segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Como se livrar do passado e tecer o seu futuro,.




Como se livrar do passado e tecer o seu futuro.

A consecução da autonomia manifesta-se pela liberação ou recuperação de três capacidades: percepção, espontaneida­de e intimidade. Erick Berne

A árvore mais rígida está pronta para o machado:
A forte e poderosa vem abaixo;
A tenra e flexível eleva-se acima de todas.
(Tao Te Ching)

Entre os 18 e os 21 anos, nasce uma outra subpersonalidade — o Jovem Adulto. É aí que milhões de nós ficam atolados. Conquanto possamos, ser bem-sucedidos externamente, nosso crescimento pessoal interrompeu-se abruptamente nessa altura de seu desenvolvimento.

 O Jovem Adulto pode dar a impressão de ser Adulto e passar toda uma existência- Sem ser reconhecido. Todavia, existem diversas características que o denunciam.

Em primeiro lugar, o Jovem Adulto é rígido e inflexível. Ele sabe que está certo e não vê muito sentido na discussão — embora tenha prazer em mostrar-lhe por que você está errado. Enquanto o Adolescente tem pontos de vista veementes e rebeldes, o Jovem Adulto é calmo e condescendente diante da oposição.

Os políticos pomposos, que se gabam de nunca terem mudado de opi­nião em vinte anos, ou de nunca serem influenciados pelas opiniões dos outros, são bons exemplos do Jovem Adulto em ação.

Quer aparente ser radical ou conservador, o Jovem Adulto orgulha-se de sua capacidade de “aguentar firme” e de ignorar os pontos de vista das outras pessoas. Assim como o Adolescente, o Jovem Adulto vê as coisas em branco e preto, favorece soluções simplistas e evita os verdadeiros problemas.

O Jovem Adulto patina sobre a superfície da vida, com opiniões, metas e crenças rígidas, incapaz de crescer e desenvolver-se no momento pre­sente, assustado com a proximidade e a intimidade, emocionalmente mudo.


Ele reformulou as fantasias do Adolescente e tomou-as como sendo suas. Mas ele não quer perceber essas fantasias. Não; ele simplesmente gosta de fingir que as deseja — e, então, deleita-se com os “melhor do que” e com a auto piedade que surgem quando somos impedidos de agir assim. Segundo o Jovem Adulto, o mundo nos “deve” isso.

Os Jovens Adultos frequentemente estão muito ocupados, pulando de uma atividade para a seguinte. Eles estão por demais ocupados ou são demasiado importantes para desperdiçar um momento — e podem ser mui­to contundentes em relação àqueles que têm tempo para ficar de pé e contemplar o mundo. Todavia, suas realizações parecem superficiais, sem sentido e insatisfatórias.

Não há sentido em tentar negociar com o Jovem Adulto que existe dentro de nós. Ele é por demais arrogante, dogmático e inflexível. Ele está inflado pelo Ego Negativo. Entretanto, ouvindo o nosso Jovem Adulto podemos começar a reconhecê-lo e a transcendê-lo.

Se uma pessoa não tiver tomado a decisão consciente de ser um Adulto — não apenas dizendo as palavras mas decidindo viver como um adulto — então ela ainda será um Adolescente ou Jovem Adulto.

 E se você não for um adulto, então seu crescimento espiritual será virtual­mente impossível. Se você não for um adulto, esta será uma existência desperdiçada, por mais “bem-sucedido” que você possa ser.

Desse modo, como podemos saber qual é a diferença entre uma pessoa realmente crescida — um Adulto — e um Jovem Adulto, imaturo, infantil que está se dis­farçando de adulto?

Os Adultos assumem entusiasticamente a responsabilidade pela própria vida. Eles nunca culpam sua infância ou as outras pessoas.

Os Adultos são flexíveis e receptivos. Eles definiram seus próprios va­lores, princípios, ideais e metas, mas tudo isso está aberto a um exame minucioso e à mudança; nada é imposto às outras pessoas.

Os Adultos têm seus próprios Sonhos, rumo aos quais movem-se ati­vamente — e eles sentem prazer com o processo de fazê-lo.
Os Adultos comportam-se com honestidade e integridade, ouvindo o seu eu interior e respeitando as outras pessoas.

Os Adultos gozam a vida — eles se divertem!

Avalie o seu status como Adulto:
                     Você assume de bom grado a responsabilidade pela sua vida — independentemente do que aconteça?

                     Você já se definiu em relação a seus ideais, valores, opiniões, simpatias, antipatias e crenças?
                     Eles são flexíveis e mutáveis?
                     Você reluta em tentar impor os seus pontos de vista aos outros ou em tentar “impressionar”?
                     Você definiu os seus Sonhos para o futuro?
                     Você está criando ativamente o seu futuro?

