Muito
antiga, na humanidade, a observação de que havia corpos com a propriedade de
atrair outros. Na velha Ásia, muito antes de Cristo, foi encontrado na região
de Magnésia um mineral que atraía o ferro.
E por isso foi ele denominado
magneto, donde deriva a palavra magnetismo.
Analisado
recentemente, foi classificado como tetróxido de triferro (Fe304), ao qual hoje
se denomina magnetita, chamando-se ímãs ao magneto.
Todos
conhecemos essa capacidade do ímã de atrair limalha de ferro, e os são muito
empregados em numerosos campos de atividade.
Magnetismo
humano
- Interessante recordar que essa capacidade de atração é também
observada no corpo humano, e por associação, a ela se chamou magnetismo
animal.
O magnetismo mineral tem sido bastante explorado pela física; muito
menos estudado e observado, o magnetismo animal, apesar dos trabalhos iniciais
e clássicos de Mesmer, Chardel, Puységur, Du Potet, Bué, L. A. Cahagnet e
tantos outros, que citam fatos e aventam hipóteses, mas cientificamente não
chegam a uma conclusão exata e irretorquível.
Em
vista disso, passaremos em revista rapidamente alguns fatos do magnetismo
mineral, comparando-os com o magnetismo humano (animal), a que muitos atribuem
os nomes de faculdade ou capacidade mediúnica. Serão simples sugestões que
poderão despertar interesse em alguns leitores.
A
propriedade do tetróxido de triferro é atrair o ferro. Assim, no corpo humano
há partes definidas que também parecem atrair certas ondas vibratórias, que a
criatura fica apta a sentir e descrever.
Grifamos
o termo atrair, porque não acreditamos existir aí realmente uma atração;
cremos que uma irradiação é recebida e registrada, da mesma forma
que os olhos não atraem as vibrações luminosas, nem os ouvidos atraem as ondas
sonoras: simplesmente recebem-nas e as registram.
Mas ocorre que, quando o
objeto que irradia tem o seu peso-massa menor que o peso-força da
sua radiação, não são apenas os fluidos da radiação que caminham, mas consigo
eles arrastam em direção do receptor o próprio corpo radiante. Dá-nos isso a
impressão de que existe uma atração. Deixamos aos entendidos a solução
desse novo ponto de vista.
Admitimos,
então, que há corpos capazes de receber as vibrações de outros corpos, tal como
o tetróxido de triferro recebe as vibrações do ferro, trazendo-os mesmo a si
quando o peso-força da radiação é maior que o peso-massa do corpo.
Assim verificamos
com a ebonite, que recebe vibrações de cabelos, papel, etc., trazendo-os a si,
quando leves.
Ora,
o mesmo ocorre com o corpo humano, sobretudo com certos órgãos. Por exemplo, as
glândulas pineal e pituitária (epífise e hipófise), que têm a capacidade de
receber as ondas-pensamento da própria mente e de outras mentes, encarnadas ou desencarnadas.
Aceitamos a teoria de que a glândula pineal serve sempre de
intermediária entre o Espírito da criatura e o cérebro. Toda e qualquer ideia
ou pensamento do Espírito é transmitido vibracionalmente e recebido pela
pineal, e através dela é comunicado aos neurônios cerebrais que então a
transmitem ao resto do corpo, agindo sobre os centros da fala, dos braços,
pernas, etc.
Inversamente, tudo o que fere os nervos ópticos, auditivos,
olfativos, gustativos, tácteis, etc., é levado aos neurônios, que o fazem
chegar à pineal e daí então é transmitido por meio de ondas-pensamento ao
Espírito.
Outro ponto para ser pesquisado pelos entendidos.
Assim
como recebe os pensamentos do próprio Espírito, pode também receber os de
outros Espíritos quer na matéria (telepatia), quer desencarnados (mediunismo).
O magnetismo produzido pelo fluido do homem é o magnetismo humano; aquele que provém do fluido dos Espíritos é o magnetismo espiritual.
O
fluido magnético tem, pois, duas fontes muito distintas: os Espíritos
encarnados e os Espíritos desencarnados. Essa diferença de origem produz uma
diferença muito grande na qualidade do fluido e em seus efeitos.
