8 chaves para o desenvolvimento da paz interior
SRI PREM BABA
A paz é a mais elevada das virtudes. É o anseio
secreto de todos os seres. Ela é uma profunda aceitação daquilo que é. É não se
opor a nada ou ninguém. A paz brota da entrega: você entrega todos os seus
problemas à Deus e deixa que o fluxo da vida a leve. Entregar significa não
pensar mais a respeito. Você relaxa e sente autoconfiança. Para isso, é preciso
abrir mão do controle. A paz, portanto, nasce de um profundo confiar.
Olhando para trás, revendo a minha história pessoal,
vejo que a minha busca pela paz começou quando ainda era muito jovem. Antes
mesmo da adolescência, entrei numa escola de conhecimentos espirituais. Certa
vez, um professor disse:
“As pessoas se autodenominam humanas, mas na verdade,
são humanóides - criaturas com cérebro grande e duas pernas que se passam por
seres humanos.
Na condição atual as pessoas são incapazes de perceber o que
realmente precisam. Acreditam que serão felizes se obtiverem este ou aquele
objeto ou título, mas toda essa ganância somente mostra que são ainda muito
imaturos para entenderem que a verdadeira felicidade somente nasce da paz no
coração e na mente.” Quando eu ouvi isso, pensei: “Será que ele está se
referindo a mim?”
Até aquele ponto, tudo indicava que a paz poderia ser
atingida somente através do domínio sobre a matéria. E, de repente, ouvir essa
devastadora crítica sobre a humanidade, e perceber nas profundezas do meu
coração que isso era verdade, foi como um nocaute. Mas, esse ensinamento abriu
as portas da verdade para mim.
Eu pude perceber que a vida frequentemente se resumia
em uma eterna tentativa de forçar o outro a nos amar, e que podemos desperdiçar
uma vida inteira nessa busca inútil. Uma vez que, no mais profundo, você sabe
que amor forçado não é amor, facilmente você encontra razões para lamentar que
não é amado. Com isso, você se distrai e se desvia ainda mais do objetivo de
atingir a paz interior.
Eu compreendi que a paz duradoura somente pode ser
alcançada quando você se liberta da necessidade de receber amor exclusivo, pois
esta é a fonte de todo o sofrimento. Eu diria que essa é a principal doença da
humanidade. Daí nasce o pensar compulsivo e todos os outros desdobramentos.
O
sofrimento é o principal enigma da humanidade. Este é o principal desafio: como
superar o sofrimento? Como superar a dor em todas as suas manifestações? Em
outras palavras, como alcançar a paz?
Através da minha experiência, no trilhar do Caminho do
Coração, eu descobri algumas chaves que abrem as portas para o despertar da paz
interior, as quais eu compartilho com você agora.
Primeira chave: Silêncio.
O silêncio é uma forma de bater na porta do salão da
verdade. Ele é a base que te prepara para qualquer prática; é o alicerce do
edifício da consciência. Tudo que é belo e verdadeiro nasce do silêncio.
Um instante de silencio é suficiente para exorcizar todos
os demônios, porque os demônios são os pensamentos. Se existe um pensamento
compulsivo constantemente assombrando a sua mente, é porque você deu muita
atenção a ele, ou seja, você o alimentou acreditando nele. Mas, ao aquietar a
mente, todos os fantasmas desaparecem. Não importa quão antiga seja a
escuridão, uma pequena fresta de luz dissipa toda escuridão porque ela é
somente a ausência de luz. O silêncio invoca a luz. Quando a mente se acalma,
tudo se acalma.
O preço para a realização espiritual é a solidão. Em
algum momento você vai ter que encarar a si próprio. Por isso é fundamental
aprender a ficar sozinho e em silêncio. Você também pode chamar esta prática de
meditação. Mas, eu não quero que você se perca no labirinto das idéias e
conceitos, na ginástica do intelecto. Permita-se apenas ficar retirado e em
silêncio, observando a grama crescer. Abandone toda a pressa e todo o desejo de
chegar a algum lugar. Feche os olhos e focalize no ponto entre as sobrancelhas.
Brinque de cultivar o silêncio.
Segunda chave: Verdade.
