A autoestima
está relacionada com a convicção que
somos abençoados por Deus – “a vida gosta de quem gosta dela”.
Num nível mais metafísico, um
homem escreveu que, quando era adolescente, havia perdido o rumo de sua vida.
Vivia num lar destruído e não tinha ninguém para cuidar dele. Um dia,
depois da escola, foi para a casa de um amigo, esperando que o convidassem para
jantar, porque sabia que não teria comida esperando por ele em casa.
“Esta família me convidou para jantar, ato
pelo qual me senti profundamente agradecido. Mas o que realmente mudou minha
vida foi que esta foi a primeira vez que vi uma família reunida rezando antes
de comer. Eu não sabia como fazer isso, então eu apenas cruzei as mãos e fiquei
com a cabeça baixa. Então, o pai do meu amigo disse:
“— Obrigado, Deus, por ter
trazido Billy para nossa mesa e para junto de nossa família. Fazei com que ele
saiba que nos sentiremos muito gratos se ele vier jantar conosco tantas vezes
quantas quiser.
“Eu comecei a chorar. Nunca
tinha me sentido tão respeitado. Senti uma força tocar meu estômago, que
acredito ter sido a bênção divina, porque, a partir de então, passei a
valorizar minha própria vida.”
Quando nossa família não nos valoriza e
somos abandonados perdemos nossa referência com a vida, com o mundo. Nosso
terceiro chakra fica abalado e perdemos a nossa autoestima, e “se ninguém me
ama, a vida não me ama, não mereço ser feliz” - vivemos com a sensação de não
merecer a Graça e nos concentramos na carência...
O terceiro chakra é o centro
de energia do “EU” — do ser. É o centro do ego, a área de poder da sua intuição
instintiva de sobrevivência. Apoiamo-nos mais neste centro de energia do que em
qualquer outro dos seis chakras.
Nossas percepções neste campo de energia
oscilam entre a sensação de “como pertencemos” — as percepções tribais do
primeiro chakra — e as trocas de relacionamento do segundo chakra — “a quem
pertencemos” —, nosso sentido de identidade pessoal e individual. O terceiro
chakra busca o reconhecimento do outro, e constrói sua identidade no mundo no
espelho do outro.
Más a capacidade de construir
a auto-estima de alguém, uma ação específica da energia do terceiro chakra, é
menos visível e normalmente mais pessoal. Ajudar a estabelecer uma moradia cria
uma troca do nosso tempo e da nossa energia, mas reconhecer alguém e ser
reconhecido é mais transformador e poderá requerer muito mais energia.
“Não procure se beneficiar sozinho, mas pense também nas outras pessoas. Se tiver em abundância, não diga: “Os outros não me interessam, não preciso me preocupar com eles!" Se tiver sorte na vida, reparta com os outros.
Melhor, mostre-lhes os lugares onde há frutos em abundância. Se quiser tomar tudo para si, os outros se afastarão e ninguém irá fazer-lhe companhia. Se um dia adoecer, ninguém virá visitá-lo, porque, por sua vez, não se preocupou com os outros antes. Dê algo às outras pessoas também. Deus não gosta de pessoas que agem de forma egoísta”.
A certeza de que nossas percepções são precisas tem de vir de nós mesmos e não dos outros. A intuição não é o resultado de uma dieta, de rituais ou de sinos de vento. É a consequência natural da autoestima, o maior poder que temos. Com a autoestima, nossa vida pode se tornar uma aventura, porque sabemos dentro de nós que conseguiremos enfrentar o desconhecido. E poderemos enfrentar ajudando os outros sem medo, o que é a verdadeira libertação.
Poderemos ver a casa que
ajudamos a construir, mas não poderemos pesar ou medir a influência que
exercemos sobre alguém ao aumentar sua auto-estima. Pode-se dizer, por exemplo:
“Eu coloquei aquela janela na face sul da sala”, mas não poderemos justificar
uma declaração como “Eu o ajudei a se tornar alguém na vida”.
Nosso ego deseja ser
reconhecido por qualquer ajuda que prestamos e poderá influenciar como e quando
decidimos ajudar, e se pedimos reconhecimento pelo que fizemos, ou se nos
contentamos em permanecer anônimos.
Por outro lado, conheci uma
pessoa em uma das minhas oficinas que era bastante consciente e direta sobre o
que poderia ou não poderia dar. Ela dizia: “Sou péssima voluntária, porque
preciso dar ordens, e voluntários não galgam postos de comando como eu
gostaria.