                     Quanto você é sincero — consigo e com os outros?
                     Você respeita a si mesmo e aos outros?
                     Você se comporta com integridade, qualquer que seja a situação?
                      
Se não puder responder sinceramente Sim a todas as nove perguntas, o que é que você ganha em se recusar a ser um Adulto? Quais são os custos? Você está pronto para tomar a decisão de ser um Adulto de agora em diante? Se estiver, de que maneiras você precisa mudar?

Maria tinha um eu interior que duvidava constantemente de tudo o que ela dizia e que a prevenia para não acreditar em mim porque eu iria usar isso contra ela e, provavelmente, interná-la num hospital.

 Depois de vários meses, ela deixou.' escapar que não conseguia Ser honesta comigo por causa dessa voz crítica e queixosa de sua cabeça, que vinha gover­nando sua vida desde os seis anos de idade. Ela a chamava de O Comen­tarista. Naturalmente, O Comentarista estava furioso por Maria ter revelado o seu “segredo” e, por isso, ela permitiu que ele a punisse durante várias semanas.

 Todavia, agora que conseguíramos falar a respeito do Comenta­rista, ela gradualmente passou a vê-lo de uma nova perspectiva. Em vez de considerá-lo como uma prova de que ela era “louca” e ficar aterrorizada por causa disso, ela podia vê-lo como uma parte normal da sua persona­lidade, um de seus muitos eus interiores.

 O único problema era que, por acreditar que ele a protegia, Maria dera-lhe demasiado poder. Aos poucos ela aprendeu a reconhecer-lhe a voz e, de vez em quando, repetia os seus comentários para mim, durante as nossas sessões — para horror do Co­mentarista! Então ela tornou-se capaz de decidir se iria levá-lo a sério ou, simplesmente, assegurar-lhe que poderia tomar conta de si mesma.

Nos termos da análise transacional, O Comentarista seria considerado uma figura Parental Crítica. A figura Parental Crítica é o eu interior que expressa toda a negatividade e criticismo de nossas experiências de infân­cia.

 E o eu que reforça a crença, alimentada pela nossa Criança, de que ela não é amada nem digna de ser amada. A figura Parental Crítica impa­cienta-se, reprova, repreende, ralha, pune, castiga, passa sermões, menos­preza, julga e condena.

 Ela é a voz da desaprovação e da censura — dirigida a nós mesmos e/ou às outras pessoas. Ela privilegia palavras como “deve”, “tem” e “precisa”. Ela está saturada de Ego.

Felizmente, temos também o Pai/Mãe Acalentador/a. Esta figura re­presenta toda a simpatia, amor e apoio que nos foram oferecidos na infância pelos nossos pais, parentes, vizinhos, amigos ou professores.

 O Pai/Mãe Acalentador/a nos estimula a cuidar de nós mesmos e dos outros — in­cluindo os nossos próprios filhos —, e ajuda-nos a liberar a Criança Livre.

 Muitas pessoas podem identificar doze ou mais diferentes eus inte­riores. Poderá haver o Colérico, o Toque Suave, o Olhos Arregalados, a Mãe Terra, o Lamuriento, O Agitado, O Tagarela, o Sábio, o Pobre-de- Mim;

 o Sonhador, o Incompetente Pretencioso, o Engraçadinho, o Ditador, o Moleirão, o Puritano, o Boa-Vida, o Pai Grosseirão, o Anjo, o Dissimu­lado, o Aflito, o Pequeno Mestre, o Falastrão, o Sabotador, o Playboy, o Empertigado, o Destemido, Mula-Empacada, o Colocador de Defeitos, o Sedutor, o Delirante;

o Fraco, o Apressadinho — e assim por diante. Todas as vezes que o nosso “humor” muda, isso significa que passamos para um eu diferente.

Aprendendo a reconhecer os vários aspectos de nossa personalidade — através da experiência direta — e conhecendo as crenças, motivos e missões ocultas de cada um, podemos evitar que eles nos controlem.

 Por exemplo: sé tivermos ciúme porque o nosso companheiro ou companheira acabou de ver uma paixão antiga, poderemos nos sentir dominados por essa emoção. Mas se pudermos dizer: “São apenas os Velhos Olhos Verdes dando mais uma vacilação”, então poderemos encarar a situação de uma outra maneira.

Se você estiver atônito com a ideia de dez ou vinte pessoas diferentes agitando-se dentro da sua cabeça, e concorrendo umas com as outras para ver de quem serão as crenças e motivos que irão prevalecer, não se preo­cupe!

