Amanhã é dia do Espirito Santo, 31 de maio e por isso estou pesquisando o tema em várias crenças religiosas. Gostei muito deste texto é resultado de uma pesquisa profunda na biblia sobre o Esprito Santo. Que haja luz para o bem de todos. Que a luz do Espirito Santo nos ilumine e guie com o fogo do entendimento e da sabedoria do amor para realizar a vontade de Deus. Amem dharmadhannya
"A Graça do Espirito Santo"
"Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei" (Gálatas 5:22 e 23).
"Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os
em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mat. 28:19).
Não é necessário ler muito na Bíblia para encontrar o Espírito Santo. Gênesis 1:2 diz:
"A terr a, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do
abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas"; enquanto isso,
no outro extremo da Bíblia, Apocalipse 22:17 diz:
"O Espírito e a noiva
dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem
quiser receba de graça a água da vida."
Vamos nos concentrar em um aspecto freqüentemente mal-compreendido do
Espírito Santo: Sua divindade. Em outras palavras, o Espírito Santo não é
apenas uma força impessoal que emana de Deus. Ele é Deus, uma das três
Pessoas que compõem a Divindade da fé cristã. Vamos examinar esse ensino
fundamental da Bíblia.
Que evidência temos da pluralidade da Divindade nos textos seguintes?
1- Gên. 1:26 ; 2- Gên. 3:22; Gên. 11:7; 3- Isa. 6:8 ;4- João 1:1-3
5- João 8:58
"O Filho é toda a plenitude da Divindade manifestada. A Palavra de
Deus declara que Ele é ‘a expressa imagem da Sua pessoa’. ...
O Consolador
que Cristo prometeu enviar depois de ascender ao Céu, é o Espírito em toda a
plenitude da Divindade, tornando manifesto o poder da graça divina a todos
quantos recebem e crêem em Cristo como um Salvador pessoal.
Há três pessoas
vivas pertencentes à Trindade celestial; em nome destes três grandes poderes
– o Pai, o Filho e o Espírito Santo – os que recebem a Cristo por fé viva são
batizados, e esses poderes cooperarão com os súditos obedientes do Céu em
seus esforços para viver a nova vida em Cristo." – Evangelismo, págs.
614 e 615
Deus Espírito Santo
A maioria das pessoas não tem dificuldades com a idéia de o Pai ser
Deus. Afinal, Deus é o que é o Pai.
Mesmo a idéia de Jesus como Deus, como um
Ser completamente divino manifesto em forma humana, embora um tanto difícil
de entender, é compreensível. Afinal, um Deus todo-poderoso deve ser capaz de
manifestar-Se em carne humana se decidir fazer isso, certo?
No entanto, para muitos, o conceito de o Espírito Santo ser Deus é
muito mais difícil. É bem mais fácil pensar no Espírito Santo, não como o
próprio Deus mas como algum tipo de força impessoal, alguma energia ou poder
divino, como a gravidade, que vem de Deus e permeia o mundo. Mas a Bíblia é
clara em afirmar que o Espírito Santo é divino; isto é, o Espírito Santo,
assim como o Pai e o Filho, é um dos personagens da Divindade.
Leia o que os textos seguintes dizem sobre a natureza divina do
Espírito Santo. Gên. 1:2, Mat. 1:20, Mat. 28:19, Romanos 8:11, 1 Cor. 2:10,11.
Entre os atributos do Espírito Santo estão verdade (João 16:13), vida (Rom. 8:2) e onipotência (1
Cor. 2:10,11) – todos atributos associados à Divindade. Jesus, em Mateus 12:31,32, diz que a blasfêmia pronunciada
contra Ele pode ser perdoada, mas não a blasfêmia contra o Espírito Santo, um
conceito que não faria muito sentido se o Espírito Santo fosse alguma coisa
menor que Deus.
Mateus 1:20, que faz referência à concepção de Jesus no
ventre de Maria por obra do Espírito Santo, também é um texto difícil de ser
entendido se o Espírito Santo não fosse verdadeiramente Deus.
Atos 5:3,4. Nestes dois versos, Deus e o Espírito
Santo são usados de modo intercambiável. Aqui, Pedro está comparando o
Espírito Santo a Deus, um texto poderoso que aponta para a divindade do
Espírito Santo.
João 14:16- Neste verso, Jesus trata Seu Pai como igual e
solicita um dom para Seus seguidores. No grego, a palavra traduzida aqui como
"outro" é allos. Significa "outro do mesmo tipo", ao
contrário de heteros, que significa "outro de outro tipo".
Jesus
tinha a intenção de enviar alguém para os discípulos, e para as gerações
sucessivas de Seus seguidores, que fosse semelhante a Ele mesmo, isto é –
divino.
Anteriormente, Jesus Se relacionara com o Pai. Agora, Ele Se
relacionou com o Espírito. Em conclusão, as três Pessoas da Divindade são
todas semelhantes.
A unidade de Deus
Leia estes dois versos e veja que outra evidência temos para confirmar
a natureza divina do Espírito Santo. 2 Cor. 13:14; Mat.
28:19
Como cristãos, admitimos que existem três Pessoas na Divindade:
"são um em desígnio, mente, em caráter, mas não em pessoa". A
Ciência do Bom Viver, pág. 422. A religião cristã não é uma crença em três
Deuses separados; ao contrário, é uma crença em um Deus que Se manifesta em
três pessoas que trabalham em perfeita harmonia uma com a outra.
Evidências da pessoalidade do
Espírito
Tendo Jesus vindo à Terra como ser humano, em forma humana, não é
difícil pensar nEle como uma pessoa com peculiaridades distintas. Em
contraste, quase sempre pensamos no Espírito Santo como "isso", uma
entidade ou poder impessoal. Mas a Bíblia apresenta o Espírito Santo como
personalidade distinta, que tem inteligência (João 14:26; João 15:26; Romanos 8:16), vontade (Atos 16:7; 1 Cor. 12:11), e emoções (Efés. 4:30).
A Bíblia também atribui ao Espírito Santo ações que revelam
pessoalidade, isto é, caráter ou qualidade do que é pessoal (Aurélio).
A
Bíblia diz que Ele fala expressamente (1
Tim. 4:1), envia pessoas em missão (Atos 10:19,20), impede pessoas de irem a determinados
lugares (Atos
16:7), dá ordens (Atos
11:12), impede ações (Atos 16:6), chama ministros do evangelho (Atos
13:2), nomeia-os às suas esferas de dever (Atos
20:28) e faz intercessão (Rom. 8:26,27)
Essas qualidades e ações são mais comumente
identificadas com a personalidade humana, e não a algum mero poder ou
influência.
"O Espírito Santo tem personalidade, do contrário não poderia
testificar ao nosso espírito e com nosso espírito que somos filhos de Deus.
Deve ser também uma pessoa divina, do contrário não poderia perscrutar os
segredos que jazem ocultos na mente de Deus.
‘Por que qual dos homens sabe as
coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? assim também
ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus’."
|
Estudo II - Símbolos do Espírito
Santo nas Escrituras
"O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde
vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito" (João 3:8).
Além das numerosas referências nominais ao Espírito, tanto no Antigo
como no Novo Testamento, o Espírito é mencionado freqüentemente pelo uso de
uma variedade de símbolos.
Unicamente pelo conhecimento dos símbolos,
emblemas ou ilustrações utilizados para o Espírito podem Sua obra e
ministério na vida do crente ser entendidos adequadamente.
Que qualidades das pombas representam o Espírito Santo? Por que esse
pássaro – e não um corvo, um abutre ou falcão – foi usado como símbolo do
Espírito Santo? Veja Mat. 10:16.
A palavra em Mateus
10:16 freqüentemente traduzida como "simples" pode ser
traduzida mais exatamente como não misturado, puro, sem mistura do mal. Essa
é certamente uma descrição hábil de Jesus, mas também é uma indicação do que
o Espírito pode fazer na vida dos crentes.
A Bíblia é perfeitamente clara sobre o tipo de vida que os seguidores
do Senhor devem ter. Mas também é clara, afirmando que podemos ser o que Deus
deseja que sejamos unicamente mediante um poder de cima, operando em nosso
coração.
Por nós mesmos, simplesmente estamos muito longe de nos reformar à
vista de Deus. Só o poder depurador, regenerador e santificador do Espírito é
que pode nos habilitar a refletir a pureza e o caráter de Jesus. Este é o
alvo de todo o que professa seguir a Cristo.
"No último dia, o grande dia da festa, levantou-Se Jesus e
exclamou: se alguém tem sede, venha a Mim e beba.
Quem crer em Mim, como diz
a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva. Isto Ele disse com
respeito ao Espírito que haviam de receber os que nEle cressem; pois o
Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda
glorificado" (João 7:37-39).
Aqui, Jesus compara o Espírito à água. A água é essencial à vida. Não
pode haver vida sem água. Então, não pode haver vida espiritual sem a presença
do Espírito. Da mesma forma, a água não é algo que podemos fazer por nós
mesmos. Para isso, somos totalmente dependentes de Deus. O mesmo se dá com o
Espírito.
Note, também, a idéia da água que flui do coração daqueles que crêem em
Jesus. Aqui o Senhor revela uma verdade fundamental sobre os que nEle crêem:
aquilo que eles receberam pela vontade do Espírito, por sua vez, flui deles
para os outros.
Óleo
"Então, o reino dos céus será semelhante a dez virgens que,
tomando as suas lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo. Cinco dentre
elas eram néscias, e cinco, prudentes. As néscias, ao tomarem as suas
lâmpadas, não levaram azeite consigo; no entanto, as prudentes, além das
lâmpadas, levaram azeite nas vasilhas" (Mat. 25:1-4).
O óleo é símbolo do Espírito Santo. Assim como as lâmpadas do tempo de
Cristo não davam luz sem conterem óleo, sem o Espírito em sua vida o cristão
não pode iluminar o mundo, como deve fazer (Mat. 5:14-16).
As virgens sábias da parábola "tinha[m]
recebido a graça de Deus, e o poder do Espírito Santo, que regenera e alumia,
tornando a Palavra divina uma lâmpada para os pés e luz para o caminho.
No
temor de Deus estudaram as Escrituras, para aprenderem a verdade, e
fervorosamente buscaram a pureza de coração e de vida". – O Grande
Conflito, pág. 394.
Em que termos o poder iluminador do Espírito Santo é descrito em
Zacarias? Zac. 4:1-6.
As luzes ou os castiçais representam a igreja, ou seguidores de Cristo
(veja Apoc. 1:20). Dos seres santos que se encontram na presença
de Deus, Seu Espírito é concedido às instrumentalidades humanas que são
consagradas ao Seu serviço.
É unicamente pela unção e pelo poder renovador do
Espírito Santo no coração que podemos desenvolver a atitude correta para com
a divina luz e a verdade. É unicamente pelo Espírito, e não pelo poder
humano, que podemos ser canais de misericórdia e graça a um mundo pecaminoso
e moribundo.
Na visão de Zacarias, as duas oliveiras que estão na presença de Deus
são descritas como estando vertendo de si mesmas o óleo dourado através de
tubos de ouro sobre o vaso do santuário.
A partir desse vaso os castiçais do
santuário são alimentados, para que dêem sua luz brilhante. Então, dos
ungidos que permanecem na presença de Deus, a abundância da divina luz e do
amor e poder é dada ao Seu povo, para que este dê aos outros luz, alegria e
refrigério.
Os crentes devem se tornar canais pelos quais a instrumentalidade
divina comunica ao mundo a torrente do amor de Deus.
O selo e o penhor
"[Ele] também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso
coração" (2 Cor. 1:22).
Que certeza podemos ter em Deus mediante a unção do Espírito? 2 Cor. 1:20-22
Paulo aqui usa a figura ou símbolo do dinheiro, como sinal de negócio
ou entrada, para ilustrar o dom do Espírito Santo aos crentes. Esta é uma
primeira parcela, garantia de sua plena herança quando Cristo voltar.
Note também, nos textos acima, em quem temos todas essas promessas.
Evidentemente, é em Jesus, pois "pois quantas forem as promessas feitas
por Deus, tantas têm em Cristo o ‘sim’." (v. 20 NVI). A certeza de que
Paulo fala aqui, selada pelo Espírito Santo, vem-nos por causa do que Jesus
fez por nós na cruz. É unicamente por causa da cruz que nos foi dado o
Espírito Santo, o selo da nossa redenção.
O dom do Espírito concedido ao crente é a garantia por parte de Deus de
que Ele finalmente trará o pleno dom da salvação, tirando o crente deste
mundo de pecado e dando-lhe herança em Seu reino eterno. Mesmo nos negócios
humanos, a entrada, ou sinal, é a certeza do comprador de que determinada
transação se cumprirá.
O Espírito é o sinal de Deus a respeito da salvação
prometida, que foi completamente paga na cruz.
Mas estes textos não ensinam "uma vez salvo, salvo para
sempre". Podemos resistir ao Espírito (Atos 7:51); podemos cair da graça. A soberania de Deus não
interfere no livre-arbítrio humano. Quando decidimos segui-Lo, vivendo pela
fé – reivindicando Seu poder para vencer quando tentados, reivindicando Seu
perdão quando caímos – podemos estar certos de que Ele fará tudo o que nos prometeu.
Luz e Fogo
"A verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem"
(João 1:9).
"Onde quer que haja um impulso de amor e simpatia, onde quer
que o coração se comova para abençoar e amparar os outros, é revelada a
operação do Santo Espírito de Deus.
Nas profundezas do paganismo os homens
que não tiveram conhecimento da lei escrita de Deus, que nunca ouviram o nome
de Cristo, têm sido bondosos com Seus servos, protegendo-os com o risco da
própria vida.
Seus atos mostram a operação de um poder divino. O Espírito
Santo implantou a graça de Cristo no coração do selvagem, despertando nele a
simpatia contrária à sua natureza e à sua educação.
A ‘luz verdadeira, que
alumia a todo homem que vem ao mundo’ (João
1:9), está brilhando em sua vida; e esta luz, se atendida, guiará os
seus pés para o reino de Deus." –Parábolas de Jesus, pág. 385.
O fogo era muito importante para as tradições e culturas do Antigo
Testamento, pois simbolizava a presença de Deus (veja Exo. 3:2). Também representava Sua proteção e providência
(veja Exo. 13:21), aprovação (veja Lev. 9:24) e Seu poder purificador e santificador (veja Isa. 6:6,7).
