terça-feira, 27 de janeiro de 2015

A quimica venenosa que faz mal a saúde.






A quimica venenosa que faz mal a saúde.

"12 produtos do dia a dia que podem desregular seus hormônios"

Enquanto o tamanho do pênis e as taxas de fertilidade diminuem pelo mundo, os casos de obesidade, câncer e transtornos mentais só crescem. A ciência começa a comprovar o elo entre essas mudanças e o uso de produtos que fazem parte de nossas vidas.

Escrito por  André Biernath  Editado por Andressa Basilio (colaboradora) Atualizado em 23/12/2014 em  Saúde é Vital

Você pode nunca ter ouvido falar em desreguladores endócrinos, mas com certeza já esteve diante de alguns deles. A ciência está descobrindo que produtos do nosso cotidiano, como esmaltes, televisão e até água encanada, escondem substâncias capazes de alterar o funcionamento do nosso corpo.

 "Disruptores endócrinos são compostos artificiais ou naturais que interferem na ação dos nossos hormônios e nos expõem a doenças", define Tânia Bachega, presidente da comissão que estuda o tema na Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem).

Hoje, há suspeitas sobre mais de 800 misturas químicas. "Elas estão na indústria e na agricultura e entram no corpo pela ingestão de água, de alimentos e pela respiração", diz a química Débora Santos, da Universidade Federal de Pernambuco. Os efeitos dos tais desreguladores podem demorar décadas para aparecer. E existem situações em que o problema só dá as caras nas gerações futuras.

Foi o que aconteceu com o dietilestilbestrol, remédio prescrito entre os anos 1940 e 1970 para gestantes. "Anos depois, as filhas das mulheres que o utilizaram desenvolveram câncer e infertilidade", conta o toxicologista Anthony Wong, do Hospital das Clínicas de São Paulo.


 Só após 30 anos de uso e muitas vidas afetadas, sua venda foi proibida. Mas é provável que a ameaça não se restrinja aos fármacos. Que o ar que respiramos e a comida que engolimos também estejam "contaminados".

Uma pesquisa da entidade Environmental Working Group, especializada em saúde ambiental, apontou os 12 disruptores atuais mais perigosos. Abaixo, você descobre quais são eles:

PBDE
Composto químico que evita que os equipamentos peguem fogo. É encontrado em eletrônicos, como celular, televisão e videogame, móveis, carpetes, colchões e alguns travesseiros. Podem causar distúrbios na tireoide, infertilidade feminina e problemas neurológicos em crianças.
DIOXINA
Química presente em pesticidas como o DDT e no branqueamento do papel. Está relacionada a problemas como infertilidade, aborto, diabete, endometriose e déficits imunológicos.
ATRAZINA
O herbicida é usado no controle de pragas de plantações de milho e cana-de-açúcar. Pode causar infertilidade e câncer.

CHUMBO
O elemento químico encontrado em tintas, cigarro e água encanada pode estar por trás de distúrbios na tireoide. 
CHUMBO
O elemento químico encontrado em tintas, cigarro e água encanada pode estar por trás de distúrbios na tireoide. 
BISFENOL A
A substância é encontrada em alguns tipos de plásticos e revestimento de enlatados. O contato com ela está relacionado à produção de espermatozoides defeituosos, puberdade precoce, câncer, obesidade, diabete e doenças cardiovasculares.

PERCLORATO
Encontrado em combustível de foguetes espaciais e na composição de fogos de artifício, pode causar distúrbios na tireoide. 

ARSÊNICO
O elemento químico está presente em pesticidas, alguns alimentos e água encanada. O excesso pode causar câncer de pele, bexiga, pulmões e alterações sexuais. 
MERCÚRIO
Presente em alguns peixes, frutos do mar e usinas de energia movidas a carvão, o metal está relacionado à redução do QI de crianças, problemas no ciclo menstrual e alterações no pâncreas. 
FTALATO
Esse grupo de compostos químicos pode ser encontrado em cosméticos, como esmaltes e perfumes, na pavimentação de ruas, cortinas de chuveiros, couro sintético e vinil. Pode causar anormalidades genitais, interferência em hormônios como testosterona e estrogênio e no desenvolvimento das mamas. 