Todos esses eus podem ser classificados como Criança, Adolescente ou Pai/Mãe, e muitas pessoas simplesmente trabalham com a Criança in­terior, reconhecem os motivos do Ego e ignoram o restante de sua comu­nidade interna!

A boa notícia é que todos temos dentro de nós os eus libertador, cria­tivo, alegre e amante. Temos tudo o que precisamos para criar uma vida cheia de amor, paz, alegria e satisfação. Cada um de nós tem uma Criança Livre, um Adolescente Curioso e um Pai/Mãe Acalentador/a — embora muitos tenham tentado reprimi-los. E a sinergia deles resultante (mais um Ego Solidário) — o todo, que é maior do que a soma das partes — constitui o Adulto.

Seus eus interiores
Durante os próximos dias, verifique quais de suas subpersonali- dades vêm à tona em diversas situações. Aprenda a distinguir suas diferentes vozes, comentários e fraseado, e aprenda a amar e a aceitar a todas elas.

Esteja preparado para se defrontar com a Criança Ferida — ma­goada, manipuladora, ávida por receber aprovação, confusa e assus­tada; com a Criança Livre — que gosta de divertir-se e é espontânea; com o Adolescente — aterrorizado, perfeccionista e tentando impres­sionar, ou, então, curioso e criativo;

com o Jovem Adulto — rígido condescendente e insensível emocionalmente; com o Pai/Mãe Crítico e o Pai/Mãe Acalentador; e com o Adulto maduro e integrado. Quais subpersonalidades estão comandando a sua vida? Quais são fracas ou ausentes? Quais eus você deseja cultivar ou desenvolver?

As figuras sombrias do passado são justamente aquilo do que você precisa fugir. Elas não são reais e não têm nenhum poder sobre você, a não ser que as traga consigo... Pois o passado não pode projetar sombras para escurecer o pre­sente, a não ser que você tenha medo da luz. (A Course in Miracles)

Nosso atual conceito de tempo linear leva-nos a acreditar que temos um passado fixo e imutável. Sentimo-nos convencidos de que o passado é Real, que não pode ser modificado, que é estável e permanente.

Mas a metafísica sustenta que temos inúmeros passados prováveis. Podemos se­lecioná-los! Na verdade, fazemos isso o tempo todo. Estamos continua­mente reescrevendo o passado, como acontece quando relembramos algu­mas coisas e reprimimos outras ou, mesmo, quando criamos inconscien­temente novas recordações, conforme vão se modificando as nossas cren­ças.

 Não estamos à mercê do nosso passado porque estamos constantemente criando esse passado.

Se as recordações da infância estiverem perturbando a nossa vida de adulto, então podemos mudar essas recordações.

Nossas recordações ba­seiam-se nas nossas crenças. Se acreditarmos que tivemos uma infância desesperadamente infeliz, ou uma madrasta malvada, ou que fomos inces­santemente alvo de zombarias na escola, então iremos recordar seletiva­mente acontecimentos que confirmam e apoiam essas crenças.

Se estivermos permitindo que as nossas crenças negativas interfiram na nossa vida, então teremos ajustes de contas e, missões ocultas que nos levarão a fazer isso — talvez uma necessidade de nos punirmos, um apego à auto piedade, uma fuga às responsabilidades ou uma desculpa para fra­cassar.

 Mas quando nos livramos de nossos ajustes de contas, podemos liberar as recordações antigas e selecionar novas lembranças — recorda­ções de momentos felizes na infância, de ocasiões em que a madrasta mostrou-se bondosa e dedicada, de ter-nos divertido na escola.

 (Sim, essas recordações estarão escondidas em algum lugar!) Trata-se da mesma in­fância, porém de um conjunto diferente de recordações.

Fazendo analogia, se você costumava ver a sua infância como um pato (como ba famosa figura do pato-coelho abaixo) agora ela se parece com um coelho! Você ainda consegue ver o pato, se preferir assim, mas agora que viu o coelho o pato nunca voltará a ser o mesmo de antes.

Se quisermos, poderemos até mesmo apagar o pato-coelho e, em seu lugar, desenhar um esquilo. Se alguns aspectos do passado lhe parecerem tão perturbadores que você desejaria que eles nunca tivessem acontecido, então poderemos “cortar” esses eventos e tirá-los da ilusão — semelhante a um filme — que chamamos de nosso “passado”.