Outro exemplo usado para descrever a obra do Espírito Santo foi
apresentado pelo próprio Jesus, quando comparou com o vento a obra do Espírito
(João
3:8). O vento não é visível; não sabemos de onde vem nem para onde vai.
Mas, mesmo sendo invisível, seus efeitos são claramente vistos. Jesus
comparou o Espírito ao vento. Ele não pode ser visto, mas os Seus efeitos nas
vidas humanas transformadas são claramente evidentes. Mas o próprio Espírito
é um mistério.
Das três pessoas da Divindade, Ele é menos conhecido da
humanidade. Jesus veio revelar o Pai, ou torná-Lo conhecido (veja João 1:18), e a humanidade viu Jesus em forma humana. Mas
ninguém viu o Espírito e ninguém O revelou a nós
|
Estudo III - Jesus e o Espírito
Santo
"Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o
poder do Altíssimo te envolverá com a Sua sombra; por isso, também o Ente
santo que há de nascer será chamado Filho de Deus" (Lucas 1:35).
O Espírito Santo esteve envolvido na encarnação de Jesus e Sua vinda à
Terra. Jesus foi concebido por Maria pelo poder do Espírito. Antes de entrar
em Seu ministério público, Jesus foi dotado do Espírito, que, no batismo,
desceu sobre Ele em forma de pomba. Logo depois do batismo, o Espírito O
levou ao deserto.
Ao longo de todo o Seu ministério, Jesus foi conduzido pelo Espírito.
Ele Se comprometeu sem reservas com o cumprimento da vontade do Pai, conforme
se desvendava a Ele nas Escrituras Sagradas e pelas sugestões do Espírito.
Ele submeteu Suas próprias inclinações.
Não tinha maior desejo de morrer com
a idade de 33 anos do que você ou eu. De fato, Ele implorou ao Seu Pai para
afastar aquele cálice, se possível.
Mas preferiu morrer aos 33 anos a contrariar
a vontade de Seu Pai. Não insistiu em seguir Seu próprio caminho, embora
pudesse facilmente fugir à morte.
Sua obra, Seu ministério e Seus milagres foram realizados, assim como
devem ser os nossos, pela direção do Espírito Santo.
Nascimento miraculoso
No nascimento de Jesus em forma humana, que papel teve o Espírito
Santo? Leia Mat. 1:18-20; Luc.
1:35.
Se existe na Bíblia algum texto que mostre os limites da ciência, da
lógica e da experiência humana para explicar as grandes verdades de Deus,
estes dois versos devem estar no topo.
Já é surpreendente que uma mulher
fosse engravidada pelo Espírito Santo. Que ela fosse virgem (Mat. 1:23) torna o milagre ainda mais espantoso. Ao longo
da história da igreja, houve pessoas tentando todos os tipos de explicações
para o nascimento de Jesus, diferentemente do que os textos dizem.
Os que
limitam o que crêem só ao que seus sentidos podem lhes dizer, ao que a
experiência passada lhes mostrou ou ao que a ciência moderna pode lhes
explicar, terão muita dificuldade com estes textos e as grandes verdades que
contêm.
Mas os que confiam no poder de Deus (Luc. 1:37; Heb. 11:6) e na verdade da Palavra de Deus (2 Tim. 3:16) podem aceitar os textos pelo que dizem, não
importa quão pouco entendamos os processos por trás da verdade ali revelada.
Afinal, o justo viverá pela fé (Heb. 10:38), e o que é fé se não a crença naquilo que não
podemos entender completamente? Quem pode entender completamente que uma
mulher humana e pecaminosa pudesse conceber em seu ventre o Filho de Deus?
Por mais insondável que seja a encarnação de Jesus, não é difícil
entender por que o Espírito Santo, que faz parte da Divindade, seria o agente
executivo. Quem mais, a não ser Deus, poderia operar esse milagre? É difícil
imaginar um anjo, ou qualquer ser inferior ou criado, como agente causativo
desse ato incrível.
Ungido pelo Espírito
Qual foi o papel do Espírito no ministério de Cristo? Leia Mat. 3:16,17; Mar. 1:10; Luc. 3:21,22; João 1:32-34.
Embora fosse o Filho imaculado de Deus, aquele que estava com Deus
desde a eternidade ( João 1:1-3), em Sua manifestação humana, Jesus dependia
totalmente do trabalho do Espírito em Sua vida.
Isto é, na humanidade, Ele Se
permitiu ser guiado e fortalecido pelo Espírito Santo.
Agora, note que, nesta cena, as três pessoas da Trindade Se
manifestaram de modo especial, nem sempre revelado na Bíblia:
O Pai, o Filho
e o Espírito Santo estavam presentes. Só este fato já deve nos dizer quão
significativos foram a unção e o batismo de Jesus.
Realmente, aqui, de modo
especial, começou Sua obra, não apenas para a redenção da humanidade, mas
para encerrar o grande conflito com Satanás.
Foi na tentação do deserto (Mateus 4:1) que Cristo passou pela mesma experiência de
Adão, só que em situação muito pior do que a dele (afinal, Adão estava de
barriga cheia no Paraíso, ao passo que Jesus, com o estômago vazio e
roncando, estava em um deserto).
Os três evangelistas que escreveram sobre a
tentação enfatizaram que foi o Espírito, recém-concedido a Cristo de maneira
marcante no batismo, que O levou ao deserto. Eles também declaram
expressamente que foi Satanás que O tentou.
Guiado pelo Espírito
"Pois o enviado de Deus fala as palavras dEle, porque Deus não dá
o Espírito por medida" (João 3:34).
Atos 1:1,2 deixa claro que foi pelo poder do Espírito
Santo que Jesus deu mandamentos aos apóstolos. Temos aqui também outra
referência clara à dependência de Jesus ao poder do Espírito Santo.
"Com referência à natureza humana, por todos os dias de Sua
humilhação, Jesus permaneceu sob a operação constante e penetrante do
Espírito Santo. O Filho, a quem nada faltava, mas que, como Deus, em união
com o Pai e o com Espírito Santo, possuía todas as coisas, adotou
compassivamente a natureza humana...
Embora fosse o Filho, Ele não tomou em
Suas mãos Sua preparação, enriquecimento e operação, mas dispôs-Se a
recebê-las da mão do Espírito Santo." – Abraham Kuyper, The Work of the
Holy Spirit, pág. 96.
Que mudanças você precisa fazer em sua vida a fim de que toda palavra
que falar seja pronunciada pela influência do Espírito Santo? Como suas
palavras seriam diferentes do que são agora?
Atividade dirigida pelo Espírito –
I
"O Espírito do Senhor está sobre Mim, pelo que Me ungiu para
evangelizar os carentes; enviou-Me para proclamar libertação aos cativos e
restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e
apregoar o ano aceitável do Senhor" (Luc. 4:18,19).
Jesus pregou o evangelho aos pobres endemoninhados (Mar. 5:1-16); perdoou a pecadora Maria Madalena (veja Luc. 7:36-48; João 8:1-11) e a livrou do cativeiro do pecado; restaurou a
vista aos fisicamente cegos (veja Mar. 10:46-52), e também aos espiritualmente cegos; trouxe
liberdade aos que estavam feridos e proclamou o ano aceitável do Senhor.
Os fariseus afirmavam que Jesus expelia os demônios pelo poder de
Belzebu. Mas Ele deixou claro que operava Seus milagres pelo poder do
Espírito (veja Mat. 12:28). Jesus dependia do poder do Espírito para
operar Seus milagres durante o ministério terrestre.
Leia que parte desempenhou o Espírito no oferecimento de Cristo de Si
mesmo como resgate dos nossos pecados, em Hebreus 9:14.
Inspirado pelo Espírito, como Pedro resumiu o ministério de Jesus? Atos 10:38.
Atividade dirigida pelo Espírito –
II
Deus é um, mas triúno. As três pessoas da Trindade trabalham juntas.
Estão intimamente unidas em Sua obra. Assim, embora esse texto diga que
Jesus foi ressuscitado pelo Espírito, as duas pessoas da Divindade estiveram
unidas na ressurreição de Jesus.
Quem diz o apóstolo Paulo que ressuscitou Jesus? Gál. 1:1; Efés. 1:17-20
O que Jesus disse sobre Sua
ressurreição?
Que mais esteve envolvido nessa ressurreição? João 10:17,18
"Sobre o fendido sepulcro de José, Cristo proclamara
triunfante: "Eu sou a ressurreição e a vida." Essas palavras só
podiam ser proferidas pela Divindade. Todos os seres criados vivem pela
vontade e poder de Deus.
São dependentes depositários da vida de Deus. Do
mais alto serafim ao mais humilde dos seres vivos, todos são providos da
Fonte da vida.
Unicamente aquele que é um com Deus podia dizer: ‘Tenho poder
para a dar [a vida], e poder para tornar a tomá-la.’ João 10:18. Em Sua
divindade possuía Cristo o poder de quebrar as algemas da morte." –
O Desejado de Todas as Nações, pág. 785.
Embora Paulo tenha escrito pouco sobre os eventos da vida de Cristo,
Sua morte e ressurreição são temas constantes em suas epístolas. Ele observa
que o "que é da mais alta importância" (1 Cor. 15:3, BLH) para os crentes é que "Cristo morreu
pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou
ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu..." (v. 3-5).
Não é
de admirar que a Bíblia vincule as três pessoas da Divindade com a
ressurreição de Cristo, como ocorreu no Seu batismo.
Esse fato é de importância decisiva para tudo o que cremos como
cristãos. Sem essa crença, como Paulo diz, não temos esperança (v. 17).
"Jesus é nosso exemplo. ...
Viveu para agradar, honrar e glorificar o Pai nas coisas
comuns da vida. Sua obra começou consagrando o humilde ofício do operário que
labuta para ganhar o pão cotidiano.
Quando trabalhava ao banco de carpinteiro, fazia tanto a
obra de Deus, como quando operava milagres em favor da multidão. E todo jovem
que segue o exemplo de Cristo na fidelidade e obediência em Seu humilde lar,
pode reclamar aquelas palavras proferidas a respeito dEle, pelo Pai, por
intermédio do Espírito Santo:
‘Eis aqui o Meu Servo a quem sustenho, o Meu
Eleito, em quem se compraz a Minha alma.’ Isa. 42:1." –Tudo o que se refere à vida de Cristo na Terra foi realizado
pelo poder do Espírito:
1.
Sua concepção (Luc.
1:35); (2) Seu batismo (Lucas
3:21,22); (3) Sua justificação, isto é, a manifestação de Sua vida justa
(1Tim. 3:16); (4) Sua guia na vida de serviço (Luc. 4:1; veja também Luc. 2:49); (5) Seus milagres (Mat.
12:28); (6) Sua ressurreição (1 Ped. 3:18).
2.
Esta realidade assinala
poderosamente a importância do papel do Espírito Santo no plano de salvação e
em nossa vida.
|
Estudo IV - A Promessa do Espírito
Santo
"E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de
que esteja para sempre convosco" (João 14:16).
Muitos escritores do Antigo Testamento prometeram um derramamento do
Espírito (Joel 2:28,29). João Batista – o precursor de Jesus –
anunciou às multidões que aquele que viria depois dele, o Messias, batizaria
os arrependidos com o Espírito Santo e com fogo.
Mas os discípulos de Jesus não viam a necessidade do Espírito durante
Seu ministério. Jesus estava perto deles. Por que precisariam de outro
Consolador?
É evidente que Jesus não estaria perto para sempre, pelo menos em
carne. O plano de salvação pedia que Ele partisse, a fim de ministrar os
méritos de Sua expiação no santuário do alto, antes de voltar e buscar os que
comprou com Seu sangue.
Assim, Ele prometeu enviar-lhes Seu Espírito. O Espírito seria seu guia
e consolador, visto que eles não poderiam seguir o Mestre amado aonde Ele
estava para ir em breve.
O Consolador vindouro deveria ser companheiro constante dos discípulos.
Ele os sustentaria e confortaria em suas perdas, além de compensar a partida
do seu Amigo. Mas, a promessa do Espírito não foi só para eles, mas para nós,
também.
A promessa da água
"Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de
todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei.
Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o
coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o Meu
Espírito e farei que andeis nos Meus estatutos, guardeis os Meus juízos e os
observeis" (Ezequiel
36:25-27).
Ezequiel fala do Espírito sob o símbolo da água. Usando esse emblema, o
profeta apresenta o Espírito agindo tanto para purificar como para vivificar.
Os seguidores de Cristo terão nova vida em que, pelo poder do Espírito Santo,
estarão limpos das impurezas da carne e viverão em fé e obediência.
Assim, é claro por estes textos que, qualquer que seja a obra do
Espírito, esta inclui o processo de santificação, mudança de hábitos, de
ações e de palavras. Mais importante ainda, também inclui mudança de coração.
O que o Espírito Santo faz em nossa vida? 2 Cor. 3:3
A promessa de João Batista
"Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem
depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de
levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo" (Mat. 3:11).
"João proclamava a vinda do Messias, e chamava o povo ao
arrependimento. Como símbolo da purificação do pecado, batizava-os nas águas
do Jordão.
Assim, por uma significativa lição prática, declarava que os que
pretendiam ser o povo escolhido de Deus estavam contaminados pelo pecado, e
sem purificação de coração e vida, não poderiam ter parte no reino do Messias."
–O Desejado de Todas as Nações, pág. 104.
João estava bem ciente de que seu batismo não seria bastante para
permitir que homens e mulheres estivessem na presença de Deus. Havia
necessidade de algo mais que o batismo com água. Havia também o batismo de
fogo.
É muito interessante que tanto a água como o fogo sejam usados como
símbolos do trabalho do Espírito Santo. É difícil pensar em duas coisas que, em
certo sentido, sejam mais opostas do que fogo e água. Mas ambos são usados
para descrever as ações do Espírito Santo.
Fogo e água são dois grandes agentes purificadores naturais, e é
apropriado que ambos sejam usados para representar a regeneração do coração,
a obra do Espírito Santo.
Mas a ação do fogo é muito diferente da ação da
água. Em sentido espiritual, os dois agentes poderiam realizar a mesma coisa,
mas o processo pelo qual eles agem é diferente.
Quando pensamos em água,
freqüentemente pensamos em algo calmante, refrescante, delicioso; em
contraste, embora o fogo traga calor consigo, também implica provação (1 Pedro 4:12), dor e sofrimento.
A imagem do fogo do
ourives não expressa um processo confortável ou agradável. Sem dúvida, é por
isso que, às vezes, o trabalho que precisa ser feito em nós é como fogo do
ourives: temos que ser purificados do pecado; a escória precisa ser queimada.