E, devo admitir, preciso de reconhecimento em relação ao que eu faço,
porque o meu trabalho é bom.”
A resposta dela, a propósito, não indica que
ela não tenha um espírito generoso, mas que sabe dizer: “Chega”. As pessoas se
queimam constantemente, porque não conseguem sentir compaixão, empatia, sentem
impulsos para salvar os outros — e por vezes de tentar controlá-los.
Encontrar o equilíbrio em
nossa ânsia de reconhecimento e nosso impulso generoso — e anônimo — é uma
missão importante do nosso terceiro centro de energia.
Não há excesso na caridade.Sir Francis Bacon.
A Bondade é a Bondade da Natureza
A generosidade não é um
modo de vida, mas o modo de vida. Como Buda disse: “Pode-se fazer muitas
guirlandas de um monte de flores. Muitas boas ações devem ser feitas por um ser
mortal.”
Muitos dos grandes mestres espirituais encorajam as pessoas a dar
incondicionalmente — fazer o bem pelo bem.
Muito antes de chegarmos a ser capazes de
criar atos de poder invisível, mais elevados, temos de criar atos visíveis.
Precisamos sentir prazer em ajudar alguém a se curar ou em criar surpresas
maravilhosas para outras pessoas. Esses são os modos pelos quais descobrimos o
encanto de dar, bem como a dádiva de receber.
Muitas pessoas compartilharam
exemplos pessoais de presentes palpáveis de doadores anônimos. Uma mulher
recebeu uma série de presentes de Natal deixados por um estranho à sua porta
por 24 dias consecutivos; outra descobriu que um motorista à sua frente, em uma
fila de carros, pagara seu pedágio.
Nestas e em outras experiências de benfeitores
anônimos, os recebedores disseram que por causa disso se sentiram em estado de
graça e renovaram sua crença no poder da bondade alheia. Esses simples
presentes físicos produziam efeitos transformadores de vida.
A consciência do terceiro
chakra
O homem superior, quando
repousa em segurança, não se esquece de que o perigo poderá surgir. Quando está
em segurança, ele não se esquece da possibilidade de ruína. Quando tudo está em
ordem, ele não se esquece que a desordem pode se instalar. Assim, esta pessoa
não corre perigo, e seus Estados e todos os seus clãs são preservados. Confúcio
Em hindu, a denominação para
este terceiro centro de energia significa “cidade da pedra brilhante”, uma
metáfora para a beleza da auto-estima. De fato, o lema deste chakra poderia ser
“respeite a si mesmo”. O sacramento cristão da crisma e o bar mitzvah
judaico representam a energia deste chakra.
Quando confirmamos nossa fé, incorporamos
a Graça de Deus, aceitamos conscientemente o poder e a maturidade do nosso ser
individual. Declaramos nossa intenção de sermos membros conscientes da
comunidade.
Este chakra também contém o
poder da perseverança, a capacidade de resistir e de aceitar aquilo que o
universo nos oferece ao longo de nossas vidas e ajudar os outros a suportar o
que eles não podem mudar. No nível do primeiro chakra, aceitamos as
circunstâncias do nosso nascimento, de nossa tribo e de nossa família - o pacote de vida que
recebemos.
Nesse terceiro chakra, aprendemos a aceitar o
ser que somos — aparência, inteligência, capacidades —, características que
compreendem o lado pessoal em oposição ao ego tribal, e as responsabilidades
individuais que nos são apresentadas ao longo dos caminhos que seguimos na
vida. Confirmamos e afirmamos quem somos.
A palavra-chave para o
terceiro chakra é “eu”, uma pequena palavra em torno da qual construímos
nosso mundo. A energia do eu pode ser usada de várias maneiras
- de “egoísta” a “autônomo” e
“autoconfiante”.
O eu reúne nossa persona externa e
pública, e o interior da alma. Nossa missão espiritual é aprender a administrar
esta energia complexa e nos movermos da “autoconsciência” para “consciência do
eu”, de forma a conseguir colocar nosso ego e nosso espírito em equilíbrio;
transformamo-nos em quem somos.
