quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Psicologia - A cura da criança interior


A criança interior e a mudança de velhos padrões.

Uma amiga me disse: “Houve uma mudança em mim quando me dei conta de que não preciso do reconhecimento das outras pessoas.

Deus sempre me reconhece.” Muitas vezes me causa surpresa ver que pessoas que fazem coisas maravilhosas trazem no íntimo terríveis sentimentos de falta de valor.

Quando a nossa criança interior se sente aprisionada, ela procura atrair a nossa atenção para as suas necessidades, nos fazendo sentir desanimados, irritados, revoltados ou, de alguma forma, insatisfeitos.

Pode ser uma sensação ruim em alguma parte do corpo, uma enxaqueca, uma dor de estômago ou excitação sexual. De que outra maneira poderia ela nos fazer perceber aquilo de que precisa?

Se ignoramos o seu pedido de ajuda, nossa criança, furiosa, se esforça ainda mais para atrair a nossa atenção. A maioria das pessoas gasta uma enorme quantidade de energia tentando disfarçar esses sentimentos incômodos e embaraçosos.

Quando lidamos com a dor ou com pensamentos e sentimentos incômodos ou vergonhosos como se fossem uma criança aprisionada, podemos começar a entrar novamente em contato com as nossas necessidades e liberar a nossa energia criativa. Começamos a desabrochar.

Quando reprimimos as nossas emoções

Vi uma garotinha de três anos cair e bater os joelhos violentamente no chão. Levantando-se e esfregando os joelhinhos, a menina disse, em voz alta: “Não chore. Você não é um bebê.” Mencionei o fato a uma amiga e ela me disse que os filhos do vizinho foram acostumados a rir isso mesmo, rir — quando se machucam.

A total negação da dor física está a um pequeno passo da negação da dor emocional. Se agimos assim, nunca podemos ser íntegros, estar em contato com os nossos sentimentos, com uma energia genuína que circula pelo nosso corpo.

Teremos sempre um buraco negro e doloroso em nós. Não nos damos conta de que esse buraco não passa de um sentimento ruim. Achamos que seremos totalmente rejeitados se alguém perceber o nosso lado “mau”.

Há uma certa verdade nisso. Se praticamos atos ruins como o estupro, o assassinato, o estelionato e o roubo, e provável que nos ponham atrás das grades.

 Se expressarmos esse lado num com palavras ressentidas, amargas e ferinas, não é provável que venhamos a ter muitos amigos. Mesmo assim, de modo geral temos tamanho medo dos nossos sentimentos sombrios, profundos, que nem sequer admitimos a sua existência para nós mesmos.

 Todavia, quanto mais reprimimos esses nossos sentimentos secretos, tanto mais eles gritam para ser percebidos e tanto mais energia usamos para mantê-los escondidos. E eles passam a dirigir a nossa vida. Esses sentimentos têm poder sobre nós porque tememos inconscientemente que eles se exprimam em atos.


 Não podemos ter paz enquanto lutamos para ocultar grandes componentes do nosso ser. Quando aceitamos e reconhecemos abertamente nossos maus sentimentos, a pressão se desfaz e podemos escolher a melhor maneira de lidar com eles.

Esses sentimentos mais sombrios indicam questões não-resolvidas com as quais ainda temos de lidar. É comum pessoas muito extrovertidas, constantemente alegres, terem um lado melancólico ou cheio de mágoas que elas fazem de tudo para encobrir.

Maria era a alegria em pessoa, sempre otimista, capaz de levantar o moral de qualquer um. Estava sempre presente em todas as ocasiões e gozava de muita popularidade. Mas quando se tratava de lidar com os seus sentimentos mais profundos, mais íntimos, ela nem queria saber.

Ela achava que, se o fizesse, não restaria nada da sua personalidade. Apesar dessa resistência, outra parte de Maria desejava encarar suas energias mais sombrias, queria eliminá-las e encontrar a paz de espírito.


Como ocorre tantas vezes quando somos ambivalentes acerca do progresso, seu Eu Superior a levou a olhar para dentro de si mesma.

Um sonho conseguiu vir à tona, um sonho que a afetou tanto que, quando se referiu a ele numa terapia em grupo, a alegre e otimista Maria parecia abatida e deprimida. Seus olhos pareciam vazios quando ela o descreveu.