O Espírito ainda não concedido
"No último dia, o grande dia da festa, levantou-Se Jesus e
exclamou: Se alguém tem sede, venha a Mim e beba. Quem crer em Mim, como diz
a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.
Isto Ele disse com respeito
ao Espírito que haviam de receber os que nEle cressem; pois o Espírito até
aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda
glorificado" (João 7:37-39).
Quando Jesus pronunciou estas palavras, o Espírito como pomba já havia
descido sobre Ele. Uma abundância de referências do Antigo Testamento indica
que o Espírito Santo há muito tinha estado em ação em favor da humanidade.
Então, o que João quis dizer quando falou:
"o Espírito até aquele
momento não fora dado" embora o Espírito haja trabalhado com homens e
mulheres desde a entrada do pecado, foi que Ele não veio à Terra em Sua
plenitude. Isso não haveria de acontecer antes que Jesus fosse glorificado.
Quando Jesus estava para deixá-los, que promessa deu aos discípulos com
referência à Sua presença? Mat. 28:20; Atos 1:4,5.
A partida de Cristo haveria de enriquecer os discípulos e todos os
crentes, em vez de empobrecê-los. Andando entre nós, Jesus estava limitado
geograficamente a um lugar específico de cada vez.
Enquanto estava com os
três discípulos no alto, não podia estar com o outros no sopé da montanha.
Ele estava limitado em espaço, como nós. Mas o Espírito Santo não seria
limitado nem pela humanidade nem pelo espaço.
Sendo onipresente, o Espírito
não está limitado com o corpo humano. Ele está acessível igualmente a todos,
em todos os lugares. Pela presença do Espírito Santo, Jesus está conosco, até
o fim do mundo.
Antes de Sua crucificação, o que Jesus prometeu novamente aos
discípulos? João
14:16
Esta é a primeira promessa direta feita por Jesus aos discípulos sobre
a vinda do Espírito Santo. Evidentemente, Ele está Se referindo ao Dia de
Pentecostes. Mas essa não foi a primeira vez que o Espírito apareceu na Terra.
"Antes disto, o Espírito havia estado no mundo; desde o próprio
início da obra de redenção Ele estivera atuando no coração dos homens. Mas
enquanto Cristo esteve na Terra, os discípulos não tinham desejado nenhum
outro auxiliador.
Não seria senão depois que fossem privados de Sua presença
que experimentariam a necessidade do Espírito, e então Ele havia de vir."
– O Desejado de Todas as Nações, pág. 669.
Que participação na obra de Deus tinha o Espírito Santo antes da vinda
de Cristo? Num. 11:25; 1 Sam. 10:6; Sal. 51:10 e 11
João 20:22 mostra que, antes de deixar os discípulos,
Cristo "soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo".
Novamente, Ele disse: "Eis que envio sobre vós a promessa de Meu
Pai" (Lucas 24:49). Mas não foi antes da ascensão que o dom foi
concedido em sua plenitude.
Só depois que, pela fé e oração, os discípulos se
renderam completamente à Sua obra, é que foi concedido o Espírito.
Então, em
sentido especial, os bens do Céu foram concedidos aos seguidores de Cristo.
Em outras palavras, embora Cristo lhes tenha dado essa promessa maravilhosa,
eles tinham que ser preparados para recebê-la. Será diferente para nós hoje?
Outro Consolador
"Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros" (João
14:18).
"Outro Consolador" viria para tomar o lugar de Jesus. Até aquele
tempo, Jesus tinha estado com os discípulos e tinha sido seu ajudador em toda
emergência. Mas agora, outra pessoa viria para tomar Seu lugar.
A palavra grega traduzida como "Consolador" é composta de
para, que significa "ao lado de", e kletos, que significa
"aquele que é chamado". Assim, parakletos significa "alguém
chamado para estar ao lado de outro", ou chamado para ajudar outros em
qualquer emergência que surja. Tem o significado de "advogado" ou
"conselheiro".
Além disso, a mesma forma verbal é traduzida como "exortar".
Assim, Ele também é um "exortador". De fato, este significado
posterior é a característica preeminente da obra do Espírito como foi
esboçada por João. Ele "ensinará" e "fará lembrar de tudo o
que vos tenho dito"
(João 14:26). Ele dará testemunho de Cristo (João 15:26). Convencerá o mundo do pecado, da justiça e do
juízo" (João
16:8). Guiará a toda a verdade e dirá tudo o que tiver ouvido e anunciará
as coisas que hão de vir (v. 13). Glorificará a Cristo, receberá dEle e dará
aos discípulos (v. 14).
Como o Espírito Santo trabalha em nossa vida hoje? 1 João 3:24; 1 João 4:13
Os apóstolos e seus co-irmãos não foram deixados sós ou sem ajuda
depois que Jesus ascendeu ao Céu. Um auxiliador adequado estaria com eles.
"Pelo Espírito, disse, manifestar-Se-ia a eles."
"Se olharmos para Jesus e nEle confiarmos, chamaremos em nosso
auxílio um poder que venceu o arquiinimigo em campo aberto e, para nossa
tentação, Ele dará também o escape. Quando Satanás vem sobre nós como uma
avalanche, devemos enfrentar suas tentações com a espada do Espírito, e
Jesus, que é o nosso auxílio, levantará por nós um pendão contra ele."
|
Estudo V - O Cumprimento da
Promessa
"De repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e
encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre
eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram
cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o
Espírito lhes concedia que falassem" (Atos 2:2-4).
O derramamento do Espírito Santo no Pentecostes veio em cumprimento do
que o Senhor havia prometido antes de voltar ao Céu: que esses apóstolos e
discípulos seriam "batizados com o Espírito Santo" (Atos
1:5) e receberiam "poder" (Luc. 24:49).
O Espírito Santo veio sobre eles como havia
sido prometido, e eles começaram a falar em outras línguas "as grandezas
de Deus" (Atos 2:11). Que interessante e revelador que a primeira
coisa que eles fizeram com esse dom tenha sido testemunhar sobre o Senhor. É
evidente que esse foi apenas o início do que o Espírito Santo faria, e ainda
está fazendo, para a igreja do Senhor.
Esse grande evento foi a culminação de muitos outros eventos, todos
centrados em torno da vida, morte, ressurreição e ascensão de Jesus. Entre
esses eventos, estava também a preparação do povo de Deus para que estivessem
prontos a receber esse maravilhoso derramamento do Céu.
Fé e a Promessa
"E, comendo com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de
Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, a qual, disse Ele, de Mim
ouvistes. Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados
com o Espírito Santo, não muito depois destes dias" (Atos
1:4, 5).
De acordo com Atos 1:4, os discípulos deveriam permanecer, ficar ou mesmo
se assentar em Jerusalém até que se cumprisse a promessa. A ênfase na ordem para
"esperar" ou "assentar-se" está no cumprimento da
promessa de Deus em seu devido tempo.
A espera em si não traria o Espírito. A
palavra traduzida como "promessa" – epaggelia – como é usada em
outras partes do Novo Testamento, enfatiza a graça de Deus em lugar do
esforço humano. É dom de Deus, recebido pela fé.
Naturalmente, a fé também é um dom de Deus (Efes. 2:8), mas existem coisas que os crentes podem fazer a
fim de fortalecer sua fé. É muito tolo e presunçoso acreditar que só porque
nos foi prometida a fé, nos seria dado tudo de que precisamos, sem esforço
nem cooperação de nossa parte. Grandes coisas são prometidas aos que têm fé (Rom. 5:1; Heb. 11:6), mas a fé é algo que os crentes devem apreciar,
cultivar e proteger.
Espera como preparação
Estudamos os textos em que Jesus disse aos discípulos para permanecerem
em Jerusalém. Foi exatamente isso que eles fizeram (Atos 1:12). Aqui, vemos imediatamente um dos grandes
princípios da fé: obediência. Dificilmente se pode esperar que se cumpram as
promessas aos que desobedecem a Deus.
Que atitude entre os discípulos os habilitou a estar preparados para
receber o derramamento do Espírito Santo? Atos 1:14; Atos 2:1 e 46
Conta a história que o grande almirante inglês Lorde Nelson, justamente
antes de uma grande batalha naval, levou dois oficiais que viviam às turras a
um lugar em que podiam ver todos os navios do inimigo preparados para
guerrear contra eles.
"Lá", disse o almirante, "estão seus
inimigos. Apertem as mãos e sejam amigos como bons ingleses". Em outras
palavras, as questões em jogo eram grandes demais para que diferenças
pessoais se atravessassem no caminho da vitória.
Assim também, podemos ver como era importante a unidade entre esses
discípulos que, anteriormente, nem sempre estiveram unidos.
O que havia causado dissensão entre os discípulos, no passado? Mar. 9:33 e 34; Luc. 22:24
O que os textos de Atos, acima, mostram é que, depois que os discípulos
se uniram e não mais se esforçaram para buscar a posição mais elevada, o
Espírito foi derramado. Eles estavam de comum acordo.
As diferenças tinham
sido afastadas. Tinham um alvo comum, propósito comum, muito mais importante
do que qualquer questão pessoal. Eles tiveram que resolver essas coisas antes
de estarem prontos para trabalhar juntos na missão comum. "Da multidão
dos que creram era um o coração e a alma."(Atos 4:32).
O cumprimento do Pentecostes
"Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no
mesmo lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e
encheu toda a casa onde estavam assentados" (Atos
2:1 e 2).
Pentecostes é derivado de uma palavra que significa
"qüinquagésimo", uma referência aos 50 dias entre a Festa dos Pães
Asmos e o Pentecostes – que é a Festa das Primícias.
Nessa festa, os filhos
de Israel apresentavam ao Senhor uma oferta movida da colheita de trigo,
expressando gratidão pelos Seus benefícios materiais (Lev. 23:15-21).
Os rabinos também haviam concluído que 50 dias depois do Êxodo, o
Senhor havia dado a Israel a lei no Sinai. Assim, o festival também chegou a
ser entendido entre os judeus como uma comemoração do Sinai.
Nesse sentido, o
Pentecostes comemorava a fundação das 12 tribos de Israel como nação que
entrou em relação de aliança com o Senhor, "reino de sacerdotes e nação
santa" (Exo. 19:6) que pregaria a verdade de Deus a um mundo
mergulhado em pecado e idolatria.
Como é adequado que esse dia de festa
representasse uma fase decisiva para introduzir gradualmente a fundação da
primeira igreja cristã, que também foi chamada para pregar a verdade de Deus
a um mundo mergulhado em idolatria e pecado!
Também é fascinante a respeito dessa época que, entre todos os
festivais, o Pentecostes atraía o maior número de judeus de diferentes
terras. Atos 2:5 fala de judeus devotos de "todas as nações debaixo do
céu" que estavam lá. Que oportunidade perfeita para o incrível
derramamento do Espírito Santo sobre a primeira igreja a fim de que estivesse
pronta para cumprir sua missão para o mundo.
O Céu e o derramamento
Leia Atos 2:22-35 e então, pense:
a. Que contraste Pedro fez entre Davi e Jesus? Qual era o argumento?
b. No discurso de Pedro, que papel teve a morte e a ressurreição de
Cristo?
c. Qual foi a promessa do Pai? (v. 33).
d. Que evento incrível no Céu propiciou esse derramamento do Espírito
Santo?
"A ascensão de Cristo ao Céu foi, para Seus seguidores, um sinal
de que estavam para receber a bênção prometida. Por ela deviam esperar antes
de iniciarem a obra que lhes fora ordenada. Ao transpor as portas celestiais,
foi Jesus entronizado em meio à adoração dos anjos.
Tão logo foi esta
cerimônia concluída, o Espírito Santo desceu em ricas torrentes sobre os
discípulos, e Cristo foi de fato glorificado com aquela glória que tinha com
o Pai desde toda a eternidade.
O derramamento pentecostal foi uma comunicação
do Céu de que a confirmação do Redentor havia sido feita. De conformidade com
Sua promessa, Jesus enviara do Céu o Espírito Santo sobre Seus seguidores, em
sinal de que Ele, como Sacerdote e Rei, recebera todo o poder no Céu e na
Terra, tornando-Se o Ungido sobre Seu povo." –Atos dos Apóstolos, págs.
38, 39.
O dom de línguas- Atos 2:5-15
Tente imaginar a cena. Judeus devotos de todo o mundo conhecido de
então se reuniram (como faziam cada ano) para o grande festival quando, de
repente – o que aconteceu?
Um grupo de galileus, conhecidos como pessoas
rudes do campo (não exatamente a elite sofisticada de Israel), de repente
começaram a falar em todas essas línguas diferentes!
Pode-se imaginar a consternação dos que, de repente, os ouviam falar em
seu próprio idioma. Eles ficaram tão confusos que, em determinado momento (Atos
2:13), alguém os acusou de estar "embriagados!", uma resposta
tola, se você pensar nela.
(Afinal, quantas pessoas sob a influência do
álcool de repente começam a falar em línguas estrangeiras que nunca haviam
conhecido antes?)
Juntamente com o texto de Atos 2, leia Marcos 16:17, pois nos ajudam a entender o que significou o
dom de línguas.
Em Atos
2, onde o dom de línguas foi mencionado pela primeira vez, é muito claro
que "línguas" é a habilidade dotada pelo Espírito de falar em
idiomas estrangeiros. De fato, a palavra traduzida como "língua"
(como em 1 Coríntios 14) é glossa, que significa "idioma".
Se usarmos o princípio de interpretação, em que as passagens difíceis são
interpretadas com base nas mais simples, alguns dos textos mais difíceis que
tratam com línguas (I Coríntios 14) precisam ser examinados levando em conta
o que é claro – e é claro que, em Atos 2,
o dom de línguas foi a habilidade
de falar em línguas estrangeiras.
Este ponto é importante, especialmente
levando-se em conta o fenômeno hoje chamado "falar em línguas", em
que as pessoas acreditam que a repetição de expressões vocais ininteligíveis
sejam a manifestação do Espírito Santo. Certamente, não foi isso o que
aconteceu no Pentecostes, quando o Espírito Santo foi derramado.
"O Espírito Santo, assumindo a forma de línguas de fogo,
repousou sobre a assembléia. Isto era um emblema do dom então outorgado aos
discípulos, o qual os capacitava a falar com fluência línguas com as quais
não tinham nunca tomado contato. A aparência de fogo significava o zelo
fervente com que os apóstolos trabalhariam, e o poder que assistiria sua
obra."
