sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Alerta para o jovens - Abuso do alcool é um risco para o cérebro



ATENÇÃO PAIS: Psiquiatra faz alerta sobre consumo precoce de álcool entre jovens

Pesquisa realizada recentemente por médicos da Universidade de Colorado, nos Estados Unidos, e publicada no periódico Addiction, revelou que a ingestão de bebidas alcoólicas é mais prejudicial ao cérebro do que o uso de outras drogas.

 E, por ser o álcool uma substância lícita, ou seja, que pode ser consumida legalmente, o uso precoce entre os jovens tem preocupado as autoridades de saúde.

Aproveitando o início da Semana Nacional do Combate ao Alcoolismo, que começa neste domingo (18), o médico psiquiatra da Unimed Vitória e especialista no combate ao álcool e drogas, Vicente Ramatis, faz um alerta aos pais de adolescentes e jovens que estão tendo contato com o álcool cada vez mais cedo, às vezes até mesmo estimulados por pessoas da própria família.

“Os efeitos do álcool em pessoas mais jovens são tão prejudiciais quanto nas pessoas mais velhas. É preciso ter cuidado para que o gole, muitas vezes estimulado pelos familiares, não se torne uma dependência futuramente.

 Sempre digo aos jovens que não se iludam pensando que beber os tornam mais interessantes e maduros. Que antes de beberem ‘só porque todo mundo faz isso’, que fiquem atentos aos efeitos que o álcool trás para a saúde”, explicou o especialista.

Em casa – Dados do Ministério da Saúde mostram que quase 40% dos adolescentes brasileiros experimentaram álcool pela primeira vez entre 12 e 13 anos, em casa. A maioria deles bebe entre familiares e amigos, estimulados por conhecidos que já bebem ou usam drogas. 

Entre adolescentes de 12 a 18 anos que estudam nas redes pública e privada de ensino, 60,5% declararam já ter consumido álcool.

 O especialista da Unimed Vitória conta que quanto menor a idade de início da   ingestão de bebida alcoólica, maior a possibilidade de se tornar um usuário   dependente ao longo da vida.

 E são várias as consequências do alcoolismo, tanto   para quem bebe quanto para os que estão a sua volta. “O álcool é responsável por   destruir famílias e a vida social de quem bebe muito, além de comprometer o cérebro,  memória, aprendizagem, fígado, aparelho digestivo, coração, o sangue, os músculos e várias outras partes do   corpo.

 O alcoolismo também leva a doenças físicas e psíquicas, algumas das quais   irreversíveis e que podem resultar em morte”, conta Ramatis.

Dificuldade em parar – O psiquiatra explica que as pessoas precisam se conscientizar de que a “saidinha” com os amigos todos os dias para beber é alcoolismo sim. 

“As pessoas precisam saber que no começo o alcoolismo pode ser visto como leve, moderado ou grave. O indivíduo afirma que tem controle, mas não se dá conta de que não consegue ir e permanecer muito tempo em um evento que não tenha pela menos uma cerveja”, disse, explicando que os primeiros sintomas do alcoolismo é a dificuldade de parar.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2,5 milhões de pessoas morrem a cada ano no mundo devido ao consumo excessivo de álcool.
 O índice chega a 4% do total da mortalidade mundial e é maior do que as mortes registradas em decorrência da aids ou tuberculose. faz alerta sobre consumo precoce de álcool entre jovens






OS JOVENS ESTÃO "ENCHENDO A CARA" MUITO CEDO, SEM IDÉIA DOS RISCOS  QUE SE EXPÕEM
POR BARBARA AXT


Para os pais, a primeira recomendação é que eles prestem atenção à sua relação com a bebida. “Grande parte dos jovens que bebem demais têm em casa os chamados ‘bons bebedores’”, observa Vera.

 Muitas vezes, mesmo atentos ao comportamento dos filhos, é possível que os pais não percebam o que está acontecendo: “Existe uma preocupação da parte dos jovens em não deixar a família saber que abusaram da bebida. Eles tem medo de que os pais vejam que perderam o controle da situação.”

Para aqueles que não sabem como lidar com o problema, Vera alerta: “Nós não temos uma fórmula do que funciona, mas sabemos que fazer um ‘sermão’ aos filhos sobre os perigos do álcool não costuma ter efeito”, observa a psicóloga.

 Se os pais bebem de forma irresponsável, de nada adiantarão suas palavras. “E preciso conversar com o jovem, falar e ouvir o que ele tem a dizer a respeito de sua vida em geral, e também lhes oferecer um modelo.”