O
fluido humano é sempre mais ou menos impregnado das impurezas físicas e morais do
encarnado; o dos bons Espíritos é necessariamente mais puro e, por isto mesmo,
tem propriedades mais ativas que levam a uma cura mais rápida.
Mas,
passando por intermédio do encarnado, pode-se alterar como uma água límpida
passando por um vaso impuro, como todo remédio se altera se permanece em um
vaso impróprio, e perde em parte suas propriedades benfazejas.
Daí,
para todo verdadeiro médium curador, a necessidade absoluta de trabalhar em sua
depuração, quer dizer, em sua melhoria moral, segundo este princípio vulgar:
limpai o vaso antes de vos servir dele, se quereis ter alguma coisa de bom. Só
isto basta para mostrar que o primeiro que chega não poderia ser médium curador,
na verdadeira acepção da palavra.
O
fluido espiritual é tanto mais depurado e benfazejo quanto o Espírito que o
fornece é, ele mesmo, mais puro e mais desligado da matéria. Concebe-se que o
dos Espíritos inferiores deve se aproximar do homem e pode ter propriedades
malfazejas, se o Espírito for impuro e animado de más intenções.
Pela
mesma razão, as qualidades do fluido humano apresentam nuanças infinitas
segundo as qualidades físicas e morais do indivíduo; é evidente que o fluido
saindo de um corpo malsão pode inocular princípios mórbidos no magnetizado.
As
qualidades morais do magnetizador, quer dizer, a pureza de intenção e de
sentimento, o desejo ardente e desinteressado de aliviar seu semelhante, unido
à saúde do corpo, dão ao fluido um poder reparador que pode, em certos
indivíduos se aproximar das qualidades do fluido espiritual.
Seria,
pois, um erro considerar o magnetizador como uma simples máquina na transmissão
fluídica. Nisto como em todas as coisas, o produto está em razão do instrumento
e do agente produtor.
Por estes motivos, haveria imprudência em se submeter à
ação magnética do primeiro desconhecido; abstração feita dos conhecimentos
práticos indispensáveis, o fluido do magnetizador é como o leite de uma nutriz:
salutar ou insalubre.
O
fluido humano sendo menos ativo, exige uma magnetização prolongada e um
verdadeiro tratamento, às vezes, muito longo; o magnetizador, dispensando seu
próprio fluido, se esgota e se fatiga, porque é de seu próprio elemento vital
que ele dá;
é porque deve, de tempos em tempos recuperar suas forças. O fluido
espiritual, mais poderoso em razão de sua pureza, produz efeitos mais rápidos
e, frequentemente, quase instantâneos. Esse fluido não sendo o do magnetizador,
disto resulta que a fadiga é quase nula.
Entretanto,
além desse tipo de mediunismo, que chamaríamos magnético, temos outro tipo de
mediunismo, realizado por fio fluídico, ligado diretamente aos chakras, e
destes passando aos plexos nervosos que são feixes e entrosamentos de nervos.
Ou seja, os chakras representam em relação aos plexos,
o mesmo papel que a pineal em relação ao cérebro. Lembremo-nos de que o plexo
mais importante do tronco - plexo solar - é também denominado cérebro
abdominal.
Do
mesmo modo que os nervos constituem os condutores fluídicos das vibrações
sensoriais no corpo físico, assim há cordões fluídicos de matéria astral, de
que nossa ciência terrena oficial, ainda nem sequer apurou a existência, embora
citados em literaturas antiquíssimas e bem conhecidas no ocidente (Eclesiastes,
12:6). Nada existe, porém, a esse respeito nos tratados científicos.
PROCESSOS De
IMANTAÇÃO
Uma
barra de ferro pode ser imantada por três processos principais:
a)
Por indução
magnética, que é realizado mantendo-se a barra de ferro próxima a um ímã;
b)
Por atrito,
quando uma barra de ferro neutra é atritada com um ímã, sendo indispensável que
sejam atritados sempre no mesmo sentido, porque o atrito num sentido desfaz a
imantação obtida no outro;
c)
Por corrente
elétrica, quando se enrola em torno da barra de ferro um fio percorrido por
corrente elétrica. Esse processo faz o que chamamos eletroímã.