"Algumas dessas pessoas têm formas de culto a que chamam dons,
e dizem que o Senhor os pôs na igreja. Têm um palavreado sem sentido a que
chamam língua desconhecida, desconhecida não só ao homem, mas ao Senhor e a
todo o Céu.
Tais dons são manufaturados por homens e mulheres ajudados pelo
grande enganador. O fanatismo, a exaltação, o falso falar línguas e os cultos
ruidosos, têm sido considerados dons postos na igreja por Deus. Alguns têm
sido iludidos a esse respeito."
|
Ads by PlsHD
Estudo VI - O Batismo no Espírito
Santo
"E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas
enchei-vos do Espírito" (Efésios 5:18).
Ao longo dos séculos, tem havido muita especulação e discussão na
igreja cristã sobre o que significa o "batismo do Espírito Santo".
Pelas poucas referências bíblicas, fica claro que se trata do Espírito Santo
na vida de uma pessoa que nasceu de novo. Sem o impulso do Espírito, ninguém
pode experimentar o novo nascimento; os que tiveram essa experiência foram
batizados com o Espírito Santo
Em Atos 1:5, Jesus disse aos Seus seguidores que seriam
batizados com o Espírito Santo; os eventos espetaculares do Pentecostes, dez
dias mais tarde, parecem o cumprimento óbvio de Suas palavras (veja Atos 2),
quando muitos aceitaram Cristo e se tornaram seguidores do Messias, nascidos
de novo.
Uma coisa é certa: Qualquer pessoa que se tenha rendido em fé e
obediência ao Senhor Jesus Cristo foi batizada no Espírito Santo. Um cristão
amoroso e amável, que se dá em favor dos outros é a maior manifestação desse
batismo.
Um só Espírito, um só corpo
De acordo com Paulo, quem é batizado no Espírito Santo? 1 Cor. 12:1-13
Paulo estava lidando com uma igreja que tinha dificuldades quanto aos
dons espirituais. Em resposta, Paulo exclamou: "Não estejam divididos
acerca deste assunto". Ou, como ele mesmo expressou: "Pois, em um
só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos,
quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só
Espírito" (1 Cor. 12:13).
Em algumas versões, lê-se que fomos batizados "por" um só Espírito.
Essa palavra também pode ser traduzida como "em" um só Espírito.
Deste modo, os crentes genuínos são batizados em um só Espírito no corpo de
Cristo (v. 13), que é a igreja. Um ponto é claro: Todos os crentes
compartilham a realidade de serem batizados pelo Espírito, e esse fato nos
torna parte do corpo de Cristo, a igreja.
Idealmente, o batismo no Espírito, ou conversão, precede o batismo da
água. O batismo da água é uma demonstração exterior da mudança que já ocorreu
no coração. O verdadeiro crente nasce pelo Espírito (João 3:5 e 6); o Espírito é o agente selador (Efés. 1:13, 14); e o Espírito foi dado como penhor
(garantia) e lembrança de que pertencemos a Deus (2 Cor. 5:5).
Qual é a importância de que o
Espírito Santo habite em nós? Rom. 8:9
Ao aceitar pessoalmente a Jesus como nosso Salvador, recebemos o
Espírito como um dom, ou garantia, celestial de completa salvação.
O fato de
que Ele habita em nós se torna uma constante garantia e lembrança de que
algum dia, no futuro, Jesus não apenas habitará dentro de nós; haveremos de
habitar com Ele e com os anjos não caídos em um reino onde não mais seremos
tocados pela tentação nem pelo pecado. A fim de nos lembrar constantemente
dessa total libertação do reino do pecado, Ele nos dá constantemente Seu
Espírito.
Todo verdadeiro crente, desde o Pentecostes, recebeu a garantia do
Espírito, que é a mesma experiência do batismo do Espírito. A pergunta
importante para nós é: Quão dispostos estamos a receber o Espírito?
A culpa e o Espírito
"Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e
perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?" (Atos 2:37).
Pense na ação descrita pelo texto acima. Ao ler os versos anteriores em Atos 2 (começando no v.14), você poderá ver claramente
o que estava se passando. Pedro, citando o Antigo Testamento, pregou sobre a
morte, ressurreição e ascensão de Jesus. Ele estava expondo o plano de
salvação.
Note, também, a resposta imediata desses homens. Era alegria?
Felicidade? Ao contrário, eles "ficaram aflitos em seu coração"
(NVI). O verbo grego significa "perfurar", e a idéia do texto é que
eles ficaram angustiados, sofreram, sua consciência ficou perturbada.
E não é
de admirar, especialmente quando você lê o verso 36. Em certo sentido, todos
somos tão culpados quanto esses homens, no sentido de que, em última
instância, foram os pecados de todos nós que levaram Jesus à cruz.
Não obstante, a idéia é clara: foi a culpa, foi a tristeza, foi a dor
que ajudou a levá-los para onde precisavam estar.
Segundo Paulo, qual é a diferença entre a tristeza que produz vida e a
que produz morte? 2 Cor. 7:9-11. Qual foi o resultado da aflição dos ouvintes
de Pedro? Atos 2:41
Neste contexto, é mais fácil entendermos as palavras de Cristo:
"Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos
Céus" (Mat. 5:3). Por mais que o evangelho seja uma mensagem de
alegria, paz e esperança, o processo de salvação, de arrependimento e de
santificação envolve algum sofrimento de nossa parte (Atos 14:22).
Realmente, um dos atos do Espírito Santo é
levar-nos à convicção do pecado (João
16:8), e isso pode acontecer apenas até o ponto em que nosso coração seja
"perfurado" pela realidade de quão pecaminosa tem sido nossa vida.
V II - O arrependimento e o
Espírito
"Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e
recebereis o dom do Espírito Santo" (Atos 2:38).
Embora Pedro tenha prometido o dom do Espírito Santo aos que se
arrependem e são batizados, eles foram levados ao arrependimento unicamente
pela ação do Espírito Santo. Assim, podemos ver aqui a realidade do Espírito
Santo trabalhando em cada fase da relação da pessoa com seu Criador.
Arrependimento é mudança de mente e de vida. As palavras traduzidas por
"arrependimento", tanto no hebraico como no grego, envolvem a idéia
de mudança, especialmente mudança de mente e de direção. É o reconhecimento
de que você estava errado, reconhecimento que leva não só à tristeza mas à
mudança, uma volta para a Fonte de vida e compreensão moral. O
arrependimento, o verdadeiro arrependimento (2 Cor. 7:10), é uma evidência poderosa de que a pessoa foi
tocada no batismo do Espírito Santo.
Leia qual é o papel do Espírito Santo em nos conduzir ao
arrependimento. Rom. 2:4; João 15:26; João 16:13, 14
O Espírito Santo é o representante de Cristo aqui na Terra. Unicamente
mediante Seu trabalho de revelar-nos a verdade sobre Cristo pode alguém ser
levado à convicção e, conseqüentemente, ao verdadeiro arrependimento.
Unicamente através do poder do Espírito podemos ser movidos a tomar a decisão
consciente de render nossos caminhos pecaminosos e viver em submissão ao
Senhor. Revelando-nos o amor de Deus, o Espírito nos toca e nos dá o único
motivo verdadeiro para desejar servir a Deus: um coração agradecido que ama
esse Deus que nos amou primeiro (1 João 4:10).
Mas o verdadeiro amor a Deus não pode ser forçado. O Espírito vem e nos
toca; temos a liberdade de render-nos aos Seus apelos ou nos afastar deles.
No fim, a escolha é nossa, e só nossa.
A obediência e o Espírito
Qual foi a resposta dos judeus ao testemunho de Pedro? Atos
2:37.
"Nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito Santo,
que Deus outorgou aos que Lhe obedecem." (Atos 5:32).
Como este texto sugere, obediência é um dos
pré-requisitos para se receber o Espírito Santo. Por mais que sejamos salvos
pela fé, por mais que seja a justiça de Cristo creditada a nós que nos salve
das conseqüências finais do pecado, não podemos viver em desobediência ao
Senhor. O Espírito foi dado para nos trazer convicção, convicção que nos
levará à obediência. Outra coisa qualquer é falsificação.
Quando viveu entre nós, Jesus advertiu Seus seguidores a obedecerem a
Deus, andar nos Seus mandamentos, amar e perdoar uns aos outros como Deus nos
ama e perdoa.
Como seria tolo crer que o Espírito Santo, que está aqui em Seu
lugar, nos ensinaria outra coisa. Os que alegam ter o "batismo do
Espírito Santo" e usam, por exemplo, "o falar em línguas" como
prova desse batismo, mas vivem em desobediência aos mandamentos de Deus,
estão enganando a si mesmos. A maior prova de que vivemos pelo Espírito é uma
vida em fé e obediência a Deus.
A fé e o Espírito
Os que se rendem à influência do Espírito Santo serão levados ao que
Paulo chama de "obediência por fé" (Rom. 16:26).
Porém, sendo verdade que os que são salvos em
Cristo obedecem, e sendo que a salvação é inseparável da obediência, as
pessoas podem cair facilmente na armadilha de confundir os resultados da
salvação (obediência) com o meio de salvação (fé em Cristo). Este era o
problema dos gálatas.
Que repreensão Paulo dirigiu aos gálatas? Qual é a relação entre
Espírito, obediência e fé? Gal. 3:1-11
O Espírito Santo deve guiar as pessoas a "toda a verdade" (João 16:13); o centro de "toda a verdade", evidentemente,
é Cristo e Ele crucificado (1 Cor. 2:2).
A maior e mais importante de todas as verdades é que Jesus Cristo
morreu pelos pecados do mundo, que no Calvário Ele pagou a penalidade por
todo pecado humano, e que qualquer pessoa pode, pela fé, ser perdoada de seu
pecado e apresentar-se perfeita diante de Deus.
É um pensamento central dessa verdade que não há nenhum trabalho que
qualquer ser humano possa fazer, até mesmo as obras da lei, que possa expiar
seus pecados e trazer perdão (Rom. 3:20; Gal. 2:16).
Esse perdão e essa expiação só podem existir por meio de Jesus e se
tornam eficazes na vida dos que crêem; isto é, aqueles que os reivindicam
para si mesmos pela fé (Gal. 3:5 e 6).
Deste modo, o próprio Espírito Santo, que nos guia em direção à
obediência, é o mesmo que nos ajuda a entender a grande verdade da salvação
somente pela fé. É evidente que os gálatas estavam de alguma forma perdendo
de vista essa grande verdade.
"Permita que Cristo trabalhe pelo Seu Espírito e o desperte
como se o despertasse dentre os mortos, que ponha a sua mente em afinidade
com a dEle.
Permita-Lhe empregar suas faculdades. Criou Ele cada uma de
suas capacidades para que melhor pudesse honrar e glorificar o Seu nome.
Consagre-se a Ele, e todos os que se relacionam com você
verão que suas energias são inspiradas por Deus, que as suas mais nobres
faculdades são chamadas à ação para fazer o serviço do Senhor.
As faculdades uma vez usadas para servir o eu e promover
princípios indignos, e que uma vez serviram como instrumentos de propósitos
injustos, serão levadas em cativeiro a Jesus Cristo, e se unirão à vontade de
Deus.
|
Estudo VIII - O Fruto do Espírito
Santo
"Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas
coisas não há lei" (Gálatas 5:22 e 23).
Somos salvos unicamente pelo que Jesus Cristo realizou por nós na cruz
dois mil anos atrás.
Como Pedro afirmou: "Mas cremos que fomos salvos pela graça do
Senhor Jesus, como também aqueles [os gentios] o foram" (Atos 15:11). Ou Paulo: "Porque pela graça sois salvos,
mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que
ninguém se glorie" (Efés. 2:8 e 9).
No entanto, nenhum cristão que aprecia a promessa de salvação por meio
de Jesus pode viver sem produzir os frutos do Espírito (Mat. 12:33), a manifestação diária do que Cristo fez por
nossa vida. Podemos professar todas as verdades sagradas no Céu e na Terra,
mas a melhor evidência de que estamos em Cristo é o fruto que produzimos.
Amor
"Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado
em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado" (Rom. 5:5).
Na primavera dos climas temperados, determinado tipo de árvore produz
folhas inevitável e espontaneamente, conforme a seiva começa a subir o tronco
e alcançar cada galho e ramo. Da mesma forma, um cristão cheio do Espírito
produzirá o fruto do amor, por meio do Espírito.
Jesus é Deus. Como não existe vida sem de Deus, não existe amor ou
virtude a não ser em Deus. Espera-se que um ser humano possua e manifeste o
amor divino, mas ele deve recebê-lo de Deus. Não existe outra fonte. De onde
mais viria, se não de cima? Será que seres que são apenas proteína, carbono,
água ou apenas átomos e moléculas, não importa quão sadios sejam, podem
expressar amor? Como esses elementos podem amar? Não importa quão bom pintor
seja, não importa quão perfeitas sejam suas pinturas e tela, nenhuma flor que
a pessoa pinte viverá, fará a fotossíntese ou produzirá semente. Carbono,
água e proteína, por si mesmos, não podem viver, muito menos amar. O amor tem
que vir de uma fonte que por si mesma sabe amar e pode conceder amor. Essa
fonte, evidentemente, é Deus (veja 1 João 4:8).
Uma pergunta importante precisa ser respondida: o que queremos dizer
por "amor"? Essa palavra foi tão ampliada e, conseqüentemente, tão
desmerecida, para cobrir uma multidão tão grande de atos e emoções, que
dificilmente lhe fazemos justiça. Mas a Bíblia traz versos que nos ajudam a
entender o conceito bíblico de amor como fruto do Espírito.
Alegria e paz
A idéia de alegria e paz como frutos do Espírito (Gál.
5:22 e 23) pode ser mal-interpretada. Nosso mundo é pecaminoso; somos
seres pecaminosos, cada um de nós sofrendo os efeitos do pecado: doença,
perda, separação, medo, preocupação, incerteza... a lista é grande. Ninguém,
nem mesmo um cristão, está livre das lutas dolorosas que nos afligem em um
mundo caído. Jesus sofreu; nós também vamos sofrer.
E ainda, como cristãos, deve haver uma diferença. Ao contrário de
muitas pessoas que atribuem a dor e o sofrimento às forças casuais e sem
propósito da natureza, ao puro acaso ou à ira de maus espíritos, devemos, dia
a dia, viver com o conhecimento constante de que não servimos só a um Deus
vivo, mas a um Deus amoroso, e que esse Deus não só conhece nossas
dificuldades mas nos ama e Se importa conosco em nossas aflições. Afinal,
como ser humano, Ele conheceu bastante aflição em Si mesmo (Isa. 53:3; Mar. 15:15; João 11:35; Heb. 4:15; 1 Ped. 4:1).
