Relaxamento físico e mental
PARTE I – DISTENSÃO
As práticas de distensão levam à diminuição das tensões musculares externas, internas e mentais. Como consequência, trazem o alívio da fadiga, o aumento da concentração e facilitam o rendimento das atividades cotidianas.
Recomendações:
1) Reservar, se possível,
uma hora nos fins de semana e, nessa hora, praticar várias vezes uma só lição.
Esse é, na realidade, o melhor dos sistemas.
2) Uma vez que se tenha aprendido e dominado uma lição, recordá-la por uns poucos minutos a cada noite, à medida que se vai adormecendo. Em caso de insônia, essa será mais uma razão para fazê-lo.
3) Aplicar o aprendido em cada lição semanal às situações diárias que geram angústias, temor, cólera, ansiedade ou mal-estar em geral (isto é, tensão).
4) Terminadas as práticas de distensão, ensinar-se-á uma só técnica para ser utilizada no dia-a-dia. Não será fácil usar essa técnica se não se domina o trabalho todo. Se, ao contrário, foram praticadas passo a passo todas as outras técnicas, haverá condições de se aplicar só uma para eliminar as tensões em qualquer situação.
5) Quando a técnica de distensão da última lição foi aprendida, haverá necessidade de se familiarizar com ela, aplicando-a em diferentes situações da vida diária. À medida que se observe que essa técnica atua automaticamente, se eliminem automaticamente tensões no instante em que estas se manifestem.
É necessário insistir nas práticas e, em especial, na técnica unificada da última lição, pois a tensão, tendo-se tornado um hábito, não poderá ser modificada de um dia para o outro. Os resultados serão, portanto, proporcionais à dedicação no aprendizado das práticas.
LIÇÃO 1 Relaxamento Físico Externo
Vamos estudar as formas de
relaxar o corpo. Antes de começarmos com esta prática - base das demais -, é
necessário conhecer os pontos de maior tensão do corpo.
Que pontos você tem agora sob tensão? Observe seu corpo e descubra esses pontos tensos. Talvez o pescoço? Talvez os ombros?
Alguns músculos do peito ou do estômago? Para afrouxar estes pontos em constante tensão, você deve, antes de mais nada, começar a observá-los. Observe seu peito. Observe seu ventre. Observe sua nuca. Observe também seus ombros. Onde você encontrar tensão muscular, não tente afrouxá-la; aumente-a.
Ou seja, tensione ainda mais os músculos que estão tensos. Ponha mais força no pescoço. Mais força nos ombros. Mais força nos músculos do peito. Do ventre. Onde você encontrar tensão, comece por aumentá-la mais e mais. Passados alguns segundos, afrouxe-a subitamente. Faça isso uma, duas três vezes.
Tensione energicamente os pontos de tensão; logo depois, afrouxe os subitamente. Com isso, você aprendeu a forma de relaxar os músculos mais tensos. E o aprendeu fazendo algo contrário ao que supunha ser adequado, ou seja, tensionando-os ainda mais, para depois afrouxá-los. Dominada essa técnica, e não antes, você deverá sentir simetricamente as partes de seu corpo. Comece a sentir a cabeça. O couro cabeludo. Os músculos faciais. A mandíbula.
Sinta agora os dois olhos ao mesmo tempo, as duas partes de seu nariz, atente para a comissura de seus lábios, para as suas duas faces; desça, mentalmente, por ambos os lados de seu pescoço. Agora vá sentindo seus dois ombros ao mesmo tempo.
Em Movimento, pouco a pouco, vá descendo por seus braços, antebraços e mãos, até que todas estas partes comecem a ficar completamente frouxas, bem relaxadas.
Figura 1. RELAXAMENTO
EXTERNO.
1) detalhe do rosto.
2) primeira parte
3) segunda parte.
4) terceira parte.
Voltando à sua cabeça, realize o mesmo exercício. Agora, porém, desça pela frente de seu corpo: por seus dois músculos peitorais, pelo abdômen, baixando simetricamente, como que seguindo duas linha imaginárias, até o baixo ventre, e aí, onde termina o tronco, deixe tudo completamente relaxado. Agora, retroceda novamente.