 Poderemos simples­mente tirar fora essa parte do filme. Afinal de contas, a realidade é uma ilusão criada por nós. Tudo o que precisamos fazer é repassar esse período diversas vezes em nossa imaginação — vividamente e com grande emoção e desejo, mas sem o trauma — e nos “lembrarmos” do futuro diferente que veio em seguida.

Isso não é uma forma de enganar a nós mesmos, mas uma verdadeira recriação do passado, uma escolha de um diferente “passado provável” e que, ao mudar o passado em nossa mente, também mudamos o nosso presente e o nosso futuro.

 Passamos para uma diferente “realidade provável”. (Se você perceber alguma resis­tência que o impeça de se livrar facilmente do passado, isso indica que os seus ajustes de contas o estão mantendo atolado. Ou, quem sabe, você aprendeu importantes lições com essas experiências — lições que você não quer esquecer.)

Se isso lhe parece difícil de acreditar, então você pode mudar o passado de maneiras mais simbólicas. Durante a meditação, você pode tornar-se a mãe ou o pai amoroso de que a sua Criança precisou no passado.

 Ou, se as recordações das constantes brigas entre os seus pais estiverem reforçan­do a sua crença de que o casamento nunca dá certo, você poderá visuali­zá-los sendo amorosos, atenciosos e afetuosos um com o outro.

 Se o futuro de nossos Sonhos parecer incoerente com o nosso passado, então podere­mos mudar o passado! Temos o poder de inventar novas “recordações” para nós mesmos, que estão de acordo com as nossas novas crenças.

 A infelicidade do presente nunca é “causada” pelo passado; porém, ela pode ser resultado do modo como decidimos ver o passado, neste exato momento.

Ao muidar o passado na sua mente, você muda a sua vibra­ção e começa a desenhar para si mesmo um novo futuro... Não importa se esse foi o seu “verdadeiro ” passado; o seu subconsciente não sabe a diferença. Ele vai atrair para você circunstâncias que combinam com o seu passado imaginário.

Para se livrar do passado

1) O que você diz a si mesmo ou às outras pessoas a respeito da sua infância? Quais as suas crenças negativas a respeito de sua infância e adolescência — acerca de seu relacionamento com os pais, irmãos ou de suas experiências na escola ou com os amigos, ou quanto aos efeitos das circunstâncias em que vivia a sua família?...

Escreva o inverso de cada crença — por exemplo: “Minha ma­drasta me adorava”, “Meus anos de escola foram maravilhosos” — e busque em seu passado recordações que sustentem essas crenças positivas. Ou, simplesmente, imagine um novo passado para você.

Se sentir alguma resistência em fazer isso, ou se a sua mente ficar em branco, verifique o que você ganha apegando-se às velhas crenças. Apague da sua mente o cenário que você era um personagem sofrido saia de cena, e entre em cena como um vencedor. Transforme a estória da sua vida e mude o final.

2) Pense nos dois, ou três períodos mais difíceis, traumáticos e soli­tários do passado, quando você realmente precisou de amor, de apoio e amizade — ocasiões de que você ainda se lembra de vez em quando, que ainda parecem estar carregadas de emoção.

Em seguida, na me­ditação, visite aqueles eus “primitivos” e dê-lhes amor, força, cora­gem e esperança. Você talvez queira imaginá-los envolvidos por uma luz branca; ou apresentar-se como o futuro eu deles e abraçá-los e incentivá-los; ou, ainda, “rebobinar” o filme e escrever uma nova cena para o seu passado.

As fontes de canalização sugerem que agora o futuro está exercendo uma influência cada vez maior na nossa vida. A Criança Interior e o Ado­lescente vão permanecer tão ativos como sempre na Nova Era, mas a “tela de fundo do passado” vai parecer cada vez mais insignificante.

 Atualmente está perdendo credibilidade a ideia de que o presente é um mero efeito do passado. O nosso corpo físico — dos lóbulos e ventrículos frontais às nossas glândulas endócrinas e sistema imunitário — está voltado para o futuro, para as possibilidades e probabilidades que se encontram à frente. Nosso presente é motivado por aquilo em que es­tamos nos tomando.

E mais: somos responsáveis não só pelo nosso futuro pessoal, mas também pelo futuro global que estamos ajudando a criar. Nunca foi tão importante deixar para trás os domínios sombrios do passado, liberar a nossa Criança e Adolescente de seus eternos tormentos — e começar a Sonhar com o futuro.

Este texto é resultado de uma pesquisa é uma compilação inspirada em vários mestres do assunto.
Pesquisado por Dharmadhannya 
Este texto está livre para divulgação desde que seja citada a fonte http://dharmadhannyael.blogspot.com.br/


Este espaço está protegido com a Divina Presença do Arcanjo Miguel.

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