Vimos
que a mediunidade pode ser inata, tal qual o magnetismo do ímã natural.
Tipos
de Mediunidade - Agora passemos a estudar ligeiramente o despertamento,
chamemo-lo artificial da mediunidade. Também aqui podemos encontrar as
mesmas três modalidades principais que para o ímã mineral (as Leis Cósmicas são
as mesmas para todos e em todos os planos).
Assim como
uma barra de ferro se imanta quando na proximidade de um ímã, assim também pode
uma criatura conseguir comunicações mediúnicas quando ao lado de um médium,
embora seja insensível quando a sós.
Esse fenômeno é obtido, porque a radiação
do médium sensibiliza a aura do sujeito, tornando-o apto a captar mensagens.
Por isso observamos que certas pessoas só recebem quando ao lado de um médium.
Mais comum é a necessidade da presença de um médium para iniciar o
trabalho mediúnico de uma pessoa; feito o desenvolvimento, poderá passar a
receber sozinha. Não é falha pessoal: é que as radiações do médium lhe servem
de agente catalítico para abrir a mediunidade.
Da mesma
forma que a barra de ferro neutra se imanta ao ser atritada, assim a criatura
pode ser predisposta a receber comunicações, ou a abrir a mediunidade,
se lhe forem aplicados passes magnéticos por um médium.
Pensam alguns que o
passe no aparelho novo serve para fazer receber Espíritos, e movimentam as mãos
como se empurrassem alguém. Mas os passes não têm essa finalidade. Devem ser
dados de cima para baixo (sempre no mesmo sentido) para que o efeito não seja
anulado.
Algumas entidades preferem que não sejam aplicados passes, antes da
incorporação, alegando que isso pode influir no animismo. Assim fazendo, porém,
o desenvolvimento é muito mais demorado e talvez não se realize.
Ao aplicar os
passes, o passista magnetiza ou imanta o aparelho, fazendo sensibilizar-se a
glândula pineal (passes na cabeça) para comunicações telepáticas, ou os chakras
(passes ao longo da espinha dorsal) para as ligações fluídicas.
A terceira
maneira de favorecer a imantação é enrolar-se a barra de ferro com um fio
percorrido por corrente elétrica. São os eletroímãs.
Há pessoas, também, que só
se tornam médiuns, ou seja, só ficam capacitados para receber, quando
envolvidos pela corrente da mesa mediúnica, nada conseguindo quando estão a
sós. A corrente da mesa mediúnica aumenta a sensibilidade da pineal e dos
chakras (já vimos que a bateria tem mais força que os acumuladores isolados).
Nesses casos, o aparelho aumenta sua sensibilidade e se imanta, tornando-se
apto a receber as comunicações.
De
acordo com a construção do ímã artificial, pode ele manter a propriedade
magnética por muito tempo, até por anos, ou perdê-la logo depois que cesse a
causa da imantação.
No primeiro caso o ímã é chamado permanente, no segundo,
temporário ou transitório. Os eletroímãs são sempre transitórios, mas os imãs naturais
são sempre permanentes.
Duração
da mediunidade - Podemos dividir os médiuns em três categorias:
a)
Naturais, que
já nascem com essa característica de sensibilidade, e, em vista disso -
qualquer que seja sua religião - não podem evitar os fenômenos psíquicos; é até
frequente que, não se educando a faculdade, nesses casos, o aparelho se
desequilibre mentalmente;
b)
Aqueles que
são permanentes, seja, os que, mesmo não no sendo de nascença, desenvolveram as
faculdades psíquicas, quer por proximidade, quer por atrito (frequência às
reuniões ou passes); e, uma vez desenvolvidos, não nas perdem mais, ficando
obrigados a continuar trabalhando daí por diante, dando vazão natural ao
mecanismo psicológico;
c)
Aqueles que
são temporários, isto é, os que, cessada a causa, cessa o efeito. De
modo geral, os que só recebem na corrente mediúnica, nada sentindo fora dela.
Ou mesmo os que só recebem quando na proximidade de outro médium, ou quando sob
a ação de passes magnéticos (indução magnética ou atrito).
