sexta-feira, 1 de agosto de 2014

O mundo das emanações divinas , a Unidade e a Luz



 O mundo das emanações divinas , a Unidade e a Luz

 Jean Charon 
’No original, éons. Éon, na filosofia dos gnósticos, designa a emanação vinda do seio de Deus. Os éons são inteligências eternas que presidem à formação do universo no qual voltarão a confundir-se. (N. do T.) [1]Ed. Stock.

Uma nova etapa foi franqueada há uma década, quando um físico francês, Jean Charon, fez intervir o espírito numa descri­ção física do universo.

 Em seu livro O mundo eterno das ema­nações divinas[2], ele escreve: “Segundo Einstein, assim como Descartes, não há imagens do universo sem uma substância universal. E esse universo se reduz a figuras em movimento.

 Quanto à substância, Aristóteles tinha descoberto o Éter; Descar­tes, a Extensão; e Einstein descobre o espaço-tempo, além de tudo que o Ocidente, desde as catedrais, a pintura e a música, tinha longamente prefigurado.

 Não existe tampouco, segundo ele, universo sem lei universal explicando este mundo contínuo, incluído neste o probabilismo.”


A incerteza em nível microscópico, a incapacidade dos físicos  no sentido de descobrir a “pedra fundamental” da matéria parecem pôr em discussão as teorias unitárias de Einstein, que, ao contrário dos probabilistas, sempre desconfiou de nossos sentidos e sempre aceitou somente o que o nosso espírito admite como lógico e verossímil.

 “Uma teoria”, dizia ele, “pode ser verificada pela experiência, mas nenhum caminho leva da experiência à elaboração de uma teoria.”

Com Jean Charon, descobrimos um outro caminho, que tenta sair do impasse entre determinismo e probabilismo criando uma ponte entre ambos.

 Contrariamente ao determinismo, que se apoia em nosso passado, o probabilismo teve origem nas descobertas deste século. Desde o início dos anos 1900, descobria-se que o elétron se deslocava em órbitas concêntricas à volta de um núcleo, e que matéria e luz tinham ambas a curiosa propriedade de ser ora onda, ora corpúsculo, isto é, ora contínuos, ora descontínuos.

Planck já tinha demonstrado que a absorção e a emissão de luz pelos átomos fazem intervir uma constante de descontinuidade, a célebre constante de Planck. Niels Bohr, em 1913, tinha explicado o mecanismo desses micro movimentos e proposto seu modelo do átomo como sistema solar.

 Introduzindo nele a constante de Planck, desembocou na noção de “universo incerto”, no qual os fenômenos não são observáveis, mas apenas exprimíveis no plano matemático, excluindo a representação pela imagem. O probabi­lismo estava no auge.

Em 1924, Niels Bohr, Kramers e John Slater introduziram o probabilismo na descrição científica, de onde nasceu o primeiro conceito de onda de probabilidade.

 Capra sustenta que a matéria, no nível subatômico, não tem senão uma tendência a existir. Mais tarde, Heisenberg acelera ainda a interpretação do probabilismo, afirmando que, para saber se a matéria é onda ou corpúsculo, basta ver, enviando um feixe de luz sobre o corpúsculo de matéria.

Após numerosas experiências, os físicos da época acabaram por constatar que o elétron era inobservável, mesmo teoricamente. Não se pode pois encarar senão uma probabilidade de encontrar tal partícula em tal lugar, em tal instante. 201
Na primeira parte do livro que assina com Jean Charon[3], Christian de Bartillat escreve: “Einstein tinha descoberto a simpli­cidade lógica do espaço-tempo, mas, desconfiando de nossos sen­tidos, pregava a lógica da ciência.

Eis por que preconizara o determinismo, já que o probabilismo se revelava incapaz de fazer progredir o conhecimento fundamental.

 Esse modo de ver nos parece tão mais válido, que a incerteza só pode mergulhar os homens no pessimismo e na impossibilidade de crer. (...)

 Só uma nova ciência, uma representação harmoniosa de um universo que integre o homem no seu pensamento, pode ser a matriz subjacente de uma mensagem essencial. Esta visão nova seria, então, o cadinho da civilização de emanação divina da nova geração que se prepara para o amanhã ou para o depois de amanhã.

É precisamente na ótica de realizar essa representação harmo­niosa do universo que Jean Charon, em 1976, elabora sua “teoria da relatividade complexa”, acrescentando ao continuum espaço-tempo a dimensão do imaginário.

