terça-feira, 22 de outubro de 2013

PRANA E PRANAYAMA - Compilação.





PRANA E PRANAYAMA - Compilação.
Swami Sivananda. QUE É PRANA?

“Prana é Brahman.”

“Quem conhece Prana conhece os Vedas” — é a importante declaração dos Srutis. Podemos encontrar nos Sutras Vedantas o seguinte: “Pela mesma razão, a respiração é Brahman.”

 Prana é a soma total de toda energia manifestada no universo. É a soma total de todas as forças da natureza. E o total de todas as forças e poderes latentes que estão ocultos no homem e que se encontram por toda parte em torno de nós.

 Calor, luz, eletricidade, magnetismo são manifestações do Prana. Todas as forças, todos os poderes do Prana brotam de uma fonte ou nascente comum: Atman.

 Todas as forças físicas, todas as forças mentais vêm a existir sob a categoria Prana. E força em todos os planos do ser, do mais alto ao mais baixo, O que quer que se mova ou trabalhe ou tenha vida, não passa de uma expressão ou manifestação de Prana. Akasa, ou éter, também é uma expressão do Prana. O Prana está relacionado com a mente e, através da mente, com a vontade e, através da vontade, com a alma individual e, através desta, com o Ser Supremo.

 Se souberem como controlar as pequenas ondas do Prana que trabalham através da mente, então o segredo da conquista do Prana universal lhes será revelado.

 O yogue que se torna um perito no conhecimento desse segredo não temerá poder algum, porque tem domínio sobre todas as manifestações dos poderes do universo. O que é comumente conhecido como o poder da personalidade nada mais é do que a capacidade natural de uma pessoa para dirigir o seu Prana.

Algumas pessoas têm maior êxito na vida, são mais influentes e mais fascinantes do que outras. Tudo isso se deve ao poder do Prana. Tais pessoas manipulam todos os dias, inconscientemente, já se vê, a mesma influência que um yogue usa conscientemente pelo comando da sua vontade.
 
 Há outras que, por acaso, atingem inopinadamente esse Prana e o usam para baixos propósitos, sob nomes falsos. O trabalho do Prana é visto nos movimentos sistólicos e diastólicos do coração, quando esse órgão bombeia o sangue para as artérias; na ação da inspiração e expiração, durante a respiração;

 na digestão dos alimentos, na excreção da urina e da matéria fecal; na formação do sêmen, do quilo, do quimo, do suco gástrico, da bile, do suco intestinal, da saliva; no abrir e fechar das pálpebras; no andar; no brincar; no correr; no falar; no pensar; no raciocinar; no sentir e no querer.

 Prana é o vínculo entre o corpo físico e o corpo astral. Quando o delgado cordão do Prana é cortado, o corpo astral separa-se do corpo físico e tem lugar a morte, O Prana que estava trabalhando no corpo físico recolhe-se ‘ao corpo astral.

Esse Prana permanece num estado sutil, imóvel, não-manifestado, indiferenciado, durante o Pralaya cósmico. Quando a vibração se instala, o Prana se move e atua sobre Akasa, dando origem a múltiplas formas. O macrocosmos (Brahmanda) e o microcosmos (Pindanda) são combinações de Prana (energia) e Akasa (matéria).

O que faz mover a máquina a vapor de um trem ou de um navio, o que leva um aeroplano a voar, o que causa o  movimento da respiração nos pulmões, o que é a própria vida dessa respiração em si mesma, é Prana.

Acredito que agora tenham uma compreensão e um entendimento a respeito da palavra Prana, sobre a qual tinham, de início, apenas uma vaga concepção.

Controlando o ato de respirar, é possível controlar com eficiência os vários movimentos do corpo e as diferentes correntes nervosas que circulam através do organismo. Pode-se, fácil e rapidamente, controlar e desenvolver o corpo, a mente e a alma, através do controle da respiração ou do controle do Prana. E através do Pranayama que podemos controlar as circunstâncias e o caráter, e harmonizar, conscientemente, a vida individual com a vida cósmica.

A respiração, dirigida pelo pensamento sob o controle da vontade, é força vitalizante, regeneradora, que pode ser utilizada conscientemente para o autodesenvolvimento, para curar muitas doenças incuráveis do organismo próprio ou alheio e para outros vários e úteis propósitos.

