terça-feira, 9 de junho de 2015

Reflexão sobre a Avareza



Reflexão sobre a Avareza
Sabedoria do Eneagrama

Se você acha que mais de 50% das seguintes frases, afirmações e perguntas refletem sua personalidade, provavelmente você é um Tipo 5 ou avarento. O quê? Sim, eu sei que você estará pensando nas razões pelas quais teria que desconfiar deste comentado Eneagrama.

"Há assuntos que só podem ser analisados friamente à luz da razão."
 "O que é que eu estou sentindo no meu coração?!... não entendo o sentido da sua pergunta, explique-se melhor!" "Ter que ir a uma festa é um sofrimento para mim, especialmente porque tenho que ouvir tanta bobagem...!"

 "Gosto de estar sozinha, pensando, meditando no meu canto em silencio." ? "O meu quarto é o único local da casa no qual posso ficar mais livre, sem ter que falar com ninguém." ?

 "Sempre que invadem minha privacidade eu faço tudo para recuperá-la." ? "Tento criar certa distância quando preciso estar num grupo de pessoas." ? "Gosto de ser reconhecido pelos meus conhecimentos especializados."

  "Será que poderia ser mais generosa na próxima vez?" ? "Sei ficar invisível para os demais quando necessito." ? "Fazer críticas inteligentes e engraçadas é um dos meus costumes favoritos!" ? "Não gosto de depender de outras pessoas." ?

"Tenho dificuldades para viver relacionamentos amorosos." "Receber presentes de aniversário é muito comprometedor. O que será que essa pessoa espera de mim?" ?

 "Somente com pessoas de meu nível intelectual me sinto mais à vontade." ? "Atualmente, estou escrevendo os resultados dos meus estudos sobre a incidência do ozônio no cultivo de fungos comestíveis tropicais. Não tenho o que falar agora...!"

Existem estudos sérios a respeito? Será que é algo valioso mesmo? Ou apenas será mais uma dessas "abobrinhas" que estão em moda por aí e que enganam tantas pessoas incapazes de pensar e raciocinar? Hummm! Pense no assunto. (Só espero que não se transforme apenas em outro de seus estudos profundos, tá?)

Gurdjieff ensinava que "é impossível lembrar-se de si mesmo. E não podemos nos lembrar, porque queremos viver unicamente pelo mental...

Talvez vocês se lembrem do que dissemos do homem: nós o comparamos a uma atrelagem com um amo (o Ser), um cocheiro (Centro Intelectual), um cavalo (Centro Emocional) e uma carruagem (Centro do Movimento).

 Não podemos nem falar do amo, pois ele não está presente; de modo que só podemos falar do cocheiro. Nosso mental é o cocheiro... Todos os interesses que temos em relação à mudança e à transformação de nós mesmos pertencem apenas ao cocheiro, quer dizer, são unicamente de ordem mental...

 A transformação não se obtém pelo mental; se for pelo mental, não tem nenhuma utilidade. Por essa razão devemos ensinar, e aprender, não por meio do mental, mas do sentimento e do corpo...

 Naqueles que estão aqui, aconteceu acidentalmente um desejo de chegar a algo, de mudar alguma coisa. Mas apenas no mental. E nada mudou ainda neles. Não passa de uma ideia que têm na cabeça e cada um permanece o que era.

Mesmo aquele que trabalhasse mentalmente durante dez anos, que estudasse dia e noite, que se lembrasse mentalmente e lutasse, mesmo esse não realizaria nada útil ou real, porque mentalmente nada há para mudar.

 O que deve mudar é a disposição do cavalo. O desejo deve estar no cavalo e a capacidade na carruagem.

 Mas como já dissemos, a dificuldade é que, devido à má educação moderna, a falta de relação entre nosso corpo (carruagem), nosso sentimento (cavalo) e nosso mental (cocheiro) não foi reconhecida desde a infância, e a maioria das pessoas está tão deformada que não há mais linguagem comum entre uma parte e outra..."

Certa feita, falando sobre a necessidade do desenvolvimento harmonioso dos três centros no ser humano (Físico, Emocional e Intelectual), Gurdjieff disse:

"Em cada um de vocês, uma das máquinas internas que os constituem está mais desenvolvida do que as outras. Não há nenhuma conexão entre elas. Só se pode chamar homem sem aspas aquele em quem as três máquinas estão igualmente desenvolvidas.

 Um desenvolvimento unilateral só pode ser prejudicial. Um homem pode possuir certo saber, pode saber tudo que deve fazer... esse saber é inútil e pode até se revelar perigoso. Cada um de vocês é deformado..."
O DESAPEGO: A VIRTUDE DE FICAR ENTREGUE

A esta altura, você talvez consiga "sentir" quanto esconde esta palavra após a breve análise do Traço Principal e algumas de suas manifestações. Desapego implica, em primeiro lugar, "desprender-se" dessas defesas e preconceitos que o levam a sentir o contato com os outros como ameaçador.