Deste modo, podemos saber que, seja o que for
que nos aconteça, sejam quais forem nossos erros, sejam quais forem nossas negligências,
Deus nos ama e promete nos ajudar a vencer, se formos fiéis.
Deus também nos
promete uma eternidade feliz. Essa idéia deve nos dar alegria e paz que nos
habilitem a suportar melhor todas as circunstâncias difíceis em que nos
encontrarmos agora.
Devemos nos lembrar, também, que, como fruto do Espírito, a presença de
alegria e paz não significa sentir-nos sempre felizes; ao contrário, alegria
e paz são resultado de saber – mesmo quando não nos sentimos felizes ou que
as circunstâncias não sejam boas – que Deus está perto e promete nos ajudar
em meio a tudo o que aconteça.
Por que devemos sempre ter, se não felicidade, ao menos alegria e paz
em nossa vida como cristãos, não importando quais sejam nossas circunstâncias
difíceis?
Leia Mat. 6:31 e 32; Rom. 8:28; Apoc. 21:4
|
Longanimidade
Outro "fruto do Espírito" em Gálatas 5 é "longanimidade." No grego, essa
palavra significa, basicamente, paciência, resistência, constância, firmeza e
recusa em vingar a injustiça.
Leia as passagens seguintes que revelam para nós a
"longanimidade" de Deus:
a. Gên. 15:16; b. Isa. 5:1-5 ;c. Oséias 11:8 d. Apoc. 2:21;
"A longanimidade suporta todas as coisas, sim, muitas coisas, sem
buscar desforra quer por palavras quer por atos.
"A ‘longanimidade’ é a paciência em face da ofensa. Se você for
longânimo, não comunicará a outras pessoas o suposto conhecimento das faltas
e erros de seus irmãos.
Buscará ajudá-lo e salvá-lo, porque foi comprado com
o sangue de Cristo. ... Ser longânimo não é ser melancólico e triste, áspero
e desapiedado; é exatamente o oposto." – Minha Consagração Hoje,
pág. 52.
Nossa paciência e longanimidade com os outros devem se originar, pelo
menos em parte, da percepção da paciente longanimidade de Deus para conosco.
Imagine se Deus tratasse cada um de nós como nós mesmos costumamos tratar uns
aos outros!
Felizmente, Ele não faz assim, e o fato de que Ele é sumamente
paciente conosco e com nossas culpas significa que devemos ser pacientes com
os outros e suas culpas.
Quando nos olharmos no espelho e nos virmos como
somos, e soubermos que Deus nos ama e suporta, apesar do que vemos no
espelho, seremos mais capazes de manifestar verdadeiramente esse fruto da
longanimidade.
Por nós mesmos, não podemos fazê-lo; só quando rendemos a
vontade a Deus e mantemos diante de nós a cruz e o que ela representa sobre a
longanimidade de Deus para conosco, é que produziremos o mesmo fruto em nossa
vida.
Benignidade e bondade
Também é interessante, como todos os frutos do Espírito refletem
aspectos do caráter de Jesus. Recapitule aqueles frutos do Espírito que já
examinamos até agora: em cada caso, esses atributos são encontrados em Jesus.
Assim, quando olhamos para Cristo, podemos ver a maior revelação possível de
bondade e delicadeza (BLH) ou amabilidade (NVI), porque, à semelhança de
Deus, Jesus refletia perfeitamente essas características. Assim, como podemos
ver, quanto mais manifestarmos o fruto do Espírito, mais seremos semelhantes
a Jesus.
Se, por exemplo, tomasse a história do jejum de Jesus no deserto (Mat. 4:1-11), você veria um aspecto de bondade em Sua
negação do eu pelo bem de outros.
Ou se tomasse o exemplo de Jesus com a
mulher junto ao poço (João 4:5-42), você veria um exemplo de delicadeza que
consiste em tratar as pessoas, mesmo as que cometeram injustiça, com cortesia
e respeito.
Fé
De onde vem a fé? Efés. 2:8
Fé e crença são traduzidas da mesma raiz grega original. E isso tem
sentido porque você precisa crer em alguma coisa, antes de ter fé nela. Você
pode ficar rico em um emprego que detesta, ou pode ser curado por um médico
em quem não confia – mas nunca terá fé em um Deus em quem você não crê. A
crença é inseparável da fé.
Mas fé e crença não são a mesma coisa. "Fé" pode significar
"crença" mas crença não significa automaticamente "fé". A
Escritura adverte sobre a confusão entre as duas.
Veja a diferença entre fé e crença bíblica em Tiago 2:19.
A chave para a compreensão do que Tiago queria dizer em 2:19 é o verso
20. Fé bíblica e obras estão inter-relacionadas da mesma maneira como a vida
humana está relacionada com a respiração: uma significa automaticamente a
outra.
Uma pretensa fé que não leva à submissão à vontade de Deus não é fé
genuína, mas falsificação satânica. Uma fé que não é viva nem salvadora é
simplesmente teórica. Ao contrário, a fé é sempre experimental e leva à ação.
Ou, como Tiago afirma abruptamente: "a fé sem as obras é inoperante"
(v. 20), assim como um corpo sem respiração está morto.
A fé é um dom, fruto do Espírito, mas não é dada sobrenaturalmente
sobre nós, e continuamos nosso caminho muito contentes. É decisivo cultivar
essa fé diariamente, fundamentada no amor a Deus e no que Ele fez por nós.
Se
a fé não for valorizada, se não for nutrida, protegida e fortalecida, ela
degenerará em mera crença e, talvez mais tarde, em incredulidade. O mundo
está cheio de pessoas que no passado foram fervorosas, mas não crêem mais.
"Tende
cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de
incredulidade que vos afaste do Deus vivo" (Heb. 3:12).
Dois outros frutos do Espírito são mansidão e temperança: "Moisés
foi o maior homem que se ergueu como líder do povo de Deus. Ele foi muito
honrado por Deus, não pela experiência que obteve no tribunal egípcio, mas
porque foi o mais manso dos homens.
Deus falava com ele face a face, como um
homem fala com seu amigo. Se alguém deseja ser honrado por Deus, que seja
humilde. Os que levam avante a obra de Deus devem ser diferentes de todos os
outros por sua humildade.
Daqueles que são notáveis por sua mansidão, Cristo
diz: Pode-se confiar nele." – SDA Bible Commentary, vol. 1, pág. 1.113.
"Discipline e controle as faculdades mentais. O domínio próprio
é uma faculdade que todos possuem. É obtido colocando a vontade inteiramente
do lado de Deus, tomando a vontade dEle como a sua própria."
|
Estudo IX - O Guia do Cristão
"Quando vier, porém, o Espírito da verdade, Ele vos guiará a
toda a verdade; porque não falará por Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver
ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir" (João 16:13)
A morte de Jesus pelos pecados do mundo é a mais importante de todas as
verdades. Em contraste com ela, o que mais realmente importa?
E sendo tão
importante, Deus não nos deixou sozinhos para descobri-la. Ao contrário,
recebemos a promessa do Espírito Santo, que nos guiará na compreensão dessa
verdade. Por essa razão, afinal, ninguém terá desculpa no dia do juízo.
Realmente, o Espírito é um dom de Deus a nós, seres caídos. Sem a morte
de Jesus, não haveria salvação para ninguém; ao mesmo tempo, sem o Espírito
para nos guiar, regenerar e capacitar, não haveria salvação pessoal.
Jesus e
o Espírito estão unidos a fim de trazer a humanidade, perdida no deserto da
transgressão, de volta à presença do Pai. É plano do Pai restaurar, por meio
Jesus e do Espírito, a paz e a harmonia que reinavam entre Deus e a
humanidade antes da entrada do pecado.
O Espírito, um Guia
"Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em Meu
nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos
tenho dito" (João 14:26).
Assim como um embaixador fala a um governo estrangeiro em nome de seu
governo, o Espírito fala com homens e mulheres em nome de Jesus e com Sua
autoridade. Jesus perpetuou Seu ministério terrestre de ensino pelo Espírito.
"O Senhor Jesus age por meio do Espírito Santo." – Filhos e
Filhas de Deus, pág. 282.
"Não foi senão depois da ascensão de Cristo para Seu Pai, e do
derramamento do Espírito Santo sobre os crentes, que os discípulos apreciaram
plenamente o caráter e a missão do Salvador. Depois de receberem o batismo do
Espírito, começaram a perceber que estiveram na presença do próprio Senhor da
glória.
À medida que as declarações de Cristo lhes eram trazidas à memória,
seu espírito abria-se para compreender as profecias e entender os milagres
que operara. ... Suas lições, as quais não haviam compreendido senão
imperfeitamente, acudiam-lhes agora como nova revelação. As Escrituras
afiguravam-se-lhes um novo livro." – O Desejado de Todas as Nações,
pág. 507.
Que outras promessas Jesus nos dá com relação ao Espírito Santo? João 14:17; João 15:26; João 16:12-14
O Espírito é um mestre vivo, pessoal. Cada vez que abrimos a Bíblia, é
possível ter o Espírito desvendando para nós o verdadeiro significado do que
lemos. A chave para isso é a submissão diária ao Senhor, pedindo-Lhe que abra
nosso coração e nossa mente para a verdade, qualquer que seja, onde quer que
possa nos levar. Nessas circunstâncias, o Espírito Santo pode seguramente
guiar.
Carne e Espírito
O cristão decide não seguir seus próprios impulsos e satisfazer suas
inclinações, mas seguir as ordens do Espírito. O dedicado seguidor de Jesus
nunca fará nada sem buscar o conselho e a direção de Deus. "Senhor, o
que queres que eu faça?" é a pergunta que o cristão faz continuamente.
O cristão também não vive no reino da mera crença ou fé teórica. Nossa
fé deve ser prática, e não teórica. Sob a direção do Espírito, a mentalidade
celestial será derramada no molde terrestre de ação e comportamento.
Mas, por mais que a operação do Espírito Santo em nossa vida seja um
milagre de fé, não acontece automaticamente. Poucos daqueles que deram o
coração a Cristo e foram batizados no Espírito Santo se acham de repente
vivendo em pureza e santificação, sem diligente esforço de sua parte. É aqui
que muitos cometem um erro:
Não confiar nas próprias obras para salvação, ou
mesmo não contar com suas forças na batalha contra o pecado, não é o mesmo
que não ter uma luta diária contra o eu e a carne. A batalha existe, é real,
e exigirá sofrimento de nossa parte a fim de sermos vitoriosos. A boa
notícia, porém, é que a vitória nos foi prometida pela habitação do Espírito.
Leia como a batalha contra a carne pode ser vencida. 1 Pedro 4:1 e 2
O Espírito e a Palavra
"Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é
a Palavra de Deus" (Efés. 6:17).
A Palavra de Deus aqui é chamada de espada do Espírito. Foi o Espírito
que inspirou a revelação escrita, visto que "homens [santos] falaram da
parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo" (2 Ped. 1:21).
Este é um pensamento que todos os cristãos
devem manter sempre diante de si. Deus nos promete Seu Espírito Santo, mas
também nos dá advertências.
Que dom o Espírito concede para nos proteger contra os erros que
Satanás lança contra a igreja? 1 Cor. 12:10; 1 Tim. 4:1; 1 João 3:24-4:1
O fato é que existem muitos e variados espíritos que ensinam todo tipo
de doutrinas.
Mesmo na igreja cristã, crenças estranhas, para não mencionar
práticas estranhas, são promovidas por pessoas que alegam ter sido inspiradas
pelo Espírito Santo. Embora, em alguns casos, os enganos e as falsificações
sejam tão óbvios que é espantoso que alguém caia de amores por eles, em
outros, os enganos podem ser bastante sutis, promovidos por pessoas que podem
ser amáveis, gentis e até sinceras.
Como, então, alguém pode provar os
espíritos, se são de Deus ou não?
João Calvino adverte: "Devemos aplicar-nos zelosamente a ler e a
ouvir as Escrituras, se é que realmente queremos obter qualquer ganho ou
benefício do Espírito de Deus. ... Mas para que sob a Sua bandeira o espírito
de Satanás não penetre sorrateiramente, Ele quer que O reconheçamos em Sua
própria imagem, que estampou nas Escrituras. Ele é o autor das Escrituras:
Ele não pode variar nem diferir de si mesmo. Conseqüentemente, Ele deve
permanecer para sempre da mesma maneira como no passado Se revelou ali."
– João Calvino, Institutos da Religião Cristã I, 9:2.
A obra do Espírito
O que Jesus diz que o Espírito Santo fará? João 16:14
A obra e o propósito do Espírito estão concentrados em Jesus. Ele não
chama a atenção para Si mesmo, mas a dirige a Jesus. O teste indicador de
qualquer pretensa ação do Espírito nos crentes ou nas organizações é o ponto
em que eles concordam com Jesus. Se chamam a atenção ou glorificam o eu ou a
humanidade, e até mesmo magnificam a experiência espiritual da humanidade,
falta a eles a insígnia do Espírito.
O Espírito não deve apresentar Suas próprias idéias ou noções, mas só o
que Jesus ensinou.
Sendo o Espírito da verdade, Ele dará especialmente testemunho de
Jesus, que é a Verdade (veja João 14:6). E é unicamente pela palavra do Espírito
diretamente aos nossos corações que chegamos a um conhecimento verdadeiro e
vivo de Jesus Cristo e produzimos fruto para Sua glória.
Leia quais são outras formas de o Espírito Santo glorificar o Senhor. João 15:8; Gál. 5:22-25; Efés. 5:9
Uma das melhores maneiras de os crentes darem glória a Deus, diante do
povo e dos anjos (1 Cor. 4:9), é pela vida que levamos, o caráter que
formamos e a maneira de tratarmos outros. Essas ações e atitudes vêm por
intermédio da obra do Espírito Santo em nós; até onde cooperarmos, até onde estivermos
dispostos a morrer para o eu e submeter-nos à vontade de Deus, o Senhor
poderá trabalhar em nós "tanto o querer como o realizar, segundo a Sua
boa vontade" (Filipenses
2:13). Como é decisivo que todos os que professam o nome de Jesus vivam
diariamente em uma atitude de fé, ação de graças, e submissão ao Seu
Espírito.
Um exemplo da direção do Espírito
Leia Lucas 2:25-30
Obviamente, Simeão mantinha uma relação tão íntima com Deus que o
Espírito lhe disse que fosse ao templo no dia em que o menino Jesus estava
sendo dedicado. Entre os vários meninos que estavam sendo dedicados a Deus
naquele dia, ele foi levado a escolher Jesus, que, por todas as aparências
externas, seguramente em nada parecia diferente de qualquer outro bebê.
