Os jovens estão bebendo demais na
balada?
Cíntia
Marcucci
Tomar porres na adolescência é
comum, mas expõe seus filhos a riscos que podem ser evitados com um consumo
moderado. Saiba como conversar com eles para contornar a situação
Seu filho sai para a
balada com os amigos e acorda mal-humorado, com dor de cabeça e sede. Você
percebe que é ressaca e fica preocupada. A adolescência é mesmo a fase em que
os jovens experimentam bebida. Uma pesquisa do IBGE com estudantes do Ensino
Médio apontou que metade deles já havia provado álcool antes dos 13 anos.
Outro estudo, feito em São Paulo, mostra que
os maiores de 13 anos andam bebendo demais em uma mesma noite. "Tomam uma
média de cinco doses em um dia só", diz Zila Sanchez, professora de
medicina preventiva da Unifesp e uma das coordenadoras do levantamento.
A bebedeira é um
problema para qualquer um, mas pode ser ainda mais perigosa para as meninas.
"Os efeitos do álcool no organismo da mulher são mais fortes, por isso
elas ficam embriagadas com mais facilidade", diz Zila.
E, com álcool no
cérebro, juízo e reflexos vão embora, deixando os jovens mais sujeitos a sexo
sem proteção, acidentes de trânsito e a todo tipo de encrenca que pode acabar
mal. Veja aqui como orientar seu filho sobre esse assunto tão sério.
Conheça os perigos
para as garotas
· Por causa da
diferença com que o organismo feminino absorve o álcool, as meninas ficam
bêbadas mais rapidamente e com menos bebida.
· Tanto elas quanto
eles perdem a capacidade de tomar decisões conscientes e podem fazer sexo sem
camisinha. Além de todo o risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis,
as meninas podem acabar tendo que enfrentar uma gravidez indesejada.
· Elas ficam mais
expostas à violência sexual por não estarem em condições nem de se defender e
nem de sequer perceber as más intenções de alguém.
· Embora as brigas
sejam mais comuns entre meninos, as meninas podem acabar se envolvendo nesse
tipo de situação também.
· Mesmo que não
esteja dirigindo, ela corre mais risco de pegar carona com alguém embriagado.
Saiba que atitudes
tomar no dia a dia
· A maioria das
pessoas experimenta o álcool dentro de casa. Mesmo que seja um golinho só numa
festa em família, isso pode abrir portas para eventuais abusos no futuro.
· Lembre-se:
é crime vender ou mesmo oferecer álcool para menores de 18 anos.
· Evite ter bebidas
em casa. Quando der uma festa, compre uma quantidade moderada.
· Adultos são o
exemplo: se você ou seu marido bebem demais, ficará mais difícil controlar os
filhos.
· Se você gosta de
tomar uma cervejinha ou um vinho, evite fazer isso com muita frequência.
· Explique o
seguinte: beber com moderação em eventos sociais é sinal de maturidade, mas
isso só pode ser feito depois dos 18 anos.
Observe seu filho e
chame para conversar
· Procure estar
acordada quando seu filho chegar de uma festa ou tente buscá-lo nos eventos.
Confira se ele está com a voz pastosa e agindo normalmente.
· Repare como está a
coordenação motora e o andar do jovem.
· O cheiro do álcool
fica bastante tempo na boca e também é exalado pelo suor da pessoa. Se você
sentir um cheiro forte no quarto enquanto o adolescente dorme, converse depois.
· É normal o
adolescente ter alterações de humor nessa fase da vida, mas isso também pode
ser sinal de uso abusivo de álcool ou outras drogas. Observe-o.
· Se perceber que seu
filho bebeu, tenha uma boa conversa com ele. Adolescentes não costumam se
preocupar com o futuro, não adianta falar do risco de alcoolismo ou cirrose. É
melhor falar sobre os perigos que ele corre, como o de sofrer um acidente ou se
meter em brigas feias.
· As meninas vêm
ingerindo tanta bebida quanto os garotos. No organismo delas, o álcool tem um
efeito ainda mais potente. Fale com sua filha! Revista Ana Maria.
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