Memória dos idosos
Drauzio Varela
A população de homens e mulheres acima dos 60 anos aumentou muito nas últimas décadas. Alguns ultrapassam os 80, 90 anos em condições clínicas satisfatórias, mas são raros os que não apresentam dificuldades com a memória
. Em geral, as recordações do passado permanecem vivas, recheadas de pormenores, mas a memória falha, quando querem lembrar de acontecimentos recentes. Isso desconcerta um pouco os familiares.
“Meu avô conta, com minúcias, histórias que ocorreram quando tinha cinco anos e morava no interior e se esquece do número do telefone de casa ou o que comeu no almoço”, fala o neto preocupado.
A pergunta que se impõe é, se a
partir dos 40, 50 anos a capacidade de armazenar informações começa a sofrer um
processo lento e gradativo de deterioração, ou se, no mundo moderno, a
quantidade absurda de informações com que somos bombardeados dificulte sua
assimilação.
De qualquer modo, a perda da memória não pode
ser considerada como um fato inexorável associado ao envelhecimento. Quanto
mais precoce forem diagnóstico e a prescrição do tratamento, mais fácil será
deter a evolução da perda da memória.
SÍNDROME DEMENCIAL
Drauzio – A partir dos 40, 50 anos, perdemosum pouco a capacidade de reter os fatos na memória ou, hoje, a quantidade de informações é tão grande que é impossível lembrar todas elas?
Alberto Macedo Soares –Essa é uma dúvida a ser esclarecida. Não se pode negar que, hoje, além do acúmulo enorme de informações, o grau de preocupação é tanto que o trabalho não se encerra com o término do expediente.
Muitas vezes, a pessoa de 40, 50 anos entra em casa, liga o computador e continua em atividade, comprometendo as horas que deveriam ser reservadas para descansar e dormir.
Essas situações são responsáveis por aumento da carga de estresse e pelo déficit de atenção, que podem provocar prejuízo da memória, principalmente da memória recente.
No entanto, não podemos interpretar a perda da memória como um fato inexorável associado ao envelhecimento. Existem pessoas com 85, 90 anos com memória absolutamente íntegra, enquanto outras apresentam alterações muito mais jovens.
Cabe-nos, então, investigar o que antigamente se chamava de esquecimento benigno e distingui-lo do esquecimento que é maligno, pois o déficit de memória associado à idade, que não é doença, é diferente da perda de memória que caracteriza a síndrome demencial, uma doença que prejudica o indivíduo a tal ponto que ele não consegue mais manter as funções social, pessoal e profissional.
Drauzio – Como se traça essa linha divisória?
Alberto Macedo Soares – Essa é a grande dificuldade. O envelhecimento pode, sim, trazer um pequeno déficit de atenção, de concentração, de armazenamento de dados atuais, mas em absoluto isso compromete as funções sociais do indivíduo.
A partir do momento, porém, que ele passa a cometer deslizes no trabalho, não se lembra do nome do neto que vê todos os domingos, nem de tarefas corriqueiras como pagar uma conta, o esquecimento deixa de estar associado à idade e passa a ser encarado como sintoma de síndrome demencial. Embora esse termo pareça pesado demais e pejorativo no Brasil, esse é o nome que se usa em todo o mundo.
Drauzio – Parece certo que a perda de memória associada à idade frequentemente se refere à memória precoce. As memórias tardias ficam bem arquivadas e custam a desaparecer.
Alberto Macedo Soares – Tanto no prejuízo da memória associado à idade quanto na síndrome demencial, o déficit manifesta-se inicialmente para os fatos recentes. As pessoas vão se esquecendo dos recados, do número do telefone, do nome do vizinho. Quando o processo se agrava é um sinal de alerta.
Autores apontam que prejuízo da memória atribuído à idade, de 20% a 30% dos casos, pode ser manifestação inicial de uma doença mais séria. Por isso, a atenção deve ser redobrada e o paciente submetido a exames para identificar se realmente a perda da memória está associada à idade ou é o começo de uma doença que vai degenerar-se na síndrome demencial e exige tratamento precoce.
DIAGNÓSTICO
Drauzio – O que a família deve observar para distinguir um simples esquecimento ou distração de um quadro mais sério de perda da memória?