O terceiro chakra é o centro
do nosso instinto, o nome mais familiar para o instinto de sobrevivência. Aqui
podemos sentir fisicamente a orientação intuitiva pessoal. Nunca vi
ninguém apontar para seu primeiro chakra ao expressar sentimentos, mas, em
geral, colocamos a mão sobre nosso plexo solar quando dizemos coisas como:
“Senti a intuição de que eu deveria mudar de casa”, ou “Soube imediatamente
que eu poderia confiar nessa pessoa, porque me senti seguro”.
Nossa mente racional normalmente se choca com
as ordens intuitivas do nosso terceiro chakra. A lógica pode nos dizer, por
exemplo, que dar carona é perigoso, mas nossa intuição pode nos apontar com
segurança que “precisamos” parar e que estaremos seguros.
Muitos dos arrependimentos que as pessoas
expressam em suas mensagens refletem exatamente esta luta entre as ordens frias
e medrosas, comuns da nossa mente racional, e as indicações mais suaves, que
emergem da nossa intuição.
As lições do nosso terceiro
chakra, em geral, estão ligadas à auto-estima. Neste nível de maturidade
espiritual, aprendemos a ouvir nosso eu interior acima das fortes influências
do nosso meio externo, incluindo a família, os amigos e as pessoas do nosso
ambiente social e profissional.
“Quando souberes quem és, nada
te deterá”. Stedman Graham
Praticar um ato de caridade
invisível para si mesmo é imensamente desconfortável para as pessoas que estão
habituadas a cuidar fisicamente de outras, especialmente mães, donas de casa,
filhos adultos com pais idosos ou doentes, e profissionais da área da saúde.
Muitos se sacrificam por outros, exaurindo-se,
cansando-se ou adoecendo antes de aceitar a necessidade de cuidar de si mesmos
e de fazer escolhas que possam salvá-los individualmente, como sair de um
casamento mal sucedido ou escolher seguir uma tradição espiritual diferente.
Esperam
reconhecimento do outro mas não sabem reconhecer o seu valor, a sua força e as
suas qualidades e virtudes.
Embora para evoluir para uma maturidade
espiritual tenhamos de nos tornar conscientes em relação a quem somos e do que
precisamos tanto espiritual quanto fisicamente, devemos unir a auto-estima e a
intuição para usar nosso poder.
A maturidade
envolve a troca equilibrada, a empatia,
a compaixão.
Para amadurecer até um ponto
de onde podemos agir de modo “invisível”, passamos por importantes
confrontações com o eu e nossas motivações pessoais.
Em geral, em minhas
oficinas lanço a pergunta:
—
Quantos de vocês reconhecem
que agem em muitos aspectos de suas vidas e em seus relacionamentos como
salvador ou servidor?
As mãos se levantam
rapidamente com expressões confusas, que indicam sensação de dor, rejeição e
falta de reconhecimento.
Uma mulher comentou:
—
Quando vou finalmente aprender
a não dar tudo a um homem que se importa tão pouco comigo? Estou cansada dos
homens não reconhecerem o quanto faço por eles.
Homens e mulheres sentem a
mesma angústia, é evidente, como consequência de se esforçarem tanto pelos
outros. Como esta mulher aponta de forma tão contundente, dar pelos motivos
errados é emocional e fisicamente exaustivo — e não faz bem a ninguém.
Desenvolver o poder pessoal inclui aprender a não negociar seu valor pessoal
por causa de alguém ou se vender barato por causa de trabalho.
Você fica
esperando o reconhecimento do outro, para sentir o seu valor no mundo, e
normalmente espera de um egoísta, ingrato e oportunista.
Após um dos meus seminários,
quando mencionei a importância do auto respeito ao ser capaz de ajudar alguém,
uma mulher se aproximou de mim e disse:
—
Sei do que você está falando.
Sou modelo e trabalho num ramo competitivo. Havia uma garota que se juntou a
nós durante uma sessão de fotos. Ela era belíssima, de uma beleza impactante.
Estava muito nervosa e me perguntou se determinada roupa lhe ficara bem.
—
Estava estonteante, mas eu não consegui dizer
isso a ela. Em vez disso, disse que a roupa não lhe assentava bem. Ela se
sentiu arrasada. Imediatamente eu me senti culpada de fazê-la se sentir tão mal
em relação a si mesma, embora não conseguisse fazer nada para reparar o mal que
havia causado. Simplesmente eu não tinha um ego forte o suficiente para fazer
isso por ela.”
O antigo filósofo grego Epíteto escreveu: “O universo
não passa de uma grande cidade, cheia de pessoas que amamos, divinas e humanas
por natureza, que se amam reciprocamente.”