POLOS
As
propriedades magnéticas não se manifestam em toda a extensão do ímã, mas apenas
nas extremidades, chamadas polos.
Quando se trata de uma barra, por exemplo, aparece o magnetismo nas pontas;
entre os dois polos há uma região que não apresenta propriedades magnéticas,
sendo por isso denominada neutra.
As mãos dos
médium - Assim
também no corpo humano, as partes que revelam maior magnetismo são as
extremidades, sobretudo as dos membros superiores tendo-se estabelecido
experimentalmente que o lado direito tem magnetismo positivo (doação) e o lado
esquerdo magnetismo negativo (absorção), porque atrai, coisas negativas, e por
isso os romanos o chamavam sinistro.
Daí
o aperto de mão ser feito sempre com a direita, pois a esquerda absorveria os
fluidos pesados da outra pessoa. Também o sinal da cruz na própria
criatura e a bênção dada pelos sacerdotes (passes em forma de cruz) são
realizados com a mão direita.
Os passes magnéticos de doação realizam-se
com a mesma mão. Assim também, quando queremos homenagear uma pessoa, dando-lhe
amor ou carinho, nós a colocamos a nosso lado direito, para que o lado esquerdo
dela absorva nossas boas vibrações.
No entanto, quando desejamos captar
o amor de alguém, nós a colocamos à nossa esquerda (nas conversas amorosas, no
leito, etc.), para que possamos absorver melhor suas vibrações de carinho. Nos
canhotos, porém, o magnetismo é inverso: positivo à esquerda, negativo à
direita.
Quando
desejamos lançar fluidos, é através das mãos que a fazemos, saindo eles pelas
pontas dos dedos.
Se
suspendermos dois ímãs por seus centros de gravidade, e aproximarmos um do
outro, verificaremos que os polos do mesmo nome se repelem, e os de nomes
contrários se atraem. Daí concluímos que o polo norte geográfico da Terra é um
sulmagnético (já que atrai o polo norte do ímã), e vice-versa.
Corrente
mediúnica -
Compreendemos, então, por que, nas correntes mediúnicas, os componentes se dão
as mãos segurando com a direita a esquerda do que lhe está ao lado. Também por
isso observamos que, por magnetismo natural, as pessoas se atraem quando
possuem temperamentos opostos: violentos atraem dóceis, orgulhosos atraem
humildes, etc. (donde o ditado popular: "duro com duro não faz bom
muro").
Na
mediunidade pode aparecer uma objeção: o médium dócil recebe Espíritos dóceis,
havendo de modo geral consonância de temperamento entre os médiuns e seus
guias. Entretanto, aí não se trata de magnetismo, mas de sintonia vibratória.
Observamos,
todavia, um fenômeno interessante: em certos casos, existe uma impossibilidade
absoluta de certos Espíritos incorporarem em certos médiuns.
E isso ocorre sem
que haja nenhuma dissintonia, pois muitas vezes o Espírito gosta imensamente da
criatura e vice-versa, mas não pode incorporar-se. Supormos que o impedimento
consista numa repulsão magnética entre ambos. Aguardamos, porém, melhores
esclarecimentos de quem seja mais capaz.
Podemos,
então, estabelecer um princípio: as comunicações telepáticas, através de
pineal-pituitária, se fazem por sintonia vibratória; e as fluídicas
(ligações por fio) se realizam através dos chakras-plexos, por magnetismo
positivo-negativo.
Em nossa hipótese, pois, o magnetismo poderá influir na incorporação,
na ligação fluídica, mas não na inspiração ou intuição, que esta se realiza por
simples recepção de ondas vibratórias.
Para
facilitar o estudo, criaram os físicos uma convenção a que denominaram massa
magnética, que corresponde a um ponto ideal, onde se reuniria toda a região
magnética puntiforme. Convencionou-se ainda que duas massas magnéticas: ou
a) são iguais, ou b) uma é o múltiplo da outra.
Há
duas leis (análogas às que regem as cargas elétricas puntiformes) a que
obedecem a atração e a repulsão. Entre duas massas magnéticas puntiformes, isto
é, entre as forças positiva e negativa (separadas pela região neutra):
1-
lei: A
intensidade da força de atração ou repulsão é proporcional ao produto de cada
uma das massas magnéticas.