Alberto Macedo Soares – O problema deve chamar mais atenção quando os esquecimentos ficam frequentes. É óbvio que, se o dia foi marcado por acontecimentos tristes e a pessoa esqueceu de pagar uma conta, isso é normal e não deve ser levado em conta. Na correria do dia a dia, quantas vezes temos de voltar porque esquecemos a chave do carro ou um papel importante sobre a mesa.
São esquecimentos que não prejudicam. Agora, quando o paciente sabia de cor o telefone da família inteira e dos amigos, mas não se lembra mais do número do telefone da própria casa ou do escritório, é um sinal de alerta e a família deve encaminhá-lo para diagnóstico e tratamento. Nós, os geriatras, temos pressa em investigar esses casos a fim de evitar complicações futuras.
Drauzio – Como é feita essa investigação?
Alberto Macedo Soares – Primeiro, procura-se quantificar o tipo de perdas (memórias recentes, tardias, etc.). Depois, testamos outras funções, como a capacidade de interpretar provérbios, por exemplo. Alguns autores já propuseram instrumentos que permitem pontuar o desempenho do indivíduo de acordo com seu nível intelectual e graduação profissional para dizer se ele é portador da síndrome demencial ou não.
Muitas vezes, quando o paciente procura o médico, já é portador de síndrome demencial grave, tão grave que não se lembra por que está ali. Para contornar essa dificuldade, somos obrigados a valer-nos de subterfúgios.
A filha fala com a secretária, telefona, entrega um bilhetinho para o médico, ou pede para conversar com ele antes da consulta. “Ele sempre foi muito bravo, muito austero, e não admite que esteja ficando esquecido”, começa assim a maioria das conversas. Saber desses dados é essencial para o diagnóstico correto, pois certamente existe um problema grave que deve ser investigado de forma adequada.
DOENÇA DE ALZHEIMER
Drauzio – Em que idade as síndromes demenciais geralmente se manifestam?
Alberto Macedo Soares – Vamos considerar a doença de Alzheimer, que é uma das mais devastadoras da memória. Menos de 5% da população com 50 anos manifestam essa doença, mas aos 90 anos, 50% da população tem Alzheimer.
Drauzio – Quais as principais características da doença de Alzheimer?
Alberto Macedo Soares – A doença de Alzheimer é causada pela diminuição do número de neurônios dentro do cérebro e pelo depósito de uma proteína chamada beta-amiloide.
Isso faz com que o cérebro vá perdendo a função intelectual e o paciente começa esquecendo recadinhos, números de telefone, até que esquece o nome do neto ou a data de pagar as contas. Quando o comprometimento é mais grave, ele se esquece até de comer e de vestir-se.
Alzheimer é uma doença degenerativa, de evolução lenta, insidiosa e progressiva. Muitas pessoas recebem equivocadamente esse diagnóstico para justificar a síndrome demencial. Na verdade, para fazer o diagnóstico da doença de Alzheimer com segurança, tínhamos que pedir uma biópsia do cérebro.
Como não se pede biopsia cerebral para pessoas com déficit de memória, temos de encontrar uma forma de excluir as outras causas, pois existem mais de 30 ou 40 doenças que podem levar ao comprometimento da memória.
Embora a doença de Alzheimer seja a mais frequente, seu diagnóstico deve ser feito por exclusão, isto é, o médico conclui que provavelmente o paciente é portador da doença de Alzheimer, porque nenhuma das outras causas foi determinada para justificar o quadro.
POSSÍVEIS CAUSAS
Drauzio – Na linguagem coloquial, as pessoas se referem aos mais velhos que se esquecem das coisas dizendo que estão ficando esclerosados. A medicina não reconhece essa classificação. Qual seria o termo adequado para definir tais situações?
Alberto Macedo Soares – Esclerose é uma palavra que vem do grego e significa enrijecimento. Há 30 ou 40 anos, acreditava-se que, com a idade, o indivíduo ficava esquecido porque os vasos cerebrais enrijeciam e ele se tornava portador de esclerose vascular ou de arteriosclerose.
Daí o termo esclerosado que foi adotado equivocadamente para definir a pessoa com lapsos de memória. Sabemos que a arteriosclerose só é responsável por 20% dos esquecimentos. Por isso, o uso do termo é inadequado. O certo seria chamar de síndrome demencial e investigar suas possíveis causas.
Drauzio – A palavra demencial assusta muito os familiares, que a associam à ideia de loucura.
