domingo, 10 de fevereiro de 2019

Saude mental - Sintomas iniciais do Alzheimer






Saúde Mental - Sintomas iniciais do Alzheimer

Livro conta o caso raro de uma paciente que conseguiu regredir a doença. Ela descreve em detalhes de como sentia durante os primeiros anos e alerta para os sinais. Quanto antes se percebe menores os danos. Ana Bardela

Um dos problemas do mal de Alzheimer, doença incurável que provoca lesões cerebrais e causa perda de memória e de funções cognitivas, é que, ao contrário de outras doenças, seus primeiros sinais não provocam desconforto.

 De acordo com o livro O Fim do Alzheimer (Ed. Objetiva), no momento em que os sintomas são notáveis a ponto de fazer com que a pessoa procure um médico, a doença está relativamente avançada e difícil (quando não impossível) de tratar. O início, em geral, ocorre de 15 a 20 anos antes de o diagnóstico ser feito.

Para piorar a situação, quando os sintomas se desenvolvem, a tendência é procurarmos justificativas para nos assegurar de que nada grave está acontecendo. Dizemos que as palavras estão “na ponta da língua” ou que determinado comportamento “é sinal da idade”.

 Muitos realmente não estão sofrendo com o desenvolvimento da doença, porém, alguns estão - como aconteceu com a paciente relatada na obra: Eleanor tinha apenas 40 anos quando passou a notar os primeiros sinais do Alzheimer. Ela é um dos raros casos em que foi possível melhorar a cognição por meio do tratamento.

 Ou seja: voltou a desenvolver pensamentos e acessar memórias quase da maneira como fazia antes de ser diagnosticada com a doença. 


Animados com o caso, médicos pediram a ela que aproveitasse a experiência no assunto e detalhasse o que sentiu durante nove anos, antes de procurar ajuda: sua descrição pode ajudar outras pessoas a fazerem o diagnóstico mais precocemente.
Cegueira Facial

A dificuldade em reconhecer e lembrar rostos foi a primeira das mudanças



Clareza mental declinante
(Especialmente no fim do dia)
Comecei a sentir um cansaço mental cada vez maior, sobretudo após as 3 ou 4 horas da tarde. Errei em pensar que isso era apenas um cansaço extremo. Ajudar meus filhos a fazer a lição de casa era mentalmente exaustivo.

 Era similar ao que eu sentia quando estava na faculdade e na pós-graduação, depois de estudar intensamente e fazer provas longas, exceto pelo fato de isso acontecer no meio da tarde, sem que eu tivesse feito nenhum esforço mental. Nas reuniões de trabalho m sentia “zonza” tendo pouco a acrescentar, em particular feitas no final do dia.

Declínio do interesse por conteúdos
Incapacidade de acompanhar leituras e filmes com tramas complicados ou de se envolver em conversas mais complexas.

Declínio da capacidade de recordar
“Era exaustivo ter de tentar lembrar das coisas, como uma lista de compras no mercado ou qual comida meus filhos queriam pedir.

Declínio do vocabulário
Eleanor diz que sofria para encontrar palavra certa e começou a usar vocabulário mais simples. “Costumava buscar as palavras enquanto falava e talvez fizesse uma pausa procurando a palavra certa. Isso era desconcertante para mim, mas não tão óbvio, mas não tão obvio a ponto de ser notado pelos outros”.

Além, disso, tinha dificuldades em falar línguas estrangeiras nas quais, antes era proficiente.

Misturando as palavras
Não era incomum que eu misturasse o nome dos meus filhos de vez em quando. Mas o que começou a acontecer foi que eu usava palavras completamente erradas. Um dia fui chamar minha cachorra no quintal e a chamei pelo nome da comida que estava comendo”.

Declínio da velocidade de pensamento
Ela não só pensava mais devagar como também digitava mais vagarosamente, como se os sinais do cérebro para seus dedos tivessem de atravessar espécie de substância pegajosa.

Ansiedade crescente em dirigir e encontrar o caminho
As inúmeras coisas que os motoristas precisam ver e processar, desde a posição e movimentos dos outros veículos e os movimento dos pedestres, deixavam Eleanor em um estresse tão extremo que ela se sentia incapaz de dirigir



Dificuldade em lembrar de uma lista de coisas para fazer
 E também de compromissos, sentindo-se assoberbada com frequência com o que precisava fazer.

 Ela começou a perder compromissos e “estava ficando muito ansiosa e estressada em não ser capaz de acompanhar aquilo que acontecia na vida”.
Usava calendários e mantinha bilhetes por toda parte, mas continuava esquecendo as coisas.

Sono interrompido
 “Eu acordava com facilidade e quando isso acontecia tinha muita dificuldade em voltar a pegar no sono: às vezes, levava horas. Sempre acordava várias vezes á noite.
Cafezinho sem efeito
Fim do efeito estimulante da cafeína.

Stress
Ainda não ficou totalmente claro se o estresse contribui para o aparecimento da doença, mas estudos dão corpo a essa ideia.

O cérebro é o principal órgão para controlar como lidamos com experiências estressantes e todo estresse leva a algum tipo de alteração nos circuitos dos neurônios.

 Um exemplo são os veteranos de guerra: aqueles que sofrem com transtorno de estresse pós-traumático têm quase o dobro de chances de sucumbir à demência.

E pacientes de Alzheimer com níveis mais elevados do hormônio cortisol, associado ao estresse, têm deterioração mais rápida. Em nosso incessante esforço para fazermos e sermos mais, acabamos integrando o estresse à vida diária. 0 crucial é reconhecer quando ele pode ser evitado e fazer o possível para controlá-lo.

Alimentação
Um grupo de pesquisadores de Chicago sugere que a dieta mediterrânea diminui pela metade a probabilidade de desenvolver a doença.

Para colocá-la em prática é necessário um alto consumo de frutas e vegetais, além de incluir  no cardápio cereais integrais, leite, produtos de carne de baixo teor de gordura, usar margarina vegetal e óleo de semente de canola em vez de manteiga.
Além disso, ingerir pelo menos duas porções semanais de peixe.


Exercícios
A relação direta ainda não está comprovada. No entanto, sabe- se que os benefícios gerais à saúde são consideráveis. Mesmo o exercício moderado pode baixar significativamente a pressão sanguínea e melhorar a saúde cardiovascular. E esses fatores influenciam no desenvolvimento da doença. Tanto a pressão alta quanto a baixa aumentam os riscos.

Sono
Cientistas têm estudado a relação entre sono e memória. Acredita-se que a consolidação das lembranças aconteça em uma fase do sono chamada NREM.

 Por isso, quem não consegue atingir esse estágio entraria em um ciclo de danos cerebrais, favorecendo a doença. Por esse motivo é importante
Sempre ter boas noites de sono.


Revista Anamaria.

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