 Não me lembro do sonho, mas do desenho com que ela o representou. Era um minúsculo vulto negro em posição fetal numa enorme sala vazia. Seus sentimentos eram a solidão, o vazio interior, o desespero, o abandono e a impotência.

Foi essa a primeira vez que ela olhou de frente para esses terríveis sentimentos. Até então, ela os mantivera bloqueados por uma imensa e potente barreira. Agora, a barreira se rompera e os sentimentos pareciam tomar conta dela.

O valor de uma terapia em grupo é a cura e o apoio que podemos proporcionar uns aos outros. Maria conseguiu entrar em contato com seus medos mais profundos e exprimi-los. Ao descobrir que o grupo estava disposto a ouvi-la, era capaz de compreender seus sentimentos e, ao mesmo tempo, de continuar a respeitá-la e a amá-la, algo profundo dentro dela se transformou.

Ao longo de alguns dias, ela retornou várias vezes à profunda e sombria caverna interior de solidão e de medo. A cada vez, voltava mais calma e mais fortalecida, O grupo lhe deu um forte apoio emocional e físico e continuou a amá-la e a respeitá-la. Essa foi para Maria uma revelação surpreendente.

 Ela descobriu que não tinha de esconder seus piores temores, que não iria cair aos pedaços se admitisse esses sentimentos, e que as pessoas ainda a amavam apesar de ela não estar sempre alegre. E, mais do que isso, Maria aprendeu que, ao aceitar uma parte de si mesmo que odiava, podia transformar a turbulenta caverna que havia no seu íntimo num poço de paz interior.

 Ela continuou a ser a imagem da alegria e de otimismo, mas isso estava agora assentado numa calma e numa auto-aceitação que vinham do fundo do seu ser.

Como todos nós, Maria escolhera pais que estavam aprendendo as mesmas lições. Também eles negavam todos os sentimentos de depressão ou de tristeza, unindo-se para manter oculta a parte magoada, solitária e assustada da filha.

Quando aceitamos todos os aspectos de nós mesmos, passamos a contar, em nosso íntimo, com um límpido e calmo poço de paz e de tranqüilidade.

O que há por trás da amabilidade
É um padrão muito comum considerar que as mulheres são incapazes de sustentar a si mesmas. A menina recebe a mensagem explícita ou velada de que precisa de um homem que lhe dê apoio financeiro.

Essa foi por certo uma mensagem bem forte na minha família, e cresci com a sensação de que dificilmente poderia ganhar um salário decente. Quando escolhi meu primeiro marido, eu sabia que não teria de me preocupar com o aspecto financeiro. Porém, em contrapartida, renunciei à independência emocional e criativa.

Claire teve um ambiente familiar bem diferente, mas ouviu na infância uma mensagem bem parecida. O irmão tinha dinheiro e liberdade, mas sentia falta de cuidados e deles amor. Ela era superprotegida por ambos os pais — essa era a maneira deles demonstrarem amor. Ela aprendeu que as garotas têm de ser meigas e delicadas, razão por que se tornou amável e encantadora.

Absorveu a mensagem implícita de que as meninas não têm como cuidar de si mesmas e renunciou à sua independência e individualidade. Ela enterrou sua raiva e seu ciúme diante da liberdade do irmão e aceitou uma vida cercada de cuidados.

Como sempre acontece, casou-se com um homem que se enquadrava em seu padrão familiar. No início do casamento, ela exprimiu o desejo de ajudar o marido nos negócios, mis ele disse: “Não, quero você em casa.” Ela desistiu. Quando os filhos cresceram, ela quis arrumar um emprego, mas todos desaprovaram a idéia. Ela desistiu.

Quando Claire tinha quarenta anos, o marido conheceu no trabalho uma mulher mais jovem e a deixou. O divórcio deu a Claire o choque de que ela precisava no nível espiritual para iniciar uma jornada de autodescoberta.

 Ela se tornou conselheira. Como era de esperar, toda a família, incluindo o ex-marido, criticou e menosprezou o seu trabalho. Continuou a haver uma grande conspiração familiar para manter financeiramente incapazes as mulheres. Claire, no entanto, estava mudando e determinada a não renunciar às suas novas função. Exteriormente, continuou sendo afável e agradável. Nas profundezas do seu ser, jazia um aspecto ciumento e vingativo.

