Quando leio este texto penso que precisamos concentrar nossa atenção na Unidade - harmonia universal - que nos leva ao salto quântico de consciência e evitar concentrar nossos pensamentos em emoções negativas. Eu Sou tudo aquilo que é...dharmadhannya
"SERIA O UNIVERSO UMA MENTE?"
A
NATUREZA DA CONSCIÊNCIA
Nada move o mundo senão a própria
mente. Sutra Hindu
A matéria de que o mundo é feito é
matéria mental.
Sir Arthur Eddington
Com um átomo de mim mesmo sustento
o universo.
Krishna falando a Arjuna no
Bhagavad-Gita
O
Universo começa a se parecer mais com uma grande mente, do
que com
uma grande máquina.
James
Jeans astrônomo
O importante a ser considerado no
modelo quântico é a compreensão de que o pensamento pode modificar a
intensidade da "função de onda quântica" que é uma onda capaz de viajar
mais rápido do que a luz.
Eugene Wigner, Prêmio Nobel de Física,
escreveu: "a impressão que se ganha numa interação, também denominada
resultado de uma observação, modifica a função de onda do sistema.
Além disto, a função de onda modificada é, em
geral, imprevisível antes que a impressão obtida em decorrência da interação
penetre em nossa consciência: é a entrada de uma impressão em nossa consciência
que altera a função de onda, porque ela modifica nossa avaliação das probabilidades
para diferentes impressões que esperamos receber no futuro.
É nesse ponto que a consciência, inevitável e inalteravelmente,
entra na teoria".
Quando ocorre um salto quântico (também
denominado colapso da função de onda) um objeto desaparece de sua posição
original, sem percorrer o espaço reaparecendo instantaneamente em outra
posição.
A consciência realiza também neste
momento um salto quântico, pois tornamo-nos conscientes da nova posição do
objeto no instante mesmo em que ocorre o salto.
Quando intuímos ou conhecemos algo
subitamente num insight ou num processo de iluminação mística
realizamos um salto quântico da consciência, mudando a própria estrutura do
universo.
A conexão entre pensamento e realidade é
estruturada de tal forma que o universo físico não existe sem os nossos pensamentos.
Illya Prigogine também afirma que "seja o que for que chamemos realidade, ela só nos é revelada através
de uma construção ativa da qual participamos".
Em um dos modelos da física
quântica o universo é concebido como um continuum de universos
individuais que configuram todas as realidades possíveis, as quais estão
constantemente gerando e afetando todas as outras realidades além do tempo
comum.
Nosso tempo e universo comum são o caminho de
menor ação possível, segundo Feynman. Neste universo, a vontade estaria
limitada ao continuum espaço-temporal, não ultrapassando suas
fronteiras.
No entanto, como sustentam Toben e
Wolf: "a essência do princípio quântico é 'querer alguma coisa modifica a
coisa que você quer'; você não pode querer flutuar no ar e ser bem sucedido; no
entanto, você pode amar o ato de flutuar e estar ciente da beleza e da harmonia
desse ato, e um dia, talvez, a camada de universo em que você está flutuando
irá ligar-se à sua percepção, e então você levitará!
Basta permitir que a consciência
universal o encontre.
Permita à consciência unir-se a
você, e algum dia não pararemos de sorrir... quando caminharmos, flutuaremos...
e a luz jorrará de nossos olhos..."
O
MODELO MÍSTICO DE CONSCIÊNCIA
A outra abordagem sobre as
interações cérebro-consciência
é de caráter espiritual e
filosófico. Nesta concepção a consciência é considerada a realidade primordial,
a essência do universo, e o fundamento de todo ser.
Todas as formas de matéria e todos os seres
vivos seriam manifestações involuídas dessa consciência pura, hierarquizados na
chamada Grande Cadeia do Ser. É uma visão baseada na apreensão da
realidade por modos holísticos de percepção e cognição, tais como a intuição, a
meditação, e outros estados alterados de consciência.
