A
QUINTA INICIAÇÃO
A
quinta iniciação é conhecida como fusão monádica. A terceira iniciação é
conhecida como fusão da alma, porque a alma encarnada começa a se identificar
plenamente com a superalma.
Agora, nessa fase superior, o iniciado espiritual,
que sabe que é o eu superior, começa o processo de fundir-se com a própria
mônada ou poderosa Presença do Eu Sou na Terra. Outro nome para essa iniciação
é revelação; ela ocorre no quinto plano, o átmico.
Neste
ponto, a relação é entre a pessoa/alma espiritual individualizada e a mônada.
As impressões recebidas vêm diretamente do plano monádico e dos mestres.
A vontade de servir assume fundamental
importância, pois a visão do iniciado de quinto grau inclui tanto os muitos
níveis do reino humano como o reino espiritual.
Como a visão maior sempre inclui a menor, o
iniciado também toma consciência dos papéis desempenhados pelos reinos animal, vegetal
e mineral na evolução da Terra, bem como na evolução da linha angélica.
O
que pode ter interesse esotérico nesse caso é que a hierarquia é às vezes
denominada a Grande Loja Branca ou a Grande Fraternidade Branca.
Quando nos referimos aos mestres enquanto
grupo, é comum o uso dessas designações.
A palavra “branca” nesse caso nada tem que ver
com raça, representando antes o aspecto do ser que inclui todas as cores em si
e, adicionalmente, a pureza.
O aspecto superior da Grande Fraternidade Branca é
conhecido como Fraternidade ou Loja de Sírio, na qual o iniciado é aceito na
quinta iniciação.
Há todo um novo panorama de revelações à
espera dele. Para citar uma passagem favorita da canalização de Djwhal Khul em The
Rays and the Initiations, por intermédiode Alice Bailey, cada iniciação
alcançada revela apenas iniciações
ainda mais elevadas a serem
alcançadas, e nunca vem o ponto em que o aspirante
(seja ele um homem comum, um iniciado, um mestre, um chohan ou um buda) possa
permanecer numa condição estática, incapaz de um futuro progresso”.
Quando
li isso pela primeira vez, foi tal a minha impressão que usei repetidamente a
passagem para fins de meditação.
Esse
pequeno trecho revela muito, pois traz precisamente a perspectiva da vastidão
do processo de iniciação e ascensão, da mesma maneira que afirma que nós,
enquanto seres humanos, almas e mônadas, temos um destino cósmico nessa grande
vastidão do ser.
E é também o que acontece com o iniciado de
quinto grau que está a ponto de se conectar com a sua mônada e ruma para
esferas nem sequer imaginadas.
Eis, meu amado leitor, o nosso divino destino:
alcançar esses píncaros e continuar a ascender.
Deve-se
compreender que a ascensão é na realidade uma descensão.
Quer dizer, no processo de ascensão, não se deixa
a Terra, mas, em vez disso, ancoram-se, primeiro a superalma e depois a
mônada, ou poderosa Presença do Eu Sou, no sistema de quatro corpos na Terra.
Logo,
a ascensão é na realidade a descensão da superalma e do espírito aos mundos de
matéria. Em essência, então, o ser ascensionado é Deus tornado manifesto na
Terra.
E esse o verdadeiro plano divino de Deus:
criar o céu na Terra. E isso, amado leitor, é algo de que todos somos parte.
A
SEXTA INICIAÇÃO
A
sexta iniciação é a iniciação da ascensão, que é um processo que, de um dado
ângulo, principia na sexta iniciação e é concluído quando se completa a sétima.
De uma perspectiva mais ampla, o processo de
ascensão começa no início do caminho probatório e continua até alcançar reinos
cósmicos infinitos e quase indevassáveis.
E contudo vital observar que, na sexta
iniciação, se é considerado um mestre ascensionado de jardim-de-infância e, na
sétima, um mestre ascensionado por inteiro.
A
sexta iniciação ocorre no próprio sexto plano, ou plano monádico, do ser.
Trata-se de uma momentosa ocasião — o ponto em que o iniciado e a mônada
fundem-se diretamente.
A pessoa sabe como fato que é o Eu Sou O Que Eu Sou, a
poderosa Presença do Eu Sou, que é aquilo que chamamos de Deus, e, do mesmo
modo, sabe que Tudo O Que E é Deus.