Certa noite, Claire teve com o irmão uma discussão extremamente violenta, o que a deixou tão abatida que ela procurou ajuda. Ao fechar
os olhos e relaxar, ela voltou à última briga com o irmão. Sentiu a dor e a mágoa chegarem ao seu estômago e percebeu como se sentia furiosa e incapaz de perdoar a ele e a toda a família.

Quando entraram em cena, seus pais interiores lhe disseram coisas extremamente sarcásticas e cruéis, O impacto do que ela vinha fazendo contra si mesma a atingiu. Como ela tinha prejudicado o seu próprio desenvolvimento!

No seu cenário interior, Claire conduziu esses pais negativos, por degraus brancos, até a Fonte, e pediu humildemente ajuda. Ela os viu serem convidados a passar por uma porta de puro branco imaculado e serem abraçados por um Ser de Amor.

 Um fluxo de amor e de sabedoria os penetrou. Esses pais, agora sábios e amorosos, desceram os degraus para encontrar a parte magoada, ciumenta e vingativa de Claire.

Eles se abraçaram e todos os julgamentos e críticas se dissolveram. Ela vibrou com o calor da aceitação. Mantida nesse espaço, ela deixou de se sentir magoada ou irritada. Teve apenas um sentimento de perdão com relação à família.

Na sua imaginação, ela falou com a família, reconhecendo abertamente seus sentimentos de mágoa e de raiva. Claire descobriu que, ao admitir abertamente esses sentimentos sombrios, sua família a aceitara. Eles até a encorajaram e passaram a admirar o trabalho que ela fazia. Ela se deu conta de como estivera na defensiva no tocante ao seu trabalho.

Tendo essa consciência, Claire passou a aceitar mais a si mesma e tomou-se mais receptiva e amorosa para com a família. Ela falou com os parentes, com sinceridade sobre seus sentimentos e sentiu uma alegria imensa quando eles reconheceram o seu trabalho e até admitiram admirar o que ela fazia.

Quando nossos pais interiores negativos encontram a sabedoria, podemos aceitar nossos aspectos sombrios. E quando iluminamos a nossa sombra, esta se dissolve e as outras pessoas também passam a nos aceitar. Sem sombras, todo o nosso mundo fica mais luminoso.

Como aceitar a própria vulnerabilidade
Muitos de nós tentam esconder sua parte fraca e vulnerável sob uma forte fachada de virilidade ou de independência. Os nossos pais podem ter sido emocional, senão fisicamente, ausentes, e, se sentimos na infância que não podíamos contar com ninguém, é possível que tenhamos nos forçado a aparentar que podíamos cuidar muito bem de nós mesmos.

Bernadete era uma mulher bem-sucedida profissionalmente, de caráter forte, capaz, independente e severa. Tinha uma atitude rígida e ligeiramente crítica com relação aos homens. Os homens a consideravam distante e tendiam a evitá-la.

Contudo, ao conhecer Jack, ela se apaixonou. Jack era um homem gentil e carinhoso que simplesmente ignorou sua fachada e buscou a garotinha frágil que havia dentro dela. Todas as suas defesas caíram diante dele porque, pela primeira vez, Bernadete se sentiu segura.

O adulto que se mostra muito forte e independente tem com muita frequência uma parte oculta que é carente e precisa de cuidados.

As pessoas costumam se queixar de que seus pais nunca lhes reconheceram o valor. Isso em geral indica que vieram para esta encarnação com uma crença em sua própria falta de valor.

 Não somente seus pais lhes ofereceram um reflexo disso como, se tiveram de fato seu valor reconhecido por eles, estes não chegaram a admitir isso aos filhos. A maioria de nós tem essa crença em alguma medida e a nossa tarefa é reconhecer quem somos. A nossa missão é reconhecer nosso Eu Divino.

Robert era um homem gentil e aparentemente confiante que dirigia uma grande instituição de caridade. Era um orador muito requisitado e um homem muito sensível e espiritual. Contudo, travava constantes lutas pelo poder na família porque estava sempre querendo provar seu valor.