Tudo isso está ao seu alcance em todos os momentos da sua vida. Muitos yogues de outrora, como Sri Jnanadeva, Trailinga Swami, Ramalinga Swami, e outros, utilizaram essa respiração, essa força, o Prana, de várias maneiras. Você também poderá fazer isso, se praticar o Pranayama pelos exercícios prescritos.

 E o Prana que você estará respirando e não o ar atmosférico. Inale lenta e firmemente, com a mente concentrada; retenha essa inalação por tanto tempo quanto puder sem desconforto. Então, exale lentamente. Não deve haver esforço algum em nenhum dos estágios do Pranayama. Compreenda os poderes vitais interiores e ocultos que estão subjacentes na respiração. Torne-se um yogue e irradie alegria, luz e poder em torno de si.

Os Pranavadjns ou Hatha yogues consideram que o Tattva Prana é superior ao Tattva Manas, o princípio da mente. Dizem que o Prana está presente mesmo quando a mente se ausenta durante o sono.

Portanto, o Prana representa um elemento mais vital do que a mente. Se percorrermos as parábolas nos Upanishads quando todos os lndriyas, a mente e o Prana, lutam entre si, cada qual tentando provar sua superioridade, você verá que o Prana é tido como o mais elevado de todos.

O Prana é o mais antigo, porque inicia suas funções no mesmo instante em que a criança é concebida. Os órgãos da audição, assim como os outros, ao contrário, começam sua função quando suas sedes específicas, isto é, os ouvi- dos, etc., estão formados. Nos Upanishads, o

Prana é chamado de Jyeshtha e de Sreshtha, isto é, o mais antigo e o melhor. E através das vibrações do Prana psíquico que a vida da mente, o Sankalpa ou pensamento, é mantida e o pensamento é produzido. Vemos, ouvimos, falamos, pensamos, sentimos, desejamos, sabemos, etc., através do auxílio de Prana; por isso os Srutis declaram:

“Prana é Brahman.”

A SEDE DO PRANA
A sede do Prana é o coração. Embora Antahkarana seja um, ele assume quatro formas desta maneira:
1. — Manas; 2. — Buddhi; 3. — Chitta e 4. — Ahamkara, segundo as diferentes funções que desempenha.

Da mesma maneira, embora o Prana seja um, ele assume cinco formas, a saber: 1. — Prana; 2. — Apana; 3. — Samana; 4. — Udana e 5. — Vyana, segundo as diferentes funções que lhe cabem. A isso chamamos de Vritti Bheda. * O Prana, reunido ao Ahamkara, vive no coração. Dos cinco, Prana e A pana são os principais agentes.

A sede de Prana é o coração;
 a de Apana, o ânus; a de Samana, a região do umbigo; a de Udana, a garganta; enquanto Vyana permeia tudo e move-se por todo o corpo.

* O principal Prana é chamado Onukhya Prana.


O Pranayama é uma ciência exata. É o quarto Anga, ou membro da Ashtanga-Yoga. A regularidade da respiração ou o controle do Prana é a pausa entre a inalação e a exalação que se segue depois de assegurada a firmeza da postura ou assento, o A sana. Assim, o Pranayama é definido nos Yoga Sutras de Patanjali, capítulo 11:49.

Svasa significa respiração inspiratória, e Pravasa, respiração expiratória. A respiração é a manifestação exterior do Prana, a força vital. A respiração, como a eletricidade, é o Prana denso, é Sthula, denso. O Prana é Sukshma, ou Prana psíquico,  sutil está relacionado com a mente. Exercendo controle sobre essa respiração, é possível controlar o Prana sutil interior.

 Controlar o Prana significa controlar a mente. A mente não pode operar sem o auxilio do Prana. As vibrações do Prana só produzem pensamentos na mente. É o Prana que move a mente. Essa respiração representa a roldana principal de uma máquina. Assim como as outras rodas param quando quem dirige faz parar a roldana, também os outros órgãos cessam de funcionar quando o yogue detém a respiração.

Se pudermos controlar a roldana, poderemos, facilmente, controlar as outras rodas. Da mesma forma, se pudermos controlar a respiração exterior, poderemos facilmente controlar a força vital interior, o Prana. O processo pelo qual o Prana é controlado pela regularidade da respiração exterior é chamado Pranayama.