As práticas yogues das
filosofias orientais demonstram que a consciência normal em vigília é apenas um
dos muitos estados possíveis de consciência.
Segundo estas tradições
espirituais, dependendo de suas funções e natureza, a consciência é centralizada
em centros corporais denominados chakras, que são receptores energéticos,
que transformam e distribuem, "como as pétalas de um lótus", as
forças que fluem através deles.
O lama Anagarika Govinda
referindo-se à concepção budista tibetana de consciência descreve assim a
doutrina das cinco camadas ou bainhas (Kosa) da consciência humana:
"... se cristalizam numa
sempre crescente densidade do nosso ser, em volta do seu centro mais profundo.
De acordo com a psicologia budista, este centro é o ponto incomensurável de relação
sobre o qual todas as nossas forças interiores convergem, mas o mesmo é vazio
de qualificações e além de todas as definições.
A mais densa e a mais externa
dessas camadas é a do corpo físico, desenvolvida através da nutrição (anna-maya-Kosa)\
a seguinte é a camada material fina sutil (prána-maya-Kosa), consistindo
de prána, sustentada e nutrida pela respiração, e penetrando o corpo
físico. Podemos também chamá-la de prânica ou corpo etéreo.
A camada seguinte, mais fina, é a do nosso
corpo pensante (mano-maya-Kosa), nossa "personalidade", formada
através do pensamento ativo.
A quarta camada é o corpo da nossa consciência
potencial (vijnana-maya-Kosa), que se estende muito além do nosso
pensamento ativo pela inclusão da totalidade das nossas capacidades
espirituais.
A última camada e a mais fina, que previamente
penetrou todas as anteriores, é o corpo da mais alta consciência universal, nutrido
e mantido pela alegria do êxtase (ananda-maya-Kosa).
Só é experimentada no estado de
iluminação, ou nos mais altos estados de meditação (dhyána).
Corresponde, na terminologia do Maháyana ao "Corpo da
Inspiração" ou "Corpo da Bem-Aventurança": o Sambhoga-Káya.
Estas
"bainhas" não são, portanto, camadas separadas, que sucessivamente,
uma após outra, se cristalizam em volta de um núcleo sólido, porém mais precisamente
uma natureza de formas de energia, mutuamente penetrantes, desde a mais fina
"toda radiante", onipenetrante, consciência luminosa;
até, em sentido descendente, a forma mais densa
de "consciência materializada", que se manifesta ou nos aparece como nosso
corpo físico visível. Analogamente, as camadas mais finas ou sutis penetram, e
assim incorporam as "mais grosseiras".
Algumas concepções físicas modernas
identificam a consciência pura transcendental mais profunda e universal, com o campo
quântico universal, o oceano de energia que preenche o espaço vazio do
universo. Uma dimensão oculta, à qual não teríamos acesso com nossa consciência
tridimensional.
Para o sábio oriental Maharishi Maheshi Yogi,
esta consciência pura, ou transcendental, é o campo unificado da física
moderna.
Os modelos ocidental e oriental se
interpenetram em uma visão ampla e complementar que engloba a vida, o homem, a
consciência e o universo em uma unidade psicofísica dinâmica e
auto-organizadora.
Verificamos que onde a ciência progrediu
mais, a mente apenas recuperou da natureza aquilo que nela colocara.
Descobrimos uma pegada estranha nas praias do desconhecido. Criamos teorias profundas,
uma atrás da outra, para esclarecer sua origem. Conseguimos, por fim,
reconstruirá criatura que fez a pegada. E vejam! E a nossa pegada! Sir
Arthur Eddington astrônomo inglês
Werner Heisenberg desencadeou uma
mudança de paradigma na história do conhecimento ao demonstrar que a
consciência humana desempenha um papel fundamental nos experimentos atômicos,
determinando as propriedades dos fenômenos durante o processo de observação.
Esta concepção, comprovada e formalizada no
célebre Princípio da Incerteza, lhe proporcionou o Prêmio Nobel de
Física. Capra sintetiza assim este fenômeno: "A característica fundamental
da teoria quântica é que o observador é imprescindível não só para que as propriedades
de um fenômeno atômico sejam observadas, mas também para ocasionar essas
propriedades.