Alberto Macedo Soares – Sem dúvida, isso acontece, especialmente no Brasil, onde a palavra é usada de forma agressiva e pejorativa. Chamamos de demente o camarada que passa na nossa frente para entrar no elevador:
“Esse demente acha que está com mais pressa do que eu”, e de demente o motorista que cometeu uma imprudência no trânsito. No entanto, ao usar a expressão síndrome demencial, eu me valho da conotação e da agressividade contida na palavra demencial para causar impacto naqueles que ainda acham que esquecer é um fenômeno normal do envelhecimento. Se o idoso anda esquecido, pode ser portador de uma doença que merece ser investigada.
ESTÍMULO INTELECTUAL
Drauzio – Trabalhos demonstram que, quanto mais intelectualizadas as pessoas forem, quando mais atividades físicas fizerem, quanto mais rico for o universo em que vivem, menores serão os déficits de memória e mais lenta a evolução dos casos.
Alberto Macedo Soares – Realmente, há trabalhos mostrando que, teoricamente, quanto maior a atividade intelectual, mais o indivíduo estará protegido contra o acometimento das doenças degenerativas.
Há dois ou três anos, estive com Alistair Burns, um pesquisador de memória da Inglaterra. Quando lhe perguntei qual sua recomendação para os interessados em proteger a memória, respondeu:
“Digo para aprenderem uma nova língua”.
De fato, ao aprenderem uma nova língua, as pessoas estarão exercitando várias formas de linguagem e várias formas de memória. O processo de aprendizagem envolve necessidade de concentração e apelo constante à memória recente e à memória tardia.
Por isso, quando alguém me diz que anda preocupado com a memória porque a mãe teve Alzheimer, pergunto-lhe: “Que língua você fala? Inglês? Então vá aprender francês”. Esse é um jeito de estimular várias funções da linguagem que contribuem para a preservação da memória.
TRATAMENTO
Drauzio – Quando a pessoa vai esquentar o café e esquece o fogo aceso, entra no banho e não se lembra onde estão a toalha e o sabonete, é sinal de que a deficiência da memória pode ter-se estabelecido. O que é possível fazer para minorar as conseqüências desse problema?
Alberto Macedo Soares – Esse é um momento importante para começar a investigação. Entre as síndromes demenciais, ou seja, entre os déficits cognitivos – para usar uma nomenclatura mais suave para designar uma doença tão devastadora -, existem as potencialmente reversíveis e as irreversíveis.
Depressão,
tumores benignos como o meningioma, ou mesmo um hematoma (o idoso caiu, bateu a cabeça e, depois de um tempo ficou esquisito) são causas de esquecimento potencialmente reversível.
Mas existem outras: o hipertireoidismo, que é muito frequente nos idosos,carencia de vitamina B12, neurolues ou neurossífilis e a hidrocefalia de pressão intermitente, uma degeneração cujos sintomas são esquecimento, andar descoordenado, como o de um bêbado, e perda do controle urinário.
Por que essas doenças são classificadas como causadoras de esquecimento potencialmente reversível? Porque o processo pode ser revertido se o paciente com hipotireoidismo, por exemplo, tomar hormônio tireoideano, logo que começou a apresentar alterações da memória.
Agora, se o problema já estiver estabelecido há mais tempo, as chances de reverter o processo serão infinitamente menores.
Por isso, sempre se reitera a informação de que as causas do esquecimento devem ser investigadas assim que a pessoa começou a manifestar esse sintoma.
Drauzio – Quando os quadros demenciais são potencialmente reversíveis, trata-se a doença de base e a pessoa volta ao normal. Mas, quando estamos diante de um quadro de Alzheimer ou de outras demências irreversíveis, o que se pode fazer para retardar a evolução da doença?
Alberto Macedo Soares – Muito se pode fazer. Infelizmente, a maioria dos pacientes é portadora de demências irreversíveis. No Brasil, as mais frequentes são a doença de Alzheimer, os pequenos derrames cerebrais causados por microinfartos, ou uma associação dessas duas enfermidades.
Geralmente, os micro-infartos cerebrais são causados por obstruções ou entupimentos, pressão alta, níveis elevados de colesterol, fumo e diabetes, fatores que podem ser identificados e controlados na tentativa de impedir que continuem provocando pequenos acidentes cerebrais.