Assim como o ourives retira as impurezas do ouro aquecendo-o em fornalha, ao soprar forte do maçarico, o estudante de Yoga retira as impurezas do corpo e os Indriyas soprando com seus pulmões, isto é, com a prática do Pranayama.

O objetivo principal do Pranayama é unir o Prana ao Apana e levar lentamente o Pranayama unido na direção da cabeça.O efeito, ou fruto, do Pranayama é Udghata, ou seja, o despertar da Kundalini adormecida.

OS PULMÕES
Não está fora de propósito colocar aqui uma palavra sobre os pulmões e suas funções. Os órgãos da respiração consistem em dois pulmões, um de cada lado do tórax, e das passagens de ar que conduzem a eles. Estão localizados na cavidade torácica superior, um de cada lado da linha média. Estão separados um do outro pelo coração, pelas artérias maiores e pelos tubos de ar mais amplos. Os pulmões são esponjosos, porosos, e seu tecido é muito elástico. A substância do pulmão contém inumeráveis sacos de ar; se, depois da morte, eles fossem colocados numa vasilha cheia de água, flutuariam.

 Os pulmões são cobertos por uma delicada membrana serosa chamada pleura, que contém fluido seroso para evitar a fricção dos pulmões durante o ato de respirar. Uma parede da pleura adere firmemente aos pulmões. A outra parede é ligada à parede interna do tórax. Através dessas membranas, os pulmões são fixados às paredes do tórax. O pulmão direito tem três lóbulos.

O pulmão esquerdo tem dois lóbulos. Cada pulmão tem um ápice e uma base. A base é dirigida para o diafragma, o septo muscular, a parede divisória entre o tórax e o abdômen. O vértice está situado acima, próximo da raiz do pescoço. E a base que se inflama quando ocorre uma pneumonia. O vértice do pulmão que não recebe o necessário suprimento de oxigênio é afetado pela tuberculose, já que fornece localização favorável ao bacilo dessa doença.

Pela prática dos Pranayamas Kapalabhati e Bhastrika e de exercícios respiratórios profundos, esses vértices recebem um bom suprimento de oxigênio e, assim, a tísica é afastada. O Pnrnayama desenvolve os pulmões. Quem pratica o Pranayama terá voz potente, doce e melodiosa.

As passagens do ar são constituídas pelas fossas nasais, a faringe, ou garganta, a laringe, ou caixa do som, que contém duas cordas vocais, a traquéia, os brônquios direitos e esquerdos, e os bronquíolos, que são os tubos brônquicos menores.

Quando respiramos, sugamos o ar através do nariz; depois que esse ar tiver passado através da faringe e da laringe, passa para a traquéia; daí, para os tubos brônquicos da direita e da esquerda, que, por sua vez, se subdividem em inumeráveis tubos menores, chamados bronquíolos, e que terminam em minúsculas subdivisões dentro dos pequenos sacos de ar dos pulmões, que se contam aos milhões. Os sacos de ar dos pulmões, quando estendidos sobre uma superfície única, cobririam uma área de 140.000 pés quadrados.

O ar é atraído para os pulmões por meio do diafragma. Quando ele se expande, o tamanho do tórax e dos pulmões aumenta e o ar exterior precipita-se no vácuo que se criou. O tórax e os pulmões se contraem quando o diafragma se relaxa e o ar é expelido dos pulmões.

E através das cordas vocais, que estão localizadas na laringe, que o som se produz. A laringe é a caixa de som. Quando as cordas vocais são afetadas por excesso de esforço, ao cantar ou ao falar continuamente, a voz torna-se rouca.

Nas mulheres, essas cordas são mais curtas; daí terem elas a voz doce e melodiosa. O número de respirações por minuto é de 18. Na pneumonia, sobe para 60, 70, 80 por minuto. Na asma, os tubos brônquicos tornam-se espasmódicos e se contraem. Daí a dificuldade de respirar.


 O Pranayama remove o espasmo ou constrição desses tubos. Uma pequena válvula achatada e membranosa cobre a parte superior da laringe e é chamada epiglote. Ela impede que partículas de alimentos ou água entrem na passagem respiratória. Tem o papel de uma válvula de segurança. Assim, quando uma pequena partícula de alimento tenta entrar na passagem respiratória, vem a tosse e a partícula é expelida.