Minha decisão consciente acerca de como
observar, digamos um elétron, determinará, em certa medida, as propriedades do
elétron. Se formulo uma pergunta sobre a partícula, ele me dá uma resposta
sobre a partícula; se faço uma pergunta sobre a onda, ele me dá uma resposta
sobre a onda.
O elétron não possui propriedades objetivas
independentes da minha mente. Na física atômica, não pode mais ser mantida a
nítida divisão cartesiana entre matéria e mente, entre o observado e o
observador.
Nunca podemos falar da natureza sem, ao mesmo
tempo, falarmos sobre nós mesmos". Sustenta ele que na teoria quântica os modelos
da realidade material são reflexos de modelos mentais, elaborados por meio da
capacidade essencial da mente de reconhecer ordem no universo.
A teoria da ordem implícita e do
holomovimento de David
Bohm, considera a consciência e a matéria
como interdependentes, mas não ligadas causalmente. Seriam manifestações de uma
realidade implícita oculta, diferente tanto da matéria quanto da consciência.
Não
somos diferentes da estrutura do universo. Nossas células e nosso cérebro são
feitos de matéria estelar. Constituímos com o cosmo uma imensa unidade
psicofísica, e não uma dualidade homem-universo ou mente-universo.
Os padrões do cérebro humano são parte ativa e
integrante de uma rede auto-organizadora universal, uma mente ou consciência
cósmica que a tudo abrange. Somos o universo que se auto-organizou e tomou
consciência de si próprio, e se olha através de
nossos
olhos, tentando se compreender, num fantástico jogo
("lila")
de interações cósmicas.
Eu sou tudo aquilo que é.
Eu sou uma célula no corpo de Deus.
Eu sou o espelho da mente de Deus.
Cada dia eu minha
consciência expande, assim como o Sol espalha a sua luz no universo.
Eu espelho a consciência monádica individualizada.
Eu e a Divina Presença somos
Um-a só consciência.
Cérebro
e universo, microcosmo e macrocosmo são duas faces de uma mesma realidade, inextricavelmente
interconectados. A existência de conexões quânticas não-locais, permitindo
comunicação instantânea com todo o universo, nos transforma em parceiros dos
processos da natureza.
Como
sustenta Wheeler, "num certo sentido um tanto estranho, este é um universo
participativo". A experiência da existência neste universo participativo
pode ser entendida como um reflexo da consciência universal, como veremos mais
adiante, quando falarmos sobre o conceito de mente holográfica universal.
O CÉREBRO HOLÍSTICO
O conteúdo informacional do cérebro humano e a complexidade do conteúdo
informacional do cérebro humano é praticamente infinita, possuindo
aproximadamente 100 bilhões de células denominadas neurônios que podem fazer
contatos (sinapses) em média com mil a dez mil outros neurônios.
Se, como
nos computadores, uma sinapse só pudesse processar respostas sim ou não
(on/off), o que não é a realidade, e considerássemos somente mil, o numero
máximo de contatos possíveis para cada neurônio, o numero máximo de respostas,
ou unidades de informação (bits ) possíveis, seria 10" x 103 = 1O14, isto
é, 10 quatrilhões de bits.
O número de estados mentais sim/não possíveis
seria então igual a 2 elevado a 1O14, ou seja, 2 multiplicado por ele mesmo 10
quatrilhões de vezes.
Um número fantástico, maior do que o número de
átomos do universo! Acrescente-se a isso a existência de microcircuitos neurais
de transmissão de informação analógica e holográfica, e teremos um número muito
maior ainda de respostas possíveis.
E claro que nem todos os neurônios estão transmitindo
informações ao mesmo tempo, o que toma este cálculo inexato, sendo apenas uma
tentativa de demonstrar a capacidade, provavelmente infinita, de processamento
de informações do sistema nervoso.