Suba à sua cabeça, mentalmente; mas, desta vez, comece pela nuca. Desça simetricamente pelas duas linhas da nuca, depois por duas linhas das costas, indo até as últimas partes do corpo.
Siga pelas duas pernas, ao longo delas, até chegar à ponta dos pés. Ao terminar este exercício, e quando o tiver dominado; você deverá sentir uma absoluta distensão muscular externa.
LIÇÃO 2 - Relaxamento Físico Interno
Recorde a primeira lição e
realize todos os movimentos indicados, repetindo-os tantas vezes quantas forem
necessárias, até que você adquira um bom manejo da técnica em questão.
Ajudará muito efetuar o relaxamento cada vez mais rapidamente, sem por isso diminuir a profundidade da distensão. Por ordem de importância, é necessário dominar, primeiramente, o relaxamento dos músculos faciais, dos músculos do pescoço, da nuca e do tronco em geral.
É de menor importância o domínio do relaxamento de braços e pernas. Habitualmente, pensa-se de outro modo, roubando, assim um tempo considerável aos praticantes. Lembre-se: mais importante que os membros são a cabeça, o pescoço, a nuca, o rosto e, lógico, seu tronco interno. –
Figura
2. RELAXAMENTO INTERNO. 1) vista lateral. 2) vista frontal.
Figura 2. RELAXAMENTO INTERNO. 1) vista lateral. 2) vista frontal. Novamente tome a cabeça por referência. Sinta seus olhos, sinta fortemente os globos oculares, os músculos que rodeiam ambos os olhos.
Agora você está sentindo seus dois olhos por dentro ao mesmo tempo, experimentando a sensação interna e simétrica de ambos os olhos; "vá" ao interior deles, relaxe-os, relaxe-os totalmente. Agora, "vá" para dentro de sua cabeça ...
Deixe-se deslizar para o interior, relaxando completamente. Continue como que descendo por um tubo em direção aos pulmões; sinta-os simetricamente por dentro e relaxe os.
Desça, agora, internamente por seu abdômen, relaxando todas as suas tensões internas; continue descendo internamente, relaxando em profundidade seu baixo ventre, até a terminação de seu tronco, deixando tudo em perfeito relaxamento.
Como se pode comprovar, neste segundo tipo de relaxamento não se levam absolutamente em conta os braços e as pernas. Vai-se dos olhos para dentro e depois segue-se como que deslizando rumo à terminação do tronco. Repita várias vezes este exercício.
E, ao terminar, verifique se ficou algum músculo esterno em tensão. Os músculos externos devem ter ficado muito bem relaxados, e também deve-se ter conseguido um bom relaxamento interno. Isto lhe permitirá avançar para os próximos exercícios, um tanto mais complexos.
LIÇÃO 3
Relaxamento Mental
Pratique novamente a lição 2, tomando cuidado para não se deter em um ponto mais que em outro.
Repita, tentando dar mais velocidade aos deslocamentos internos, sem perder profundidade. Se você acha que aprendeu bem esses exercícios, siga adiante.
Figura 3. RELAXAMENTO MENTAL.
1) Sensação da parte superior do cérebro.
2) "descida" em
direção do centro do cérebro.
Nesta lição, nos ocuparemos com o relaxamento mental. Sinta novamente sua cabeça. Aí está o couro cabeludo; mais abaixo, o crânio. Comece a sentir seu cérebro por dentro. Sinta-o como se estivesse "tenso"; vá afrouxando essa tensão para dentro de seu cérebro e para baixo, como se a distensão estivesse descendo.
Concentre-se; vá baixando a tensão, como se a parte superior de seu cérebro fosse ficando cada vez mais suave, agradável; continue descendo, descendo para o centro do cérebro, mais abaixo do centro, muito mais abaixo, sentindo-o cada vez mais macio, mais suave, mais morno.
Repita este exercício várias vezes, até
perceber que, gradativamente, o está dominando. –
Luis Alberto Ammann - Autoliberação
Primeira parte do texto.
Postado por Dharmadhannya
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