9 razões pelas quais seu corpo pede
fibras
A substância presente
em certos vegetais baixa a pressão, controla o açúcar no sangue, ajuda a
emagrecer e muito mais
Por Thaís Manarini
As fibras, ingredientes
naturais de frutas, hortaliças e cereais – hoje também adicionadas pela
indústria a alguns produtos – melhora a vida em diversos aspectos e bate de
frente com uma penca de doenças. Quer um futuro saudável? Então você tem que
comer mais. Veja os motivos:
Para dormir bem
A conexão entre a
ingestão de fibras e a maior facilidade de pregar os olhos é tão nova quanto
intrigante. Ela veio à tona depois que cientistas da Universidade Colúmbia, nos
Estados Unidos, convidaram 26 homens e mulheres para dormir cinco noites no
laboratório de
pesquisa.
Nos primeiros quatro dias, os voluntários seguiram uma
dieta planejada por nutricionistas (e recheada de fibras). Nas últimas 24
horas, porém, eles próprios escolheram sua comida – e aí os itens fibrosos
perderam a vez para os lotados de gordura.
Ao analisar os exames
da turma, os estudiosos concluíram que no único dia de dieta desequilibrada a
qualidade do sono sofreu abalo – houve maior demora para desligar e mais
despertares. Já o alto consumo de fibras contribuiu para um sono de ondas
lentas.
“E esse é o mais restaurador”, traduz a médica Luciana Palombini, do Instituto
do Sono, em São Paulo. As explicações para o achado ainda ficam no campo das
hipóteses.
“Esse efeito pode ter relação com a liberação de alguns
neurotransmissores”, diz a nutricionista Marie-Pierre St-Onge, coautora da
investigação.
Quem arrisca outra teoria é a nutricionista Maria Fernanda
Naufel, da Universidade Federal de São Paulo: “Temos evidências de que um
desequilíbrio na flora intestinal favorece a insônia. E as fibras têm tudo a
ver com a melhora da flora”.
Para respirar melhor
O que uma coisa tem a
ver com a outra? Respire fundo que a gente conta. Pesquisadores da Universidade
de Nebraska, nos Estados Unidos, avaliaram o estado dos pulmões e o consumo de
fibras de 1 921 pessoas com idade entre 40 e 79 anos.
“Descobrimos que, entre
os voluntários com ingestão elevada, havia uma maior porcentagem de indivíduos
com a função pulmonar normal”, relata a nutricionista Corrine Hanson.
Os números falam por
si: só 14,8% dos que seguiam uma dieta mais fibrosa apresentavam alguma
restrição nas vias aéreas, ante 29,8% dos que mal consumiam a substância.
Na
prática, isso significa que os apreciadores de fibra corriam menor risco de
enfrentar bronquite, asma e por aí vai. E não pense que é preciso engolir um
caminhão de vegetais e cereais para o ar fluir desimpedido. No estudo, os donos
de pulmões saudáveis ingeriam pelo menos 17,5 gramas – quantia nem tão penosa
de alcançar.
“As fibras têm propriedades anti-inflamatórias”, justifica
Corrine. Ao que tudo indica, isso ajuda a minimizar agressões às vias respiratórias
típicas de quadros como bronquite, asma e doença pulmonar obstrutiva crônica, a
DPOC.
“Há indícios de que as fibras protegem contra várias doenças decorrentes
do tabagismo, caso da DPOC”, nota o pneumologista Elie Fiss, do Hospital Alemão
Oswaldo Cruz, em São Paulo.
Para controlar a
pressão
Maneirar no sal é a
principal mudança alimentar sugerida para domar a hipertensão, um dos estopins
para infartos e derrames.
Mas essa não é a única medida que tem eficiência
garantida. Experts da Universidade Tulane, nos Estados Unidos, se debruçaram
sobre 25 estudos e constataram que a ingestão de fibras tem papel expressivo no
controle da pressão.
Na Holanda, mais especificamente na Universidade
Wageningen, outra revisão robusta também deu a essas substâncias o posto de
parceira das artérias.
Segundo a nutricionista
Marcia Gowdak, diretora científica da Sociedade de Cardiologia do Estado de São
Paulo (Socesp), a resposta para o benefício recai na insulina.
“É que esse
hormônio funciona melhor na presença das fibras. Quando isso ocorre, há um
estímulo à produção de óxido nítrico”, descreve.
Essa molécula, por sua vez,
mantém os vasos relaxados. Daí a pressão não tende a subir, e o sangue trafega
numa boa. Outra explicação diz respeito à capacidade de certas fibras –
popularmente conhecidas como solúveis – formarem um gel viscoso, que diminui a
velocidade do bolo alimentar lá no trato gastrointestinal.