Toda a família tinha essa mesma crença em sua própria falta de valor, e todos os seus membros reencarnaram juntos para tratar disso.
Umas das maneiras pelas quais o ajudei a recuperar seu sentimento de valor pessoal foi fazê-lo conhecer as muitíssimas vidas de sabedoria que ele tivera. Enquanto essas vidas, uma após a outra, se desenrolavam à sua frente, e lhe eram reveladas, ele começou a reconhecer quanto tinha alcançado em termos de desenvolvimento espiritual.

Então, pedi-lhe que fechasse os olhos e visualizasse sua aura. A aura é um campo de energia que circunda o corpo físico. Nossos pensamentos e emoções têm vibrações, e a cor, o cheiro, o sabor e a sensação táctil dessas energias sutis formam a aura.


 A pessoa que emite emoções negativas transmite cores escuras ou sombrias. A pessoa que tem pensamentos bondosos, amorosos e sábios irradia belas cores e perfumes. Quando vivemos em paz e em harmonia, ficamos cercados por um imenso brilho. Quanto mais espiritualizados e amorosos são os nossos pensamentos, tanto mais clara e brilhante é a aura que nos cerca.

Perguntei: “Se você pudesse ver a sua aura, que cores ela teria?”
Robert imediatamente descreveu uma série de cores e mencionou o quanto eram brilhantes e vivas. Nesse leve estado de transe ele estava em completa harmonia consigo mesmo. Quando eu lhe disse que ele relacionara toda a gama de cores, ele se deu conta do incrível ser espiritual que era.

 A essa altura, ele conseguia ver a si mesmo de pé cercado por uma imensa aura multicolorida. Isso lhe proporcionou um sentimento verdadeiramente bom e eu sugeri que ele fizesse isso várias vezes ao dia.

Ele então visualizou as cores que os membros de sua família tinham em sua aura e percebeu que eles também eram, à sua maneira, especiais e únicos. Mas todos eram diferentes entre si. Quando reconheceu que todos tinham valor a seu modo, Robert pôde aceitar cada um deles sem sentir que isso diminuía de alguma forma o seu valor pessoal.

Reconhecer e aceitar as qualidades e talentos dos outros não
diminui o caráter singular daquilo que somos.




Repetição e eliminação de padrões

Nossos padrões inconscientes de comportamento podem dirigir a nossa vida. Eles nos mantêm presos a situações infelizes e nos fazem atrair sempre o mesmo tipo de relacionamentos inadequados. Eles são como cascas de banana. Vivemos escorregando nelas até nos darmos conta de sua presença e passarmos a contorná-las.

Quando temos os olhos fechados, não podemos ver os nossos padrões a fim de alterá-los. À medida que abrimos os olhos e aprendemos a discernir o comportamento impróprio, podemos tomar uma decisão consciente e adulta de agir de uma nova forma.

 A recompensa por essa atitude madura é um sentimento de bem-estar e de força que favorece a eliminação de antigos padrões de comportamento e a criação de novos hábitos satisfatórios.


Como enfrentar e romper padrões

Alguns padrões são bem alarmantes. Jeannie vivia sozinha há algum tempo quando conheceu Percy. Ela decidiu alugar sua casa e ir morar na dele, que era maior. Depois de dois anos, o relacionamento acabou e Percy se foi. Jeannie vendeu sua casa e ficou com a casa do antigo marido, assumindo uma hipoteca de maior monta. Percy casou-se com outra pouco depois.

Meses mais tarde, Jeannie conheceu Hank. Ela sentia que o seu erro no primeiro relacionamento era o medo do compromisso Assim, dessa vez ela vendeu a casa e mudou-se com Hank para uma bem maior cuja hipoteca passaram a pagar juntos. Dois anos depois, o relacionamento chegou ao fim e Hank se foi. Jeannie ficou na casa e assumiu a parte dele na hipoteca.

Passados uns meses, ela conheceu Ray. Juntos, mudaram-se para uma casa maior ainda. Dessa vez, ela assumiu os pagamentos da hipoteca e Ray pagava as despesas. Dois anos mais tarde, quando a relação se acabou, Ray partiu. Jeannie ficou na casa e passou a arcar com a hipoteca e todas as despesas. Ray casou-se logo depois.

Depois disso, Jeannie resolveu evitar os relacionamentos por algum tempo. Então, apaixonou-se por um homem que a queria como sócia num empreendimento. Franzi o cenho quando ouvi isso e fiquei imaginando se a história não iria se repetir. Felizmente, Jeannie tinha feito um profundo auto-exame e tinha plena consciência de seus padrões de comportamento. Pensando longa e cuidadosamente sobre o assunto, ela resolveu não ir morar com ele nem ser sua sócia. Dessa vez, ela mudou o padrão de sua vida.