2-
lei: A
intensidade da força de atração ou repulsão é inversamente proporcional ao
quadrado da distância entre elas.
Passes
e ligações mediúnicas - Essas duas leis valem também para os planos etérico e
astral (como para todos os outros, porque as grandes leis da natureza vigem em
qualquer plano).
Encontramos
de imediato três aplicações práticas: nos passes, nas obsessões e nas
incorporações:
a)
Nos passes
magnéticos a maior intensidade de uma corrente fluídica vai depender da
diferença das massas magnéticas do doador e de paciente. Assim um indivíduo
fraco (FM = 2) ao receber passes de outro forte (FM = 10), terá carga de
intensidade 8.
Observe-se que um é sempre múltiplo do outro. Daí um mais fraco
não dever dar passes magnéticos em outro mais forte que ele: esgotar-se-ia com
pouco proveito. Além disso, acresça-se o valor das emoções entre doador e
paciente (principalmente neste último), no sentido da boa recepção magnética.
Outra observação: os passes magnéticos devem ser dados na proximidade (por
vezes até tocando-se o ponto enfermo), em vista da 2a lei. Note-se,
porém, que tudo isso vale para passes magnéticos, pois os passes espirituais
caem sob outras leis.
b)
O obsessor,
ciente ou inconscientemente, se liga ao obsidiado através do ponto magnético
que lhe ofereça campo de atração. Esse ponto é do polo negativo (passivo) na
vítima, para que ele utilize seu próprio polo positivo (ativo).
Ora, os pontos
magnéticos negativos no encarnado são exatamente os órgãos enfermos,
deficientes, ou, pelo menos, fracos. Nesse ponto dá-se a atração, ligando
magneticamente os dois.
Assim, por exemplo, uma criatura que sofra de deficiência
ovariana é facilmente influenciável nesse ponto, sendo levada à esquizofrenia.
Se a debilidade é hepática, por esse órgão se estabelece a ligação, sendo o
indivíduo arrastado à irritabilidade.
E
tanto maior intensidade na obsessão haverá, quanto nuns diferença houver entre
as forças dos dois e quanto maior for a proximidade entre ambos.
Deduzimos,
então, que a obsessão não é obra, em geral, de sintonia vibratória, podendo até
não haver sintonia nenhuma entre os dois, o que serve de consolo a muitos...
Muito ajudam, ainda, as emoções do obsessor e do obsidiado.
c)
Nas
comunicações, vimos que as telepáticas obedecem às leis da sintonia vibratória;
mas as realizadas por ligações fluídicas podem efetuar-se por simples atração
magnética. Aí temos dois casos:
1.
O
desencarnado é mais forte e positivo e se liga ao encarnado por um ponto
negativo deste (é o caso anterior da obsessão);
2.
O
desencarnado é mais fraco (enfermo, sofredor, etc.) e a ligação é feita do
encarnado (positivo) para o desencarnado, ligando-se exatamente no ponto
magnético mais fraco do desencarnado: o órgão enfermo.
Essa
a razão por que os médiuns, quando incorporam, sentem nos próprios órgãos as
mesmas sensações desagradáveis ou dores lancinantes que o desencarnado está
sentindo: a ligação foi feita entre o órgão sadio do aparelho (polo positivo) e
o órgão enfermo do comunicante (polo negativo).
A
2â lei também é perceptível: se o desencarnado está próximo do
aparelho as sensações são integrais (caso do encosto) porque a
intensidade magnética é máxima. Se a ligação é feita à distância, as sensações
são mais enfraquecidas.
Em
muitos casos é tão violento o acesso de dor do desencarnado e tal seu
desespero, que uma aproximação desequilibraria o aparelho. Neste caso, os
trabalhadores do astral providenciam a ligação a distância, deixando o espírito
onde está (zona trevosa, subterrânea, subaquática, etc.).
Por não saírem do inferno
onde se encontram, os Espíritos não veem o ambiente, e continuam queixando-se
de que estão em trevas.
