sábado, 29 de dezembro de 2012

"Decifrando o conceito de Energia – Física Quântica"





"Decifrando o conceito de  Energia  – Física Quântica"

Depois da teoria da relatividade, a física clássica perdeu ainda mais terreno, com o advento da teoria quântica. Esse novo rumo da física originou-se com a descoberta de Max Planck, de que a radiação de calor é produzida em pacotes de energia não contínuos, o que destruiu a crença newtoniana na emissão contínua de energia.

Einstein postulou que esses quanta, ou unidades de energia, eram essenciais a toda forma de radiação eletromagnética, inclusive à luz. Na verdade, quanta de luz, chamados fótons, deram à teoria quântica o seu nome.

Pelo fato de os fótons terem sido aceitos como partículas, embora também tenham qualidades semelhantes às das ondas, a princípio não ficou claro se eles deveriam ser classificados como matéria ou como ondas.

 A teoria quântica resolveu essa dualidade ao demonstrar que a matéria não é de fato uma substância física com um lugar definido no espaço ou no tempo, mas que somente pode ser descrita por sua “tendência a existir”, Os físicos descrevem essa “tendência” em termos de ondas matemáticas que são abstrações, diferentemente das ondas de som ou de água, por exemplo.

Essas ondas não podem ser isoladas de outras interconexões de energia; portanto, a integridade básica da matéria é mais uma vez afirmada. Como Capra assinalou:

“A teoria quântica demoliu os conceitos clássicos de objetos sólidos e de leis da natureza estritamente deterministas. No nível subatômico, os objetos materiais sólidos da física clássica se dissolvem em padrões de probabilidades semelhantes a ondas, e esses padrões, em última análise, não representam probabilidades de coisas, mas, antes, probabilidades de interconexões.


Uma análise cuidadosa do processo de observação na física atômica mostrou que as partículas subatômicas não têm significado como entidades isoladas, porém só podem ser entendidas como interconexões entre a preparação de um experimento e sua subsequente avaliação.

 A teoria quântica revela assim uma unicidade básica do universo.

Ela mostra que não podemos decompor o mundo em unidades menores com existência independente.

 À medida que penetramos na matéria, a natureza não nos mostra quaisquer “blocos básicos de construção” isolados, mas, antes, aparece como uma complicada teia de relações entre várias partes do todo”3.

   Se a essência da matéria consiste realmente só em padrões de probabilidades de energia, por que uma parede parece e é sólida?

Acontece que dois “blocos de construção” de matéria são na verdade interações de energia dos átomos que a compõem. Uma dessas interações é a força exercida sobre os elétrons para uni-los ao centro ou núcleo do átomo.

 Os elétrons, entretanto, reagem a esse confinamento girando com muita rapidez, a cerca de 600 milhas por segundo. Na verdade, quanto mais são retidos, mais rapidamente eles giram.

Devido a essas duas interações complementares e simultâneas de confinamento e aceleração, é difícil comprimir o átomo ainda mais, e a matéria assume sua conhecida aparência sólida. Ironicamente, é a vivacidade desses movimentos atômicos que faz a matéria parecer estática e morta.

Com a introdução da teoria da relatividade e sua subsequente comprovação através da física quântica, a antiga teoria clássica, que afirmava que matéria é construída com “blocos básicos”, tais como os átomos, rapidamente se desvanece como tese sustentável.

 Em quatro linhas de pesquisa, a física moderna apóia o conteúdo da teoria da relatividade, de que a matéria não tem definitivos blocos de construção de vida.

A princípio, em experiências preliminares sobre as partículas subatômicas em que o átomo foi dividido, os pesquisadores começaram a descobrir as chamadas partículas “elementares” que teriam apoiado a teoria básica da “matéria”;

porém, posteriormente, essa teoria foi destruída, quando cada vez mais partículas “elementares” foram encontradas, até que totalizaram mais de duzentas — número que dificilmente poderia caracterizá-las como básicas!
Em seguida, houve a descoberta da antimatéria. Os cientistas descobriram que quase todas as partículas elementares de matéria podem ter uma partícula correspondente de massa igual, porém de carga oposta (que provavelmente retrocede no tempo), chamada antipartícula.

Levantou-se a hipótese de que em algum lugar do universo há partículas que complementam as partículas do nosso mundo, as quais, se unidas, se anulariam mutuamente. Acredita-se que somente energia restaria dessa união; não sobrariam partículas.

Em terceiro lugar, descobriu-se que o bombardeamento de partículas em alta velocidade produz uma divisão da partícula, mas as duas ou mais partículas resultantes são duplicatas da original, tendo sido formadas da energia usada na divisão. Essas partículas são destruídas e criadas ao mesmo tempo, e não é possível obter partículas menores.

Finalmente, a matéria também pode ser criada espontaneamente, num vácuo no espaço, a partir de nada que conheçamos atualmente.4.