A qualquer momento, temos a opção de dizer “não” e romper o nosso padrão. Jeannie não estava pronta para isso até aquele momento. Dois anos depois, veio a recompensa: ela conheceu e casou-se com um homem bem diferente.

Quando rompemos conscientemente um padrão e enfrentamos a dor, o Universo nos recompensa.

Como criar relacionamentos saudáveis
Quando criança, Sheila acreditava que era desprezível e má. Ela usava óculos de lentes grossas e tinha cabelos castanhos espetados. Disse-me que sempre se sentira ofuscada por uma irmã bonita e um irmão simpático, e que sempre se achara feia. Sua mãe era fraca e incompetente. Seu pai era severo e extremamente religioso.

Ela só pôde encontrar uma maneira de exprimir sua raiva e, ao  mesmo tempo, controlar os pais: ao comer devagar ou ao recusar-se a comer, ela indicava sua incapacidade de receber amor por se sentir indigna.

A atenção negativa que isso atraía era melhor do que nenhuma atenção, e reforçava seus sentimentos negativos com relação a si mesma.

A hora das refeições tornou-se uma luta pelo poder entre ela e o pai. A luta acabava inevitavelmente com ela levando umas palmadas ou sendo mandada para o quarto. No final, ela foi para um colégio interno.

 Os pais lhe disseram que ela estudaria ali porque ela era muito inteligente e a mudança era para o seu bem, mas a criança de dez anos interpretou tudo como rejeição.

Na adolescência, Sheila acreditava que era má e feia e merecia ser punida pelos homens. Ela ansiava por uma afeição que julgava não merecer, de modo que se punia deixando de comer e se embebedando. Ela punia os homens negando-lhes afeição.
Com a crença em sua falta de valor, Sheila casou-se cedo por razões de segurança. Sua crença na auto-agressão e na violência física garantiu-lhe a atração de um marido violento e rude. Em contrapartida, ela se vingava dele tendo casos. Por fim, ele descobriu. Inconscientemente, ela fizera tudo para que isso acontecesse, pois qual o sentido de punir alguém se a pessoa não souber que está sendo punida?

Seu segundo marido era um homem quieto e inseguro, cuja primeira mulher tivera amantes. Ele criava como seu o filho de uma dessas relações. Ele e Sheila tinham padrões perigosamente entrelaçados. Fiel ao padrão, ela arranjou um amante pouco depois do casamento. Ele, que até então fora bondoso, começou a criticá-la e a bater nela. Só quando me disse isso ela conseguiu perceber como era responsável pela situação.

Somos cem por cento responsáveis por aquilo que criamos. Atraímos pessoas que têm a possibilidade de se comportar de determinadas maneiras.

Por mais complexos que sejam os nossos padrões, podemos, com paciência, desvelar as nossas crenças e levar uma vida sem subterfúgios e cheia de amor.

Sheila queria recomeçar e, por isso, pedi-lhe que fechasse os olhos e retrocedesse à infância. Pela primeira vez ela percebeu como o pai se apavorava com a possibilidade de que, não se alimentando, ela pudesse morrer.

Em seguida, ela passou a outra vida em que seu pai era seu irmão. Ela morrera de fome e ele nada pudera fazer para ajudá-la. Em algum profundo nível inconsciente, ela o culpava por deixá-la morrer e o punia erguendo altas barreiras defensivas contra ele e recusando-se a comer.

 Em algum nível também inconsciente, ele se sentia culpado por não ter conseguido salvá-la naquela vida. Quando nos sentimos culpados, os outros captam isso e começam a nos punir. Devido à sua culpa, ele estava tão desesperado para estabelecer contato com ela que tentava derrubar suas barreiras. Em termos literais, ele batia nela.

Quando viu o garoto assustado e desesperado que havia no íntimo do pai que lhe batia, Sheila sentiu uma inesperada compaixão, e a raiva que sentia por ele dissipou-se. Ela reconheceu que transformara todos os homens de sua vida no pai, e então começou a mudar de atitude com relação a eles. Ela deixara de projetar nos homens sua raiva e seu ressentimento.

