Nossas forças
Mentais em ação realiza milagres
AMEMO-NOS A
NÓS PROPRIOS
Quando disse: “Vinde a mim todos vós que estais sob um pesado fardo e eu vos darei descanso”, quis dizer: — Vinde a mim, que represento esta grande e incompreensível Lei da Natureza.
Se aqui estivesse agora, ele diria, para dar exemplo da Lei:
“Tenho na mente uma coisa a fazer. Confio no forte desejo de fazê-la. Peço sabedoria para dirigir meus atos. Emprego meu corpo na ação, à medida que o espírito me dirige.
Se não posso ver claramente o caminho, ainda assim confio no desejo ou poder do Infinito de que sou parte, sabendo que a Forma que pus em movimento está trabalhando para mim dia e noite”.
Quando me deito para dormir, faço-o com uma perfeita confiança e Fé que esta Forma alhures me adiantará na realização de amanhã, como a criancinha confia em que seus pais a sustentarão no dia seguinte.
Em tal confiança e Fé, o espírito deixa o corpo e vai a algum plano em que há mais confiança, Fé, conhecimento, prova e compreensão das Leis e de lá envia, pelo fio que o prende ao corpo adormecido mental de confiança , poder e descanso.
BEM conhecido o preceito de Cristo: Amai-vos uns aos outros. Ama ao teu próximo como a ti mesmo. Apesar disso, são muitas as pessoas que costumam esquecer a segunda parte do texto, como querendo significar que devemos amar ao próximo muito mais do que a nós mesmos.
Essa falsa idéia penetrou tão profundamente em nossa consciência que, muitas vezes, para fazer o bem aos seus semelhantes, o homem se esqueceu de si próprio e, cheio de abnegação, sacrificou-se generosamente.
Em muitos
casos, quando nos deitamos, a mente se torna mais ativa do que antes e fica
repleta de planos, projetos, a ansiedades e aborrecimentos Isto cansa o corpo e
produz desassossego e horas de insônia.
A mente é,
então, mais ativa, porque se acha momentaneamente afastada de todo esforço
corpóreo.
Deveis fazer
vossa mente abandonar todo pensamento, ao deitar-vos, e pensar só no repouso. Antes
de adormecerdes, conservai na mente a palavra repouso. A palavra traz a idéia
da descanso, que gradualmente mudará a atitude e a direção de vosso pensamento
e vos trará elementos de descanso.
A princípio
podereis não conseguir alcançar o sono imediatamente, pois tereis de vencer o
hábito mental de anos; todavia, aos poucos, o conseguireis, se perseverardes.
Talvez sejam necessário meses até chegardes a resultados apreciáveis.
Contudo, desde
que tenhais vencido a insônia, não mais tereis de trabalhar para isso. De um
momento para outro, no podeis mudar qualquer hábito mental, que talvez provenha
de anos, da mesma forma que não podeis mudar logo um hábito do corpo, um modo
qualquer, um andar, uma expressão de linguagem.
Se, por uma
razão qualquer, vossa mente estiver muito perturbada, durante o dia, ela
enviará à noite, ao corpo inconsciente ou à existência física inconsciente, o
mesmo elemento perturbador.
A disposição
mental predominante em vosso estado de vigília é a que ocupará vossa mente
durante o sono.
A mente nunca
dorme, como a eletricidade e o elemento que o sol nos envia (a causa da luz e
do calor, quando chega a este planeta) também não o fazem.
A criança é um
espírito que vem a esta vida física com um novo corpo.
Felizmente,
falta-lhe a memória de todas as perturbações da sua existência anterior. É necessário,
no nosso estado imperfeito e de tão pouco poder para governar as nossas mentes
e desviá-las das coisas desagradáveis, que não saibamos o que sofremos no
passado.
Se o soubéssemos, teríamos de começar à idade
de dois anos com as perturbações que tivemos aos setenta, na existência
anterior,
Até certa
idade, a criança tem perfeita confiança em seus pais sobre o fornecimento de
alimentos, roupa e residência. Quando ela começa a trabalhar por si mesma,
surge a perturbação que vai com ela ao leito. Não confia, então, em ninguém,
sendo talvez esta a causa de toda sua perturbação e insônia.
Pouco ou
nenhum valor tem o dizer-se: Confia em Deus, inclui também o dizem as pessoas
que não confiam em Deus, mais em seus próprios esforços físicos, relativamente
fracos, ou na fraca e imperfeita razão que se apóia em coisas inteiramente
físicas.