Falar a verdade não quer dizer que você vai sair por
aí dizendo aos outros tudo o que pensa ser verdade, desconsiderando o fato do
outro não estar pronto para ouvi-la, o que pode gerar mais conflito, mais
guerra. Seguir a verdade significa ouvir o chamado do seu coração.
Se ainda há desconforto e sofrimento na sua vida,
significa que ainda há uma camada de mentira te envolvendo. Seja corajoso para
encarar suas mentiras. Sem coragem você não será capaz de encarar a verdade.
Procure identificar quando você ainda não pode ser honesto com você mesmo e com
a vida; quando você tem que usar uma máscara e não pode ser autêntico e
espontâneo; quando você tem que fingir que é diferente do que é. Dê uma olhada
nas diversas áreas da sua vida. Você terá algum trabalho, mas é um bom
trabalho. Lembre-se que “a verdade vos libertará”.
Terceira chave: Ação Correta.
Isso não tem nada a ver com moralismo. A ação correta,
ou ação consciente, não se baseia no que está fora, ou seja, não depende da
aprovação do mundo externo. Não é seguir um manual com regras sobre o que está
certo ou errado. É uma ação determinada pela intuição, que é a voz do silêncio.
É ter coragem de ser você mesmo, autêntico e espontâneo. Agir conscientemente
significa colocar o amor em movimento, ou seja, trilhar o Caminho do Coração.
Quarta chave: Não Violência.
A não violência é a ação sem ego. É a atitude não
contaminada pela vingança e pelo ódio. É não dar passagem para a maldade que
provoca sofrimento no outro, não importa em qual nível.
A não violência ou ahimsa, como é conhecida na
tradição do hinduísmo, não é cruzar os braços e ficar esperando que as coisas
aconteçam. Ela, muitas vezes, envolve ação, atitude. Mas, é uma ação que nasce
do coração - é espontânea e sempre vem com sabedoria e compaixão. Não é o ódio
ou o medo se manifestando.
Eu mesmo já questionei o poder de ahimsa. Parece que
só deu certo com Gandhi, na Índia. Mas, não é verdade. Ahimsa é o remédio que
esse planeta precisa. A compaixão é o remédio e ahimsa é compaixão.
Quinta chave: Amor Consciente
Eu uso esta palavra ‘consciente’, porque a palavra
amor foi degenerada. Nós demos a ela tantos outros significados que não têm
nada a ver com a sua essência. Para o senso comum, o amor está ligado ao
egoísmo, a uma satisfação pessoal. Ele é confundido com a paixão, com o sexo e
até mesmo com o ódio. Isso acontece de uma forma inconsciente: a entidade
acredita estar amando porque não tem consciência do que é amor.
Não é possível definir o amor com palavras, mas eu
posso dizer que amar inclui um desejo sincero de que o outro seja feliz. Inclui
ver o potencial adormecido no outro e dar força para ele acordar. É querer ver
o outro feliz sem querer absolutamente nada em troca. Em última instância, amar
conscientemente significa amar desinteressadamente.
Mas, para que possa utilizar essa chave se faz
necessário que você reconheça o seu desamor. Procure identificar em quais
situações e com quem você ainda não pode ser amoroso. Aonde e com quem o seu
amor não flui livremente? Em que situações o seu coração se fecha? Aí há uma
pista para você. Vá atrás dessa pista e você descobrirá muito sobre si mesmo.
Essa é uma forma de trazer paz para esse mundo: aprendendo a ser amigo do seu
irmão; amigo do seu vizinho. Aprender a não julgar os erros do outro. Antes de
levantar o seu dedo para acusar o outro, olhe para si mesmo, e pergunte: “Será
que eu não tenho um defeito igual, ou outros até piores?” “Será que o meu
vizinho não tem nada de bom para eu focar a minha atenção?” Comece a focar no
bom que o outro tem. Essa é sua grande missão.
Sexta chave: Presença.
Estar presente significa estar total na ação. É
lembrar-se de si mesmo a cada instante. Quando você pode experienciar a
presença, a sua energia cresce e você percebe o amor passando por você. Se
puder sustentar esse estado de alerta, você terá a percepção de que tudo é
sagrado, e a partir dessa percepção, poderá expandir sua energia
conscientemente na direção do outro.