Vê-se
através de uma lente de total unidade, de completa e profunda unicidade,
vivenciando assim o júbilo, o amor incondicional divino e a paz que estão além
da compreensão.
Uma
afirmação de Paramahansa Yogananda, embora não trate especificamente da sexta
iniciação, é sobremodo aplicável aqui. Disse ele, e eu o parafraseio, que você
vai passando um dia após o outro, trabalhando consigo mesmo, praticando ioga,
estudando, meditando, etc.
E
então, de súbito, vê-se a si mesmo sendo chamado de “mestre”. Essa é
bem a sensação que tenho com respeito a essa iniciação.
Você trabalha com
afinco para purificar os quatro corpos inferiores, para entrar em sintonia com
sua superalma e sua mônada e então, um46 dia, descobre que tudo isso
compensou e que você se tornou aquilo que buscava ser.
Não
há como alcançar a sexta iniciação sem fazer o trabalho necessário em todos os
níveis do nosso ser. Você tem de invocar a luz, bem como o amor.
A
luz e o amor incondicional são duas partes entrelaçadas de um todo, e o
iniciado tem de aprender a acolher, a personificar e a manifestar com seu
próprio ser essas duas qualidades divinas. Quanto maiores a luz e o amor, tanto
mais alto se chega no caminho da ascensão.
Mas, para ser um canal e uma expressão claros
da poderosa Presença do Eu Sou, é preciso ficar livre de toda a ganga do seu
veículo inferior.
Mesmo depois de se passar por essa magnífica
iniciação, deve- se manter a vigilância sobre essas partes de si mesmo, a fim
de se permanecer claro e centrado o suficiente para fazer a obra de serviço que
a mônada inspira o iniciado a fazer.
É
por esse motivo que encorajo a purificação do eu psicológico nos estágios
iniciais, a fim de que o recipiente dos nossos quatro corpos inferiores
permaneça num estado de prontidão para servir, livre de resquícios psíquicos
do eu inferior e sob o domínio do eu mais elevado.
Muitos
iniciados gostariam de passar ao largo do trabalho com o sistema de quatro
corpos, mas isso é em última análise impossível.
A única saída é “através”, e se buscamos ser
mestres plenos, quanto mais cedo começarmos a trabalhar com nossa matéria ou
bloqueios do ego negativo, tanto mais fácil percorreremos os níveis até
alcançar o nível monádico de ascensão.
Também estaremos melhor preparados para este
nível, já que mesmo um iniciado de sexto ou de sétimo grau (quando ainda está
no âmbito dos quatro mundos inferiores) tem de levar em conta esses corpos.
Para aqueles dentre nós que já tiverem o
hábito de purificar o ego negativo, as missões de serviço serão bem mais
fáceis.
Permaneceremos vinculados com o plano monádico e, sem empecilhos,
conheceremos a totalidade de júbilo, de paz e de amor incondicional que esse
vínculo proporciona.
No
plano monádico, em que o iniciado finalmente forma unidade com o Uno e está
fundido com o todo, sua individualidade é mantida.
Parece
haver certa preocupação quanto a saber se, quando fundidos com o todo, perdemos
ou não nossas identidades diferenciadas.
Já
mencionei isso, mas reafirmo a partir deste nível. Permanece tudo aquilo que a
alma individual é ou foi e que forma a individualidade.
O ego negativo é liberado, as energias
inferiores são dissipadas, mas as qualidades espirituais que cultivamos vão
conosco a fim de enriquecer o todo.
Ninguém
precisa ter medo de perder a si mesmo no processo de ascensão. Pelo contrário,
o que acontece é que cada pessoa/alma encontra finalmente a si mesma.
Para citar outra vez Djwhal Khul, por
intermédio de Alice Bailey em Ponder on This, "... o iniciado é um
aspecto consciente daquilo de que é parte integrante”.
Isso,
meu amado leitor, é a glória da ascensão para o iniciado de sexto grau. A
glória a que me refiro encontra seu ponto culminante na assunção e realização
da sétima iniciação, que passamos agora a examinar.
A sétima
iniciação assinala a ascensão plena. Ela ocorre no sétimo plano, o logóico,
sendo também conhecida como ressurreição.