Quando Cristo
mostrou a criancinha confiante e tranquila aos anciãos da Judéia, que, talvez,
estavam preocupados e aborrecidos e lhes disse: “A não ser que vos tomeis
mentalmente livres de cuidados como esta criancinha e aprenderdes a confiar, em
todas as vossas necessidade, na Infinita Força Onipresente ou Pai, não podereis
entrar no Reino dos Céus” (que é um reino inteiramente mental);
ele quis dizer que o pensamento humano, sendo
fixo persistentemente numa coisa ou fim, porá em movimento a força invisível que
realizará este objetivo e que é a Infinita Forma ou Deus, agindo por nosso
intermédio.
Ele quis dizer
que, se tiverdes um vivo desejo de fazer alguma coisa que vos beneficiará e aos
outros ou ser alguma coisa no domínio da Arte — orador, escritor, ator, pintor
ou inventor;
o desejo vivo e persistente é a grande Forma
invisível que parte de vós como partícula de Deus ou do Infinito Poder
governador de tudo, para conduzir-vos ao êxito.
Mostrou que
quanto mais confiais neste desejo, depois de terdes feito planos e esforços
razoáveis para os resultados materiais, deixais de lado as preocupações e
cuidados a respeito deles, maior será a Forma realizadora que age para vós.
Existe uma
razão muito nobre e muito justificada para nos amarmos a nós próprios, e também
é certo que nenhum progresso espiritual de verdade se obterá, se se prescindir
deste nobre amor de si próprio.
Todo progresso
e adiantamento espiritual implica sempre a cultura de todas as nossas
faculdades e talentos, implica o desenvolvimento perfeitamente harmônico do
homem e da mulher.
O desenvolvimento espiritual
produzido por nossa incessante prece ao Poder Supremo, nos trará a capacidade
necessária para mantermos o corpo em perfeita saúde, de forma que possamos
subtrair-nos de todas as espécies de doenças e dores, como é certo também que
elevará o homem acima das presentes limitadas posições da sua mortalidade.
O nobilíssimo
amor de si próprio beneficia tanto aos outros como a nós próprios. Quando
amamos a uma pessoa, comunicamos-lhe as nossas próprias qualidades mentais e,
se tal pessoa se encontrar em nossa própria condição mental, os elementos que
lhe enviamos constituirão para ela elementos produtores de vida e saúde, na
proporção de sua qualidade absorvente e assimiladora.
Se pensamos
mal de nós próprios, se somos muito pobres de espírito e nos contentamos de
viver à custa dos outros, sem termos nenhum cuidado pela aparência e bom aspecto
de nossa pessoa ou, também;
se nos empenhamos em angariar muito dinheiro
por qualquer forma que seja, boa ou má, é porque não acreditamos que exista um
Poder Supremo que governa e rege toda a nossa vida por meio de leis justas e
imutáveis;
convencidos de que todas as coisas estão
abandonadas a si próprias e que a vida é apenas uma luta encarniçada entre os
viventes. Com isso, comunicamos mentalmente essas crenças a quem amamos, e, no
caso do nosso amor ser aceito e retribuído, constituirá um meio de nos
afundarmos, em vez de um poder para nos elevarmos.
Como poderemos
sentir mais puro e acrisolado amor por qualquer pessoa, se não o sentirmos por
nós próprios? Se descuramos ou zombamos de tudo quanto se refere ao nosso
corpo; se nunca lhe dirigimos um único pensamento de admiração ou gratidão
pelas inúmeras funções que, com tanta perfeição, desempenha;
se olhamos
para o nosso corpo com igual indiferença com que o fazemos para a estaca a que
prendemos o nosso cavalo, comunicaremos à pessoa a que mais nos prende o
coração e que mais nos preocupa o espírito, idênticas qualidades sentimentais
ou simplesmente o idêntico modo de sentir a nosso respeito, originando nela uma
disposição espiritual que terminará por produzir-lhe análogo sentimento de
menosprezo por si própria. Isto o que
mais frequentemente sucederá.
Pode, porém,
dar-se o caso de que, buscando tal pessoa a luz do Infinito, se veja forçada a
defender-se e repelir, portanto, o amor que lhe ofertamos, achando-o
excessivamente baixo e grosseiro. Nisto consiste o erro de muitas mães quando
dizem:
“Esqueço-me de mim própria e
do meu bem-estar para melhor assegurar a felicidade e a fortuna de meus filhos;
dar-lhes-ia até a minha vida, se dela precisassem”.