 Em alguns casos, isso implica mudanças profundas no relacionamento entre pais e filhos. Mas sempre é hora de começar.

A intoxicação alcoólica é uma emergência médica, e agir rápido e corretamente nesta situação pode salvar vidas. 

Os sintomas incluem:
. sonolência e confusão mental
• coma alcoólico (inconsciência e falta de resposta a estímulos dolorosos, como um beliscão)
. palidez, pele fria ou arroxeada, suor frio
. respiração lenta (mais de 10 segundos entre uma inspiração e outra)
. vômitos, especialmente quando a pessoa está desacordada.

Nem todos os sintomas precisam estar presentes. Não deixe sozinha uma pessoa nesse estado, nem a deite de barriga para cima, pois ela poderá se engasgar com o vômito.

Coloque-a de lado, na posição indicada na ilustração abaixo. Chame uma ambulância ou leve-a a um hospital ou posto médico imediatamente.



Em junho do ano passado, pilotando sua moto, a hotelei­ra Mirian, 22 anos, foi a um show em Piracicaba (SP), sua cidade natal. Tomou umas 15 latas de cerveja, duas doses de uísque com energéti­co e uma caipirinha. Mesmo assim resolveu voltar para casa na moto.

 “Ao tentar fazer uma curva fechada, capotei e só fui acordar dois dias de­pois, no hospital”, recorda ela. Mirian teve o pé esquerdo esmagado e passou por uma ci­rurgia com implante de dois pinos, sem garantia de recu­peração total dos movimen­tos. Ficou três meses de cama e mais três meses entre a cadeira de rodas e as muletas.

A estudante 'Edilene Bote­lho, de -Florianópolis (SC), conta que, em meados dos anos 90, encontrou as amigas numa tarde e, em poucos minutos, tomou três copos de cachaça com refrigerante. Logo depois foram para um shopping, mas Edilene, na  época com 14 anos, não se recorda de como chegou até lá nem do que acon­teceu no shopping

. “Lembro-me ape­nas de acordar na enfermaria do shopping, suja de vômito, e de ser levada para casa no carro da polícia. Depois tive de ir para o hospital tomar glicose na veia.”


Em dezembro passado, Rodrigo, 21 anos, estudante de medicina, saiu na noite paulista “para a balada” com um amigo. Na porta da danceteria, entraram na fila e, durante uma hora de espera, beberam juntos uma gar­rafa de cachaça e mais duas ou três cervejas cada um.

 “Quando já está­vamos quase na porta, passou um cara que eu nunca tinha visto e nos entregou uma garrafa de vodca,
 com um terço do conteúdo.

Viramos a bebida e entramos. Depois disso, não me lembro de mais nada. Meus ami­gos que estavam na danceteria disse­ram que sumi. Não sei como voltei para casa, mas acordei no dia seguin­te com o braço direito doendo muito.

Não tenho idéia do que acon­teceu naquela noite, mas tive de ficar com o braço imobilizado por 15 dias”, conta Rodrigo.

Estas são histórias protagonizadas por jovens comuns, que estudam ou trabalham, e que em determinada ocasião abusaram do consumo de álcool.

 Tiveram sorte: todos eles se recuperaram e nenhum ficou com sequelas permanentes, apesar dos riscos a que uma pessoa embriagada está exposta.

Grande parte dos brasilei­ros gosta de uma cerveja num dia de calor ou de uma caipirinha com os amigos numa festa. Esse tipo de consumo de álcool em mo­mentos de lazer, em princípio, não apresenta perigo: nesses casos o ál­cool age apenas como “lubrificante social”, ou seja, facilita a interação entre as pessoas.


Mas beber até perder o controle é diferente. Seja lá o nome que dermos - porre, pileque, bebedeira, “encher a cara”, “enfiar o pé na jaca” -, cinco doses ou mais, para o homem, ou quatro doses ou mais, para a mulher, já podem ser consideradas excesso.

A partir daí a bebida passa a afetar a capacidade de julgamento, dificulta a coordenação motora, acaba com ini­bições e deixa a fala enrolada. Nessas condições a pessoa pode se envolver em situações de grande risco ou de sérias consequências e, a longo prazo, sofrer danos cerebrais irrever­síveis.

“Um dos maiores problemas rela­cionados à bebida são as intoxica­ções graves daqueles que bebem muito mas não são dependentes”, afirma Maristela Monteiro, assessora regional da Organização Pan-ameri­cana da-Saúde (OPAS/OMS).