 Ele postula que o espírito é o profundo “interior” de cada coisa e tenta reintegrar o espírito na matéria, o dentro no fora.
Segundo ele[4], a luz original seria a única realidade, o que parece confirmar Einstein, quando ele prova que a velocidade da luz é o único limite.

 Newton falava de duas luzes: a luz fenomenal, física, material, visível, a de fora, e a luz numênica, virtual, invisível, a de dentro.

Para Charon, são as emanações divinas que nos levam do início ao fim do universo, da luz fenomenal à luz numênica: foi o verbo, a luz, o espírito, que criou a matéria no início. Isso é, foi e será fora do tempo.

No início, houve o verbo, a luz que contém em si fótons e antifótons, partículas impalpáveis mas cuja existência parece agora certa. A teoria de Jean Charon é uma teoria física, que descobriu o espírito numa física melhorada até o extremo do conhecimento da matéria.

Essa teoria é influenciada pelas pesquisas efetuadas pelos defensores da Gnose de Princeton, os quais afirmam que Deus é vidente e não cego, antiacaso, jogo consciente.

 De fato, a natureza não raciocina pelo absurdo. Jean Charon acrescentou, pois, à teoria da relatividade de Einstein a dimensão do imaginário, admitindo o desdobramento de cada uma das quatro dimensões—três de espaço e uma de tempo — em uma parte real e uma parte imaginária, um universo de fora e um universo de dentro.

Para isso, ele foi levado a estabelecer um paralelo entre o buraco negro e o elétron, que ele considera não como uma partícula de matéria, mas como um microburaco negro situado no interior imaterial do homem, e não no exterior material do universo.
Ao fim da vida de um sol, a massa da estrela se encolhe e gira cada vez mais depressa; uma rotação que luta contra a atração da gravidade.

 Essa estrela moribunda se toma primeiramente um pulsar, que continua a se reduzir de maneira catastrófica. Embora seu raio não ultrapasse alguns quilômetros, ela possui sempre uma massa comparável à do sol inicial.

 O espaço em sua vizinhança se curva cada vez mais. Quando a curvatura se toma excessivamente forte, o espaço se fecha sobre si mesmo, isolando completamente a estrela moribunda do mundo exterior.

 A gravitação se toma tão intensa no interior dessa espécie de bolsão no espaço, que nem mesmo a luz pode escapar dela. Nesse buraco negro, supõe-se que o tempo se desenrola em sentido inverso; agora o espaço se esgota e se desloca no tempo.

 É um mundo ao inverso que vai para o passado e onde o observador que envelhecesse veria tudo rejuve­nescer à sua volta. Finalmente, o buraco negro poderia então destacar-se de nosso universo e tomar-se um novo universo em expansão, como nosso próprio universo, que originalmente teria sido talvez um buraco negro também, destacado de um universo precedente.

 Isso vai ao encontro de certas tradições míticas, que falam de outros universos, e de almas provenientes de um outro ciclo de universo.

Como o buraco negro, o elétron fica invisível, qualquer que
Seja o seu crescimento. Ele está aliás num tempo e num espaço interiores invisíveis. Enquanto um próton batendo num nêutron ricocheteia segundo as leis mecânicas, um elétron batendo num nêutron prossegue seu caminho apenas com um leve desvio, devido à presença de cargas elétricas neste último.

 Tudo se passa como se o choque fosse uma interação entre pontos materiais de dimensão quase nula, e não entre objetos invisíveis. O elétron é pois uma espécie de passa-muro, um fantasma que atravessasse a matéria.

 Em nosso espaço clássico, é um ponto sem forma nem dimensão. No interior do espaço-tempo, é uma esfera em pulsa­ção, com raio inferior a 1/10 do próton, mas cujo estado de expansão é de aproximadamente dez vezes o de sua contração.

 Sua densidade é imensa, e sua temperatura, de mil bilhões de graus. O elétron é cheio de luz, de uma irradiação eletromagné­tica constituída de gás de fótons e de neutrinos de massa nula. É essa luz que, segundo Charon, vai ser portadora de todas as virtualidades espirituais do elétron.

Com efeito, ele atribui ao elétron uma consciência, um espírito cujas quatro propriedades essenciais de ação são o Conhecimento, o Amor, a Reflexão e o Ato (essas quatro propriedades são as dos gases de fótons no espaço-tempo interior dos elétrons).