O cérebro triúno
Os
conhecimentos acerca da filogênese do sistema nervoso nos demonstram que nosso
cérebro é o resultado da superposição de três cérebros em um. Segundo o
neurofisiologista Paul MacLean, nosso cérebro constitui a herança evolutiva de
três cérebros organizados em um, conjunto a que ele denomina cérebro triúno:
"uma notável associação de três tipos de
cérebro, radicalmente diferentes tanto na estrutura como na química, e
separados por incontáveis gerações.
Sua parte mais antiga
(reptiliana)
surgiu há cerca de 250 milhões de anos, na idade dos répteis, quando estes
animais iniciaram sua lenta progressão em direção ao cérebro humano...
possuímos uma hierarquia de três cérebros em um, uma associação de três
computadores biológicos, cada um com seu tipo de inteligência, seu próprio senso
de espaço, sua própria memória, suas próprias funções motoras e outras".
A etapa seguinte da evolução desenvolveu no
cérebro dos mamíferos primitivos um envoltório (um córtex) sobre o cérebro reptiliano. Este córtex
paleomamífero corresponde em nosso cérebro atual ao sistema límbico que se relaciona
às funções emocionais.
Enquanto
o cérebro reptiliano, segundo o neurocientista Henri Laborit, "domina
funções instintivas como a demarcação do território, a caça, o cio e o estabelecimento
de relações sexuais, a aprendizagem estereotipada da descendência, as
hierarquias sociais, e a seleção dos chefes";
o cérebro dos mamíferos primitivos, ou
paleocórtex, atua por meio de sensações emocionais relacionadas ao
comportamento de auto conservação e de preservação da espécie.
Numa
terceira etapa evolutiva, emerge o neocórtex ou cérebro mamífero moderno, que
surge na evolução envolvendo os outros dois sendo constituído pelos chamados
hemisférios cerebrais que são unidos por um feixe de fibras nervosas denominado
corpo caloso.
"Emerge
tarde na evolução e atinge seu ápice no homem, onde transforma-se no cérebro da
leitura, da escrita e da aritmética.
Mãe da
invenção e pai do pensamento abstrato, controla a conservação e a criação de
idéias" (MacLean).
A partir
da constatação da existência desses estágios neuroevolutivos do sistema
nervoso, cada um com suas características neuropsicológicas e bioquímicas
próprias,
MacLean concluiu que em situações de
instabilidade entre esses sistemas poderiam ocorrer dificuldades de integração
entre nossos pensamentos, emoções, afetos e instintos, fenômeno por ele
denominado esquizofisiologia.
Estes
desequilíbrios funcionais poderiam contribuir para a emergência de uma série de
distúrbios psicossomáticos, que vão desde os descontroles emocionais às
disfunções neurovegetativas, o stress, e os vários tipos de neurose tais como:
ansiedade,
depressão, histeria, síndrome do pânico, síndrome
obssessivo-compulsiva,
até os casos mais graves de psicoses,
como a
esquizofrenia e as personalidades psicopáticas.
Desconexão hemisférica e lateralidade cerebral
E
importante, neste contexto, considerarmos aqui as experiências
de
Sperry e Gazzaniga de desconexão neurocirúrgica dos hemisférios cerebrais, por
meio da secção do corpo caloso, um conjunto de milhões de fibras nervosas com
um imenso tráfego de informações unindo os dois hemisférios.
Os
pacientes que sofreram essas cirurgias de desconexão dos hemisférios cerebrais
foram submetidos a estudos neuropsicológicos que evidenciaram a existência de
diferenças fundamentais entre as
funções
do hemisfério esquerdo, dominante em aproximadamente
90% das
pessoas, e do hemisfério direito, dominante em aproximadamente 5% das pessoas.
Essas diferenças na lateralidade cerebral
foram estudadas e sistematizadas por Sir John Eccles neurofisiologista Prêmio
Nobel de Medicina, no livro The Selfandlts Brain, que descreve as
funções características de cada hemisfério do seguinte modo:
Aritmético/como
computador Geométrico-espacial
1.