As farras com bebida, é claro, não estão restritas a adolescentes ou jovens, nem são fato recente. As pes­soas se embriagam desde que as pri­meiras civilizações descobriram as técnicas de fermentação e criaram a primeira bebida fermentada.

 Mas ... algumas pesquisas recentes trazem números preocupantes, mostrando que os jovens começam a se embriagar precocemente, e muitos apresentam problemas sérios relaciona­dos à bebida.

“Muitas vezes as pessoas não dão a devida importância a bebedeiras ocasionais”, alerta a Dra. Beatriz Carlini, professora do Instituto de Prevenção e Atenção às Drogas (IPAD) da PUC-Paraná.

 “Afinal, o álcool não é ilegal como outras dro­gas, e beber “para descontrair’ é um comportamento socialmente acei­to”, observa a psicóloga Vera Da Ros, que já trabalhou na Proad/ Unifesp com jovens usuários de álcool e drogas e é diretora da ONG Dínamo, que tem como objetivo difundir informações responsáveis sobre drogas.

A questão é que essa descontração pode muitas vezes fugir do con­trole, causando problemas muito mais graves, como os acidentes de trânsito, que já são a segunda princi­pal causa de morte de jovens de 20 a 29 anos no Brasil, só perdendo para os óbitos por arma de fogo.

O levantamento “Comportamen­tos de saúde entre jovens estudantes das redes pública e privada da área metropolitana do Estado de São Paulo”, realizado pelo Departamen­to de Medicina Preventiva da Fa­culdade de Medicina da USP, no qual foram ouvidos 871 alunos (com idades entre 12 a 18 anos), mostra números impressionantes:

• 21,5% dos estudantes entrevistados na rede pública e 32,4% da rede par­ticular fizeram uso pesado de álcool (consumiram cinco doses ou mais, em duas horas, nos últimos 30 dias);

* 47,3% dos bebedores pesados da rede pública já sofreram intoxicações; na rede privada, o índice chega a 76,9%.
Quando se fala em “abuso de álcool” ou “problemas com bebida”, logo vem à mente a imagem de uma pessoa dependente, com problemas crônicos de alcoolismo.

 Mas não é bem assim: enquanto no Brasil 5,2% dos jovens são dependen­tes, mais do que o dobro (11,7%) abusa do álcool com frequência.

 “Os adoles­centes bebem para se sentir podero­sos e fazer parte do grupo. E bebem demais. Eles saem de casa para ‘en­tortar’, como dizem, beber até quase cair. Esse tipo de comportamento não caracteriza alcoolismo, mas é extre­mamente perigoso”, observa a psicó­loga Vera Da Ros.

A possibilidade de desenvolver doenças como a cirrose depende da exposição ao álcool a longo prazo, mas todas as vezes que tomamos um porre aumentamos o risco de sofrer um dano físico - mesmo da primeira vez.

 “Uma pessoa que abusa do álco­ol com certa frequência pode desen­volver problemas nos rins, insuficiên­cia cardíaca ou mesmo alterações neurológicas, ou seja, demência.

 Às vezes tudo isso acontece sem que haja nada de errado com o fígado”, alerta o Dr. Roberto Henrique Belo Pereira, coordenador do Centro de Toxicologia da UFRJ.

Em qualquer idade, ao abusar da bebida a pessoa se expõe a um risco muito maior de acidentes de trânsito, quedas, atropelamento, afogamento e outros perigos decorrentes da redução da capacidade de julgamen­to e da coordenação comprometida.

Violência, vandalismo, agressão sexual, relações sexuais sem prote­ção, com risco de gravidez indesejada ou infecção por doenças sexual­mente transmissíveis - todos esses perigos aumentam.

Além disso, pesquisas recentes mostram que o cérebro dos adoles­centes é mais suscetível do que o dos adultos a danos pelo consumo excessivo de álcool.

 “O excesso de álcool prejudica a formação do cére­bro, que ainda está em desenvolvi­mento nos adolescentes”, explica o Prof. Galduróz.
 Estudos confirmam que o hipocampo, associado à memória e ao aprendizado, é afetado nos adolescentes pelo uso excessivo de álcool, apresentando-se com menor volume em quem abusa de bebidas alcoólicas.

 Em outras pala­vras: quem costuma “encher a cara” perde a memória e a capacidade de aprender.

Embora raro, o risco de morte não está afastado em casos de intoxica­ção alcoólica, ou overdose.