Os pulmões purificam o sangue. O sangue tem início, em sua viagem arterial, com um colorido vermelho-brilhante e está ricamente provido de qualidades e substâncias que dão vida. Retorna através do caminho venoso, e vem pobre, manchado de azul, por causa da matéria de refugo do organismo.
 Artérias são tubos ou canais que levam o sangue puro, oxigenado, do coração para as diversas partes do corpo. Veias são canais ou tubos que levam de volta o sangue impuro das diversas partes do corpo.

 O lado direito do coração contém sangue impuro, o sangue venoso. Deste lado, o sangue impuro vai para os pulmões, para a purificação.

Ali é distribuído entre os milhões de minúsculas células de ar dos pulmões. Uma respiração é tomada e o oxigênio do ar entra em contato com o sangue impuro, através das tênues paredes dos tubos de sangue da grossura de um fio de cabelo, que se localizam nos pulmões, ou capilares pulmonares.

 As paredes desses capilares são muitíssimo finas. Parecem tecidas de musselina, como uma peneira. Dali, o sangue filtra ou exsuda rapidamente. O oxigênio penetra através das paredes dos delgados capilares. Quando o oxigênio estabelece contato com os tecidos, ocorre uma forma de combustão.

O sangue recebe oxigênio e expele anidrido carbônico, um gás nascido dos refugos e da matéria tóxica que foi apanhada pelo sangue em todas as partes do organismo. O sangue purificado é conduzido pelas quatro veias pulmonares para o aurículo esquerdo, e daí para o ventrículo esquerdo. No ventrículo ele é bombeado para a maior das artérias, a aorta. Da aorta, passa para as demais artérias do corpo. Calcula-se que 35.OOO pints* de sangue por dia atravessam os capilares dos pulmões para a purificação.

Das artérias, o sangue purificado vai para os delgados capilares. Dos capilares, a linfa que o sangue exsuda banha e nutre os tecidos do corpo. Ocorre então a respiração dos tecidos, que recebem oxigênio e liberam dióxido de carbono. As impurezas são levadas pelas veias para o lado direito do coração.

Quem é o criador dessa delicada estrutura? Você não sente a mão invisível de Deus por trás desses órgãos? A estrutura desse corpo proclama, sem dúvida, a onisciência do Senhor.

 O Antaryamim, ou habitante do nosso coração, supervisiona o trabalho da usina interior como Drashta. Sem a sua presença, o coração não pode bombear sangue para as artérias.
Os pulmões não podem realizar seu trabalho de purificação do sangue. Reze. Preste a Ele a sua silenciosa homenagem. Lembre-se dele em todos os momentos. Sinta a Sua presença em todas as células do corpo.
* Medida de capacidade equivalente a 0,568 1 na Inglaterra e a 0,473 1 nos E.U.A. (N. do T.)

SUBPRANAS E SUAS FUNÇÕES
Naga, Kurma, Krikara, Devadatta e Dhananjaya são os cinco Sub pranas.

A função do Prana é a respiração; do A pana, a excreção; do Samana, a digestão; Udana faz a deglutição. Jiva é necessário para o sono. Ele separa o corpo astral do corpo físico, por ocasião da morte. Vyana realiza a circulação do sangue.

Naga produz a eructação e o soluço. Kurma tem por função o abrir os olhos. Krikara provoca a fome e a sede. Devadatta induz ao bocejo. Dhananjaya ativa a decomposição do corpo após a morte. Jamais renasceu o homem, fosse qual fosse a sua morte, cuja respiração tenha saído por sua cabeça, depois que houve a penetração de Brahmarandhra.

A COR DOS PRANAS

Diz-se que o Prana tem a cor do sangue, do rubi ou do coral. O Apana, que está no centro, tem a cor do Indragopa (um inseto de cor branca ou vermelha); Samana tem uma cor entre a do leite puro, a do cristal e a cor brilhante do azeite, isto é, algo entre Prana e Apana. Udana tem a cor do A pan- dura (branco-pálido), e a de Vyana se assemelha à cor da Urzela (ou à de um raio de luz).