 Isso pode significar que as partículas no espaço ainda não foram descobertas até agora, ou que a matéria está sendo criada por um processo desconhecido de energia.

 Em qualquer caso, pelo fato de as partículas também serem energia, a energia está criando matéria, direta ou indiretamente. Muito embora os físicos continuem procurando blocos de construção ainda mais básicos, denominados quarks, tudo parece sugerir que, ainda que partículas e subpartículas possam vir a ser descobertas ad infinitum, nenhuma partícula será encontrada como essência da matéria.

 Capra resume este estado de coisas muito bem.
Na física clássica, a massa de um objeto sempre tem sido associada a uma substância material indestrutível, com algum “material” do qual se pensa que todas as coisas são feitas.

A teoria da relatividade mostrou que a massa não tem nada a ver com qualquer substância, mas que é uma forma de energia. Entretanto, a energia é uma quantidade dinâmica associada à atividade, ou a processos.

 O fato de a massa de uma partícula ser equivalente a certa dose de energia significa que a partícula não pode mais ser considerada um objeto estático, mas tem de ser concebida como um padrão dinâmico, um processo que envolve a energia que se manifesta como a massa da partícula¨.65.

Portanto, a matéria pode ser considerada um aspecto da energia cuja forma depende da natureza dos processos energéticos inerentes a seu movimento.

 Em vista disso, o que vemos no nosso mundo físico como formas diferentes de matéria são, realmente, processos vivos (isto é, constantemente em movimento) de padrões distintos de energia ou designs de forma.

Posteriormente, veremos que a forma se relaciona no mundo metafísico com a evolução da alma e sua manifestação através do espírito.

Encontramos uma confirmação indireta, mas interessante, da relação entre forma, matéria e energia no trabalho do físico alemão do século XVIII, Ernst Chladni, e, mais recentemente, do suíço Hans Jenny.

 Ambos mostraram que o som produz padrões específicos de energia. Trabalhando com areia derramada sobre discos de aço, Chladni demonstrou que a emissão de notas musicais num violino fazia a areia distribuir-se em padrões únicos para cada nota.

 Especificamente interessante é o fato de a areia se depositar nas partes do disco onde e havia a menor vibração. Aplicada à matéria, essa experiência pode significar que as partes do material mais ativas ou energizadas não são o que é visto, como a massa, porém o que não pode ser visto, como o processo.

 Com efeito, a qualidade substancial da matéria é o aspecto menos ativo. Isso tem implicações importantes para os psicoterapeutas do corpo.

Mais tarde, Jenny descobriu que os círculos, os símbolos universais da totalidade (como nas mandalas), medeiam padrões de energia que não encontram correspondentes em outras formas.

 Ele também descobriu que a matéria inorgânica, quando vibrada, produz padrões orgânicos, e que, elevando-se o nível do som (isso, aumentando a frequência e a intensidade da energia), consegue-se que padrões estáticos repentinamente comecem a se movimentar. Isso pode ser uma pista para a conexão entre matéria inorgânica (inanimada) e orgânica (animada).

Imagem . Figura de  Chladni.

É interessante que, de acordo com Zukav, os chineses usem a palavra Wu para descrever matéria e energia como uma entidade inseparável.

A palavra chinesa para física é formada de dois caracteres, Wu e Li, que, entre outras coisas, significam “padrão de energia orgânica” e, num outro contexto, “iluminação”.

Pelo menos da perspectiva chinesa, a física — a busca da natureza essencial das coisas — também está relacionada com a espiritualidade através dos conceitos de iluminação.

A iluminação é descrita pelos grandes mestres como um estado de perfeita verdade no qual as realidades relativas são vistas como aspectos complementares da unidade absoluta.

 A verdade absoluta está contida na experiência da totalidade completa. A iluminação pode ser entendida como um estado de evolução no qual se vive continuamente na luz da verdade.

Quando Einstein falou da luz e de seu relacionamento com a massa e a energia, ele estava se referindo à luz física que conhecemos. Num nível espiritual, a luz também é usada como um símbolo de clareza e de visão perfeita.

 Acredito que o interesse científico pela matéria, pela energia, pela luz e por idéias correlatas é de fato um anseio por uma ligação com o reino espiritual. Matéria e energia são permutáveis: ambas estão relacionadas com a luz. O mundo da física está se aproximando da antiga sabedoria que sustentava que, em essência, tudo é um, embora no nível da existência relativa possam manifestar-se formas diferentes.

O objetivo metafísico da física não é descobrir as verdades básicas da vida? Portanto, podemos dizer que a física da energia é na realidade uma pesquisa da natureza essencial da força vital que leva à iluminação, O estudo da matéria como uma forma de energia também é um caminho rumo à iluminação, tal como seus aspectos complementares de força, meio e consciência. Todos os caminhos levam à mesma essência — a totalidade".

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