Os fótons encerrados no elétron trocam informações com o exterior, seja mudando seus impulsos de velocidade com fótons do mundo exterior, seja mudando seu estado de spin. Sabemos que O spin é a rotação do elétron sobre si mesmo, como um pião.

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Os elétrons, assim transformados em emanações (éons) cheios de memória, vão por conseguinte constituir o tecido do universo, dirigir o vivo e levar o corpo do espírito do homem, carregado de emanações eternas.

Desde Descartes e Newton, a visão mecanicista do universo nos levou por um caminho que nos conduziu ao impasse.

Como a física é a matriz de todas as atividades humanas, não deixou de puxar outras disciplinas, como biologia e sociologia, para conceitos...205 de onde o espírito estava totalmente ausente.

 Graças ao estudo dos buracos negros e das emanações, micro buracos negros eter­nos, Jean Charon transporta o físico para uma psicofísica. A emanação, elétron espiritual, se torna agente da espiritualidade no mundo, suporte de uma nova mística na aurora de uma nova era. A diferença de seu ancestral dito primitivo, o homem mo­derno rompeu contato com o universo ancestral e se separou assim da evolução geral desse universo.

 O ser humano é então estranho e solitário, encarregado de se ocupar de seus caracteres adquiridos, e não de uma crença emprestada de sua aliança ancestral com o universo.

Nessa ótica, nem seu destino nem seu dever estão inscritos em parte alguma; o destino se escreve à medida que se cumpre.

 A evolução, no entanto, não opõe matéria e psiquismo, existindo, porém, uma união progressiva entre o ser humano e o cosmo, entre o ser humano e o universo.

 Se se leva em conta a antiquíssima filosofia chinesa do Tao[5], “o que penetra o invisível e sua profundidade revela a essência do Tao -  que significa caminho. É a vida interior que o homem deve seguir para atingir a luz.

O Tao é um meio de unir os contrários, de reconciliar o que é dividido, em um nível de consciência absoluto, representado simbolica­mente pela luz.

 O Tao é uma experiência interior na qual se apaga toda distinção entre sujeito e objeto, eu e não-eu”. Assim, a célebre frase de Descartes “penso, logo existo” se toma “eu não penso, logo existo”[6].

Através de sua física de vanguarda, Jean Charon, baseado numa matéria que ele mesmo chama de “psicofísica”, aventa a ideia de que nosso espírito, isto é, todos os nossos pensamentos conscientes e inconscientes, está contido no interior de certas partículas de matéria.

A física de hoje coloca então o problema das relações entre nossa matéria e nosso espírito. E a única “verdadeira” física será a que conseguir um dia integrar o homem total em sua representação coerente do mundo.

 As formas de nosso pensamento são tão bem influenciadas pelo tempo quanto por todo o espaço exterior. Todo ser vivo só tem apenas uma forma de consciência do universo que o cerca.

 Isso vai ao encontro das grandes tradições míticas que dizem que o ser vê o universo que o cerca através do véu de suas emoções.

Uma pessoa de tendência triste, e uma pessoa de tendência alegre nunca verão o universo da mesma maneira. Portanto, nem uma nem outra jamais verá o universo tal qual ele é. Teilhard de Chardin dizia que o espírito é uma propriedade que pertence como bem particular aos constituintes da matéria, pró­tons, nêutrons, elétrons.

Mas o espírito dessas partículas progride continuamente no tempo através de sua experiência “vivida”. Somos pois espírito. E isso confirma uma vez mais os ensina­mentos das tradições orientais, que afirmam que não somos um corpo com um espírito, mas um espírito que tem temporariamen­te um corpo.

Em Morte, eis tua derrota, Jean Charon[7] explica que o elétron invisível se comporta contudo como um pequeno ímã, capaz de desviar a agulha de uma bússola. É então ao mesmo tempo invisível e perceptível. A partir daí, estabelece um paralelo entre o elétron e o espírito: o espírito se manifesta, já que pode se comunicar com o universo, raciocinar, exprimir sentimentos. Mas permanece invisí­vel. Elétron e espírito são ambos apenas indiretamente acessíveis aos nossos órgãos dos sentidos.