QUÍMICOS PERFLUORADOS
Presentes em panelas antiaderentes, roupas, carpetes e capas de chuva podem causar distúrbios na tireoide e infertilidade.
COMPOSTOS ORGANOFOSFORADOS
Presentes em inseticidas, a química está ligada ao déficit de testosterona e problemas na gestação, como pré-eclâmpsia e até aborto. 
DIETILENOGLICOL
Esta substância encontrada em produtos de higiene pessoal e solventes industriais, pode estar ligada à redução na movimentação dos espermatozoides. (1)

A química do Mal.
Nossa história começa no Lago Apopka, na Flórida, sul dos Estados Unidos. Na década de 1980, os jacarés que habitavam suas águas passaram a apresentar anomalias no pênis e um comportamento similar ao das fêmeas.

 Testes mais apurados revelaram que seus níveis de testosterona haviam caído. Após uma batelada de exames, desvendou-se que o culpado pelas transformações era o pesticida DDT, empregado na região. Só que tal fenômeno não estava confinado àquela espécie, tampouco àquele agrotóxico e àquele pedaço do globo.

 As alterações também foram notadas em outros animais, como as focas do Mar Báltico, e em peixes, anfíbios e aves do mundo inteiro. E estavam ligadas a produtos químicos lançados no ambiente sem o mínimo cuidado.

Preocupados, cientistas começaram a se perguntar se essas substâncias não afetariam a saúde humana. Surgia, aí, o conceito de desreguladores endócrinos.

 "São compostos artificiais ou naturais que interferem na ação dos nossos hormônios e nos expõem a doenças", define Tânia Bachega, presidente da comissão que estuda o tema na Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem).

Hoje, há suspeitas sobre mais de 800 misturas químicas. "Elas estão na indústria e na agricultura e entram no corpo pela ingestão de água, alimentos e pela respiração", diz a química Débora Santos, da Universidade Federal de Pernambuco.

Até mesmo medicamentos mais antigos teriam a capacidade de desgovernar os hormônios. Os efeitos dos tais desreguladores podem demorar décadas para aparecer. E existem situações em que o problema só dá as caras nas gerações futuras.

Foi o que aconteceu com o dietilestilbestrol, remédio prescrito entre os anos 1940 e 1970 para gestantes. "Anos depois, as filhas das mulheres que o utilizaram desenvolveram câncer e infertilidade", conta o toxicologista Anthony Wong, do Hospital das Clínicas de São Paulo.

 Só após 30 anos de uso e muitas vidas afetadas, sua venda foi proibida. Mas é provável que a ameaça não se restrinja aos fármacos. Que o ar que respiramos e a comida que engolimos também estejam "contaminados".

É por isso que apontamos, ao longo desta reportagem, os 12 disruptores atuais tidos como mais perigosos, segundo pesquisa do Environmental Working Group, entidade especializada em saúde ambiental

O dilema da soja
Os disruptores não estão somente nos industrializados: a soja possui isoflavona, um componente que imita a ação do estrogênio, um dos hormônios que coordenam o ciclo de fertilidade da mulher, inclusive, o composto é empregado como fitoterápico para tratar os sintomas da menopausa.

Mas existe hoje um grande debate sobre as consequências da comida rica em soja: o excesso poderia gerar efeitos adversos, sobretudo em crianças.

A epidemia global de obesidade tam­bém teria sido inflada por esses baguncei­ros químicos invisíveis. É no que acredita uma parcela considerável de cientistas — na visão deles, o sedentarismo e a dieta hipercalórica sozinhos não são suficien­tes para justificar o boom de gente acima do peso.

"Os desreguladores endócrinos agiriam em receptores nos adipócitos, estimulando o acúmulo de gordura den­tro deles", sintetiza o endocrinologista Renan Montenegro Junior, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará.

 Os químicos com ação estrogênica também afetariam compo­nentes do sistema nervoso central e do fígado que, indiretamente, reduziriam a secreção de leptina, o hormônio que con­trola nosso apetite.

