As Emoções Básicas - Ira e arrogância
Ira - Aqui o iam-rim afirma:
Ira
é sentir-se vingativo com relação aos seres sencientes,
à frustração e a coisas que aborrecem a
pessoa, como armas e espinhos.
E a mente feroz que intenta permanecer em pé
de igualdade com tudo isso.
A
ira não permite que a pessoa usufrua os prazeres desta vida e produz
frustrações imensuráveis na outra vida.
Bodhicaryavatara,
diz que
“Quando
se está mentalmente febril devido ao ódio,
A
mente não pode experimentar a paz.
Sendo
incapaz de obter felicidade ou alegria
Perde-se
o sono e fica-se muito instável.
Aquele
que com qualquer riqueza ou honra
Pratica
a bondade tomar-se-á estável.
Elas
são os assaltantes que matam
Aquele
soberano tirano, o ódio.
Pela
ira os amigos se cansam, e mesmo que se os atraia Através de presentes, não se
pode fazer com que fiquem.
Em
resumo, a ira não oferece A mínima oportunidade de se ser feliz.
O
skyes-rabs (Jãtakamãlã) afirma:
Se
a face da pessoa está retorcida pelo fogo da ira,
Nem
os adornos a farão parecer bela.
Mesmo
que se durma numa cama confortável,
A
mente ardente de ira será miserável.
A
pessoa esquece o bem que lhe foi feito,
E
atormentada pela ira anda por caminhos maus.
Ela
não consegue fama e realizações
E
mesmo sua prosperidade diminui como a lua minguante.
Mesmo
sendo apoiada por amigos, a pessoa raivosa
Tomará
caminhos não apropriados a ser um humano.
Enquanto apenas pensa em “Como posso conseguir
alguma coisa”,
ou
“Como posso prejudicar alguém”,
sua inteligência entra em colapso e,
Geralmente,
ela viola a norma moral e toma-se cada vez mais enfatuada.
Quando
através da ira ela se acostumou à prática de atos maus,
Por
cem anos irá sofrer más formas de vida.
Mesmo
um inimigo perseguindo o maldoso
Não
poderia ser pior do que isso! (30b)
A
ira é resumida nos seguintes termos:
O
que é ira? É uma atitude vingativa com
relação aos seres sencientes, às frustrações, e ao que dá origem às frustrações
da pessoa. Sua função é servir de base para criticar, e para o fato de nunca
encontrar um momento sequer de felicidade.
A
ira é uma atitude vingativa incapaz de aceitar as três situações que podem dar
origem à ira e que inflige sofrimento às três situações.
As
três situações de ira são os seres sencientes, as frustrações pessoais do
indivíduo e a situação de onde essas frustrações provêm.
O
motivo de se dizer que o fundamento de uma atitude vingativa é nônuplo está de
acordo com o rin-chen ‘phreng-ba (Ratnamala), que afirma:
A
mente vingativa provém de nove causas
Que
são vingança voltada contra si mesmo,
Contra
os amigos e contra os inimigos nos três
Aspectos
do tempos (Os três aspectos do tempo são o presente, o futuro e o passado) e
outros medos infundados.
O
mngon-pa kun-btus explica a arrogância
deste modo:
Que
é arrogância? É uma mente inflada em relação ao que é perecível e sua função é
servir de base ao desrespeito e às frustrações.
A
arrogância é um fato mental que é uma espécie de mente inflada que faz de tudo
o que é apropriado, como riqueza ou conhecimento, o fundamento do orgulho. A
esse respeito o iam-rim afirma:
A
arrogância baseia-se numa perspectiva niilista e infla-se em relação ao alto e
ao baixo, ao bom e ao mau do dentro e do fora, e ostenta superioridade.
A
afirmação “baseia-se numa perspectiva nilista” é feita porque todas as formas
de arrogância são simultaneamente acompanhadas pela crença em si mesmo e por
uma supervalorização de si mesmo.
A arrogância
é sétupla:
1.
Arrogância
2.
Arrogância excessiva
3.
Orgulho de arrogância excessiva
4.
Egoísmo
5.