Sheila se deu conta de que, por acreditar que era desprezível, má e feia, atraía homens que a diminuíam. Sentir-se incapaz de fazer com que suas necessidades fossem atendidas fazia-a controlar e manipular em vez de dizer de que precisava. Claro que, agindo assim, só podia atrair homens fracos que se julgassem incapazes de conseguir o amor de uma mulher.

Sua crença na culpa se traduzia em autopunição. Ao mesmo tempo, ela punia os homens e se deixava punir por eles.

Como acreditava que o pai a traíra numa vida passada e por isso não podia confiar nele, ela traía constantemente os homens. Casou-se com um homem que acreditava na traição. Ele se casara com mulheres que tiveram amantes. Quando tomou consciência de suas crenças e atitudes, Sheila começou a mudar.

Por todos aqueles anos, á voz paterna crítica que ecoava em sua mente vinha lhe dizendo que ela era um fracasso, que não era bonita, que tinha cabelos feios e que ninguém gostava dela.

Sheila pediu a essa voz que se fosse. Ela criou um pai interior forte, companheiro e protetor que não aceitava desaforos e que a ensinou a reagir com firmeza diante de quem a diminuísse. Ele pediu que ela se olhasse no espelho e lembrou-lhe seus pontos fortes.

 Ao mesmo tempo, Sheila pediu que a mãe pusilânime, fraca, emotiva e impotente fosse embora. Atraiu para si uma nova energia materna que lhe sugeria constantemente formas amorosas de ela cuidar de si mesma. Foram precisos vários meses para que Sheila tivesse de si uma imagem diferente, mas ela conseguiu. Criou urna relação saudável consigo mesma. Então, seu relacionamento com comida e com os homens se estabilizou.

Todos temos a capacidade de nos tornarmos sábios, amorosos e l)elos. Isso está dentro de nós o tempo inteiro. Precisamos apenas nos lembrar de quem de fato somos.

Simeon e Sarah eram amigos muito próximos meus. Simeon era um homem robusto, de ombros largos, de rosto agradável e franco. Eu (julgava um homem paciente, gentil e carinhoso. Era uma alma muito sábia e evoluída. Sua parceira, Sarah, era esguia mas forte, e também era delicada e amorosa, e não tinha dúvidas acerca de seu caminho espiritual.

Ao longo do tempo, observei-os se aproximarem um do outro à medida que se aprofundava o vínculo entre suas almas e o amor que tinham um pelo outro. Os dois vinham trabalhando com diligência em seu crescimento pessoal e tinham um grande autoconhecimento. Surgiu então um percalço. Vimo-nos numa noite de inverno ao pé da lareira da minha casa, tendo uma profunda conversa acerca de um dos seus padrões problemáticos.

Apesar de toda a sua evolução espiritual, Sarah de vez em quando arrasava alguém com uma súbita explosão de raiva cruel. Cada vez que isso acontecia, Simeon a recordava de um momento no início do seu relacionamento em que ela o atacara verbalmente, humilhando-o na frente dos outros.

 Para piorar as coisas, na ocasião, quando ele tentara conversar com ela num esforço por acalmá-la e compreender sua posição, ela continuara a rejeitá-lo. Durante dias ele ficara implorando-lhe pela reconciliação. Estava claro que isso ainda era um problema para ele.

Quando Simeon contou a história, lágrimas escorreram pelo rosto de Sarah. “Ele nunca vai me perdoar. Não há coisa alguma que eu possa fazer para compensá-lo por esse incidente”, ela suspirou.

Sarah se parecia com uma garotinha e agia como se o fosse. Por isso, perguntei-lhe com que idade se sentia. Ela respondeu que se sentia com sete anos — e lembrança após lembrança do que acontecera naquela época da infância começavam a surgir. Quando a mãe de Sarah estava muito cansada, suas frustrações acumuladas vinham à superfície  até que ela sentia que estava perdendo o controle.

 Ela temia a tal ponto fazer algum mal às crianças que saía de casa e as deixava sozinhas. Talvez ela demorasse apenas umas horas, mas a pequena Sarah não sabia disso. Ela temia que a mãe nunca mais voltasse.