Hemisfério dominante esquerdo.
2.
Hemisfério não dominante direito.
1.HEMISFÉRIO
D. ESQUERDO.... 2. HEMISFÉRIO NÃO-D DIREITO
Ligado à
consciência ..................... Não ligado à consciência
Verbal...........................................
Quase não verbal
Linguístico.....................................
Musical
Ideacional......................................
Pictórico
Similaridades
conceituais................ Similaridades visuais
Analítico........................................
Sintético
Fragmentador.................................
Holístico-imagens
É claro
que o cérebro, como um todo, funciona de uma maneira holística, trocando
informações continuamente entre todos os seus sistemas.
Isso
ocorre não só entre o hemisfério esquerdo mais analítico-racional, e o
hemisfério direito mais sintético-intuitivo, mas também entre os dois
hemisférios e o sistema límbico, mais relacionado às funções emocionais, e o cérebro
reptiliano relacionado às funções instintivas.
Toda
essa interação contínua gera um modo global, "triuno", integrado, de
funcionamento, um pouco diferente do observado nos pacientes com desconexão dos
hemisférios.
No entanto, esses resultados mostram que a
comunicação entre os dois hemisférios pode, em determinadas situações,
apresentar algumas dificuldades de integração, como por exemplo, a
"autoconsciência" do hemisfério esquerdo em oposição à
"inconsciência" do direito, ou a preponderância do hemisfério
esquerdo linguístico-analítico, sobre o direito intuitivo-sintético e mais
holístico.
Sincronização cerebral inter-hemisférica
Com
efeito, no estado normal de vigília apresentamos um certo grau de
dessincronização eletroencefalográfica entre os hemisférios cerebrais, e até
mesmo entre os cérebros de vários indivíduos, fenômeno que se manifesta como
uma falta de consciência coletiva e de unidade psicossocial.
Estudos experimentais sobre sincronização
cerebral individual, interpessoal e coletiva, realizados pelo Dr. Nitamo Federico
Montecucco no Cyber Holistic Research, na Itália, e em dois monastérios indianos,
entre 1990-1994, evidenciaram que em uma análise da sincronização
inter-hemisférica média de um grupo de mais de mil pacientes com doenças
psicossomáticas, quando comparado à sincronização inter-hemisférica de um
grupo-controle,
constituído
por pessoas saudáveis;
"elevados índices de sincronização estão
significativamente correlacionados com estados de saúde e bem-estar, enquanto
baixos índices estão associados com estados de depressão psicofísica. Baixos
índices de sincronização cerebral são o efeito de uma instabilidade da atividade
entre os dois hemisférios, comumente demonstrando aumento de atividade no
hemisfério esquerdo.
Foi demonstrado que os dois hemisférios podem
se comunicar mais ou menos sincronicamente de acordo com diferentes estados de
consciência e saúde psicossomática. Consideramos o valor da sincronização como
um indicador gral da comunicação e integração
hemisférica.
A sincronização pode ser de grande importância
no diagnóstico de patologias neurológicas e psicossomáticas e pode ajudar na
quantificação da integridade psicológica, criatividade e equilíbrio
psicofísico".
Em nossa
prática clínica confirmamos estes resultados através da realização sistemática
de eletroencefalogramas digitais com mapeamento cerebral computadorizado
("brain mapping") em pacientes portadores de distúrbios
psicossomáticos e neurológicos.
Nos
pacientes portadores de ansiedade, depressão, transtorno de pânico, transtorno
obsessivo-compulsivo, transtornos conversivos (por exemplo crises ou paralisias
histéricas), e síndrome de stress, evidenciamos um grau elevado de
dessincronização inter-hemisférica, no mapeamento cerebral, o qual melhora
significativamente, após o aprendizado da meditação.
Desde os anos 70, o Dr. Herbert Benson e o psicólogo
Robert K. Wallace demonstraram que a meditação melhora a sincronização inter-hemisférica.
Em nossos pacientes meditante uma maior sincronização das ondas cerebrais se
correlacionou diretamente com uma maior melhora da sintomatologia clínica.