Quando um indivíduo bebe demais, o enjoo e os vômitos são a forma que o orga­nismo tem de se desintoxicar.

 “Além de tudo, como o álcool é um sedati­vo muito forte, a diminuição do controle da musculatura pode levar a pessoa a engasgar, ou mesmo aspirar o vômito, causando uma pneumonia grave”, afirma o Prof. Galduróz.

E pior: se a .... pessoa estiver bêbada demais, até mesmo esse reflexo pode falhar.

Segundo o Dr. Roberto Henrique Belo Pereira, a intoxicação alcoólica acontece quando a quantidade de bebida no organismo é tão grande que o fígado não consegue mais metabolizar o álcool: 

“Essa substân­cia, que não foi absorvida pelo fíga­do, intoxica todo o organismo, cau­sando hipotermia e hipoglicemia, e atacando outros órgãos como os rins ou o coração. Se a pessoa não rece­ber socorro médico sem demora, pode sofrer danos irreversíveis ou mesmo morrer.”

Pouco habituados ao álcool, os jovens ingerem num curto período grandes quantidades de bebida, o que leva a concentração de álcool no sangue a níveis perigosamente altos.

 Como essa substância leva cerca de 30 minutos para sér absorvida de todo pelo organismo e entrar na cor­rente sanguínea, ao beber rápido demais a pessoa aumenta as chances de sofrer uma intoxicação.

Beber uma cerveja para fechar o expediente de sexta-feira com os amigos no bar da esquina é uma prática nacional. O consumo per capita da "loura" passou de 22,3 litros, em 1985, para 49 litros no ano passado.

 Atualmente a cerveja só perde mesmo para o café, cujo consumo anual é de 67 litros por habitante. A brasileiríssima cachaça registrou ano passado a produção (industrial e artesanal) de 1 bilhão e 300 milhões de litros, dos quais 99% destinam-se ao consumo interno, numa média de 7 litros por ano.

Correndo por fora estão os energéticos: 12% dos estudantes entrevistados no Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas, realizado pelo Cebrid/Unifesp, revelaram já ter feito uso pelo menos uma vez.

Os efeitos da mistura de bebidas alcoólicas com energéticos foram estudados pela Prof. Maria Lúcia Souza Formigoni, da Unifesp, cujas conclusões constam da edição de abril da revista americana Alcoholism: Clinicai and Experimental Research.

 “Essas bebidas mascaram a intoxicação alcoólica, pois aumentam os efeitos estimulantes do álcool no cérebro (a sensação de prazer) e reduzem a sonolência e o cansaço (efeito depressivo da bebida), dando à pessoa a falsa sensação de que não está embriagada”, alerta a autora do estudo.

No Brasil, a conscientização sobre os perigos do abuso do álcool por adolescentes é relativamente recente. Parte desse esforço pode ser vista na campanha organizada pela Aliança Cidadã Pelo Controle do Ál­cool, que criou o movimento “Propagandasembebida.org.br), por meio do qual uma série de profissio­nais da área de saúde pede a restrição das propagandas de cervejas e outras bebidas alcoólicas e também o cum­primento das leis que proíbem a venda do álcool a menores de 18 anos, e o aumento da taxação dessas bebi­das, entre outras demandas.

O psiquiatra e coordenador da Unidade dc Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad/Unifesp), Ronaldo Laranjeira, defende a limitação no horário de funcionamento dos bares e o aumento de preços como duas medidas que podem ajudar a dimi­nuir o consumo.

 “No Brasil um litro de cachaça custa o equivalente a meio dólar, enquanto nos países desenvolvidos qualquer bebida des­tilada custa pelo menos 20 vezes mais. Pela experiência, nós sabemos que altos preços têm um grande efeito sobre os jovens, no sentido de desestimular o consumo.”
“Os jovens devem receber infor­mações sobre como diminuir os riscos, mas é essencial também que eles tenham condições de seguir as recomendações”, explica a psicóloga Vera Da Ros.

“É importante, por exemplo, que água, sucos e refrigerantes sejam vendidos a preços baixos nos lugares frequentados por adolescentes. Isso acontece em outros países, mas aqui não. Então, não adianta explicar que é importante beber água para se hidratar, se a cerveja 
custa quase o mesmo que a água.


Lembre-se: a melhor atitude é a prevenção. Para obter informações sobre intoxicação, consulte a Rede Nacional de Centros de Assistência Toxicológica.

Postado por Dharmadhannya
Pesquisado em 
revista  Seleções
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