Tudo isto quer
dizer: “É-me indiferente fazer-me velha ràpidamente e perder toda a minha
beleza; não me importa viver como uma escrava e sofrer mil privações, contando
que meus filhos possam receber uma educação e brilhar na sociedade.
Já nada mais sou do que um traste velho e
despedaçado, desfeito pelo tempo e que pouco durará. Desta forma, o emprego que
melhor posso fazer das minhas escassas força é servir de uma espécie de ponte
para meus filhos entrarem no mundo e representarem um brilhante papel na
sociedade;
enquanto eu fico obscuramente, dentro do meu
lar, desempenhando, muitas vezes, até as humildes funções de criada de quarto e
de cozinheira”.
Com este
excessivo e errôneo amor de sua mãe, recebe a jovem este pensamento de autodesprezo
e olvida-se de si própria, absorvendo-o e assimilando-o, até chegar a constituir
uma parte do seu próprio ser.
Vive a mocinha
nesta atmosfera mental, recebendo a sua influência e, trinta anos mais tarde,
diz e faz exatamente o mesmo que a mãe fez, metendo-se, por sua vez, a um
canto, como se costuma dizer, para, por seu turno, exibir e pôr bem em
evidência sua filha. Assim como certos traços de caráter dos antepassados são
transmitidos de pais a filhos, igualmente recebe e absorve o filho certos pensamentos
e idéias de seus pais, e o sentimento de culpa prevalece, embora até mesmo, às vezes, mal os tenha
conhecido.
Quando em
nossos desejos e aspirações obedecemos ao que o Infinito espera de nós e nos
servimos do nosso próprio corpo para dele fazermos um bom e nobre uso,
obteremos um aumento incessante em nossas forças mentais, de beleza, harmonia as
quais, transbordando de nós, irão beneficiar os outros.
O verdadeiro e
mais puro amor de si próprio significa se justo consigo mesmo. Se formos
injustos conosco, inevitavelmente o seremos também com os outros, que, muitas
vezes, valem menos do que nós; e a vida
retorna com a injustiça do destino.
Um general que
a si próprio se privasse dos alimentos necessários e desse todo o seu pão a um
soldo faminto, nada mais faria do que enfraquecer o corpo e, por consequência,
as faculdades mentais, atenuando, assim, a sua capacidade para comandar, dando,
destarte, ao inimigo mais probabilidade de o derrotar e, com essa vitória, ser
destruído o exército inteiro.
O que devemos saber, antes
de tudo,e que o Infinito nos ensinará quando lho pedirmos, é o nosso verdadeiro
valor com relação a todos os outros. Na devida relação e em proporção com o
nosso próprio querer, virão para nós todos os agentes necessários para
robustecermos e melhorarmos, até onde precisamos, as nossas condições
materiais.
Ninguém pode
fazer coisa alguma proveitosa para si ou para outrem, vivendo numa choupana
mísera, cobrindo-se de andrajos e privando o espírito de gozar das suas mais
puras e nobres inclinações, porque, dês- te modo, conduzirá sempre consigo a
atmosfera dos infectos lugares em que vegeta, cuja perniciosa influência
degrada e envilece tudo quanto toca.
Se o Infinito
agisse à guisa de certos homens, não nos mostraria o céu constelado de
esplendorosos sóis, nem o campo refletiria a sua glória nos variadíssimos matizes
de suas folhas e flores, nem na brilhante plumagem de seus pássaros, nem nas
suaves magnificências do arco-íris.
O que, na
maioria das vezes, impede o exercício do amor de nós próprios e faz com que os
homens nunca se prestem justiça, é uma perniciosa idéia, expressa nestas ou em
semelhantes frases: Que dirão de mim?
Como me julgarão, se concedo a mim próprio o
que de direito me pertence? Se levássemos esta idéia ao extremo, dar-se-ia o
caso de ninguém poder andar de carruagem, enquanto todos os pobres não tivessem
também o seu coche, assim como o general não podia comer o necessário, com
receio de que algum soldado faminto lhe dissesse que ele se banqueteava e se
embebedava, enquanto ele, pobre soldado, ainda estava em jejum.