O espírito e a matéria
Certos astrofísicos pretenderam que, ao aparecer em nosso universo, um buraco negro em contração se poria em expansão, dando assim origem a um novo universo com semelhança com o nosso, embora completamente independente. Nosso universo seria originalmente um buraco negro?206

A matéria é feita de energia, e a energia não pode morrer. Somos feitos de energia, logo não podemos morrer. Desde o homem de Neandertal, a consciência do homem conheceu aper­feiçoamentos. Desde há alguns séculos, porém, pode-se consta­tar uma aceleração cada vez mais importante do despertar da consciência humana.

Quem pode saber, nessas condições, o que será o despertar de consciência de um homem dos séculos XXVI ou XXVII?
Desde as origens, a ciência foi utilizada para suportar ou refutar os sistemas de crença.

 Cada geração tentou utilizar a física para demonstrar ou negar a realidade do espírito. Os achados da ciência estão cada vez mais em concordância com as crenças dos místicos.

 Muitos físicos chegaram a crenças místicas pessoais. Assim, Arthur Edington escreveu ensaios místicos, o que não o impediu de concluir que a nova física não fornecia nenhuma possibilidade positiva para a crença religiosa: “Nós suspeitaríamos de toda intenção de reduzir Deus a um sistema de equação diferencial.”

 Será que procurar a realidade última vem a ser olhar num charco, embora só se possa ver nele o próprio reflexo? A essência do outro nunca é nada a não ser o próprio eu?

Essas perguntas sem idade sobre a natureza do universo levam às antigas escrituras védicas. Em O Céu de Indra, pode-se ler: “Imagine uma rede de pérolas tão bem arranjadas que se você olhar numa delas verá todas as outras nela refletidas. Do mesmo modo, cada objeto no mundo não é unicamente ele, mas compreende todos os outros objetos e, de fato, qualquer outro objeto.”

Os cientistas aliam cada vez mais a suas pesquisas uma visão poética e espiritual, dando assim origem a teorias no mínimo surpreendentes aos olhos dos cientistas “tradicionais”.

 Qual é o poder último de todas essas novas teorias provocadoras? Elas tornarão os cientistas capazes de exprimir previsões exatas? Obvia­mente, alguns pesquisadores tentam resolver os paradoxos que vão da causalidade para a não-causalidade, da localidade para a não-localidade, da ordem para a desordem, do ser para o vir-a-ser.

 Outros põem em evidência fenômenos não-explicáveis. O biólogo inglês Rupert Sheldrake, em sua teoria dos campos morfogenéticos, adianta que a informação pode circular entre dois animais, por exemplo, sem que tenha havido contato entre eles

 Assim, quando um rato, em laboratório, aprende um novo comportamento, outros ratos, em outros laboratórios, o aprendem por sua vez com muito mais facilidade, como se estes se beneficiassem da experiência do primeiro.

Talvez todas essas teorias novas não cheguem a um termo. Não é menos fundamentado que não são as ideias convencionais e socialmente apropriadas que permitem a evolução, mas sim os trabalhos dos visionários, que existiram em todas as épocas.

No início do século, o físico Niels Bohr contava: “Na segunda, na quarta e na sexta, tento pensar nas idéias mais tolas. Na terça, na quinta e no sábado, tento desmontá-las e demoli-las.” Obviamente, às vezes esses visionários incomo­dam, o que não chega a ser novidade.

 O pensamento de Jean Charon é recebido com prudência pelos meios científicos, mas nem por isso deixa de constituir uma abordagem extremamente interessante da realidade do espírito na matéria. Ele nos ensina que a física descobriu o espírito.

 Os mundos materiais e espi­rituais são espelhos: segundo o lugar em que a pessoa se encontre, o tempo se desloca para diante ou para trás, a ordem aumenta ou diminui. O universo do espírito pode ser visto como um quadro no qual o tempo e o espaço trocam suas funções.

 Em espírito, o espaço flutua como o tempo, e o sujeito pensante para no momento presente, como na matéria um objeto pode parar no espaço. As partículas subatômicas pare­cem mostrar qualidades extraordinárias, que só podem ser descritas como mentais.

 Como os buracos negros, os elétrons incluem universos invisíveis, dirigidos por suas próprias leis. Jean Charon crê que essas partículas são virtualmente indestru­tíveis e trazem informação desde a aurora dos tempos.

 Seus achados matemáticos, explica ele, resultam de uma psicofísica pós-einsteiniana, que força os físicos a se formularem novas perguntas fundamentais sobre o papel do espírito e desembocam no reconhecimento da unidade dos campos psíquicos com o mundo material.