A EXTENSÃO DAS CORRENTES DE AR
Esse corpo de Vayu tem 96 dígitos de extensão, como padrão. A extensão comum da corrente de ar, quando exalada, é de 12 dígitos (9 polegadas). No cantar, sua extensão se torna de 10 dígitos (um pé), no comer vai para 20 dígitos (15 polegadas), no dormir, 30 dígitos (22 polegadas e meia), na cópula 36 dígitos (27 polegadas) e, na prática de exercícios físicos, a extensão vai muito além disso. Diminuindo a extensão natural das correntes de ar expiradas (para menos de 9 polegadas), a vida é prolongada; pelo aumento da corrente, a duração da vida diminui.

A CENTRALIZAÇÃO DO PRANA
Inalando o Prana do exterior, enchendo o estômago com ele, centralize o Prana com a mente, no centro do umbigo, na ponta do nariz e nos artelhos, durante os Sandhyas (o nascer do sol e o poente), ou a qualquer tempo.

Assim o yogue fica livre de todas as doenças e fadigas.
Centralizando esse Prana na ponta do nariz, ele obtém o domínio sobre os elementos do ar; centralizando-o no centro do umbigo, todas as doenças são destruídas; centralizando-o nos artelhos, seu corpo se torna leve
Respiração - saúde vita (Prana e Pranayama)
LaLuna Huffines.
Postado por Dharmadhanyael

JAIWA

O ritmo da respiração é muito importante porque se trata de uma chave que ativa as células cerebrais, sintonizando—as com a frequência do seu templo. Os antigos estavam certos: Meditação é respiração. Transforme-se na própria respiração e as lembranças que guarda de si mesmo como uma alma virão mais uma vez à luz. A personalidade sente que quando se transforma na respiração ela se anula; trata-se, porém, de uma oportunidade para ver a si mesmo como uma alma de beleza perfeita no puro e claro espaço do seu templo.


INSTRUMENTO DE LUZ
COMO CRIAR UMA SINTONIZAÇÃO MAIS ELEVADA COM O SEU TEMPLO.

Assim que se decidir a entrar para a energia sagrada do seu templo, escolha um símbolo que possa lembrá-lo de respirar profunda e facilmente. Algumas pessoas escolhem um balão grande e brilhantemente colorido e o vêem sendo enchido enquanto inspiram e esvaziado quando expiram. Escolha o símbolo que preferir.

LAUNA

Há muitos anos, quando comecei a estudar doutrinas espirituais de todas as épocas, li a respeito da importância da respiração, e isso fez com que durante uns cinco minutos eu me lembrasse de respirar profundamente.

 No entanto, aquela respiração se concentrava no peito, deixando de fora a parte inferior do resto do corpo. Em seguida, esquecia-me outra vez de tudo o que se relacionava com a respiração.

Mais tarde, durante os estudos graduados de neurofisiologia, fiquei impressionada com os resultados de uma pesquisa sobre o cérebro que vinha sendo feita na época; eles mostravam que as experiências culminantes de discernimento e de maestria se caracterizavam por alguns padrões muito claros e facilmente reconhecíveis de atividade cerebral, e que os ritmos respiratórios são um fator crítico para controlar conscientemente esses padrões.

 Porém, só depois que Jaiwa me mostrou a importância vital da respiração para se obter uma qualidade de vida mais alegre e consciente, compreendi que minhas experiências vitais de momento a momento eram limitadas ou expandidas pela minha respiração.

Quando, pela primeira vez, comecei a transformar a orientação superior em palavras e a registrá-las, além de fazer perguntas sobre todas as questões que não podia responder, Jaiwa ignorou-as e começou a me ensinara respirar.

 À medida que servia de canal, me explicaram muito bem que quanto mais aberta fosse a minha respiração, tanto maior seria o potencial para eu expandir a minha consciência e mais fortes, poderosas e claras minhas conexões com esse campo energético e com o Deus interior.

JAIWA
À medida que você for trabalhando com a luz do seu templo, você pode aumentar pessoalmente a recepção no espaço puro ao modificar o ritmo da sua respiração. Novos ritmos respiratórios tendem a facilitar seu nascimento numa luz maior.

 As experiências que você faz são amplamente determinadas pelo modo como respira. Embora possa parecer automático e puramente físico, o modo como respira influencia muitíssimo seus pontos de vista e seus valores. Ele seleciona as janelas através das quais você vê o mundo e o seu significado, não só quando você está com as pessoas como quando está em seu templo.