 Resultado: mais fome e ganho de peso. E, como sabemos, com os quilos extras vêm doenças como hi­pertensão, diabete, câncer...

Por falar em câncer, diversos artigos aca­dêmicos ligam as substâncias químicas a tumores nas mamas, na próstata e nos tes­tículos. "Como a célula cancerosa possui muitos receptores hormonais em sua su­perfície, os interferentes endócrinos ampli­ficariam o alcance da doença", hipotetiza o biólogo Sebastião Taboga, da Universida­de Estadual Paulista (Unesp), em São José do Rio Preto.

 Pelo que foi descoberto até agora, os desreguladores não seriam o ator principal, mas atuariam a fim de ampliar os estragos causados pela enfermidade.

Para fechar a lista de interações perigo­sas, a tireoide, glândula na região do pesco­ço, que orquestra a velocidade do metabo­lismo, é afetada em cheio por retardantes de chamas, bisfenol, ftalatos e companhia ilimitada.

"Os disruptores de ação similar \ ao estrogênio podem propiciar uma res­posta autoimune na glândula, diminuindo a fabricação dos hormônios tireoidianos", explica a endocrinologista Tânia Bachega.
 A preocupação é maior nas gestantes: ne­las, uma tireoide lenta aumenta o risco d edesordens neurocomportamentais, como • dislexia, retardo mental, autismo e déficit de atenção, em seus bebês.

QUEM PODERÁ NOS DEFENDER?
Apesar de o cenário não ser nada animador, é importante ressaltar que o universo dos disruptores endócrinos está lotado de incertezas.

 "As evidências vêm de estudos epidemiológicos e de experiências com animais, mas não há provas concretas, que relacionem causa e efeito", reconhece a endocrinologista Evanthia Diamanti Kandarakis, professora da Universidade de Atenas, na Grécia, e autora das recomendações da Sociedade Americana de Endocrinologia.

 Há, inclusive, críticas sobre a quantidade elevada de químicos utilizados em pesquisas com cobaias, superior aos níveis encontrados no ambiente.

Os cientistas têm dificuldades em realizar experiências que envolvam seres humanos como voluntários. "É impraticável expor uma pessoa a substâncias nocivas", lembra o endocrinologista Alexandre Hohl, presidente eleito da Sbem.

 O próprio código de ética em pesquisa proíbe experiências que colocam em risco o bem-estar de alguém. Isso sem contar que as doenças surgiriam não por um único disruptor, mas pela ação conjunta de vários deles — e ao longo de anos.

Enquanto não temos um veredicto, certas atitudes minimizam o contato com os químicos.

 "No mercado, priorize garrafas de aço e recipientes de vidro em vez de itens de plástico, prefira frutas e verduras frescas no lugar de comida em conserva e não coloque no micro-ondas recipientes com bisfenol", orienta a endocrinologista Poli Mara Spritzer, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

 Essas medidas simples devem ser acompanhadas de uma ampla discussão acerca do assunto, que envolva setores da sociedade, da política, da indústria e da academia.

 O objetivo em comum é cortar relações com os compostos que sabidamente desregulam nossa rede de hormônios. Afinal, vale tudo para que o futuro não seja tão sombrio.
Eles destrambelham seu corpo

Vários agentes químicos se valem de sua semelhança com hormônios para sabotarem a comunicação do sistema endócrino

Nós temos 13 glândulas e órgãos que produzem 50 tipos de hormônio.
Essas substâncias transportam recados para que o organismo funcione corretamente. Ao chegar a uma célula, seu destino final, o hormônio se liga a um receptor na superfície dela.

Os tais desreguladores endócrinos possuem uma estrutura química parecida com a de alguns hormônios. Com isso, enganam as células e conseguem se encaixar perfeitamente em seus receptores.
Esses químicos se grudam aos receptores e estragam essa espécie de fechadura. Com isso, os hormônios de verdade não podem mais se conectara célula destinatária.

Aí, a comunicação fica bagunçada e abre alas a diversos distúrbios (na tireoide, nos testículos...).
1. Revista Saúde É Vital. Site Mdemulher.com

Postado por  Dharmadhannya
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dharmadhannyael.blogspot.com.br

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