O
choque vibratório continua existindo, mas muito mais fraco e suportável. O
médium, pela ligação, envia fluidos magnéticos positivos ao sofredor,
aliviando-o aos poucos, até que ele tenha capacidade para aproximar-se,
incorporando, a fim de alcançar melhor medicação.
CAMPO MAGNÉTICO
Assim
denominamos a região que envolva a massa magnética, e dentro da qual esta
consegue exercer ações magnéticas. Consideremos, todavia, que é lei fundamental
que todo e qualquer ímã possui sempre dois polos (+ e -) e somente dois polos,
e um sempre exerce influência sobre o outro.
Mas, teoricamente considerados em
separado, poderíamos traçar um campo magnético próprio a cada polo, para
observar as propriedades de cada campo separadamente.
Afinidade dos
médiuns - Também cada
criatura humana possui dois polos, cada um dos quais cria um campo magnético
que atrai ou repele formas-pensamento, elementais e Espíritos, encarnados ou,
desencarnados, desde que penetrem no campo.
1)
Imantação
sucessiva - Desde que Tales de Mileto (640 - 546 A. C.) falou das propriedades
do magneto natural (e Platão, no Íon, faz Sócrates descrever essa propriedade),
é sabido que, se a um ímã encostarmos uma argola (ou prego) esta fica
pendurada, mas por sua vez passa a segurar uma segunda, a segunda uma terceira
e assim por diante, imantando-se sucessivamente enquanto permanecem no campo
magnético do ímã.
Influências
recíprocas - Isso ocorre com frequência em todos os setores humanos, sejam
comerciais, industriais, artísticos, e também nos círculos espiritualistas.
Assim um líder espiritual atrai a seu campo magnético um grupo de
discípulos e, enquanto estes lhe estão ao lado, vão estendendo a influência do
líder a outras criaturas; mas só o conseguirão enquanto estiverem nesse campo,
pois perdem o magnetismo ao se afastarem. Note-se que esse magnetismo pode ser
usado para o bem como para o mal.
Vemos
também que Espíritos ditos guias do líder, passam a interessar-se pelos
componentes do grupo, acompanhando-os, porque estão no mesmo campo magnético.
Mas também aí vemos o perigo de alguém aproximar-se de uma pessoa com tendência
para o mal: entrando-lhe no campo magnético, seus acompanhantes passam a
influenciá-lo. Perigo outrossim dos contactos íntimos com pessoas
desconhecidas: recebemos-lhes todas as influências maléficas que as envolvem.
2)
Força
magnética - Quanto maior a intensidade da massa magnética, tanto maiores a
força e a extensão do campo magnético.
Assim
verificamos que, quanto maior a capacidade mediúnica, tanto maiores serão a
força (de atração ou repulsão) e a extensão (ou raio de ação) dessa força. Por
isso muitos médiuns (que o vulgo apelida de mata-borrão) atraem tudo o que
existe no ambiente em que se encontram ou por que passam, e de lá saem carregados.
Por onde andam, vão atraindo a limalha de ferro que há no caminho. Daí,
quanto maior a força magnética, maior facilidade em atrair Espíritos
(encarnados ou desencarnados) que caiam sob seu campo magnético.
Nas
sessões é comum assistirmos à entrada brusca de um obsessor, protestando que
não queria vir, mas que "foi trazido à força e com violência e
rapidez".
Simples fenômeno de atração magnética exercida pelo aparelho
mediúnico, por meio da força-pensamento (ou dos mentores em seu lugar).
Daí, ainda, quando o Espírito está incorporado e quer sair: se a força
magnética do médium é maior que a dele, ele não no consegue, por mais que se
esforce para isso.
3)
O quociente
da força pela massa é uma grandeza vetorial constante em módulo, direção e
sentido, para determinado ponto.
Isso
explica por que aqueles que fixam esse determinado ponto em situações elevadas
espiritualmente tendem continuamente, numa grandeza vetorial constante em
modulo, direção e sentido, para o bem, para a ligação com as Forças Positivas
(prece), para o amor. Ao passo que os que o fixam em zonas baixas, apresentam
constantes tendências para a irritação, para a raiva, para o ódio, para o mal.