Quando você respira superficialmente, seu cérebro não recebe oxigênio suficiente senão para reagir a cada situação da forma costumeira. Você perde a oportunidade de responder às pessoas a partir da sua sabedoria superior ou do seu coração; perde até mesmo a verdade mais elevada acerca da sua personalidade. Muitas das experiências mais felizes e serenas tornam-se possíveis na medida em que você respirar mais profunda e lentamente.

Ao inspirar profundamente sorvos de ar puro, você terá facilidade em manter o equilíbrio e se concentrar. Terá de aprender a respirar de uma maneira que lhe dê uma extraordinária acuidade mental. Deve escolher as realidades que quer ver concretizadas, tais como a abundância, a aventura, as boas amizades e os relacionamentos amorosos. Sentirá então as possibilidades mais elevadas do seu futuro repletas de um novo entendimento e prazer.

Mesmo enquanto imagina viver essas realidades, a sua respiração pode tomar-se mais profunda e mais lenta. De certa forma, o ritmo pulsante dos seus sinais cerebrais também se modifica. Há muitos padrões diferentes de onda movendo-se através do seu cérebro ao mesmo tempo.

Esses padrões são chamados de ondas cerebrais. (1*) Elas tendem a mover-se em direções diferentes com ritmos diversos. À medida que sua respiração se torna mais lenta, as ondas cerebrais começam a mover-se num padrão sincronizado.

Aprofunde a respiração, e a sua percepção se modificará. Os pensamentos se tornam claros, em vez dc confusos e dispersivos. Sentimentos de otimismo começam a surgir. Suas emoções tendem a se tornar calmas e positivas À medida que a respiração se toma mais lenta e as ondas cerebrais mais longas.

A respiração por demais superficial impele o cérebro a frequências mais rápidas e causa uma sensação de pressão. Estimula os medos inconscientes quanto à sobrevivência (com frequência os temores inconscientes dos outros) e tende a tornar-se um ciclo repetitivo.

 Da próxima vez que a sua respiração for muito rápida ou superficial, estimule-se com as palavras: “lembre-se de respirar, lembre-se de respirar”. Tenha em mente este princípio e será capaz de eliminar o medo ou o pânico simplesmente aprofundando sua respiração.

A respiração superficial é contagiosa e comum ao mundo das competições esportivas. Por manter as ondas cerebrais em rápidas frequências beta, a respiração superficial provoca sensações de pressão, de estar de certa forma atrasado e de precisar apressar-se. Na realidade, dominada por essas ondas cerebrais, grande parte da vida pode ser sentida como uma luta.

Circunspecção excessiva impede que as oportunidades de ser feliz sejam aproveitadas. O sistema imunológico psíquico de alguém cuja respiração é superficial se enfraquece e pode deixar a pessoa vulnerável ao conflito interior e à agitação. Mesmo que alguém tenha dinheiro bastante para viver com conforto durante alguns meses, a respiração superficial pode provocar a sensação de que isso “não basta”.

 As pessoas que vivem predominantemente em estados beta tendem a usar essa energia para motivar a si mesmas a descobrir um modo melhor. Tudo de que necessita para começar é uma amostra da criatividade e eficiência ampliadas quando suas ondas cerebrais estão sincronizadas devido à respiração profunda.

Você deve aprender a sincronizar as ondas cerebrais e a mudar sua frequência a fim de estabelecer contato com as dimensões mais profundas da sua sabedoria interior. Ondas cerebrais lentas, criadas conscientemente pela respiração, revelam uma fortaleza e estabilidade interiores, além de propiciarem uma sensação de alegre prazer.

 Sua capacidade de amar plenamente a vida será liberada com novos ritmos respiratórios à medida que trabalhar em seu templo. Você pode descobrir meios de causar uma diferença significativa no mundo.

Se se apanhar raciocinando de modo desorganizado, você deve mudar suas ondas cerebrais para as ondas alfa, mais lentas, simplesmente aprofundando a respiração e sentindo um alívio imediato da tensão.

Essas ondas cerebrais o ajudam a pensar com clareza, porque sua mente se torna suficientemente lenta para se concentrar numa coisa de cada vez, em vez de passar de um pensamento para outro. Seus pensamentos são fluidos e você se torna mais criativo.