“Quanto mais tempo
ali, maior a absorção de nutrientes”, raciocina Marcia. Entre outros elementos,
o organismo acaba ganhando mais magnésio e potássio, cruciais para o controle
da pressão arterial.
Para baixar o
colesterol
Existe mais uma bela
razão para chamar as fibras de tutoras do coração: elas ajudam a manter as
taxas de colesterol em um patamar seguro, vantagem já sinalizada por diversas
pesquisas mundo afora. É que essas substâncias incitam a eliminação de ácidos
biliares, que são constituídos por uma boa dose de moléculas gordurosas.
“Portanto, para formar mais ácido biliar, o organismo precisa recrutar o
colesterol circulante no sangue”, explica a nutricionista Eliana Giuntini, do
Centro de Pesquisa em Alimentos, vinculado à Universidade de São Paulo e à
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FoRC – USP/Fapesp).
A história é ótima e, o
melhor, não termina aí. Lá pros lados do intestino grosso, as fibras
alimentares são fermentadas por bactérias, dando origem a compostos batizados
de ácidos graxos de cadeia curta. Um deles é o propionato.
Esse elemento de
nome esquisito teria a capacidade de reduzir a produção de colesterol no
fígado. De novo, não precisa ficar bitolado e levar a feira inteira para casa.
Um excelente plano é colocar uma fonte de fibra em cada refeição. E isso pode
acontecer aos poucos, sem afobamento.
Há estimativas de que, para cada
acréscimo de 1 grama de fibra na alimentação – especialmente a proveniente de
frutas, leguminosas e aveia –, o colesterol LDL, dito ruim, já caia 2 mg/dl.
“Isso representa uma redução de mais ou menos 4% no risco cardiovascular”,
calcula Marcia, da Socesp.
Para evitar a prisão de
ventre
Uma das funções
clássicas das fibras é aumentar a frequência de visitas ao banheiro. Isso
porque elas são responsáveis por dar peso e consistência ao bolo fecal. Ao
reter líquido, ainda conferem maciez às fezes, facilitando sua eliminação.
Mas
para que elas realmente cumpram esse papel é primordial se hidratar direito.
“Se não tomar água, as fibras promovem o efeito inverso, isto é, prendem o
intestino”, alerta a nutricionista Giovanna Müller, da Nutrindo Assessoria e
Consultoria Nutricional, em São Paulo.
Para combater o câncer
de intestino
Ao agirem nas bandas do
intestino, as fibras não nos livram apenas da constipação. Tê-las circulando
por ali espanta uma baita ameaça, o câncer. Em uma revisão de 25 estudos,
publicada no renomado British Medical Journal, cientistas chegaram até a definir
a porção ideal para evitar um tumor na área que abrange todo o intestino
grosso, incluindo o cólon e o reto. Segundo eles, adicionar 10 gramas de fibras
à rotina diminui em 10% a probabilidade de encarar a doença.
“É significativo,
considerando que se trata de um câncer muito incidente”, analisa o cirurgião
oncológico Samuel Aguiar Júnior, diretor do Núcleo de Tumores Colorretais do
A.C.Camargo Cancer Center, em São Paulo.
Lembra que as fibras estimulam o
funcionamento do intestino? “Pois isso reduz o tempo de contato de substâncias
que causam câncer com as paredes do órgão”, esclarece a nutricionista Thainá
Alves Malhão, do Instituto Nacional de Câncer, o Inca.
Mas essa não deve ser a
única justificativa. “Se fosse assim, pessoas constipadas teriam maior risco de
tumor colorretal. E não é o caso”, pondera Aguiar Júnior. Logo, há outras
explanações no ar, como a de que as fibras auxiliam na menor produção de ácidos
biliares secundários. “Eles possuem ação tóxica sobre a mucosa do cólon,
contribuindo para a proliferação de células anormais”, aponta Thainá.
Para proteger contra
mais tumores
Escalar as fibras na
dieta ajuda a espantar outros tipos de câncer. Em um levantamento da
Universidade Harvard com mais de 90 mil americanas, aquelas que caprichavam em
itens fibrosos exibiam menor risco de câncer de mama.
“Isso é recente, mas
acredito que possa ter a ver com a flora intestinal”, arrisca Eliana. “Uma
dieta cheia de fibras altera a sua composição, o que interfere no funcionamento
do sistema imunológico”, concorda Jeremy Nicholson, professor do Imperial
College London, na Inglaterra. E células de defesa mais espertas seriam capazes
de podar o mal logo pela raiz.