Todos sabemos que a doença de Alzheimer não tem cura. No entanto, recentemente se descobriu que pacientes com Alzheimer apresentam déficit de um dos maiores mediadores da memória, a acetilcolina e tentou-se administrar acetilcolina nesses casos, mas os efeitos colaterais foram terríveis. A estratégia, então, foi procurar diminuir a atividade destruidora da acetilcolina inibindo a ação da enzima que a destrói e, desse modo, evitar que a evolução dessa doença seja tão dramática.
Drauzio – Esse medicamento está disponível no mercado?
Alberto Macedo Soares – Não só está disponível, como a rede pública de saúde o fornece gratuitamente. São remédios tão caros que eu costumava dizer que Alzheimer era doença de rico porque só os ricos conseguiam comprá-lo.
Felizmente, o Ministério da Saúde desenvolveu centros de referência à saúde do idoso que distribuem o medicamento de graça. Em Santos, coordenamos um desses centros e fornecemos o remédio para os idosos das nove cidades da Baixada Santista.
Vida Social e memoria
Barbara
Capalbo
Idade: 52
Esse
plano salvou a minha vida! Estava lidando com problemas pessoais sérios na
época em que comecei a cuidar da minha memória, do meu físico, do meu emocional,
da minha vida social.
Acometida pela tensão e pela depressão,
estava me sentindo cronicamente aérea, em uma neblina. Perdia o fio do que
estava falando no meio da sentença ou perdia a concentração no meio do dia sem
motivo algum.
Depois
de apenas uma semana no plano, comecei a recuperar um senso de controle.
Sinto-me muito melhor. Mais presente, mais no momento, menos aérea. Estou muito
mais energética e organizada agora.
Em melhor forma, também: perdi quatro quilos e
meio no plano. Tenho orgulho em dizer que meu médico disse que estou linda.
Realmente
gostei de fazer os exercícios do Treino do Cérebro com minha filha de 11 anos,
especialmente os quebra-cabeças.
E
estou lhe dizendo: o trabalho duro compensa. Depois de quatro semanas, minha
memória melhorou. Mais importante, sinto como seu meu velho eu tivesse voltado.
Estou de volta ao normal novamente e estou empolgada em seguir adiante.
Experimente
algo novo. Aprenda a moldar argila. Pegue o tricô. Inscreva-se em aulas de
violão. Entre em uma academia de ginástica, volte para a sala de aula, faça um
curso de pós-graduação. Você vai sacudir
a sua mente e ajudá-lo a produzir o valor equivalente a um mês de outras
maneiras legais de alongar o cérebro e manter suas engrenagens cognitivas
girando.
Aprendendo
Você
já sonhou com entrar em um curso de literatura na sua faculdade e finalmente
descobrir sobre o que Faulkner ou Fitzgerald realmente estavam falando? Se a
ficção não é a sua praia, talvez você seja um entusiasta da história ou um
botânico embrionário. Ou talvez esteja intrigado com a ópera, a ornitologia ou
origami.
Qualquer
que seja sua paixão, se você alguma vez pensou em fazer uma aula ou duas sobre
algum assunto - ou mesmo buscar um título acadêmico - pare de protelar e
inscreva-se logo.
Você
vai fazer muito mais do que lição de casa. Você pode justamente reduzir seu risco
de mal de Alzheimer e outros tipos de demência, dizem os pesquisadores.
Tome
um estudo fundamental conduzido no meio dos anos 1990, no qual um grupo de
cientistas da University of Kentucky conduziu um teste padrão usado para
descobrir pacientes com demência a 678 freiras católicas (a mais jovem tinha
75 anos).
Quando elas repetiram o teste cerca de um ano e meio depois, um padrão
ficou óbvio: as irmãs que tinham títulos acadêmicos eram menos propensas a
mostrar sinais de demência.
A
lição para se levar para casa? Ao longo da última geração, cientistas que
estudam o cérebro descobriram que ir para a escola pode fazer mais do que
encher sua cabeça com fatos. A educação parece ser uma forma poderosa de
remédio preventivo.
Uma
série de estudos relacionou aprendizagem e saúde cerebral: quanto mais anos uma
pessoa passa imerso na academia, mais ele ou ela tem probabilidade de continuar
afiado, lúcido e livre de doenças cognitivas.
Obter
educação é provavelmente a maneira mais óbvia de desenvolver a reserva
cognitiva, ou poder cerebral de reserva.