Sentimentos de solidão decrescem e um sentimento de perdão para com o passado muitas vezes propicia uma paz interior. Seu sentido de finalidade torna-se mais forte, trazendo uma profunda compreensão do motivo pelo qual você está aqui, nesta ocasião e neste planeta. Portanto, o simples prazer de estar vivo tem início neste estado de consciência.

Se continuar a aprofundar e tornar sua respiração mais lenta você entrará num estado de consciência mais profundo. Os cientistas reconhecem este estado de consciência pelas ondas cerebrais chamadas ondas cerebrais teta.

A profunda e lenta respiração teta traz uma sensação de intensa paz, muitas vezes de êxtase. Você s sente mais amoroso, mais receptivo, mais pacífico.

 Entende conceitos que lhe pareceriam palavras vazias durante a respiração superficial. No início, tal sensação de serenidade e paz poderá causar-lhe estranheza.

A sociedade humana está acostumada a frequências mais rápidas e a um constante movimento em direções a mais diversas. Mas você pode alcançar com maior facilidade (outro mundo da realidade, de maior paz e de sabedoria amoroso que existe no seu templo, tornando a respiração mais lenta e profunda.

Esse estado de consciência se abrirá para uma porção maior da humanidade à medida que mais pessoas estabelecerem esse novos padrões de respiração que dão acesso direto ao Eu Superior.

Parte de seu ciclo regular de sono noturno leva-o ao estado teta. Trata-se de um estado de serenidade em que seu corpo, sua emoções e sua mente estão em paz.

O ritmo teta das ondas cerebral permite que sua consciência deslize para fora do corpo e venha fazer parte de novas realidades. Esse estado ocorre todas as noites logo antes do sono, e abre uma janela para as soluções dos problemas.
Nele, você pode entrar na luz brilhante do seu templo e experimentar uma sensação de si mesmo como um Self maior, sem limite de tempo e de espaço.

As ondas cerebrais mais lentas são encontradas em delta e, na maioria das vezes, se formam somente durante o sono profundo embora nem sempre isso aconteça. Vimos alguns de vocês curando outros a partir destas ondas cerebrais delta.

 Tão logo se realiza cura, suas ondas cerebrais retornam a um estado alerta normal. À medida que passam para um estado de consciência mais elevado alguns de vocês que têm estado meditando há muito tempo, exibem esses padrões lentos de ondas cerebrais em suas meditações.

Procure as soluções para os problemas e conflitos no estado de onda cerebral exatamente inferior àquele em que esses problemas foram criados.

 De imediato, a solução pode parecer óbvia, ou então tende a surgir mais tarde e parecer algo que você sempre soube e que apenas havia temporariamente esquecido. Nem sempre essas respostas surgem com palavras; elas podem vir numa onda de sentimentos positivos tais como apreciação ou prazer.

Sentimentos de amor, sensações de tranquilidade e de compreensão assinalam que suas ondas cerebrais começam a se aglomerar para entrar em fase, e que os hemisférios esquerdo e direito do cérebro estão se sincronizando com a vibração do seu Eu Superior.

 Mesmo que não ouça ou sinta nada inusitado, observe a rendição da sua mente à serenidade ou à clareza de uma inspiração, ou perceba uma sensação de estar plenamente presente.

 Se tomar o seu ritmo respiratório mais lento com frequência suficiente, afinal ocorrerá uma modificação na consciência e estabelecer-se-á por si só um padrão de respiração profunda que não mais exigirá sua atenção consciente.

 Quando estiver meditando, por exemplo, você poderá notar que sua respiração parece parar; na realidade, ela é tão expansiva e lenta, com pausas rítmicas naturais entre cada inspiração, que mal se pode notar. Você deve respirar apenas de três a quatro vezes por minuto, à medida que sua meditação se aprofunda. No entanto, sua respiração não será artificial ou forçada, mas fácil e natural.

Para abrir-se mais plenamente às energias do seu templo, respire profunda e lentamente, e cada etapa lhe será revelada, à medida que dominar cada uma delas e pedir mais.