A visão de Sarah chorando de modo comovente, parecendo de fato ter sete anos e suplicando à mãe que ficasse, causava tanta pena que fiquei chocada ao ver a reação de Simeon. Normalmente tão afetuoso, amável, compreensivo e amoroso, ele estava sentado, impassível, diante da menina em prantos, com um ligeiro ar de irritação. Não havia nem vestígio de compaixão, mas uma dura e inflexível frieza. Era como se ele tivesse ao redor de si um espesso muro de gelo.

Guiei Sarah para que abrisse seu chakra do coração e consolasse sua criança interior magoada, de modo que ela pudesse se sentir segura e adulta. Nesse nível, ela reconheceu que, quando seu mundo emocional era ameaçado, ela atacava verbalmente quem quer que fosse responsável por isso.

 Ela prometeu dar à sua criança interior a segurança que a mãe não pudera dar. Quando ela se recompôs, voltando a ser amorosa e plenamente adulta, pedi-lhe que olhasse para Simeon, sentado tão frio, rígido e tenso no sofá.

“Quantos anos você lhe dá?”, perguntei. “Dois anos”, disse ela, acertando em cheio. Era exatamente a idade que eu lhe atribuía. Ele concordou que se sentia com essa idade.

Quando iniciamos o processo de quebra das barreiras de gelo, para que Simeon pudesse entrar em contato com os sentimentos escondidos dentro dele, ele se transformou numa criança histérica que pedia freneticamente à mãe que não o deixasse sozinho.

A mãe de Simeon costumava ser totalmente imprevisível e batia nele impiedosamente sem que houvesse nenhuma provocação para isso. Ela costumava ameaçar que ia embora, enquanto ele e os irmãozinhos se prendiam às suas pernas e lhe pediam que não fosse. Sempre que eles faziam isso, a mãe se mostrava inflexível, fria, mostrando total ausência de sentimentos, e ele não conseguia penetrar sua barreira de gelo.

Mas dessa vez, enquanto Simeon regredia a uma criança apavorada, soluçante e que implorava, pude intervir como a mãe sábia e proporcionar-lhe o que ele nunca tivera na infância — tranquilidade, amor e segurança. Ninguém lhe ouvira as súplicas desesperadas quando ele era criança,  e por isso ele não podia escutar os apelos da criança interior de Sarah. Não podemos dar aquilo que jamais recebemos.

Quando ficava furiosa, a mãe de Sarah não podia ouvir os pedidos da filha pequena e, por isso, Sarah não podia atender aos de Simeon quando estava irritada. Dessa vez, devido à intervenção da mãe sábia, ao voltar à plena consciência adulta, Simeon foi capaz de ouvir os pedidos de socorro de Sarah.

 Eles conseguiram se abraçar, falar e resgatar sua ligação um com o outro. Tinham dado os primeiros passos no sentido de dissolver um padrão negativo de comportamento que os vinha impedindo de se tornarem realmente íntimos. Por mais fortes que tenham se tornado os nossos ardilosos padrões, com vontade e determinação podemos mudá-los.

Paz, harmonia, tranqüilidade e serenidade estão ao alcance de todos".
Linna Collin


Postado por Dharmadhannya
Psicoterapeuta Transpessoal
Este texto está livre para divulgação,
desde que seja mencionado a fonte:

Agora


Repassando a chama  Violeta

Eu sou, Eu Sou, Eu sou, a Divina Presença Vitoriosa  de Deus,
que chameja o Fogo da Chama  Violeta (TRÊS VEZES) através de
cada particula de meu ser, e  em meu mundo.

Selai-me num pilar de fogo Sagrado e transformai e renovai
minha energia, purificai-me com a pureza, harmonia, amor,
liberdade e perfeição da Graça da Chama Violeta
Haja luz para compartilhar para o bem de todos.

 Coloque a mão no seu coração
 e sinta o fogo do amor Divino da sua  Alma no seu coração.
Que ela ascenda a liberação do dharma no seu coração.

Eu mereço ser feliz.
eu mereço amar e ser amada.
Eu mereço ter milhões amigos.
Eu mereço a prosperidade da vida.
Eu mereço o trabalho que me dá sucesso e riqueza.
Envie este amor para o seu lar, para a sua vida,
 para tudo e para todos.
 Eu sou a Fonte.

Passe para frente com o seu amor  à Chama  violeta da Cura,

 Purificação e da Liberação. 

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