A
fixação elevada reside na individualidade, no Cristo Interno, e por isso disse
Paulo "tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus" (Romanos
8:28); pois já antes explicara: "os que são segundo a carne, põem sua
mente nas coisas da carne, mas os que são segundo o Espírito, põem sua mente
nas coisas do Espírito: a mente da carne é morte, mas a mente do Espírito é
Vida e Paz" (8:5-6).
E
não é necessária grande evolução para obter-se isso. Seja a massa magnética
grande ou pequena, a força magnética a acompanha sempre proporcionalmente, e
portanto "o quociente de um pelo outro é uma constante vetorial", que
aparecerá em qualquer ponto evolutivo em que se encontre a criatura.
São
as que partem de um polo, atingindo o seu contrário. Um grupo de linhas de
força, forma um tubo de força.
A reunião total das linhas de força, forma o:
Conhecemos,
na prática, o espectro das linhas de força do campo magnético de um ímã,
colocando-o debaixo de uma folha de papel, sobre a qual espalhamos limalha de
ferro.
Os pequenos pedaços se imantam, e cada um deles se torna um imã. O polo
norte de cada um desses pequenos ímãs é atraído, pelo polo sul vizinho, de modo
que se formam verdadeiras cadeias de ímãs.
Essas
cadeias se dispõem no papel exatamente ao longo das linhas de força. A essa
figura chamamos espectro magnético (veja figura).
Bondade
efetiva - Esse é o motivo por que um sofredor, atraído a uma sessão, traz
automaticamente consigo muitos outros do mesmo timbre magnético (que sofrem dos
mesmos males).
E por isso basta atender a um que esteja incorporado, para que
todos os outros, que se acham dispostos na mesma linha de força, sejam beneficiados,
porque recebem os mesmos influxos magnéticos que o incorporado.
Pelo
espectro magnético compreendemos por que Jesus afirmou que "ninguém é bom,
a não ser o Um, que é Deus" (Lucas 18:19). Com efeito, enquanto
mergulhados na personalidade, no plano da forma, do espaço e do tempo, todos
temos os dois polos em nós, o positivo (espiritual-Deus) e o negativo
(material-satânico). E por isso, até o próprio Mestre protestou: "por que
me chamais bom"? (id. ib.).
Só
quando tivermos abandonado totalmente esta dimensão da matéria, é que poderemos
viver integralmente no polo positivo, onde não haja mistura nem influência do
polo negativo.
Por isso também percebemos por que muitas pessoas, embora se
julguem boas (e isso já é prova evidentíssima de que o não são, por causa da
imensa vaidade, pois nem Jesus se julgou tal) sofrem consequências tristes e
até desastrosas.
Explicam
alguns que o mal só atinge a quem com ele sintoniza, e que nenhum trabalho de
magia alcança os bons; e se por acaso algum pegou, é que a vítima deu
uma brecha.
Esquecem que todos temos o polo negativo, pelo qual facilmente
podem penetrar vibrações baixas. Daí o aviso explícito e reiterado de Jesus
(Mateus 26:41): "vigiai e orai, para não serdes experimentados, porque o
Espírito (o positivo) está pronto, mas a carne é fraca (o polo negativo, ou
seja, satanás)".
Ainda
pelo espectro magnético compreendemos o que significa a luta interna que ruge
dentro de cada homem, entre o bem (positivo) e o mal (negativo), um sempre
influenciando o outro: o bem influindo para que o mal melhore, e o mal
influindo para que o bem não seja total. Essa luta foi, personificada
simbolicamente no anjo e no diabo que todos temos em nós mesmos.
Esse
espectro demarca o campo magnético total do imã, e forma uma indução ou fluxo
magnético que impregna o ambiente. Isso explica a razão por que, numa casa em
que todos se dedicam ao bem e vivem no polo positivo, o ambiente é tranquilo,
agradável, leve, limpo.
Mas se os elementos são queixosos, irascivos, doentios,
o ambiente se torna pesado, irrespirável, irritando a todos os que nele
penetram. Daí a necessidade de não se alimentarem pensamentos negativos, para
que o ambiente se não carregue de fluidos magnéticos pesados.