Preocupar-se com os outros é uma obrigação cósmica
compartilhada por todos. Cada um de nós é um fragmento de uma alma coletiva e
somos convocados a nos ajudarmos mutuamente e a vivermos com uma consciência de
compaixão por toda a humanidade.
Se dar e receber fosse
simples, as pessoas não sofreriam de ansiedade, culpa e preocupação em relação
a esses gestos. Como a mulher que citei anteriormente que se sentia preterida
apesar de seus esforços como voluntária, todos devemos encarar o desafio de
aprender a oferecer nossos serviços e deixar de lado o desejo de sermos
reconhecidos.
Uma mulher resumiu as emoções
de muitos: “Não é que eu esperasse que me agradecessem, mas certamente teria sido
bom se tivessem me agradecido em algum momento.”
Verdade, mas temos de pôr de
lado nossas condições e nossos desejos na estrada do serviço impessoal e
espiritual. Temos a tarefa de infundir nossa ação com toda a fé e crença em
nossa bondade e deixar que o universo faça seu trabalho invisível.
Entre as inúmeras mensagens
que se referiam a presentes incondicionais, a de Ruth H. é uma das mais
adoráveis: “Prestar serviço aos outros faz parte do modo como fui criada. Não
que tivessem me obrigado a fazê-lo; foi um exemplo dado pelos meus pais,
líderes escoteiros, voluntários em centros de atendimento de traumas, ajudando
a vizinhos e colegas de trabalho.
Por causa das histórias que meu pai costumava
contar, sei que foi criado desta maneira também. Meu avô foi policial durante o
período da Depressão, mas também tinha uma pequena fazenda. Com oito filhos, a
fazenda era uma necessidade. Todo sábado de manhã, meu pai e seu irmão mais
velho puxavam uma carroça pela estrada e deixavam ovos e legumes para os que
não tinham o que comer.
Sem estardalhaços, nem sequer uma batida na
porta. A comida era apenas colocada na soleira da entrada. Recentemente, fiz um
curso de liderança de prestadores de serviços. Tenho tentado aplicar os princípios
no trabalho desde então, perguntando-me em momentos difíceis:
‘Qual é a melhor coisa que
posso fazer em relação a esta situação?’ Sinto-me motivada por um desejo de
aliviar o peso das outras pessoas e fazer com que saibam que não estão lutando
sozinhas.”
Vivemos muitas vezes o dilema espiritual de
como devemos aprender a amar a nós mesmos — outro modo de dizer que devemos
desenvolver nossa auto-estima — antes de verdadeiramente nos darmos de modo
aberto ou anonimamente aos outros.
Ele descreve, magnificamente, o desafio de
descobrir que nos importarmos com nós mesmos tanto quanto nos importamos com os
outros também é um modo de servir a eles. De fato, no fundo, não podemos nos
importar realmente com alguém — incondicionalmente — a menos que nos sintamos
no mesmo nível de igualdade e amor.
“Não podemos amar a nós mesmos
a menos que amemos os outros, e não podemos amar os outros a menos que amemos a
nós mesmos. Mas o amor egoísta por nós mesmos nos torna incapazes de amar os
outros. A dificuldade deste mandamento está no paradoxo em dizer que devemos
amar a nós mesmos altruisticamente, porque até mesmo o amor por nós mesmos é
algo que devemos aos outros.
O que significa amar a nós
mesmos corretamente? Significa, antes de tudo, desejar viver, aceitando a vida
como um grande presente e um grande bem, não por causa do que nos dá, mas por
causa do que nos permite dar aos outros.
Mas se vivermos para os
outros, descobriremos gradativamente que ninguém espera que sejamos “como
deuses”. Descobriremos que somos humanos, como todo mundo, que temos fraquezas
e defeitos, e que essas nossas limitações desempenham um papel muito
importante em nossas vidas.
É por causa delas que
precisamos dos outros e os outros precisam de nós. Não temos as mesmas
fraquezas, e assim suplementamo-nos e completamo-nos, cada um oferecendo o que
o outro não tem.
Apenas quando nos vemos em
nosso verdadeiro contexto humano, como parte de uma raça que deve pretender ser
um único organismo e “um corpo”, começaremos a entender a importância positiva
não apenas dos sucessos, mas dos fracassos e dos acidentes em nossas vidas.