Estudos
post mortem mostraram que algumas pessoas morrem com seu cérebro cheio
de plaquetas, artérias obstruídas e outras mudanças destrutivas que podem
provocar as várias formas de demência - contudo nunca mostraram nenhum sinal
ou sintoma óbvio de doença cognitiva ao longo da sua vida.
Esse
fenômeno - desenvolver dano ao tecido cerebral sem desenvolver perda de memória
ou outros problemas cognitivos sérios - ocorre mais comumente em pessoas bem
educadas do que em pessoas com menos
escolaridade, de acordo com um estudo de 2007.
Cientistas
teorizam que a estimulação mental que vem com obter uma educação permite que
algumas pessoas desenvolvam cérebros mais fortes e enfraqueçam os sintomas da
demência.
Quanto
mais anos uma pessoa passa imerso na academia, mais ele ou ela tem
probabilidade de continuar afiado, lúcido e livre de doenças cognitivas."
Alguns
cientistas suspeitam que a aprendizagem em si pode não ser o segredo para a
saúde do cérebro.
Eles
apontam que pessoas com pouca educação têm mais probabilidade de fumar, comer
mal e outros hábitos insalubres que podem aumentar o risco de demência e outras
doenças do que as que têm títulos acadêmicos.
Outros estudos excluíram essas influências e
ainda mostram uma ligação entre a escolaridade e a saúde do cérebro a longo
prazo.
Tais
estudos não oferecem a palavra final em relação a se a educação reduz o risco
de demência. Entretanto, há provavelmente pouco prejuízo e muito ganho
continuando a ser um estudante de uma maneira ou de outra ao longo da vida.
A maioria das comunidades tem programas para
adultos que querem continuar suas educações. Minha cidade tem uma próspera
escola voltada para adultos que oferece cursos sobre tudo, de Jane Austen a
identificar cantos de passarinhos.
Sua biblioteca ou centro comunitário
provavelmente promove palestras e discussões sobre tópicos que podem lhe
interessar. Pegue uma programação e confira: seu cérebro vai lhe agradecer.
Obtenha
alguma ajuda de seus amigos
Todo
o mundo sabe que passar tempo com as pessoas com as quais você mais se importa
- um irmão ou irmã próximo, talvez, ou um velho amigo de confiança - é bom para
a sua psique.
Depois de um almoço contando histórias,
desabafando problemas ou apenas rindo, você vai embora se sentindo
compreendido, reassegurado e espiritualmente nutrido.
Então
por que deixamos esses encontros próximos - e importantes - escapar pelas
frestas? Entre trabalho, família e suas muitas outras obrigações, algumas vezes
pode parecer difícil fazer dos amigos uma prioridade.
Como uma mãe trabalhadora, sei que algumas
vezes tempo com amigos pode ser uma das coisas mais difíceis de acomodar em
sua agenda.
Essas datas, contudo, devem estar no topo de
sua lista de prioridades. Sair com os amigos não é bom apenas para a psique.
Pesquisas notavelmente consistentes mostram que é uma maneira poderosa de
proteger o seu cérebro, também.
Para
começar, uma série de estudos mostra que as pessoas que passam bastante tempo
de qualidade com membros da família, amigos e outros contatos sociais têm mais
probabilidade do que os reclusos de manter o juízo afiado e o cérebro saudável
conforme envelhecem.
Por
exemplo, em um estudo de 2008 envolvendo 16.638 adultos com 50 anos de idade e
mais, pesquisadores da Harvard School of Public Health descobriram que ficar
ligado com os outros pode de fato dobrar o poder de memória.
No
estudo, mostraram a cada homem e mulher uma lista de dez palavras, depois
pediram para [...] lembrar tantas palavras quanto possível cinco minutos
depois.
Em seguida, os pesquisadores perguntaram a
cada participante uma série de questões sobre seu grau de “integração social”.
Você é casado? Quanto tempo passa com seus pais, filhos ou vizinhos? Você
realiza algum trabalho voluntário?
Seis
anos depois, os homens e mulheres no estudo fizeram o teste de lembrar
palavras uma segunda vez. Os resultados: as memórias das pessoas com mais
ligações sociais eram duas vezes mais fortes do que as que passavam pouco tempo
com os amigos e entes queridos.
Esse
é apenas um dos muitos estudos que mostram que ficar ligado aos outros pode
fortalecer suas defesas contra a demência.