Também
aí encontramos a razão de certas pessoas, ao se chegarem a nós irradiarem paz e
outras nos trazerem desassossego, à simples presença: é o magnetismo de que
estão carregados, positivo ou negativo. E mais ainda: aí reside a razão de as
pessoas gostarem de sentar-se sempre nos mesmos lugares.
Cada um deixa impregnado
com o próprio magnetismo o seu canto, pela constância e insistência de
sua presença, e portanto aí se sente melhor que em qualquer outro lugar. Se
acaso é obrigado a mudar de lugar à mesa, fica irrequieto, como peixe fora
dágua.
Muitas
coisas podem ser explicadas na vida prática, quando se conhecem as leis de
magnetismo, sabendo-as aplicar às criaturas.
No
setor eletromagnético, há três fenômenos a estudar:
1°
Fenômeno
Uma
corrente elétrica, passando por um condutor, produz um campo magnético em redor
desse condutor, como se ele fora um imã. No caso de o condutor ser em formato,
de circulo, observamos a corrente que forma um campo magnético que acompanha
todo o círculo.
Corrente
mediúnica e concentração - Esse fenômeno explica por que em torno de todo o
círculo de pessoas sentadas à mesa mediúnica se forma um campo magnético capaz
de:
a)
Atrair
desencarnados de qualquer tipo (sofredores, obsessores, etc.); e quanto mais
forte a corrente, tanto maior a força de atração, e;
b)
Repelir
aqueles que não devam ou não convém que penetrem no campo magnético, em vista
do magnetismo da corrente.
2°
Fenômeno
Um
condutor, percorrido por corrente elétrica, fica sujeito a uma força se é
colocado num campo magnético. Em outras palavras: a corrente elétrica produz um
campo magnético; dai provêm dois resultados:
a)
Um ímã,
colocado próximo dá corrente, fica sujeito às forças magnéticas da mesma (1°
fenômeno); mas,
b)
O ímã também
produz um campo magnético próprio, e este vai influir sobre a corrente elétrica
que lhe está próxima. Então, duas correntes próximas se influenciam mutuamente.
O
2° fenômeno explica-nos por que a constituição da mesa mediúnica em círculo
fechado (ou quadrado, ou retângulo, mas sempre circuito fechado) influi sobre
os médiuns, da mesma forma que os médiuns influem sobre a corrente.
Assim como
a corrente exerce poder sobre o médium, fortalecendo-lhe a mediunidade assim
uma criatura de forte magnetismo exercerá forças que ampliam a capacidade da
corrente da mesa mediúnica.
Por aí verificamos que uma criatura de magnetismo
fraca (que se
distraia
facilmente), quebra a corrente.
Outra
dedução é que não deve sentar-se próxima à corrente uma pessoa de forte
magnetismo, pois desviaria o curso da corrente.
Mas, de outro lado, ficamos
sabendo que, quando não há outra solução, a criatura que fica de fora, mas
próxima da corrente, permanece protegida e envolvida pela corrente (repare na
figura).
O
ideal, quando há muita gente, é que se formem duas correntes concêntricas, uma
incluída na outra, porque assim se fortalecem reciprocamente.
3°
Fenômeno
Chamado
autoindução ou self-indução: o condutor, que é percorrido por uma corrente,
cria um campo magnético que exerce influência no próprio condutor, e produz
nele um fluxo. Se o campo for variável, o fluxo também o será.
Assim
na mediunidade. Na concentração, o médium cria um campo magnético em torno de
si; esse campo exercerá influência sobre o próprio médium, produzindo nele um
fluxo (de comunicação).
Ora,
ocorre que a concentração sofre variações pela condição humana de encarnados.
Nessas condições, cada vez que a concentração diminui, também decresce o fluxo
da corrente, podendo chegar até a quebra total. E quando volta a aumentar a
concentração, torna a crescer o fluxo, reatando a comunicação.
Isso
explica os altos e baixos que verificamos em muitas comunicações. E também por
que a concentração, mormente em trabalhos de maior responsabilidade, não deva e
não possa ser fraca, nem entrecortada de distrações.
Fonte: Revista Espírita – Allan Kardec
Ano 8 - Setembro de 1865 - Nº. 9
Carlos
Torres Pastorino
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