Para perder peso
Ninguém precisa se
submeter a uma série de restrições à mesa para emagrecer. Hábitos simples, como
respeitar as orientações para o consumo de fibras, são bem-vindos à cintura. Em
uma experiência da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, 240
pessoas foram divididas em dois grupos.
Um recebeu incentivo para colocar 30
gramas diários de fibras na rotina. O outro seguiu um esquema mais complexo,
com recomendações como escolher proteínas magras, reduzir a ingestão de sal e
açúcar e beber pouco ou nada de álcool, entre outras.
Veja só: as duas turmas
secaram de forma parecida. Para a autora da pesquisa, Barbara Olendzki, isso
evidencia que privilegiar as fibras pode ser um jeito mais simples de estimular
a perda de peso. “Elas propiciam sensação de saciedade”, justifica. Isso ocorre
porque tornam a digestão mais lenta, o que faz o açúcar ser liberado de forma
gradual no sangue. Quando a insulina (que permite o uso da glicose) não dispara
nem fica sobrando na circulação, a fome demora a dar as caras.
Para manter as taxas de
açúcar em ordem
Como as fibras ajudam a
disponibilizar glicose para a circulação em ritmo vagaroso, também cai o risco
de o diabete tomar conta da área. Ora, se o açúcar sobe rápido demais, é
preciso uma enxurrada de insulina para colocar a casa em ordem.
“Só que chega
uma hora em que o pâncreas não consegue produzir esse hormônio na quantidade
necessária”, informa Eliana. Pior é que, nesse cenário, a pobre insulina nem
consegue trabalhar direito. Olha o diabete chegando.
Mas a fibra tem outra
carta na manga contra a doença. A endocrinologista Ticiana da Costa Rodrigues,
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, conta que pessoas com diabete tipo
1 (versão autoimune da encrenca) sofrem com uma atividade inflamatória
exacerbada, o que as expõe a um maior risco cardíaco.
“Só que indivíduos que
comem mais fibras apresentam maior controle sobre a inflamação”, afirma. Eis um
presente da dieta para blindar o coração – sobretudo de quem tem diabete.
Colaborou Thiago Castro
7 Sinais que seu corpo
pede pra você comer mais Fibras
A fibra é um
carboidrato indigesto que seu corpo precisa para funcionar corretamente. Se não
estiver obtendo a quantidade necessária de fibras, seu próprio corpo irá
informá-lo.
Os requisitos de fibra
variam de acordo com a idade e o sexo.
As seguintes são as quantidades
diárias recomendadas de fibra, de acordo com o Institute of Medicine:
Incluir fibras em sua
dieta não é um grande problema, pois a fibra é encontrada em quantidades
adequadas em frutas, vegetais, produtos integrais e feijões secos. Mas muitas
pessoas ignoram a importância da fibra e acabam comendo muito menos do que o
que seu corpo precisa.
Após uma dieta rica em
proteínas e com baixo teor de carboidratos pode levar a uma menor ingestão de
fibras. Pode-se também carecer de fibra na sua dieta se comerem carboidratos
principalmente processados e refinados, como pão branco, massas regulares e
lanches.
A ingestão baixa de
fibras pode levar a diferentes
problemas no corpo, que muitas vezes pode ser corrigido simplesmente por
comendo a quantidade certa de fibra.
Aqui estão alguns dos sinais de que
seu corpo quer que você coma mais fibra:
1. Constipação
A constipação é o sinal clássico de que você não está comendo fibras
suficientes. Você sofre de constipação se você tem menos de três movimentos
intestinais por semana ou suas fezes são difíceis, secas e difíceis de passar.
Adicionando mais fibra
na sua dieta pode ajuda com constipação. A fibra ajuda a formar fezes macias e
volumosas, aliviando e prevenindo a constipação. As fezes maiores e mais suaves
ajudam a mantê-lo regular.
Além disso, a fibra é
boa para a saúde intestinal global.
Um estudo de 2012
publicado no World Journal of Gastroenterology informa que a
ingestão de fibras alimentares pode aumentar a freqüência de fezes em pacientes
com constipação. No entanto, nem sempre pode melhorar a consistência das fezes
e a defecação dolorosa. Os resultados são de uma meta-análise de vários estudos
sobre o tema.
2. Ganho de peso
Se você não está recebendo muita fibra em sua dieta, isso pode contribuir
para ganhar peso. À medida que a fibra incha, isso leva ao sentimento de
plenitude quando você come. Isso, por sua vez, evita o excesso.
Além disso, como
alimentos ricos em fibras levam mais tempo a mastigar, você acaba comendo menos
comida por refeição. Além disso, os alimentos ricos em fibras tendem a ser
elevados em teor de água e baixos em calorias.
