quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Como fazer uma Meditação Eficiente.


Como  fazer uma Meditação Eficiente.
Huberto Rohden

A paz espiritual é alcançada pelo sentimento de união com Deus. 

1. Durante a meditação não se deve “meditar”, isto é, pensar, analisar, discorrer mentalmente sobre algum assunto. Comece a sua meditação com a atenção na respiração e sinta a respiração da Unidade, da vida.
Sinta o amor da vida, da Unidade, da Divina Presença em seu coração.

2. Meditar corretamente é pôr-se numa atitude de receptividade tal que a Fonte do Uno (Deus) ou Divina Presença possa fluir livremente para dentro dos canais do Verso (homem). Seja o observador e o observado, sinta a Divina Presença respirando com a Unidade , sinta a União.

3. Meditar é se tornar um mediador, servir de intermediário entre a plenitude do Uno e a vacuidade do Verso.

4. A vacuidade dos canais (do  pequeno eu) consiste na completa ausência de qualquer atividade de sentimentos, pensamentos e desejos, sobretudo de ódios e rancores.

5. Meditar é ser 0% pensante e 100% consciente.

6. Meditar é deixar de ser ego-pensante para poder ser cosmo-pensado. Eu e Pai somos UM-a só consciência

7. Pensar é um processo de sucessividade analítica — conscientizar é um estado de simultaneidade intuitiva. É a união da Personalidade com a Alma, como Espírito ou Divina  Presença.

8. Meditar é ser tudo sem fazer nada; é o nadir do ego e o zênite do Eu.

9. Quem medita corretamente esvazia o seu ego de todos os obstáculos e obstruções e liga o seu canal, assim esvaziado, com a plenitude da Fonte. O vazio é a entrega da Personalidade para a Unidade. É o respirar com o Uno – sentir o amor da Unidade, o amor de Deus no coração.

10. Segundo leis cósmicas, a plenitude do Uno plenifica infalivelmente a vacuidade do Verso — e esta cosmo-plenificação é diretamente proporcional à ego-evacuação.

11. A cosmo-plenitude não pode plenificar a ego- plenitude, porque “Deus resiste aos soberbos (egoplenos) e dá sua graça aos humildes (ego-vácuos)”.

12. Todo homem pode e deve ser canal, para que as águas vivas da Fonte fluam através dele.


13. Tanto mais cosmo-pleno ficará o canal quanto maior for a sua ego-vacuidade.

14. Durante a meditação não deve o homem preocupar-se com o modo de pôr em prática as suas experiências espirituais.

15. Basta que seja totalmente plenificado pela plenitude cósmica — e a plenitude transbordará espontaneamente para todos os setores do ego.

16. O “primeiro e maior de todos os mandamentos” é a experiência mística de Deus — a qual se manifestará depois pela vivência ética com todos os homens.

17. A experiência da paternidade única de Deus se revelará na vivência da fraternidade universal dos homens.

18. A experiência do SER se manifestará na vivência do AGIR — porquanto “as obras que eu faço não sou eu (ego) que as faço, mas é o Pai em mim (Eu) que as faz; de mim mesmo (ego) nada posso fazer”.

19. Convém fazer a meditação na melhor hora do dia, e, possivelmente, sempre no mesmo lugar e na mesma hora.

20. O simples fato de alguém continuar por meses e anos a sua meditação diária é a melhor prova da sua eficiência, embora não haja resultados visíveis — pode haver um longo período de incubação antes da eclosão.

21. Meditar é “orar sempre e nunca deixar de orar”, é “andar na presença de Deus e ser perfeito”.

22. A eficiência da meditação se revela numa paulatina e imperceptível mudança de atitude fundamental em face de todas as ocorrências da vida.

23. Meditar é criar o hábito da presença de Deus, ter a consciência permanente de que “eu e o Pai somos um, o Pai está em mim e eu estou no Pai”.

24. A verdadeira meditação é uma sintonização cósmica, uma afinação do receptor humano pelo Emissor divino.

25. A meditação dá ao homem segurança e serenidade em todas as circunstâncias da vida, paz e felicidade permanentes, alegria e benevolência para com todas as creaturas de Deus.

26. Meditação e pecado são coisas incompatíveis: o homem ou deixará de pecar — ou deixará de meditar.

27. Quem medita corretamente adquire perfeito auto-conhecimento, que se revela em auto-realização — mística manifestada em ética.

28. Somente o homem que se habituou a ser solitário em Deus pode, sem perigo, ser solidário com todas as creaturas de Deus.

29. O homem habituado com a meditação proclama a soberania da sua substância divina sobre todas as tiranias das circunstâncias humanas.

30. O homem assim auto-realizado, “escolheu a parte boa, que não lhe será tirada”.

31. Muitos principiantes se preocupam com o problema de por em prática a sua experiência espiritual, e nada conseguem; não sabem ainda que, quando a visão mística atinge o zênite da nitidez e intensidade, ela transborda irresistivelmente em forma de prática diária.

32. O que, pois, importa é intensificar ao máximo a visão mística, mediante uma sintonização cada vez mais perfeita e prolongada — e a ação prática virá por si mesma, talvez sem que o ego o perceba conscientemente.

33. Essa manifestação da mística em ética nem sempre nos é ego-consciente em forma de atos intermitentes, mas funciona cosmo-conscientemente em forma de uma nova atitude permanente em face de todas as coisas da vida diária, atitude essa que os mestres chamam “orar sempre” ou “andar na presença de Deus”

(In: Minhas Vivências na Palestina, no Egito e na Índia, Huberto Rohden, Editora Martin Claret, São Paulo, 1990.)

Invocar a Deus é chama-lo a vir a ti, é convida-lo paa  tua casa, para o teu coração. Santo Agostinho.
este texto está livre para divulgação desde que seja citada a fonte.



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