Enquanto isso, o sacerdote em ofício não reconheceu Jesus como o Messias
prometido; aparentemente, ao contrário de Simeão, ele não estava suscetível
às indicações do Espírito. Mas Simeão O reconheceu porque Deus lhe mostrou
quem era "o Cristo do Senhor". Alguns dos outros meninos pelos
quais Simeão passou também poderiam ter nascido em Belém como filhos
primogênitos de mães que eram da tribo de Judá. Mas só a intimidade e a
comunhão de Simeão com Deus pelo Espírito o capacitou a interpretar
corretamente os detalhes proféticos de informações e reconhecer em Jesus o
Prometido de Deus.
"A própria obra do Espírito Santo no coração deve ser provada
pela Palavra de Deus. O Espírito que inspirou as Escrituras, leva sempre às
Escrituras." –
|
Estudo X - Vida Pelo Espírito Santo
"O Espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as
palavras que Eu vos tenho dito são espírito e são vida" (João
6:63).
O Espírito "foi dado como agente de regeneração, sem o qual o
sacrifício de Cristo de nenhum proveito teria sido. O poder do mal se
estivera fortalecendo por séculos, e alarmante era a submissão dos homens a
esse cativeiro satânico.
Ao pecado só se poderia resistir e vencer por meio
da poderosa operação da terceira pessoa da Trindade, a qual viria, não com
energia modificada, mas na plenitude do divino poder.
É o Espírito que torna
eficaz o que foi realizado pelo Redentor do mundo. É por meio do Espírito que
o coração é purificado. Por Ele torna-se o crente participante da natureza
divina. Cristo deu Seu Espírito como um poder divino para vencer toda
tendência hereditária e cultivada para o mal, e gravar Seu próprio caráter em
Sua igreja." –O Desejado de Todas as Nações, pág. 671.
Devemos sempre lembrar: assim como Jesus nunca forçou Sua presença
sobre ninguém, o Espírito também não faz assim. Devemos fazer uma decisão
diária de cooperar; de outra forma, Ele poderá fazer pouco por nós.
A salvação e o Espírito
Como já vimos, o Espírito Santo nos guia à verdade; isso significa que
Ele nos guia a Jesus, pois, como Ele próprio disse: "Eu sou... a
verdade". Mas a verdade de Jesus não é só que Ele é Deus, quem é Ele ou
que Ele assumiu a humanidade, o que fez, nem que viveu sem pecado, o que é
verdade.
Mas a verdade mais importante de Jesus é que Ele morreu como
sacrifício pelos pecados do mundo. Não importa quão importante seja tudo
sobre Jesus, no fim, todas essas verdades culminam em Sua morte substituta no
interesse da humanidade.
Qualquer teologia que ignore ou debilite esse ponto
está se desviando da obra do Espírito Santo, que deve nos guiar a "toda
a verdade" (João
16:13), e Cristo na cruz como nosso substituto é o centro de toda verdade
(1 Cor. 2:2).
Como cristãos, o fundamento de nossa esperança, nossa aceitação diante
de Deus, não se origina de qualquer coisa que possamos fazer, ou quaisquer
obras de justiça que possamos produzir, nem mesmo de qualquer fruto do
Espírito, mas só da justiça de Jesus, creditada a nós pela fé.
Esta é nossa
segurança, nossa certeza, o único fundamento certo em que podemos ter
qualquer certeza. Pelos méritos da vida perfeita de Cristo, concedida a nós
por nada mais que a graça de Deus – que é Seu favor imerecido para conosco,
pecadores obstinados – não existe condenação para nós (Romanos 8:1), nem agora e nem no juízo. Em toda a verdade
que o Espírito Santo poderia nos trazer, o que pode ser mais precioso do que
isso?
Morte para o eu: o Espírito em nós
Sem dúvida, o Espírito Santo nos guiará à verdade sobre Jesus. Mas Sua
obra por nós não pára aí; pelo contrário, é aí que começa. Guiando-nos a
Jesus, apontando-nos o caminho da salvação, esta é só a primeira parada na
obra do Espírito.
Pois o Espírito Santo não só trabalha por nós, guiando-nos
a Jesus, mas também trabalha em nós, transformando-nos, tomando a salvação
que temos em Jesus e fazendo com que se manifeste em nossa vida. O Cristo que
morreu por nós é também o Cristo que vive em nós.
É evidente que o único modo de Cristo viver nos homens e mulheres é por
intermédio do Seu Espírito. Jesus permeia nossa mente pelo Espírito Santo. As
operações de Deus na humanidade e em seu favor ocorrem por Seu Espírito.
Sem
Ele, poderíamos conhecer intelectualmente sobre a morte de Jesus, mas isso
nunca nos salvaria, pois nunca se tornaria a força transformadora de vidas
que deve ser para todos os cristãos.
Quais são alguns dos efeitos da habitação do Espírito Santo em nossa
vida? Rom. 8:6-11
Note a importância que Paulo atribuía à obra do Espírito Santo em nós.
Embora tenha sido o grande pregador da salvação unicamente pela fé, Paulo
igualmente enfatizava a importância do viver santo e da obediência. Não
existe ambivalência aqui: se vivermos segundo a carne, morreremos; se não
tivermos o Espírito operando em nós, não seremos de Cristo. É difícil
imaginar como ele poderia ter sido mais claro.
De acordo com Paulo, devemos estar mortos para a carne; em outras
palavras, nossos desejos carnais, embora existam, não nos devem dominar. O
mesmo poderoso Espírito que ergueu Jesus da morte está trabalhando agora em
nós, fazendo-nos morrer para o pecado e viver para a justiça. Aqui, Paulo não
está falando só em teoria: Esta é a realidade da salvação na vida do crente.
Espírito e vida
Paulo ligou o Espírito com a vida, em contraste com a carne e a morte.
Este é um tema encontrado em outro lugar em seus escritos. Obviamente, é algo
que apóstolo considerava de suma importância. Nós, que estávamos mortos no
pecado (Efés. 2:1), agora somos, pelo Espírito, mortos para o
pecado e vivos para Deus (Rom. 6:11). Que mudança radical!
Gál. 5:16-25. Aqui também Paulo é
muito claro: se você praticar as coisas da carne, morrerá, estará perdido. É
simples assim: o Espírito traz vida, a carne traz morte.
Também é interessante como ele contrasta "as obras" da carne
com "o fruto" do Espírito. Talvez Paulo estivesse fazendo um
contraste entre o que colhemos da carne e o que semeamos na carne. Em outras
palavras, pecado é aquilo com que trabalhamos, sofremos e, finalmente, de
onde colhemos os resultados. Em contraste, o fruto do Espírito é algo que
acontece naturalmente em uma pessoa que está sob o controle do Espírito.
O fruto do Espírito é uma expressão da lei, assim como as obras da
carne são violações dela. Os gálatas eram judeus que estavam retornando ao
legalismo; Paulo estava procurando levá-los para algo mais elevado do que as
obras mortas, que não podiam salvá-los. Longe de negar a lei, ele os estava
persuadindo a viver no Espírito, que se expressa na obediência à lei.
"Nascidos do Espírito"
Leia sobre a distinção que Jesus fez entre o nascimento da carne e o
nascimento do Espírito. João 3:3-6
Por natureza, todos nascemos da carne. A menos que "nasçamos de
novo" (que, no grego, significa realmente "nascer de cima")
por intermédio do Espírito Santo, permaneceremos na carne e, evidentemente,
morreremos na carne.
A única esperança é o novo nascimento, regeneração e participação na
natureza divina. A natureza divina é dada ou mediada pelo Espírito por meio
da Palavra.
Portanto, regeneração não é a vida natural educada ao nível mais
alto de realização, mas a vida divina que é concedida a "vocês [que]
estavam mortos em suas transgressões e pecados" (Efés. 2:1, NVI). Isto se torna verdade pelo poder do
Espírito Santo que trabalha em nós (veja Tito 3:5).
No entanto, o novo nascimento não é o fim da experiência de salvação. É
o início. Não importa quão transformador seja o novo nascimento, devemos
viver diariamente essa experiência. Não nascemos de novo e, então, caminhamos
felizes e distraídos para o reino de Deus. Não é assim que acontece.
Como devemos viver a experiência do
novo nascimento? Col. 2:6
A vida de uma pessoa nascida de cima inclui negação própria (Luc.
9:23), sacrifício próprio (Rom. 12:1), e rendição dos desejos pecaminosos (Rom. 6:19).
Embora por nós mesmos não sejamos capazes de
fazer essas coisas, o Espírito Santo que opera em nós nos conduzirá ao ponto
em que teremos que tomar a decisão de nos render a Ele, e não à carne. Uma
vez tomada essa decisão, Ele nos dará poder para obedecer. No fim, tudo
depende da ação correta da vontade. Temos que fazer as escolhas.
Conexão
Antes de morrer, Jesus deu aos Seus seguidores a promessa do Espírito
Santo. Note o que Ele disse especificamente em João 14:18: "Não vos
deixarei órfãos, voltarei para vós outros."
Jesus não está mais aqui em carne, mas está aqui no Espírito, que agora
é Seu representante na Terra. Pela intimidade com o Espírito, temos
intimidade com Cristo. O Espírito Santo mantém viva para nós a presença de
Cristo. Pelo Espírito, podemos ter uma caminhada íntima com Ele.
E essa caminhada é a questão fundamental da vida pelo Espírito Santo.
Queremos servir a Deus porque O amamos; queremos ser limpos do pecado porque
amamos a Deus e sabemos o que o pecado trouxe à criação de Deus. A vida pelo
Espírito requer submissão, sacrifício e morte para o eu; mas se o Espírito
habitar em nós, manterá diante de nós o maravilhoso sacrifício de Jesus em
nosso favor.
Se, dia a dia, sob a unção do Espírito Santo, permanecermos em
Cristo e no Seu amor maravilhoso manifesto para conosco por Sua morte na
cruz, seremos capacitados do alto para viver como Deus pede que vivamos. Ser
santificado não é só deixar de fazer coisas más; é ser "separado"
para Deus, viver para Ele em fé, arrependimento e submissão.
Isso só pode
acontecer por uma conexão viva com Ele. "Podemos deixar muitos maus
hábitos, e ainda não estar verdadeiramente santificados, porque não temos
conexão com Deus. Devemos nos unir a Cristo." – The Advent Review
and Sabbath Herald, 24 de janeiro de 1893.
"O dom da justiça é comunicado aos homens pela agência do Espírito
Santo. Esta é a diferença entre a justiça ineficaz que o homem busca por suas
obras e a justiça eficaz que vem pela fé. Na primeira, o Espírito não tem
parte, pois o esforço é meramente humano e, assim, independente da graça
divina." – SDA Bible Commentary, vol. 6, pág. 977.
"Toda vez que alguém se converte e aprende a amar a Deus e
guardar-Lhe os mandamentos, cumpre-se a promessa por Ele feita: ‘E vos darei
um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo.’ Ezequiel 36:26.
A mudança do coração humano, a
transformação do caráter, é um milagre que revela um Salvador sempre vivo,
operando para salvar. Uma vida coerente em Cristo é grande milagre. Na
pregação da Palavra de Deus, o sinal que se devia manifestar, então e sempre,
é a presença do Espírito Santo a fim de tornar a Palavra uma força
regeneradora para os que a ouvem."
|
Estudo XI - O Restaurador
"Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em
vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus" (Filipenses 1:6).
Uma das grandes esperanças de todos os cristãos é a vida eterna.
Afinal, sem ela, que podemos esperar? Será que vivemos, morremos e nos
decompomos para sempre no solo ao lado dos animais?
Não, este não é nosso
fim. Temos a esperança de vida eterna – que não é uma continuação da vida
aqui neste mundo como agora é. Nosso mundo de breve existência já é
bastante complicado. Imagine este mundo continuando assim para sempre.
Ao contrário, recebemos a maravilhosa promessa: "Nós, porém,
segundo a Sua promessa, esperamos Novos Céus e Nova Terra, nos quais habita
justiça" (2 Ped. 3:13).
A vida eterna não é viver para sempre neste
mundo pecaminoso, mas em um mundo novo onde iremos morar, sem pecado, sem
morte, sem pecadores – mas com "justiça".
Desde o início, Deus vem trabalhando em direção a esse objetivo de um
Novo Céu e uma Nova Terra em que habita a justiça. E é aqui que o plano de
salvação fica decisivo, pois este plano é a maneira de Deus trabalhar para
nos levar para essa nova Terra. É por isso que a salvação inclui o processo
de restauração.
Criados à imagem de Deus (Gênesis 1)
Até mesmo a leitura mais simples do relato da criação em Gênesis revela
que nossa existência não é por acidente. Não estamos aqui por causa de forças
cegas, sem propósito que, depois de tempo suficiente, acabaram transformando
este planeta em um mundo cheio de gente.
Ao contrário, estamos aqui porque
Deus nos pôs aqui intencionalmente. Verso após verso em Gênesis 1 descreve
explicitamente Deus como agente da criação. Em outras palavras, havia um
plano distinto para nossa existência. Nada foi deixado ao acaso
. Contraste
essa visão com a teoria evolucionista, que alega que estamos aqui por acaso;
que não havia nenhum plano, propósito, intenção para nós. Somos um acidente
cósmico, nada mais. É difícil imaginar uma posição mais contraditória com as
origens bíblicas do que a evolução. Não é de admirar que Satanás trabalhe tão
intensamente para promovê-la.
Seja o que for que signifique ser criado à imagem de Deus (Gênesis
1:26, 27), também deve incluir a capacidade de amar. Como seres criados à
imagem de um Deus que "é amor", o que mais poderíamos ser? Essa
capacidade de amar nos torna completamente diferentes do restante dos seres
criados em Gênesis 1.
Nem a Lua, nem a grama, os mares e até os animais –
nenhum dos quais foi criado à imagem de Deus – têm a capacidade de amar como
os seres humanos. Certamente, a capacidade de amar, como nós temos, nos torna
diferentes de tudo o mais que foi criado.
O amor e a queda
O que Adão e Eva precisavam possuir a fim de poderem cair? Gênesis 3:1-6
Fomos criados à imagem de Deus e, embora essa passagem possa ter outros
sentidos mais, pelo menos deve significar que recebemos a capacidade de amar.