Quando
chamamos em nosso auxílio a Sabedoria Infinita, e a nossa vida é regida por
princípios fixos, não somos dominados pelo medo da opinião publica, nem pelo
desejo de merecer só a aprovação dos outros, podendo estar bem certos de que o
Supremo Senhor cuidará de nós.
Se, para
viver, vos empenhais de alguma forma em acomodar-vos a outros, nunca o
conseguireis e quanto mais vos esforçardes, mais desarrazoados e exigentes eles
se tornarão.
A direção da nossa vida está, ao mesmo tempo,
nas mãos de Deus e nas nossas próprias, e quando ela for regida e influenciada
por uma outra fonte qualquer, então entraremos no pior e mais escabroso dos
caminhos.
Pouquíssimas
são as pessoas que realmente se amam e prezam a si próprias. Muito poucas
também são as que sabem amar o próprio corpo com todo o carinhoso amor que lhe
devem, amor que incessantemente lhes aumenta a saúde e a vida, e também as
tornam aptas para nobremente gozar do mundo.
Alguns põem
todo o seu amor no que só é aparente e se vê no seu corpo; outros nos alimentos
com que pretendem nutri-lo, e ainda outros nos prazeres que esse corpo lhes
pode proporcionar.
Não se ama nem
se preza a si mesmo aquele que põe todo o seu amor nos alimentos que ingere ou
o que mantém sempre o corpo sob a influência de estimulantes nocivos.
Do homem que
força o seu corpo ou o seu espírito a dar-lhe toda espécie de prazeres ou que
os afadiga em excesso nos negócios, também se pode dizer que não ama nem preza
a si próprio como devia.
Age sem a menor consideração pelo instrumento
— o corpo — em que tanto tem de confiar e tão necessário lhe é para a mais
perfeita expressão de suas idéias.
O que assim procede é como o operário que,
negligentemente, deixa embotar ou enferrujar a melhor de suas ferramentas ou de
qualquer modo permite que ela se estrague, ficando, desta forma, privado de
executar os trabalhos mais úteis e delicados.
Não sente o
verdadeiro amor por si mesmo aquele que, dentro dc casa, anda sujo e
esfarrapado, a roupa veste o seu miserável personagem no mundo adornando-se
apenas com os melhores trajos somente quando vai passear ou fazer qualquer
visita. Procedendo destarte, mostra ser unicamente um escravo da opinião dos
outros.
Existem
pessoas de quem se pode dizer que só se vestem fisicamente, quando há,
certamente, um modo espiritual de usar o vestuário que pode mesmo ser apreciado
pelos outros, e o é, na verdade, consistindo num certo ar, aspecto, distinção
natural ou um não sei quê de cativante ao envergar os seus trajes, que alfaiate
algum pode dar e que ninguém pode ensinar.
O avarento não
ama a si próprio, — ama o seu dinheiro muito mais do que a si próprio. Vive com
o corpo faminto, recusando-se todos os gozos; compra as coisas mais baratas,
portanto, sempre as piores, e priva-se de todos os prazeres e comodidades,
desde que lhe possam custar dinheiro, por pouco que seja.
O avarento faz consistir todo o seu amor nos
sacos de ouro, e precocemente ver-se-ão em seu corpo os evidentes sinais do
pouco ou nenhum amor que a si próprio dedica.
O amor é um
elemento material, assim como a água ou o ar, apresentando grande diversidade
de qualidades, modalidades e predicados, conforme o caráter, o modo de ser e o
estado mental de quem o sente, podendo, como o ouro, estar também misturado
assim precioso sentimento com os elementos mais baixos e grosseiros.
O que estiver
em mais estreita e intima conexão com a Mente Infinita, com a abundância do
Criador, com a Graça e com mais
perseverança, persistência e energia lhe pedir a sabedoria necessária, será
certamente o que fruirá do amor mais puro e elevado.
O pensamento e
o olhar de alguém que sabe sentir este verdadeiro amor, são de um valor
inestimável para aquele a quem se dirige; mas o que ama deve ter especial
cuidado em ser, por assim dizer, econômico na sua simpatia para com os outros e
dedicar grande amor a si mesmo, para se tornar o melhor possível.
Aquele que não foi acolhido com amor na infância pela família, não
viveu a experiência de um espelho amoroso e acolhedor, mostra dificuldade de exercer o amor a si próprio.