Apesar de nunca ter encontrado
alguém que tivesse uma doença terminal por excesso de doação de si mesmo,
muitas pessoas sofrem de raiva, ressentimento e ciúme quando seus esforços
passam despercebidos.
Os estresses do terceiro chakra
são imediatamente palpáveis; não há nada sutil em relação às respostas de um ego ferido e
rejeitado. Nosso plexo solar é uma área de energia extremamente sensível,
elevada ao quadrado, porque também é o centro da nossa intuição de
sobrevivência.
Podemos perder energia ao nos
darmos em demasia ou pelos motivos errados. Sintomas como depressão, exaustão
emocional, ou dores crônicas podem surgir como resultado de fadiga de alguém
que atua como salvador da pátria. Tornar-se consciente de si mesmo, de quem
somos, e do que podemos e não podemos fazer, é uma das tarefas importantes da
maturidade espiritual e da saga do herói.
A bênção de si mesmo
Costumamos não acreditar em
nós mesmos, até alguém nos revelar que dentro de nós existe algo valioso,
digno de ser ouvido, digno de nossa confiança, sagrado, para ser tocado. Uma
vez que acreditemos em nós mesmos, poderemos arriscar nossa curiosidade, o
deslumbramento, o prazer espontâneo ou qualquer experiência que revele o espírito
humano.
Dar à luz ao próprio ser é uma
luta arquetípica pela qual cada um deve passar. Devemos seguir sozinhos em
nossa própria saga do herói para descobrirmos nossas fontes espirituais
individuais. Mas, por vezes, precisamos de inspiração e apoio — especialmente
no começo de nossa jornada. Em muitas das mensagens que recebi, pessoas
escreveram sobre as experiências do terceiro chakra em que se sentiram
reconhecidas.
Algumas dessas experiências ocorreram há muitos anos e, mesmo
assim, seus efeitos curativos e transformadores continuavam sendo profundos.
Essas mensagens são belíssimos testemunhos do quão pouco é necessário para
reconhecer o espírito de outra pessoa.
Lisa M. co.ntoçi: “Minha
parceira de quarto é uma ‘princesa’ completa e assumida. Se ela precisa de
alguma coisa, em geral sou eu que tenho de providenciar. Ela é distraída,
autocentrada, e esquece tudo o que acontece em minha vida. Mas eu a amo de
coração e é minha melhor amiga. E, quando realmente preciso, ela está sempre à
minha disposição. No começo do ano, eu estava muito triste e deprimida
por ter terminado um
relacionamento. Eu tinha colocado todas as minhas coisas num guarda-móveis e
estava morando com minha amiga até decidir o que fazer. Foi o pior inverno de
todos os tempos, com toneladas de neve por toda a parte.
Eu tinha sete rodinhos de neve, mas estavam
todos no guarda-móveis e estava deprimida demais para ir buscar um. Usava os
braços para tirar a neve do carro. Então, certo dia, quando estava muito
deprimida, saí para pegar o carro e a neve tinha sumido — inteiramente.
Foi a princesa! Todos os dias, ela limpava meu
carro antes de eu sair para o trabalho. Esse sentimento teve um efeito
milagroso e estranho ao mesmo tempo sobre mim. Ela me convenceu a consultar o
analista dela e a passar a tomar antidepressivos.
Bem, eu fui. Não precisei tomar remédios —
este terapeuta me deu algo simples, um modo de olhar para as coisas que alterou
completamente como eu me sentia em relação a mim mesma e à minha situação.
Eu ria, chamando-a de Princesa
Marilyn das Neves, ao que ela me respondeu: ‘Bem, quando você voltar a
encontrar neve em cima do seu carro pela manhã, é possível que você já esteja
melhor. E com certeza, à medida que as semanas passavam, a princesa
simplesmente deixou o rodinho de neve no carro, depois deixou-o encostado e
depois o guardou. Eu estava curada. Esta foi a melhor coisa que alguém já fez
por mim.”
Às vezes, reconhecer a força
de outra pessoa exige um tipo de amor mais duro. Quando o desejo de ajudar é
autêntico, escolhas difíceis servem tanto para quem dá quanto para quem recebe,
como Cris descreveu sucintamente em sua mensagem: “Quando tinha vinte e poucos
anos, e estava vivendo outro relacionamento com um homem irascível, me vi —
novamente — atormentada e ligando para minha amiga mais íntima e, sem dúvida, a
mais sábia, Lina.