Em outro estudo de 2008, pesquisadores da
Southern Califórnia HMO perguntaram a 2.249 mulheres o tamanho de suas redes
de amigos e família, bem como com que frequência elas estavam em contato com
outros e qual a proximidade que sentiam com as pessoas em seu círculo social.
Mais importante, eles também perguntaram às
mulheres se tinham confidentes com os quais podiam falar sobre assuntos pessoais.
Depois
de quatro anos, o estudo mostrou que mulheres que relatavam muitos contatos
sociais próximos reduziram o risco de demência em 26%. Outros estudos
mostraram que uma agenda social cheia pode reduzir o risco ainda mais - em até
60%.
O
que há em relação a passar tempo com os outros que é tão bom para o cérebro?
Cientistas pensam que encher seu calendário social desenvolve seu poder cerebral
aumentando sua atividade mental.
Sair e interagir com outras pessoas expõe você
a novas ideias e o força a articular seus próprios pensamentos, o que dá a seus
neurônios e sinapses um bom exercício.
Ficar
socialmente envolvido é também o melhor antídoto contra a solidão, que parece
ser ruim para o cérebro.
Sentir-se sozinho é tenso, e cientistas sabem
há anos que a tensão faz o seu corpo produzir hormônios que parecem prejudicar
partes do cérebro que governam a sua habilidade de aprender e recordar
informação.
Isso pode ajudar a explicar por que tipos
solitários são mais vulneráveis à demência.
Em
um estudo de 2007, Robert S. Wilson, Ph.D do Rush AlzheimeFs Disease Center
Melhor
poder cerebral: o amor é a resposta?
Você
já conheceu um marido e mulher que estavam juntos há tanto tempo que começaram
a se parecer e a falar de maneira parecida um com o outro?
Pesquisas sugerem que esposos de longo prazo
podem até começar a pensar parecido - e a inteligência de um parceiro é
transmitida para o outro.
Cientistas
testaram as habilidades intelectuais de 169 pares de casados na região de
Seattle a cada sete anos, de 1956 a 1984.
No
começo, os resultados dos testes revelaram uma lacuna significativa no poder
cerebral dentro de muitos casais. Mas com o passar dos anos, algo intrigante
ocorreu: essas lacunas tendiam a se estreitar, pois esposos com baixo
desempenho melhoraram seus resultados nos testes.
Esse estudo sugere que passar tempo perto de
pessoas brilhantes, espertas, pode promover um cérebro mais saudável mantendo a
mente estimulada. Seu coração, é claro, é outro assunto.
Pesquisadores
entrevistaram 823 residentes em instalações para idosos. Eles pediram aos participantes
do estudo para dar uma nota, em uma escala de um a cinco, sobre o quanto
concordavam com afirmações tais como “sinto falta de ter pessoas por perto” e
“sinto que não tenho amigos o suficiente”.
Depois
de quatro anos, 76 dos voluntários do estudo haviam desenvolvido o mal de
Alzheimer. Com base nos resultados anteriores do teste, pesquisadores estimaram
que o risco de Alzheimer dobrava entre pessoas que diziam se sentir
frequentemente sozinhas.
A
solidão pode acometer você sigilosamente - não a deixe. Se você faz contatos
frequentemente com seus amigos sobre trabalho, família ou o que está
acontecendo na área, então está no caminho certo.
Por outro lado, se não consegue se lembrar a
última vez que falou com seu melhor amigo, comece a ligar - ou digitar ou
mandar mensagens de texto - e marque um encontro.
Melhor
ainda, tome o exemplo da borboleta social em seu bairro - a que parece sempre
estar fazendo novos amigos e organizando grandes encontros.
Se preferir reuniões mais íntimas,
reconecte-se com um velho amigo ou dois do colégio e arranje uma mini reunião.
Comece um clube de livros ou um programa de caminhada com um vizinho.
Linha
final: priorize passar tempo com a família, amigos e outras pessoas na
comunidade. Ficar ligado aos outros pode ser um dos passos mais agradáveis,
satisfatórios e - vamos encarar - fáceis que você pode dar em direção a
desenvolver um cérebro melhor, mais saudável.
Sair
e interagir com outras pessoas expõe você a novas ideias e o força a articular
seus próprios pensamentos, o que dá a seus neurônios e sinapses um bom
exercício."
Postado por Dharmadhannya
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