São muitos os
que deduzem dos ensinamentos religiosos recebidos que o corpo e suas funções
são coisas vis e origem de depravações; uma barreira, um obstáculo para o ser
humano poder elevar-se a uma vida mais nobre e pura; que o corpo nada mais é do
que corrupção e alimento de vermes, destinado a converter-se, por fim, em pó,
terra, cinza e nada.
Tem-se
afirmado inúmeras vezes que o corpo deve ser mortificado, que a carne tem de
ser martirizada, flagelada e sujeita às mais rigorosas penas, para castigo da
sua inclinação ao mal e à perversidade.
Até a
juventude, com toda a sua esplendorosa formosura e vigor, tem sido considerada
como um grande pecado ou, pelo menos, como uma condição especialmente inclinada
ao pecado.
Quando alguém
mortifica ou martiriza, por qualquer forma, o seu corpo, ora fazendo-o padecer
fome, ora vestindo-o miseravelmente ou vivendo em lugares tristes e
repugnantes, o que faz é dar origem à idéia tão nociva do ódio contra si mesmo.
O ódio a si próprio ou aos outros constitui um
violento veneno mental, Um corpo pelo qual se sente ódio nunca pode gozar de
saúde perfeita.
Nenhum corpo
será expurgado de suas tendências mais baixas e grosseiras, quando o seu dono
continuamente o faz o único responsável por elas, castigando-o sem cessar pelos
seus pecados, considerando-o como um obstáculo para a perfeição, e que seria
grande fortuna poder abandoná-lo.
A religião, ou o que agora como tal se tem
tomado, fez do corpo a vítima expiatória, acusando-o de toda espécie de pecado,
conseguindo apenas, desta forma, enchê-lo de pecados verdadeiros.
O resultado
mais tangível deste modo de pensar foi que todos aqueles que assim têm encarado
e professado a religião, se têm visto sempre cruciados de enormes dores e
enfermidades; decaem e debilitam-se-lhes os corpos, e a sua morte, a maior
parte das vezes, é precedida de longas e terríveis doenças.
Pelos seus frutos os
conhecereis; pois bem, os frutos de uma fé e condição mental semelhante
demonstram evidentemente que estão fundadas num erro.
Existe uma
mente carnal ou material que é própria do corpo; é a que pertence ao
instrumento de que o espírito se serve para agir no mundo físico.
Existe, pois, uma mentalidade mais baixa e
grosseira do que a mentalidade mais pura e mais elevada do espírito. Mediante a
constante prece ao Infinito, podemos torná-la adequada para, um dia, no futuro,
agir em perfeito acordo com o próprio espírito.
O Poder Supremo pode enviar-nos e no-lo
enviará decerto, por fim, o supremo amor para o nosso próprio corpo, pois é necessário
sentir esse amor, porquanto deixar de amar esse corpo é deixar de amar a
própria Mente Infinita.
Não desejamos
que se entenda, por tudo quanto a este respeito temos dito, que tenhamos
forçosamente de ter mais amor ao nosso corpo, amá-lo exclusivamente, nem
tampouco que devamos agora proceder de modo inteiramente diverso daquele por
que temos procedido até aqui.
Devemos é uma
palavra em que está encerrada uma idéia que se refere aos outros com os quais
nada temos que ver. É insensato dizer a um cego. “Tu deves ver”, como nenhuma
razão há também para se dizer a alguém: “Não deves ter este ou aquele defeito
de caráter”.
Seja qual for
a nossa condição mental, operamos sempre em concordância com ela. Nenhum homem
pode acrescentar um átomo sequer de amor ao que atualmente consagra a si
próprio. Só a Mente Infinita o pode fazer.
Todo erro que
hoje deforma o nosso caráter ou as nossas crenças, há de influir forçosamente
em nosso modo de pensar e agir. Não possuiremos, porém, sempre a mesma
mentalidade; dito foi, mais de uma vez, que esta é suscetível de se modificar e
se vai modificando todos os dias.
À medida que
lhe formos pedindo, a Mente Onipotente irá infiltrando ou fazendo brotar em
nossas mentes verdades novas e novas crenças, e, à medida também que estas
forem expulsando de lá os velhos erros, ir-se-ão operando nela também as
mudanças necessárias ao caminho da perfeição tanto física corno espiritual,
ficando certos de que estas progressivas mudanças nunca terão fim.
Para chegar, porém, a esse desejado alvo, só
existe um caminho, e esse caminho é o da incessante e cada vez mais sincera,
devotada e veemente prece, dirigida à Mente Infinita para nos conduzir pela
estrada da perfeição.
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