Trata-se
da meta que todo iniciado empenha-se em alcançar. E ela a plena e completa
liberação de que falam os iogues; é o nirvana do budista; é o mais elevado
estágio do samadhi, que é o alvo último do praticante de meditação.
Nela, tornamo-nos nosso pleno e completo eu
monádico essencial. A partir de então, já não somos atraídos pelos mundos
inferiores a não ser pela vontade de servir ou no puro reconhecimento da
necessidade da hora.
Quem faz a opção por voltar é conhecido como bodhisattua,
aquele que permanece para servir por compaixão. O iniciado de sétimo grau é
plenamente ascensionado e livre, vivendo nos mais elevados planos em
bem-aventurada unidade com o uno.
Mencionei
antes a Grande Loja de Sírio e a vastidão das expansões cósmicas. Nesses
reinos aventura-se o iniciado de sétimo grau.
O cosmos é vasto e não tem limitação, e a
partir do plano logóico essas extensões mais amplas são acessíveis, já que,
estágio a estágio, mesmo o mestre ascensionado continua a evoluir.
Menciono isso outra vez aqui com o fito de
evitar que a mente imponha limites ao que não os tem.
O destino espiritual e cósmico de um mestre
plenamente ascensionado é de fato grande.
Há no final 352 níveis de iniciação a serem
alcançados para chegar ao que denomino ascensão cósmica (que difere da ascensão
planetária, de que estive falando neste texto).
O
que não podemos ignorar é que fontes ainda mais elevadas do que aquelas que
vamos primordialmente enfocar têm de fato impacto no mestre ascensionado.
Por
conseguinte, peço a você que leia o que vem a seguir de mente aberta e, o que é
mais importante, de coração aberto. São de fato o coração e a intuição que
transmitem a verdade mais elevada de modo mais significativo do que a mente.
Como
se costuma dizer, Deus é amor. E é por meio das energias combinadas desse amor
e dessa luz que seremos capazes de intuir as verdades presentes nos reinos
superiores.
No
plano logóico, a vontade espiritual encontra plena ativação, entrando em
completo funcionamento ao lado do amor incondicional e da sabedoria, que são as
próprias qualidades do nosso sistema solar particular.
Essas qualidades divinas, ao lado de certos
atributos divinos que podem ser ativados para a missão específica do mestre
ascensionado — a força da bilocação, a telepatia, a capacidade de viver de
pura luz, por exemplo —,
estão todas voltadas para o propósito de
serviço. (As capacidades avançadas do mestre ascensionado só ficam realisticamente
disponíveis quando da integração do décimo segundo nível, que alcançamos
depois de realizar a ascensão planetária.)
Os
mestres ascensionados do plano interior estão à disposição de cada uns de nós a
fim de nos ajudar em nosso próprio caminho de ascensão.
Como os vários mestres têm áreas diferentes de
especialização, quanto mais aprendermos sobre eles, tanto mais específicos
poderemos ser ao dirigir nossos pedidos ei oração a eles.
Se, no entanto, rezarmos a Deus, os mestres
vão ouvir as nossas preces e os mais adequados para nos ajudar em nossos
dilemas particulares certamente vão responder.
Do mesmo modo, o simples ato de ler este livro
nos conecta automaticamente com os mestres ascensionados, e eles esperam avidamente
nossos menores pedidos para nos ajudar de toda maneira possível.
Durante
o sono e a meditação, nós que atingimos esse nível de ascensão também
trabalhamos com aqueles que formam nosso próprio grupo de alunos.
Isso não precisa ser algo que trazemos à plena
consciência vígil, embora, com o tempo e a prática, de fato prefiramos cada vez
mais fazê-lo.
De qualquer maneira, trata-se de um serviço
que muitos prestam, com frequência, durante o sono. Logo, não precisamos ficar
surpresos se alguém com quem estamos trabalhando diz que nos viu aparecer em
seus sonhos.
Alguns
desses alunos se encontrarão conosco nos planos físicos. Outros nos conhecerão
etericamente, e outros ainda se verão restritos ao nosso trabalho nos reinos
astral e mental, do mesmo modo como temos os mestres acima de nós que nos
ajudam a avançar.
A
estrutura da Hierarquia manifesta-se desde muito cedo. O iniciado de primeiro
grau tem muito o que oferecer ao que se acha no período probatório.