Mas o amor, a fim de ser amor, precisa ser livre. Isto é, Deus não pode
forçar Suas criaturas a amá-Lo, ou uns aos outros. O amor não pode ser
forçado.
Se recebemos a capacidade de amar, também recebemos o
livre-arbítrio. A queda é um poderoso exemplo do que acontece quando seres
com livre-arbítrio tomam decisões erradas.
E nós também, milênios depois do Éden, temos escolhas livres. Mas nossa
situação é muito pior que a de Adão e Eva antes da queda. Eles eram seres
perfeitos, vivendo à plena luz da glória de Deus; sua natureza não era
corrompida ou pecaminosa.
Em contraste, nós somos seres caídos com natureza pecaminosa,
corrompida e mergulhada em iniqüidade. Uma coisa é ter livre-arbítrio
enquanto se é perfeito; outra é ter esse mesmo livre-arbítrio depois de
corrompidos pelo pecado.
O que é mais assustador: uma pessoa bondosa, gentil
e amável carregando uma arma de fogo, ou uma pessoa sórdida, rancorosa e
odiosa que apresenta a mesma arma?
Que quadro os seguintes textos nos dão sobre a natureza humana não
regenerada? Jer. 17:9; Rom. 1:21; Romanos 5:12; Efés. 2:3; Tito 1:15
A Bíblia é muito clara sobre a condição da natureza humana caída.
É má,
muito má e, deixada a si própria, levaria toda a raça humana à morte e à
destruição. Tudo o que precisamos fazer é olhar ao redor no mundo de hoje, e
podemos ver, em todos os lugares, os resultados do que nossa natureza caída
fez: guerra, terrorismo, vício, exploração, prostituição, crime, e por aí
vai. Unicamente pela graça de Deus não nos destruímos a nós mesmos. Sem
dúvida, se houvesse tempo suficiente, seria isso o que veríamos.
Segunda chance
Como criaturas caídas, nossa situação era desanimadora. As ações de
Adão e Eva depois da queda refletiam perfeitamente o estado da humanidade:
assustada, alienada de Deus e uns dos outros, culpada e envergonhada. Com
seus filhos, foi acrescentado o assassinato à lista de maldades humanas (Gên. 4:8), e em breve seu coração "era continuamente
mau" (Gên. 6:5).
Sabemos que Deus não abandonou a humanidade à própria sorte para sofrer
os resultados plenos e finais do pecado. Todo o plano de salvação foi
estabelecido pelo Senhor a fim de nos salvar da ruína que de outra forma
teria sido nossa.
Jesus veio e passou pela mesma experiência de Adão, com a
diferença de que onde Adão falhou, Jesus teve sucesso – e por causa do que
Jesus realizou, todo o mundo teve outra oportunidade. Pela fé em Jesus,
todos, em qualquer lugar, podem ter a promessa da vida eterna, a promessa de
ter restaurado tudo o que foi perdido pelo pecado.
Jesus veio e, por tudo o que realizou com Sua vida sem pecado e por Sua
morte expiatória, a raça humana teve outra chance. Neste sentido, a raça
humana, como um todo, foi restaurada ao favor de Deus.
Isto não significa que
a raça inteira está automaticamente salva ou justificada; significa, sim, que
todos tiveram outra oportunidade. A destruição que deveria ter sido nossa por
causa de Adão foi evitada por causa de Jesus.
"A Palavra de Deus declara que não somos de nós mesmos, que fomos
comprados por preço. Foi a um elevado custo que fomos colocados em terreno
vantajoso, onde podemos encontrar liberdade da escravidão do pecado,
provocada pela queda no Éden.
O pecado de Adão mergulhou a raça em
desesperada miséria; mas, pelo sacrifício do Filho de Deus, foi concedida ao
homem uma segunda oportunidade. No plano de redenção, foi provido um caminho
de escape para todos os que se valerem dele." – Christian
Temperance and Bible Hygiene, pág. 15.
A restauração
Apesar de nossa situação desesperada, Deus não nos deixou sem
esperança. Pelo contrário, recebemos grande esperança por meio de Jesus
Cristo, que abriu o caminho para que cada um de nós voltasse ao que teríamos
sido antes da queda.
E o processo começa agora. O evangelho não é apenas salvação; não é
apenas mudança em nossa condição legal diante de Deus. Evangelho também é
restauração. Originalmente, fomos feitos à imagem de Deus.
O plano de
salvação é o processo para nos restaurar àquela condição. Isso não é algo que
só acontecerá na segunda vinda: é um processo que começa agora. O Espírito
Santo está trabalhando para restaurar em nós o que foi perdido pelo pecado.
Deus trabalha para transformar à Sua imagem os seres caídos, mudando
sua vontade, sua mente e seus desejos. Em resumo, o Espírito Santo trabalha
em nosso caráter.
Participando da natureza divina, somos transformados.
"E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a
glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na Sua própria
imagem, como pelo Senhor, o Espírito" (2 Cor. 3:18).
Essa é a imagem de Deus, e isso nos foi
revelado por Jesus, que era "a expressão exata" (Heb. 1:3) da pessoa de Deus. Mas, pelo fato de Jesus não
estar aqui em carne, o Espírito Santo está aqui como Seu representante, nos
revelando as verdades que mudarão e transformarão nossa vida.
Esse é um
processo de restauração que não será completado até que exista um Novo Céu e
uma Nova Terra. Até lá, Deus está trabalhando em nós agora, preparando-nos
para uma nova existência que foi tornada disponível para nós por Jesus.
A restauração
a. Rom. 5:1; b. 2 Cor. 5:17 c. Efés. 4:24
d. Filipenses 2:12, 13; e. 1 Ped. 5:10
A vida cristã é uma estrada em direção à perfeição (Rom. 12:2; Tiago 1:4), uma palavra que no Novo Testamento traz a idéia
de concluído, completamente crescido ou amadurecido. Devemos ser perfeitos em
nossa esfera finita e caída assim como Deus é perfeito em Sua esfera infinita
e absoluta (Mat. 5:48).
À parte de Cristo, evidentemente, não podemos atingir qualquer tipo de
"perfeição". Mas Cristo "Se nos tornou, da parte de Deus,
sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção" (1 Cor. 1:30). Em Cristo, essas qualidades constituem nossa
"perfeição" diante de Deus.
Ele completou, de uma vez por todas,
nossa santificação e redenção. "NEle, [estamos] aperfeiçoados"
mesmo agora (Col. 2:10). É trabalho do Espírito Santo tomar esses
produtos "aperfeiçoados" e manifestar em nossa vida a realidade do
que Cristo fez por nós.
Nosso crescimento, o desenvolvimento de nosso
caráter, nossa restauração em direção à imagem de Deus, se tornam expressão
viva do que significa ser "tomados de toda a plenitude de Deus" (Efés. 3:19). Em Cristo, o Espírito Santo está tornando real
em nós a realidade do que Cristo fez por nós. Ninguém pode ser cristão sem
estes dois aspectos da salvação, fundamentais para a nova vida em Cristo.
"Não há constrangimento na obra da redenção. Não se exerce
nenhuma força externa. Sob a influência do Espírito de Deus, o homem é
deixado livre para escolher a quem há de servir. Na mudança que se opera
quando a pessoa se entrega a Cristo, há o mais alto senso de liberdade.
A
expulsão do pecado é ato do próprio indivíduo. Na verdade, não possuímos
capacidade para livrar-nos do poder de Satanás; mas quando desejamos ser
libertos do pecado e, em nossa grande necessidade, clamamos por um poder fora
de nós e a nós superior, as faculdades são revestidas da divina energia do
Espírito Santo, e obedecem aos ditames da vontade no cumprir o querer de Deus."
– O Desejado de Todas as Nações, pág. 466.
"Aqueles que são gerados para uma nova vida pelo Espírito Santo
se tornam co-participantes da natureza divina, e em todos os seus hábitos e
práticas dão testemunho de sua relação com Cristo
|
Estudo XII - O Pecado Contra o
Espírito Santo
"Em verdade vos digo que tudo será perdoado aos filhos dos
homens: os pecados e as blasfêmias que proferirem. Mas aquele que blasfemar
contra o Espírito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado
eterno" (Marcos 3:28 e 29).
Este Verso está entre os mais difíceis da Bíblia. Considerando o que
Jesus foi e o que Ele fez a fim de perdoar nossos pecados, a idéia de um
pecado que nem mesmo a cruz perdoa deve nos fazer tremer.
Assassinato,
incesto, orgulho, adultério, roubo, idolatria, e até palavras proferidas
contra Cristo (Mat. 12:21-32) podem ser perdoados (Efés. 1:7). Mas, nas palavras do próprio Cristo,
"aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão para
sempre" (Mar. 3:29). Isto é incrível!
Assim, a pergunta lógica é: qual é o assim chamado pecado imperdoável?
Esta é uma expressão que, a propósito, nunca aparece nas Escrituras. Toda a
idéia de um pecado que não pode ser perdoado parece muito contrária a tudo o
que conhecemos sobre o Deus que tanto fez justamente para nos perdoar todos
os pecados.
É por isso que este é um tópico merecedor de estudo – pois todos
precisamos estar cientes daquilo que, mais do que qualquer outra coisa, nos
deixa, como Jesus disse, em perigo de pecado eterno" (v. 29).
Para salvar pecadores
De acordo com 1 Timóteo 1:15, qual foi o propósito da vinda de Cristo à
Terra?
Poderiam ser escritos muitos livros sobre as razões para a história
incrível de Jesus Cristo, o Deus que ocultou Sua divindade em humanidade e
morreu em nosso lugar a morte que todos nós, como pecadores, merecíamos.
Entre as razões para a vida e a morte de Jesus temos:
Ele veio a fim de nos revelar como é Deus (João 14:9).
Veio a fim de ser Servo de Deus e mostrar o que significa servidão (Mat. 20:25-28; Filipenses 2:5-7).
Veio para nos deixar um exemplo de como viver (1 Ped. 2:21; João 2:6).
Veio a fim de ser para nós sumo sacerdote fiel e misericordioso (Heb.
2:17 e 18).
Todas estas coisas, por mais importantes que sejam, seriam sem sentido
para nós sem o que é indubitavelmente o aspecto mais crucial da missão
terrestre de Cristo.
Entre todas as razões por que Jesus veio e morreu, a mais importante –
pelo menos de nossa perspectiva – é que Ele morreu para nos salvar da
penalidade legal do pecado, que é a morte, e morte eterna.
E a grande notícia
é que, por Sua obra, Ele pode fazer isso para qualquer pessoa que O aceite. A
salvação vem a todo o que crê, tanto judeu como gentio (Rom. 2:9). Os que crêem são, então, poupados da
"condenação eterna" que Jesus advertiu em numerosos textos,
inclusive Marcos
3:29, quando falou de um pecado que pode levar a essa condenação.
Deste
modo, se pela fé nEle somos poupados dessa "condenação eterna", e
se o "pecado imperdoável" leva a essa condenação, qual é realmente
o sentido mais provável desse "pecado imperdoável"?
"Todo pecado e blasfêmia"
Leia Mateus 12:22. Veja também Marcos 3:22-30.
As palavras fortes de Cristo não foram ditas sem um motivo. Elas foram
pronunciadas em resposta a uma declaração de certos fariseus que, depois de
testemunharem uma cura operada por Jesus, disseram:
Ele "expele
demônios" (Mat.
12:24) por Belzebu, o maioral dos demônios. Essa atitude foi
assumida diante da evidência inegável de Seu poder divino: a santidade de Sua
vida, que eles não podiam deixar de reconhecer e que mais tarde admitiram
tacitamente (João 8:46);
o fato de curar os doentes de maneira
sobrenatural (Mat. 8:14-17; Mar. 1:29-34 etc.); o fato de expulsar demônios (Mat. 9:32 e 33) e Sua ressurreição (Luc. 7:11-17).
Porém, recusando admitir a divindade de Cristo e opondo-se ativamente a
Ele, esses homens se colocaram em posição em que foram forçados a explicar as
obras de Cristo em alguma base que não admitisse Sua divindade e,
conseqüentemente, atribuíram a Satanás a obra de Deus. Assim, fecharam a
mente à evidência do Espírito Santo.
O Espírito Santo traz impressões sobre a
verdade na mente e no coração (João
14:17; 16:13) e convence do pecado (João 16:8). Mas embora Deus seja paciente, misericordioso e
não deseje que ninguém pereça (2 Ped. 3:9). Seu Espírito não trabalhará indefinidamente
com o coração obstinado (Gên. 6:3).
Se a verdade for persistentemente resistida e
recusada, os apelos do Espírito deixam de ser ouvidos, e o coração é deixado
em terrível escuridão.
Possivelmente, esta foi a condição a que Paulo se referiu quando
descreveu certas pessoas "que têm cauterizada a própria
consciência" (1 Tim. 4:2). Para a pessoa culpada do pecado contra o
Espírito Santo, fechou-se a oportunidade, e para ela "não resta
sacrifício pelos pecados; pelo contrário, certa expectação horrível de
juízo" (Heb. 10:26 e 27).
O pecado imperdoável
O pecado é fatal para nossa existência, mas Deus Se alegra em perdoar
nossos pecados. Não precisamos perecer, apesar de que "todos pecaram e
carecem da glória de Deus" (Rom. 3:23). Jesus morreu para conquistar o direito de
perdoar os pecadores arrependidos.
Mas existe um pecado imperdoável, e este inevitavelmente resulta em
morte eterna. Quando alguém recusa responder à bondade de Deus, que procura
levar ao arrependimento (Rom. 2:4), essa contínua recusa de aceitar a proposta
divina de graça finalmente resultará em pecado imperdoável.
Leia Mateus 12:31 e Marcos
3:29.
O pecado imperdoável, ou o pecado contra o Espírito Santo, é a rejeição
persistente da luz, rejeição persistente do que Cristo fez por nós. Essa
rejeição cega inevitavelmente os olhos espirituais e endurece o coração
daquele que rejeita os apelos do Espírito.
. Finalmente, existe escuridão absoluta, e a pessoa está
perdida eternamente porque arruinou a perceptividade de sua mente para as
sugestões do Espírito.
O ato de colocar-se além do alcance do poder do Espírito Santo é
"imperdoável" porque a pessoa não pode sequer se arrepender sem a
ajuda do Espírito de Deus. Deus não pode fazer nada pela pessoa a menos que a
force, e isso Ele não fará. Por suas escolhas, essa pessoa se colocou fora do
alcance da salvação.
Convicções do Espírito
"Quando Ele [o Espírito] vier, convencerá o mundo do pecado, da
justiça e do juízo: do pecado, porque não crêem em Mim" (João 16:8 e 9).