Lateralidade cerebral e paradigmas civilizatórios.
Acredito
que, devido às pressões de seleção cultural ocorridas durante o processo
civilizatório, a lateralização das funções descrita
acima,
característica do cérebro humano, foi responsável pela emergência de dois
diferentes paradigmas civilizatórios:
O
primeiro, representado pelas civilizações com tradições espirituais que podem
ter evoluído a partir de fenômenos culturais, de natureza intrinsecamente
holística, desencadeados por uma pessoa ou uma minoria, tal como propõe
Prigogine e que se relacionam às funções mais sintéticas e intuitivas do
hemisfério direito.
O segundo paradigma
É o
representado por nossa civilização científico-tecnológica, de natureza
intrinsecamente reducionista que nos últimos quatrocentos anos foi catalisada
pelo método científico que se fundamenta eminentemente na fragmentação e
análise do conhecimento, funções mais relacionadas ao hemisfério esquerdo.
O processo civilizatório atual a nosso ver
favoreceu os aspectos masculinos (yang), competitivos, a agressividade, a
análise e a gueixa, mais relacionados ao hemisfério esquerdo e com isso ficaram
relegados os aspectos femininos (yin) participativos, integrativos, sintéticos
e holísticos, mais relacionados ao hemisfério direito.
A conseqüência desta esquizofrenia psico-cultural
foi a separação artificial do homem da natureza, dividindo artificialmente o
ser em corpo e mente, e ocasionando toda a agressão psicológica, a violência
social e a tragédia ecossistêmica que hoje vivenciamos.
A unidade mente-natureza A compreensão da natureza
holonômica (holográfica) do funcionamento cerebral demonstrada pelo
neurocientista Karl Pribram, e da estrutura quântico-holográfica do universo
demonstrada pelo físico David Bohm, conforme veremos mais detalhadamente nos
capítulos posteriores, revelou-nos que cérebro e universo são partes de um
mesmo sistema informacional,
holograficamente
interconectados por uma dinâmica quântico-informacional instantânea não-local.
Os padrões quânticos do cérebro humano são parte ativa da rede (mente) auto-organizadora
universal.
O cosmos
é constituído por matéria vida e consciência, que são atividades
significativas, isto é, processos quântico-informacionais inteligentes, ordem
transmitida através da evolução cósmica.
Este tipo de universo estruturado em um campo quântico
pleno de informação (holoinformacional), e significação, é um universo
inteligente funcionando como uma mente, como o astrônomo inglês Sir James Jeans
já tinha observado:
"o
universo começa a se parecer cada vez mais com uma grande mente, do que com uma
grande máquina". Nessa visão holoinformacional
do universo, consciência, informação e inteligência se confundem e podemos
afirmar que a consciência sempre esteve presente nos diversos níveis de
organização da natureza.
Matéria, vida e consciência não podem ser
consideradas como entidades separadas, capazes de serem analisadas em um arcabouço
conceituai cartesiano fragmentador.
Com efeito, devem ser melhor consideradas como
uma unidade indivisível, com todos os seus processos quântico-informacionais
interagindo por meio de relações não-locais (quânticas), internas, e
simultaneamente por meio de relações externas locais (mecanicísticas).
Esta visão
de um "continuum" holoinformacional, de uma ordem geradora
fundamental, com um fluxo quântico-informacional criador, permeando todo o
cosmos, permite compreender a natureza básica do universo como uma totalidade
inteligente auto-organizadora indivisível, algo que podemos denominar de campo da
consciência ou consciência universal.
A
unidade homem-universo está codificada no próprio funcionamento do cosmos
(código nuclear), da vida (código genético), do cérebro humano (código neural)
e da consciência (código holográfico).
Para as
tradições espirituais, "a verdade está dentro de nós", e "tudo
que está em cima é igual a tudo que está embaixo".
Para a
ciência, a unidade está na própria estrutura da mente e da natureza.
autor: Di biase Francisco
Postado por Dharmadhanna
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