O iniciado de segundo grau tem muito a
oferecer ao de primeiro, assim como o de terceiro tem muito a dar ao de
segundo, e assim por diante.
Desse modo, o amor e a sabedoria de um nível
estão sempre disponíveis àqueles que estão tentando chegar a ele a partir do
nível abaixo.
A grande verdade e a dádiva da estrutura
hierárquica que a diferenciam das massas de homens e das formas mais comuns de
hierarquia estão no fato de que, no interior da aura da hierarquia de iniciados
e mestres, o pedido de ajuda encontra ouvidos de compaixão amorosa e prevalece
o desejo de servir.
Trata-se
de algo que difere do desejo de controlar ou de manipular encontrado de maneira
tão comum entre as massas.
Se sentir algum grau de controle ou
manipulação vindo de um membro mais velho da Hierarquia, o iniciado deve
reconhecer que a pessoa se perdeu temporariamente e buscar ajuda de fontes mais
puras.
O amor incondicional, as motivações puras e o
brilho da própria luz reluzem na aura do verdadeiro mestre.
Saiba
que o sétimo nível de iniciação é na verdade disponível a toda a humanidade.
É, na verdade, o destino divino de cada um de
nós alcançar essas alturas e ir além delas, independentemente de afiliação
religiosa, caminho espiritual ou dos vários mestres espirituais com quem uma
pessoa da Terra possa estar vinculada.
As portas que dão acesso à passagem rápida
pelas várias iniciações de ascensão nunca estiveram tão abertas quanto durante
este período particular de tempo.
O convite à ascensão está sendo feito por
Deus, e está ao alcance da nossa vontade a opção de aceitá-lo.
Não
há contudo nenhum julgamento sobre a rapidez ou lentidão com que desejamos
passar por esse processo, pois todos acabaremos encontrando nosso caminho de
volta para casa no horizonte de tempo apropriado.
Isso aplica-se a todo ser humano na Terra,
quer este acredite ou não no conceito de iniciações e de ascensão.
A
maioria das iniciações ocorre, na verdade, no plano interior à noite, durante
o sono, sendo comum que discípulos e iniciados não tenham consciência desse
processo.
Ocasionalmente,
isso acontece por meio de um sonho ou experiência de meditação. Muitos
iniciados avançados não se lembram de nada disso, mas nem por isso altera-se a
verdade essencial do processo.
Tudo o que eles podem
precisar é de um simples estímulo para lembrar de se vincular com a realidade
do seu processo de ascensão e de iniciação.
Ler um texto simples como este pode, com
efeito, ser todo o estímulo de que precisam para reacender essa lembrança.
Para
você que está lendo este texto, aventuro-me a imaginar que vai preferir antes
agora do que mais tarde seguir seu caminho espiritual, que alguma coisa em seu
interior o levou a estudar este assunto.
Eu imagino ainda que foi o chamado do seu eu
superior, ou talvez mesmo da sua mônada, que o fez ponderar sobre o caminho da
ascensão e sobre a natureza do seu ser.
Siga
esse excelso chamado, amado leitor, pois é o chamado do que é mais elevado e
melhor dentro de você.
A descoberta de que o reino dos céus está
dentro de nós é a mais gloriosa, prodigiosa, espetacular e divina descoberta
que se pode fazer.
As “muitas moradas da casa do Pai” são
demasiado gloriosas para que se tente exprimir, mas tentei neste capítulo
oferecer a você vislumbres delas.
Na verdade, tudo o que expliquei sobre as
iniciações não passa de frágeis velas reluzindo na imensa expansão da miríade
de janelas das moradas do Pai.
Espero que essas velas lancem alguma luz na
mente consciente sobre aquilo que só é de fato conhecido pelas almas que se
aventuram a buscar sua própria divindade ao percorrer realmente o caminho.
Por
fim, você deve saber que não é preciso mudar de religião, de mestre espiritual
ou de caminho espiritual para acolher o processo de ascensão descrito neste texto.
Tudo
o que é necessário é a vontade de abrir a mente e o coração a esses
ensinamentos, e então simplesmente fundi-los e integrá-los na religião ou
caminho espiritual com os quais você é mais compatível ou que se sente inclinado
a seguir. Joshua David Stone
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