se torna uno com o Logos através da ajuda d'Aquele Sobre Quem Nada

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