A fim de se qualificar como candidato à salvação, alguém deve
reconhecer que é pecador. Ninguém pede ajuda do Salvador a menos que tenha
sentido essa necessidade. Uma de nossas maiores necessidades é a convicção
pessoal do pecado.
Não podemos trazer essa convicção sobre nós mesmos; é
prerrogativa e ofício da obra do Espírito nos convencer do pecado. Seu primeiro
trabalho é tornar o pecador ciente de sua pecaminosidade e, conseqüentemente,
sua condição perdida.
O Espírito não é meramente o Consolador. Ele também é –
e primeiramente – quem nos convence do pecado. Ele Se torna Consolador para
os que fizeram paz com Deus, admitindo e confessando seus pecados.
"Precisamos ter conhecimento de nós mesmos, conhecimento que
resultará em contrição, antes de podermos achar perdão e paz. O fariseu não
sentia convicção de pecado.
O Espírito Santo não podia nele atuar. Sua vida
apoiava-se numa couraça de justiça própria, a qual as setas de Deus, farpadas
e desferidas pelos anjos, não podiam penetrar. Cristo só pode salvar quem
reconhece ser pecador." –Parábolas de Jesus, pág. 158.
Quando a pessoa recebe uma visão da justiça e santidade de Deus, como
aconteceu com o profeta Isaías (Isa. 6:5 e 6), o Espírito Santo convence essa pessoa de que
ela é pecaminosa e nada além de absoluto juízo e destruição a aguarda, a
menos que Jesus intervenha.
Assim, o poder convencedor do Espírito Santo é
muito importante em nos guiar a Cristo. Imagine, então, a condição
desesperada das pessoas que, por sua própria teimosia, tornaram-se imunes aos
apelos do Espírito Santo.
Arrependimento e o pecado
imperdoável
Às vezes, tem havido membros da igreja que vivem com medo de terem
cometido o pecado imperdoável. De certo modo, não é difícil entender por quê.
Somos pecadores; se não vivermos momento a momento sob o controle do Espírito
Santo, somos capazes de fazer quase qualquer coisa.
E para uma pessoa que
conheceu o Senhor, que obteve um vislumbre da santidade de Deus, seu
sentimento de pecado pode parecer horrivelmente condenatório. A culpa pode
ser subjugante. A maioria dos cristãos, em algum ponto de sua experiência
cristã, teve momentos de temor, momentos em que acreditou que seu caso era
sem esperança, que não podia alcançar o ideal de Deus e que, de fato, poderia
ter cometido o pecado imperdoável.
O fato de alguém haver cometido algum crime ou pecado não é obstáculo
permanente para a salvação. Jesus pode salvar qualquer pessoa que esteja
disposta a aceitar a salvação. Ele não está primeiramente preocupado com o
escuro passado de ninguém.
Qualquer pecado e negligência pode ser apagado
pelo Seu sangue derramado. Existe uma condição para esse perdão, e este é o
arrependimento, que vem unicamente pela obra do Espírito Santo. Enquanto
houver arrependimento no coração do homem, haverá perdão no coração de Deus.
É evidente que devemos nos lembrar de que o pecado não pode ser
considerado trivial. Cada pecado nos endurece; cada vez que caímos, fazemos
assim unicamente porque afastamos a convicção. Quanto mais fizermos isso,
mais fácil será fazê-lo outra e outra vez.
E embora possamos sempre nos
arrepender e encontrar perdão, quanto mais pecarmos, mais endureceremos o
coração àquele que nos leva ao arrependimento, o Espírito Santo.
Assim, é importantíssimo, cada dia, reclamar o poder de Deus para nos
purificar, regenerar e restaurar à imagem do Salvador. (Veja 1 Cor. 10:13; Gál. 5:16; Tito 3:5).
"Todo pensamento impuro contamina a mente, enfraquece o senso
moral e tende a apagar as impressões do Espírito Santo." –O Desejado
de Todas as Nações, pág. 302.
"Mas se alguém, por recusar repetidas vezes a direção de Deus,
perder a capacidade de reconhecer a bondade quando a vir, se fizer com que
seus valores morais sejam invertidos até que para ele o mal seja bem e o bem,
mal, então, mesmo quando for confrontado por Jesus, não terá consciência do
pecado de que não se pode arrepender e nunca poderá ser perdoado. Este é o
pecado contra o Espírito Santo."
|
Estudo XIII - O Espírito Santo nos
Últimos Dias
“Quando te desviares para a direita e quando te desviares para a
esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o
caminho, andai por ele" (Isaías 30:21).
"Foi pela confissão e abandono do pecado, por fervente oração e
consagração de si mesmos a Deus que, no dia de Pentecostes, os primeiros
discípulos se prepararam para o derramamento do Espírito Santo. A mesma obra,
mas em maior grau, deve ser feita agora.
Naquele tempo, o agente humano só
teve que pedir a bênção, e esperar que o Senhor cumprisse o trabalho a esse
respeito. Foi Deus quem começou a obra, e Ele a terminará, tornando o homem
perfeito em Jesus Cristo. Mas não deve haver negligência da graça
representada pela chuva temporã. Só os que estiverem à altura da luz que têm
receberão maior luz." – Advent Review and Sabbath Herald, 2 de
março de 1897.
O Espírito nos últimos dias
"E acontecerá, depois, que derramarei o Meu Espírito sobre toda a
carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e
vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei
o Meu Espírito naqueles dias" (Joel 2:28 e 29).
As palavras de Joel aqui são algumas das mais empolgantes em toda a
Escritura. Elas apontam para um tempo em que o Espírito Santo será derramado
de modo poderoso, como foi no Pentecostes.
Esse derramamento, porém, não
acontece sem causa; é parte de um único propósito: levar o povo a um
conhecimento salvífico de Jesus Cristo. Este ponto se torna especialmente
claro no discurso de Pedro no Pentecostes, em que, depois de citar esses versos
de Joel, ele começou a pregar sobre Jesus Cristo (Atos 2:22-24).
Joel 2:28 diz, também, que Ele derramaria Seu Espírito
sobre "toda a carne". Isso não significa que "toda a
carne" responderá com a rendição e a humildade necessárias para receber
a bênção do Espírito.
Pela ação do Espírito Santo, o Senhor pode tocar em
cada coração com convicção. A Bíblia diz: Jesus é "a verdadeira luz,
que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem" (João 1:9). Infelizmente, nem "todo homem"
responde como Deus gostaria.
As boas-novas são que todos os que respondem, todos os que fazem essa
submissão têm a promessa de vida eterna em Cristo.
O Pentecostes e os últimos dias
Joel fala de um abundante derramamento do Espírito de Deus sobre Seu
povo, de jovens tendo visões, velhos sonhando e filhos e filhas profetizando.
Ele até fixa o tempo para esta experiência: haverá fenômenos cósmicos com o
Sol escurecendo e a Lua se transformando em sangue.
Os desastres na Terra são
descritos simbolicamente como "sangue, fogo e colunas de fumaça"
(v. 30). Tudo isso deve vir imediatamente antes do "grande e terrível
Dia do Senhor" (v. 31).
Pedro e outros crentes cristãos da primeira igreja consideravam a
primeira vinda de Cristo como "os últimos dias" (1 Cor. 10:11; Heb. 1:2; Hebreus 9:26; 1 Ped. 1:20) e aplicou a profecia de Joel à experiência do
Pentecostes (Atos 2:16-21), ligando o dom de profecia ao dom de línguas.
Que imagem Joel usa para o derramamento do Espírito Santo? Joel 2:23
A profecia de Joel sobre a vinda o dom profético é dada no contexto das
chuvas temporã e serôdia (Joel 2:23-32). A chuva refrescante e vivificante do outono,
que permitia que a semente brotasse e germinasse, é chamada de chuva temporã.
A chuva da primavera, que amadurecia o grão e o aprontava para a colheita, é
chamada de chuva serôdia. Este fenômeno no ciclo agrícola palestino é símbolo
do refrigério espiritual que Deus dá a Seu povo por intermédio do Espírito (Oséias 6:3).
Pedro, crendo que vivia nos últimos dias,
experimentou a chuva temporã. A chuva serôdia ainda está para vir sobre o
povo de Deus no tempo do fim.
O que devemos entender por chuva serôdia? "Ao
avizinhar-se o fim da ceifa da Terra, uma especial concessão de graça
espiritual é prometida a fim de preparar a igreja para a vinda do Filho do
homem. Esse derramamento do Espírito é comparado com a queda da chuva
serôdia." – Atos dos Apóstolos, pág. 55.
A chuva serôdia
"Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o
lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as
primeiras e as últimas chuvas" (Tiago 5:7).
Joel pronunciou sua profecia no contexto da "chuva". Os
termos chuva, chuva temporã e chuva serôdia, foram emprestados pelos
escritores hebreus no contexto de suas estações agrícolas.
A primeira chuva,
ou temporã, caía no sétimo mês, normalmente logo após a Festa do
Tabernáculos. Isso correspondia ao outono do hemisfério norte, ou
setembro/outubro. Para os israelitas, nessa estação, os campos eram arados
para a sementeira da cevada e do trigo. A chuva serôdia caía logo antes da
colheita do grão, em março e início de abril. Essa chuva permitia que o grão
se enchesse e amadurecesse para a colheita.
Essas palavras são usadas pelos escritores da Bíblia para simbolizar
grandes períodos de refrigério espiritual com relação à pregação do
evangelho. O que importa é que, para a colheita ser feita, havia a
necessidade de ambas as chuvas.
O propósito da "chuva serôdia" espiritual é semelhante à
natural: deve preparar a colheita. Que imagem poderosa a respeito do trabalho
que o Espírito Santo está por fazer entre Seu povo, pois foi este que Deus
usou para pregar ao mundo a mensagem do evangelho!
"Embora acariciemos
as bênçãos da primeira chuva, não devemos, do outro lado, perder de vista o
fato de que sem a chuva serôdia, para encher a espiga e amadurecer o grão, a
colheita não estará pronta para a ceifa, e o trabalho do semeador terá sido
em vão.
Necessita-se da graça divina no começo, da graça divina em cada passo
de avanço; só a graça divina pode completar a obra." – A Fé Pela
Qual Eu Vivo [Meditações Matinais, 1959], pág. 334.
O refrigério
"Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os
vossos pecados, a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de
refrigério, e que envie Ele o Cristo, que já vos foi designado, Jesus" (Atos 3:19 e 20).
Examine esta incrível declaração de Pedro. Note como ele relaciona o
arrependimento e a conversão com os "tempos de refrigério". Em
outras palavras, o que acontece em nosso coração está relacionado com o
derramamento do Espírito Santo. Nunca devemos esquecer a realidade dessa
íntima relação entre o Céu e a Terra.
A declaração de Pedro contém um elemento temporal mais definido. Sob
inspiração, Pedro se refere a grandes eventos dos últimos dias da Terra – o
poderoso derramamento do Espírito de Deus e a remoção final dos pecados dos
justos – que estão ligados a um terceiro clímax, o segundo advento de Cristo.
Por que sabemos que as mensagens dos três anjos precedem imediatamente
a segunda vinda de Cristo? Como vemos nestes versos as evidências de um
poderoso derramamento do Espírito Santo? Apoc. 14:6-16
Em todos estes textos, vemos a evidência do Espírito Santo trabalhando
por Seu povo, não só a fim de prepará-lo para pregar o "evangelho
eterno" (v. 6) ao mundo, não só para advertir os outros contra a
adoração da "besta" (v. 9) mas também para prepará-los para
permanecerem como os que "guardam os mandamentos de Deus e a fé em
Jesus" (v. 12).
O alto clamor
Embora, no Pentecostes, tenhamos visto um derramamento poderoso do
Espírito Santo, cremos que nos últimos dias veremos algo ainda mais poderoso.
O mundo inteiro precisa conhecer a verdade do Senhor Jesus no contexto dos
três anjos de Apocalipse 14, em lugar das falsas doutrinas de Babilônia,
que levam à marca da besta.
Assim, cremos que bem no fim, de modo notável, o Espírito Santo trará
Seus dons para a igreja. Ele terá que fazer isso; de outro modo, os eventos
finais, como retratados na profecia, nunca terão lugar.
No Apocalipse, que evidência temos dos resultados desse derramamento do
Espírito Santo na igreja? Apoc. 18:1-5
Este "alto clamor" se estende a todos os lugares, enquanto o
Senhor usa Sua igreja para chamar todo o Seu povo para sair de Babilônia, dos
falsos sistemas religiosos e políticos do mundo, unidos sob algum poder
perseguidor. Esse clamor contém o último apelo para escapar das últimas
pragas (Apocalipse 15) e encontrar abrigo sob os braços de Jesus, o Salvador.
Na batalha final entre os seguidores do Cordeiro e os seguidores da besta,
Cristo será exaltado pelo poder pntecostal renovado que deve ser derramado sobre
a Terra pelo Espírito Santo. Nesse momento, veremos a colheita da chuva
serôdia.
Assim, nos últimos dias, a consumação da cruz e a obra da cruz chegarão
ao seu epílogo. Todos os mortos em Cristo ressuscitarão (1
Tessalonicenses 4:16), e juntamente com os que estiverem vivos, todos
seremos tirados deste planeta pecaminoso, de uma vez por todas (v. 17). No
fim, veremos em clímax a manifestação da operação do Espírito Santo nos
corações, não só dos que são chamados para proclamar esta mensagem mas
naqueles que a recebem e que permanecem conosco – não só nos últimos dias
contra as forças de Babilônia – mas também no mar de vidro no Céu (Apoc. 15:1-5).
Que dom nos é dado pelo Espírito Santo!
Índice de Tópicos
I - PERSONALIDADE E DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO
II - SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO NAS ESCRITURAS
III - JESUS E O ESPÍRITO SANTO
IV - A PROMESSA DO ESPÍRITO SANTO
V - O CUMPRIMENTO DA PROMESSA
VI - O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
VII - OS DONS DO ESPÍRITO SANTO
VIII - O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO
IX - O GUIA DO CRISTÃO
X - VIDA PELO ESPÍRITO SANTO
XI - O RESTAURADOR
XII - O PECADO CONTRA O ESPÍRITO SANTO
XIII - O ESPÍRITO SANTO NOS ÚLTIMOS DIAS
|
Estudo Realizado por
Pastor Rogério Costa
Caxias do Sul – Janeiro
2009
Postado por Dharmadhannya
Nenhum comentário:
Postar um comentário