Arrogância de ostentação
6.
Arrogância de pensar pequeno
7.
Arrogância pervertida
A
primeira é uma mente inflada em que se pensa “Veja como sou superior em
comparação àquelas baixas criaturas.”
Arrogância
excessiva é uma mente inflada em que se pensa
“Sou melhor do que meus pares.”
Orgulho
de arrogância excessiva é uma mente inflada em que se pensa “Eu sou mais
elevado do que os outros elevados.”
Egoísmo
é uma mente inflada em que se pensa “Eu sou tudo aquilo de que se constitui
minha existência.”
Arrogância
Arrogância
de ostentação, é uma mente inflada em que se pensa “Eu tenho realizações”, mesmo
quando não se realizou nada.
Arrogância
de pensar pequeno é uma mente inflada em que se pensa “Eu sou tão pequeno e
inferior comparado àqueles que estão tão elevados e em posição tão alta.” A
implicação aqui é a idéia de “O mestre sem dúvida é grande! Eu nunca poderia
chegar à sua altura, mas veja como sou importante por ter esse grande mestre”
Arrogância
pervertida é pensar que é virtude cometer erros como alguém que é tão orgulhoso
com relação a suas realizações quando na verdade é atraído por um duende. E
precisamente como o ‘dul-ba lung (Vinayãgamõttaravisesãgamaprasnavrtti) afirma:
Sentir-se
orgulhoso com relação ao que na verdade é uma questão de vergonha, é como
sentir orgulho a respeito do que se fez aos inquilinos e duendes no apego à
honra e às riquezas depois de malograr e rejeitar todas as regras
disciplinares.
Enquanto
essa exposição está de acordo com o Abhidharmakosa, o rin-chen ‘phreng-ba
(Ratnamala) classifica a arrogância deste modo:
A
arrogância é de sete espécies.
Explicá-las-ei
distinguindo-as.
Relativamente
a elas, a pessoa que se vangloria abertamente
De
ser igual ou maior do que seu igual
Por
ter feito o baixo baixo e
O
igual igual ou mais baixo.
Deve
ser conhecida como tendo arrogância de igualdade.
Aquele
que é vil, e, no entanto, venera-se e
Vangloria-se
de ser particularmente grande
Pensando
que é verdadeiramente ambicioso por ser engrandecido,
Esse
tem o orgulho da arrogância excessiva.
Aquele
que se vangloria das cinco coisas sem sentido
Chamadas
“constituintes da personalidade”51,
Que
são maléficas como o surgimento
de
erupções de pus, os rebentos do karma,
É
chamado de egoísta
Quando
de fato não alcançou nada mas pensa que
Alcançou
alguma coisa, a pessoa é abertamente arrogante.
Enaltecer
o desempenho de ações más é,
Pelo
sábio, (31b) entendido como arrogância pervertida.
Dizer
“Eu sou inútil”,
É
depreciar-se.
Isto
é conhecido como arrogância de auto-aviltamento.
Isso
é dito para pôr a questão de modo conciso.
A
arrogância é a causa do nascer numa existência má numa vida posterior e, mesmo
nascendo numa existência humana, ela é causa do nascer numa casta inferior e
como um servo. Através do desrespeito por quantos possuem qualidades
(virtuosas), a pessoa perde a oportunidade de receber instruções e de
compreendê-las. Assim, a arrogância cria o desprazer tanto aqui quanto acolá. O
rin-chen ‘phreng-ba (Ratnamala) afirma:
A
arrogância leva a um estado mau,
A
inveja leva a uma compleição pálida,
A
ira a uma aparência má, e
A
falta de consulta a pessoas de conhecimento à estupidez —
O
resultado entre os seres humanos é,
Antes
de tudo, um modo de vida infernal.
O
Iam-rim afirma:
Visto que a arrogância nesta vida é o maior dos
empecilhos ao desenvolvimento das potencialidades e na vida seguinte é causa de
tornar-se servo, ela deve ser abandonada."Psicologia budista" Pesquisado por dharmadhannyaEL
Este texto está livre
para sua divulgação,
http://dharmadhannyael.blogspot.com.br
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