Eu sugiro uma prática bem simples para o seu dia a
dia. Habitue-se a perguntar: Onde estou? O que estou fazendo? Permita-se parar,
apenas por alguns segundos, absolutamente tudo o que você está fazendo. No meio
da ação, pare e pergunte-se: Quem está fazendo? Assim você interrompe a
imaginação e volta para o seu corpo, para a presença, para a totalidade na
ação. Esse é o caminho.
A presença é a chave mestra. Mas, porque não vamos
diretamente para ela? Porque nem todos estão prontos para usufruir dela. Poucos
estão maduros para abandonar o pensar compulsivo, já que isso lhes dá um senso
de identidade. Então, em muitos casos, é necessário um trabalho de purificação
(2), que é este trabalho de transformação do “eu inferior”, para que você
esteja pronto para ancorar a presença. Para isso, o corpo é o portal. Sinta-se
ocupando o corpo. Sinta seu campo de energia e mova-se a partir dessa
percepção.
(2) Veja o glossário de termos psico espirituais para
compreender o significado da palavra purificação utilizada por Sri Prem Baba.
Sétima chave: Serviço Desinteressado.
Servir desinteressadamente significa colocar seus dons
e talentos a serviço do amor. É quando você pode se doar verdadeiramente ao
outro, sem máscaras, sem necessidade de agradar ou fazer o que é certo com a
intenção de ser recompensado. O único objetivo é ver o outro bilhar. Você se
torna o amor que se move em direção à construção.
Acordar pela manhã, consciente de que está acordando
para servir, ilumina a alegria de viver. Naturalmente, a consciência do serviço
aumenta a conexão com o divino, porque, por mais que cada um tenha seus
talentos e dons individuais, ou seja, uma forma particular na qual o amor se
expressa através de você - é o próprio amor que está se expressando. No
serviço, você se torna um canal do amor. Por isso, eu digo que o serviço é uma
forma de manter a chama da conexão acesa. O amor e a felicidade passam por você
para chegar ao outro, não importa o que você esteja fazendo, se está cuidando
do jardim, construindo uma casa, cozinhando, cuidando de uma empresa ou de uma
pessoa.
Oitava chave: Lembrança Constante de Deus.
Lembre-se de que Deus está em tudo: dentro, acima,
abaixo, dos lados - em todos os lugares. Ele é a vida única que age em todos os
corpos e é o seu Eu Real. Essa percepção de que tudo é Um e de que a energia
espiritual se manifesta em todas as formas de vida, promove um profundo
contentamento. Não há palavras para descrever essa experiência, ela só pode ser
vivida. A sua vida se transforma numa prece, numa oferenda a Deus. Pode passar
um tsunami, mas você não se esquece de Deus. Pouco a pouco, a sua fé se torna constante
e inabalável, até que possa sustentar a eterna conexão com Deus.
A partir dessa conexão, você olha para o outro e
enxerga além das aparências, porque você vê somente Deus e assim pode
reverenciá-lo. Este é um sincero namaste: a divindade que está em mim saúda a
divindade que está em ti.
Se verdadeiramente utilizar essas oito chaves na sua
vida, inevitavelmente você irá experienciar a paz. Essa é a minha
experiência.
Durante a fase do desenvolvimento da consciência que
eu chamo de “ABC da Espiritualidade” ou purificação do “eu inferior”, muitas
vezes, descobrimos verdades pouco agradáveis sobre nós mesmos. Durante esse
processo, enfrentamos obstáculos que precisam ser removidos. Aos poucos, nós
aprendemos a identificá-los e removê-los e, ao removermos aquilo que não nos
serve mais, podemos nos tornar canais do amor divino, para que ele flua
livremente através de nós.
(Trecho extraído do livro "Transitando do
Sofrimento para a Alegria")
Pesquisado por Dharmadhannya
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Estou neste momento me unindo com o Poder e a
Força da Unidade, com o poder de todos os anjos, querubins, Serafins, Elohim.
Melchizedek, Sandalfon, Metraton,
Gabriel,
Rafael, Haniel, Miguel, Camael, Tsadkiel,
Raziel, Uriel, Samuel
Os anjos seguem na frente abrindo meus caminhos
e me protegendo Com a Justiça Divina.
Amém!
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