Ela sempre me consolou. Desta
vez, ela disse: ‘Estou ocupada. Tenho muita coisa para fazer. Estou sem tempo
para ajudá-la’. Ela levantara uma barreira. Chorei muito naquela noite. Onde
estavam as respostas? Onde estava o conselho de que eu precisava?
Hoje me sinto um tanto
ridícula em relação a toda a história sobre aquele homem. As respostas sobre
quem eu era e o consolo de que eu precisava estavam dentro de mim. Lina não
poderia ter demonstrado mais amor por mim de nenhum outro modo. Foi o maior
empurrão que já recebi para
aprender como ouvir e compreender a mim mesma.”
Deixe-me
acrescentar que os homens, certamente, não foram
poupados de dar além da conta, pelas
razões erradas, para as mulheres erradas. Este é um comportamento comum que vem do medo de ficar sozinho
— um medo central do nosso terceiro
chakra.
Outro duro presente de amor é narrado nesta mensagem de Kath, uma
enfermeira, que diz: “Eu estava passando o momento mais depressivo de minha
vida. Meu casamento de dezessete anos havia terminado, meu filho de dezessete
anos havia morrido num desastre de carro, e eu estava a ponto de ser demitida.
Fui chamada a comparecer no
escritório da diretora da enfermaria. Ela não tinha nenhum motivo para me
apoiar ou fazer qualquer outra coisa senão me demitir. Eu merecia ser demitida
e poderia ter perdido a minha licença de enfermagem naquele dia, que, no meu
ponto de vista, acabaria de completar meu fracasse como ser humano.
Foram apresentadas todas as
provas contra mim e eu não tinha como me defender. Eu me sentia culpada,
totalmente humilhada, e sentia quiehavia falhado em minha profissão e para mim
mesma. Ela me lançou um olha de compaixão e disse:
“— Kath, vou acreditar em você
até o dia em que você passar a acredita em si mesma.
“Ela me deixou continuar no
emprego. Ela me deu apoio e recursos. Ela se transformou em minha mentora e
amiga. Nunca compreendi como, ou por quê, ou o que a motivou naquele dia, mas
acredito que, naquele momento, ela mudou meu caminho. Ela me colocou de volta
na direção para acreditar em mim mesma.”
Ninguém consegue desprezá-lo
sem seu consentimento. Eleanor Roosevelt
Depois de ler todas as doces
histórias que me mandaram, jamais acredita que nada possa ser feito. Há sempre
algo que podemos fazer por outra pessoa abandonarmos a ideia fixa de que
tamanho, quantidade e resultado determinai valor do que temos para dar à outra
pessoa.
Isto é bem verdade, eu acredito, que do
decorre de aumentar a auto-estima de alguém. Curar as feridas emocionai; alguém
pode exigir anos de esforços e conselhos psicológicos, muito embora uma simples
gentileza possa surtir mais efeito sobre o bem-estar de uma pessoa do meses e
meses de terapia.
Talvez seja porque as
interações entre as pessoas sua fonte de poder. A experiência descrita nesta
mensagem é crítica para o terceiro chakra: segurança pessoal e auto-estima.
“Eu me curo
curando você.” A maturidade emocional está relacionada com o altruísmo,
desapego e imaturidade com o egoísmo e a carência.
Marie L. escreveu: “Há nove
anos, eu estava trabalhando em uma loja alimentos naturais e estudando
administração e medicina natural. Uma das minhas clientes entrou e me entregou
um envelope grande, e disse que alguém que havia pedido que o entregasse a mim.
Eu, evidentemente, não estava ganhando
muito dinheiro e dependia de uma bolsa de estudos para pagar minhas contas. A
mulher me entregou o envelope e saiu em seguida.
Eu o abri e dentro havia um belo cartão me
dizendo que eu estava me saindo muito bem. Era claro que eu estava aproveitando
meus estudos, que eu tinha muito a oferecer e que a ajudara em inúmeras
ocasiões.
Ela escreveu dizendo que sentia orgulho de mim
e queria que eu soubesse que todo o meu
empenho não passava despercebido. Na época, eu realmente precisava saber disso.
Dentro do envelope com o cartão estava uma nota de cem dólares novinha. Eu
fiquei chocada. Eu estava apenas fazendo o que
eu sei fazer e sendo eu mesma, mas o efeito de seu elogio foi muito
maior do que as conseguem expressar. Foi o impulso de que meu ego, minha mente
e meu coração precisavam.”
Postado por DharmaDhannya
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