 Peça tudo o que quiser — uma abordagem criativa à sua visão mais elevada, maior segurança para amar a si mesmo, clareza para entender o significado da vida. Quando seu cérebro estiver inteiramente nutrido de oxigênio, você poderá descobrir como respirar a fim de movimentar-se na visão codificada do Eu Superior. Este conhecimento está armazenado com segurança em seu ser, à espera de ser ativado.

Você deve parar de fazer o que estiver fazendo, sentar-se, e respirar profundamente por alguns minutos à medida que imagina nitidamente como seria sentir-se num estado sereno e feliz.

Tente obter uma sensação característica desse estado. Respire profundamente até sentir o “toque” de um maior amor ou entendimento. Muitas vezes, apenas isso é suficiente para começar uma suave e confortável sensação do Self movendo-se através do corpo.

LAUNA
Nos seminários da Ponte de Luz, começamos afazer experiências com ritmos diferentes de respiração e seu efeito sobre as imagens. Algumas pessoas tiveram experiências marcantes e se abriram a uma nova compreensão de uma situação problemática.

Numa das sessões, Dan lembrou-se do patrão e sentiu a ansiedade habitual, seguida por uma onda de ressentimento. Sentiu o peito oprimido e por um momento foi obrigado a respirar fundo.

Deliberadamente, aprofundou a respiração e entrou em seu templo. Continuando a respirar deforma profunda e lenta, sentiu-se calmo outra vez e imaginou a si mesmo velejando num lago próximo (o fato de na vida real ele não ter noções de como velejar não tem a menor importância).

 À medida que a brisa morna agitou seu cabelo, Dan começou a sentir uma onda de bem-estar. A partir daí, algo mais sábio pareceu tomar conta da sua imaginação. Dan “viu” o patrão em outro barco a distância, lutando para mantê-lo na posição correta em meio às altas ondas, com receio de que entrasse água demais nele e o barco viesse a soçobrar.

Dan percebeu a tremenda insegurança e o sofrimento do patrão. Num primeiro momento, sentiu-se contente diante daquele sofrimento, mas à medida que o outro barco se aproximou, Dan pôde ver a agonia em seu rosto.

 Ele viu-se oferecendo ajuda no instante em que os barcos se aproximaram o suficiente. Dan começou a sentir uma conexão real com o patrão e imaginou-se falando livre e confiantemente com ele, reconhecendo sua própria mágoa. Em sua realidade idealizada, os dois se tornaram bom amigos pela primeira vez

Este exercício visual poderia ter acabado ali. No dia seguinte, entretanto, e para surpresa sua, Dan verificou que no escritório havia um nova conexão com seu patrão. Este veio até a sua sala, sentou-se e falou sobre alguns delicados problemas de trabalho, como se estivesse conversando com um velho amigo.

 Na mente de Dan não havia dúvidas de que o encontro imaginário ocorrera apenas em sua imaginação; no entanto, no mundo real, o seu patrão estava agindo como se a ligação tivesse, de fato, ocorrido para ambos.

Nenhum de nós tem idéia da profundidade com que novos ritmos respiratórios podem alterar nossas experiências. Este homem não soube como seu exercício respiratório pôde modificar sua amizade com o patrão.

Ele apenas verificou que um relacionamento tenso e forçado se transformou numa ligação aberta e receptiva, que agora é calorosa e amigável — uma mudança pela qual se sente muito feliz. 

l.LaUna: O cérebro humano é composto de células denominadas neurônios que transmitem minúsculos impulsos eletroquímicos. Cada explosão de energia eletroquímica produz uni campo correspondente de energia eletromagnética passível de ser medido. Padrões regulares de atividade eletromagnética são denominados ondas cerebrais. As ondas cerebrais dividem-se em grupos de acordo com suas freqüências características, medidas em ciclos por segundo, ou hertz. As chamadas ondas beta encontram-se numa escala de 12 a 30 Hz, sendo associadas a intensa atividade mental. Ondas alfa têm de 8 a 12 Hz, e surgem durante o relaxamento. Ondas teta estão entre 4 e 8 Hz, e indicam sono leve, sonhos ou meditação profunda. Ondas deita, entre 1 e 4Hz, ocorrem durante o sono profundo; raramente são sentidas pela mente consciente até a prática da meditação estar bem estabilizada.
                   
Este texto é resultado de uma pesquisa inspirada em vários autores :

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