Ciência comum e ciência complementar
Em sua época, Nietzsche dizia: “Deus morreu!”. Hoje, proclama-se: “O materialismo morreu.” Vivemos uma época de constan­tes mudanças.

 Porque a ciência é nossa metáfora principal, vivemos entre duas histórias da ciência: a velha e a nova.

 Poderíamos dizer que a ciência de hoje está transcendendo a si mesma. Tendo repelido qualquer outra forma de verdade, ela revelou seus próprios limites. A física, a neurofisiologia, a neuropsicologia, a nova psicologia está pondo abaixo o materialismo do século XIX.

Achamo-nos de fato diante de dois tipos de ciência, intrinsecamente diferentes uma da outra. Quando a ciência, do exterior, fortemente positivista, insiste no que é fisicamente mensurável, faz aparecer a segunda ciência como potencialmente transcendental.

 A primeira tende a ser determinista, e a segunda teleológica, isto é, que admite o conceito de finalidade, A ciência convencional tem poucas coisas a dizer, no que diz respeito aos valores, enquanto que a ciência do interior dá uma grande atenção aos valores.

 No colóquio de Washington[8], Willis Harmann batizou essas duas correntes científicas de ciência comum e ciência complementar. Ele resume assim suas diferenças:

Ciência Comum
—    objetividade e repetitividade nos resultados;
—    atitude positivista, relacionada principalmente ao que é fisicamente mensurável;
—    reducionista e determinista;
—    não se preocupa com valores;
—    sobretudo orientada para a produção e controle do conhecimento, ajuda a preparar a tecnologia.

Ciência complementar
—    não-adesão do investigador;
—    confiança nos resultados tais quais são avaliados e transcendência, incluindo o não-material, o não-mensurável;
—    global;
—    teleológica e atenta aos valores;
a insistência é sobre o conhecimento útil para guiar o desenvolvimento do humano, ou para esclarecer as significações fundamentais.

E a passagem de uma ciência a outra não se faz sem a colocação de alguns problemas. Algumas pessoas se sentem perdidas, comprimidas num velho sistema de pensamento que não chega a dar conta da realidade.

 Um dos pilares da visão holística própria da ciência complementar é que o espírito mantém um papel central no universo. Os físicos quânticos foram os primeiros a compreender isso.

 E John Wheeler diz: “a mecânica quântica nos levou a tomar a sério e a explorar o fato de que o observador é essencial à criação do universo, exatamente como o universo é essencial à criação do observador”.

 O Prêmio Nobel Roger Sperry adianta que os conceitos correntes da relação espírito-cérebro levam a um rompimento direto com a doutrina desde há muito estabelecida do materialismo e da ciência do comportamento, que dominaram a neurociência há várias décadas.

'Físico, diretor do laboratório de física de Austin (Texas).
Em vez de ignorar a consciência, a nova interpretação do universo lhe dá um reconhecimento completo. O despertar da consciência interna se toma uma realidade causal.

O papel do espírito na cura, por exemplo, começa a ser reconhecido pelos membros de uma nova ciência chamada psiconeuroimunologia.

A visão mecanicista sustenta que só a matéria existe, nada sobrevivendo portanto à morte do corpo. O espírito deve ser considerado como um biproduto do cérebro.

 Na visão holística, ao contrário, o observador é elevado à categoria de participante. A beleza é um meio de descobrir a verdade científica. O intelecto e a imaginação são vistos como tão reais quanto a biologia.

 A harmonia espiritual não é mais um objetivo fora de alcance. Nesta nova visão, o ser humano ocupa um lugar privilegiado na evolução.

O astrofísico Stephen Hawking explica que nossa existência requer que o universo possua certas propriedades. Já que não poderíamos observar um universo no qual não estivéssemos, podemos dizer em certo sentido que a forma de nosso universo é uma consequência de nossa existência.

 Na mesma ordem de ideias, os místicos diriam que o observador está incluído no universo, já que ele cria seu próprio universo".



’No original, éons. Éon, na filosofia dos gnósticos, designa a emanação vinda do seio de Deus. Os éons são inteligências eternas que presidem à formação do universo no qual voltarão a confundir-se. (N. do T.)


Um comentário:

  1. Site excelente, parabéns pela maravilhosa divulgação de informações.

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