Desapego é parar de pensar que algo pode ser perdido, que algo pode ser tirado de você. Desapego implica abrir-se sem temores, disposto (a) a viver a realidade tal qual ela é.

Desapego é perceber que você nega a você vivências e satisfações que poderiam ser uma porta para sentir a vida real. Desapego é compreender que solidão não é isolamento, que compartilhar não é deixar de ter, que abrir-se não é ficar nu ou vulnerável e sim receptivo e acolhedor.

 Desapego não é sofrer quando chega o momento de dar, é descobrir que não precisa dar demais, para contrariar qualquer das formas em que se manifesta sua avareza. As virtudes que acompanham o desapego são a coragem (Ponto 6) e a Equanimidade (Ponto 4).

Sim, para abrir-se e desapegar-se, é preciso coragem. Não supor demais, não acautelar-se demais, não criar inimigos imaginários. Desapegar-se não deve ser um exagero, a Equanimidade precisa ser compreendida.

Nada de exageros. Nem muito aberto, nem muito fechado, nem muito generoso, nem muito pé-atrás, etc. No desapego não existe temor de perder, nem algo a proteger. 

O desapego é uma espécie de certeza de que o que se possui verdadeiramente nunca se perde, sempre está aqui e quando compartilhado aumenta, não diminui.

 No desapego nada se espera. Não existe qualquer coisa a ser esperada. O desapego é a compreensão de que muito da vida apenas acontece e que nem tudo pode ser controlado.

 Desapego é uma das virtudes principais na doutrina budista. Seu sinônimo cristão chama-se contentamento. Não vou me estender nisto e peço para você refletir. 

O importante aqui é compreender que superar a avareza em qualquer de suas expressões não implica uma violenta expressão contrária, nem num ir e vir nos extremos de dar ou reter. No seguinte depoimento, está explícita a forma errada de interpretar o desapego a nível material:

"Às vezes entrego, em minutos, tudo que consegui com sacrifício durante meses. Em outras ocasiões me conduzo de uma maneira mesquinha, recusando-me a dispensar pequenas coisas, como se o fato de as dar me transformasse em um miserável paupérrimo.

 Esta atitude me provoca uma profunda vergonha. Acho que é para não sentir esta vergonha que entrego, em outro momento, tudo com a maior facilidade, parece que tenho pressa em me livrar da possibilidade de sentir vergonha."

Com muita frequência Tipos 5 se comportam de maneira semelhante no plano sentimental. Fechados demais, sentem-se incapazes de qualquer contato e se culpam por não conseguir se abrir com alguém, então, vão ao extremo e vivem experiências "radicais" (movimento ao Ponto 7),

apenas para sentir que são capazes de viver determinadas experiências. Nada disso é desapego. No desapego não existe angústia, nem temor, nem sentimento de culpa. O desapego é a renúncia a mentalizar a existência e a decisão de vivê-la plenamente.

Desconfiança demais
O medo é uma reação mental porque não conseguem externalizar o que sentem, não sabem como fazê-lo, nem foram incentivados a isso. Durante a infância os adultos não explicaram seus atos e aparentemente não queriam saber o que é que esses atos provocavam nos seus filhos.
 Portanto eles deverão encontrar também sozinhos as respostas. O medo levará os Tipos 5 a refletir mais ou menos assim:

 Se é difícil manter a privacidade, se as pessoas parecem querer invadir o meu espaço, se não é possível confiar nos outros, essa realidade ameaçadora deverá ser compreendida, estudada, analisada, porque desta maneira vou me proteger.

 Só o que eu conhecer e dominar mentalmente será confiável, e, para conhecer, é necessária estar sozinho também. Então não se deve nem confiar nem depender dos outros. As razões para estas “reações”, como observamos nos depoimentos deste capítulo, podem ser várias:

intromissão exagerada dos adultos durante a infância, percepção dos outros como ameaçadores ou capazes de realizar ações inexplicáveis, como no caso da aluna que lembra a dor de ver “sumir” a sua irmã e imaginar que ela também pode ser abandonada porque os pais não explicam o que aconteceu oportunamente,

 e finalmente o que é pior, achar que essa possibilidade de perda pode se repetir e decidir que, por essa “razão”, nunca mais deverá se envolver em demasia com alguém para não sofrer se esse alguém some.

 O que provoca medo será pensado até que esse estar sozinho seja racionalizado como um “raro prazer”. É o momento de pensar um pouco mais no processe de racionalização. Sabemos que, psicologicamente falando, a racionalização é uma expressão do autoengano.