Um estudo de 2008
publicado no American Journal of Clinical Nutrition informa que uma dieta com
baixa densidade de energia e baixa gordura está associada com maior massa gorda
e maiores probabilidades de excesso de adiposidade na infância.
3. Colesterol elevado
Se os níveis de colesterol são altos, um dos motivos pode ser a ingestão
baixa de fibras.
A fibra ajuda a
diminuir os triglicerídeos e aumenta a lipoproteína de alta densidade ( HDL ou
níveis de “colesterol bom”, eliminando o excesso de colesterol, o seu corpo não
precisa do seu sistema.
Alimentos com alto teor
de fibras também podem ter outros benefícios para a saúde do coração, como
reduzir a pressão arterial e a inflamação.
Além disso, um estudo
de 2008 publicado em Relatórios atuais de aterosclerose sugere que o aumento da
fibra dietética pode ajudar a reduzir o nível de lipoproteínas de baixa
densidade (LDL ou colesterol ruim) e diminuir o risco de doença coronariana.
4. Altos níveis de açúcar no sangue
Se você é diabético e achar o controle de seus níveis de açúcar no sangue
difíceis, você precisa manter um olho próximo de sua ingestão de fibra.
Fibra, especialmente
fibra solúvel, atrasa a absorção de açúcar do intestino delgado na corrente
sanguínea, o que faz com que os níveis de açúcar no sangue aumentem mais
lentamente. Isso, por sua vez, ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue.
Um estudo publicado em
2004 na Diabetes Research and Clinical Practice informa que os aumentos
modestos na ingestão de fibra solúvel em indivíduos saudáveis melhoraram os
níveis de colesterol LDL e glicemia.
5. Sentir-se sonolento após as
refeições
Comer uma refeição enorme pode fazer você com sono, mas se você precisar
de uma soneca pós-refeição, então as chances são altas de que você não está
comendo fibras suficientes.
A fibra é essencial
para manter seus níveis de açúcar no sangue estáveis. Quando você come uma
refeição com pouca fibra, seu açúcar no sangue aumentará mais rapidamente.
Isso pode fazer você se
sentir lento ou cansado, e você precisará de uma pequena soneca para recarregar
seu corpo.
Um estudo de 2016
publicado no Journal of Clinical Sleep Medicine informa que comer menos fibra,
mais gordura saturada e mais açúcar está associada a um sono
mais leve, menos restaurador e mais interrompido.
6. Sentindo-se inchado
Se você não está comendo muita fibra ou está comendo as combinações de
alimentos erradas, as chances são altas de que você pode se sentir extremamente
desagradável e inchado.
A ingestão inadequada
de fibras causa inchaço, uma vez que a fibra regula seu sistema digestivo e
garante que o seu alimento passe suavemente e de forma constante pelos
intestinos.
A ingestão baixa ou inadequada de fibras pode afetar o
processo de digestão e, por sua vez, causar inchaço grave e gás. No
entanto, esteja ciente de que o consumo elevado ou excessivo de fibra também
pode causar que você se sinta inchado, especialmente se você não está bebendo
água suficiente para a qual a fibra se liga.
7. Sentindo-se com fome logo depois
de comer
Alimentos ricos em fibras ajudam você a ficar satisfeito e evitar que
você fique com fome até sua próxima refeição. Em particular, os alimentos
ricos em fibras solúveis absorvem água no trato digestivo e criam uma sensação
de plenitude. Esta é uma das razões pelas quais isso ajuda você a ficar
mais saciado.
Além disso, a fibra
retarda a absorção dos alimentos que você come do estômago na corrente
sanguínea.
Por outro lado, comer
alimentos com baixo teor de fibras, como lanches altamente processados, deixará
você se sentir muito insatisfeito. Isso irá resultar em fome logo depois
de terminar de comer.
Formas de aumentar a sua ingestão de
fibra:
Se você não está
comendo bastante fibras por dia, é fácil aumentar sua ingestão .
- Alguns dos bons alimentos ricos
em fibras incluem produtos integrais, frutas, legumes, feijões, legumes,
nozes e sementes.
- Evite alimentos refinados ou
processados, pois são mais baixos em fibras.
- Numerosos suplementos de fibras
estão disponíveis no mercado, mas verifique com o seu médico antes de
tomar qualquer.
Ao dar a sua dieta um
aumento de fibras, comece lentamente. Ingerir fibras muito rápido podem
causar cãibras, gases, inchaço e diarreia. Adicione apenas alguns gramas
de fibra por vez e permita que seu corpo se ajuste.
Além disso, ao comer mais fibra, certifique-se
sempre de beber uma quantidade adequada de água para evitar problemas.
bomprasaude.com.br
Postado por dharmadhannya
Fontes consultadas:
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