 Vale a pena lembrar que Gurdjieff se refere ao processo de enganar ou mentir a si mesmo como um dos principais fatores do Esquecimento de S: G. Allport define a racionalização assim:

 “A razão adequa os impulsos e crenças ao mundo da realidade, pelo contrário, ao invés, a racionalização adequa a concepção da realidade aos impulsos e crenças do indivíduo. O raciocínio descobre as causas reais dos nossos atos, a racionalização encontra boas razões para justificá-los.”

UMA REFLEXÃO NECESSÁRIA: A DIFERENÇA
ENTRE CONHECIMENTO VIVO E CONHECIMENTO MORTO

Viver plenamente a existência significa obter o privilégio de conhecer um tipo de sabedoria e de conhecimento que não se esgotam jamais. Quando renunciamos ao "conhecimento morto", à mera "intelectualização" da realidade, não renunciamos ao saber.

 Pelo contrário, nos transformamos em seres capazes de "revitalizar" o saber. Nos Relatos de Belzebu a seu neto, livro de Gurdjieff (ainda não traduzido ao português), o sábio personagem principal ensina a seu neto Jassin a diferença entre o "conhecimento morto" ("saber comum", sem compreensão verdadeira ou apenas intelectual,

 sem vivências reais) e o "conhecimento vivo" (o "saber real", fruto da compreensão e da vivência graças ao trabalho conjunto de sensação-emoção e pensamento), com as seguintes palavras:
"Agora, então, meu filho, para que compreenda melhor aquilo que estou lhe falando no momento, considero necessário lhe dizer, mais uma vez, de uma forma mais precisa, a diferença (...) entre o 'saber' e a 'compreensão'(...)

 A 'razão da comprensão', razão consciente própria de todos os seres tricerebrais (de três centros; como o ser humano) que povoam os demais planetas do nosso Megalocosmos,

 a qual possuíam os seres terrestres de épocas passadas, é algo que se funde com a presença geral (...) toda informação percebida por essa razão transforma-se para sempre em parte indivisível deles mesmos.

Quaisquer que sejam as mudanças de um ser e os resultados que geram a contemplação eseral (do ser, com o ser e para o ser) do conjunto das informações anteriormente percebidas por essa mesma razão, sempre formarão parte da sua essência.

Porém, a 'razão do saber', habitual na maioria dos teus favoritos (os seres humanos) contemporâneos, toda nova impressão que ela percebe, e todo resultado intencional ou simplesmente automático das impressões anteriores, não fazem parte do ser senão apenas de maneira temporal;

 não podem aparecer neles senão em certas circunstâncias e ainda, sob a condição daquelas informações nas quais se alicerçam, serem 'refrescadas' e 'repetidas', vez por outra, pois na falta desta condição, essas impressões anteriores se 'evaporam' para sempre da presença destes seres tricerebrais." Belzebu agrega mais na frente:

"... Eis aqui a razão pela qual, na presença dos seres tricerebrais que tão-somente possuem a 'razão do saber', tudo quanto acabam de aprender deposita-se e fica para sempre num estado de simples informação, da qual eles não tomam consciência alguma com o seu ser.

Por isso, todos os novos dados percebidos e fixados neles desta maneira, não contêm nenhum valor com respeito ao aproveitamento que eles poderiam tirar (desses dados) para sua existência futura..."

FINALMENTE, NÃO ESQUEÇA A LIÇÃO
QUE ESCONDE A HISTORINHA DO GEÓGRAFO NO
"PEQUENO PRÍNCIPE" DE SAINT-EXUPÉRY

Quando "fechados" em nossos pensamentos, perdemos contato com a existência real e a interpretamos segundo nossas paixões, temores e defesas "mentais" (e, no pior dos casos, "paranóicas"), corremos o risco de acabar igual ao geógrafo do Pequeno Príncipe, o qual explicava que ele fazia seus mapas apenas segundo os relatos que os viajantes lhe traziam, sem nunca constatarin loco se eles eram verdadeiros ou falsos.

O principezinho olhando o belo planeta do geógrafo lhe faz perguntas sobre o oceano, as montanhas, rios e cidades que existem nele, porém o teórico geógrafo responde a todas elas dizendo:

 "Como hei de saber?" O pequeno príncipe lhe diz, surpreso: "Mas o senhor é geógrafo!" A desculpa do geógrafo é: "É claro, (...) mas não sou explorador (...) O geógrafo é muito importante para estar passeando. Não deixa um instante a escrivaninha (...)." Compreende a mensagem?

Deixe "sua escrivaninha" do Centro Intelectual e torne-se um "explorador", até porque, como, paradoxalmente, o reconhece o próprio geógrafo dessa bela e sabia historinha: "Há uma falta absoluta de exploradores."

 Este texto é resultado de uma pesquisa - vários autores falam sobre o assunto.
Pesquisado por Dharmadhannya

Repassando à Chama  Violeta da Purificação e da Liberação
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