quinta-feira, 16 de abril de 2015

O que Você precisa saber sobre a depressão física, orgânica e psicológica.





O que Você precisa saber sobre a depressão física, orgânica e psicológica.

Considero importante este tema para todos, especialmente para psicoterapeutas e curadores.  O leigo não avalia o  abismo e fundo do poço que pode levar a depressão na vida de uma pessoa. Precisamos compartilhar esta informação e levar a consciência em todos os canto do mundo. A depressão poderá se cronica se não for tratada.

 “A depressão gera depressão: a pessoa levemente deprimida não pode admitir o estresse de que necessita a fim de prosperar.

 Ao contrário, tem de constantemente procurar formas e meios de relaxar, acalmar seu sistema, tranquilizar  a mente e seus turbilhões. A compreensão e o desenvolvimento tornam-se muito lentos à medida que o indivíduo deprimido fica cada vez mais esquivo, virando as costas para as pessoas, os lugares e as comoções que animam a vida.

Por tudo isso, é preciso aliviar a depressão, usando quaisquer meios que estejam à mão: depressão é antivida; ela traz consigo o fechamento de possibilidades, a diminuição da luz. Mesmo em suas formas mais sutis, silencia a alma.

A BIOLOGIA  do Cérebro - Depressão Mascarada  e Orgânica.

Talvez o aspecto mais criativo dessa hipótese seja o relacionado à transformação da tristeza em depressão: o lado esquerdo superativo no cérebro da pessoa triste, segundo pesquisadores, acaba se autoconsumindo, tornando-se o lado esquerdo subativo do clinicamente deprimido.

A lição da depressão, bem como das outras sombras mentais, indica que se deve pensar no cérebro de maneira diferente. Em geral, não se pensa em preservá-lo e protegê-lo como se pensa, por exemplo, em preservar e proteger o coração.

Quando o assunto é a saúde do coração, todos sabem que o correto é interceptar a doença cardíaca antes dela desenvolver-se. Por isso nos inundam com  artigos sobre dietas, exercícios e estilos de vida para manter o coração saudável. A mensagem é: previnam-se.

Com os problemas de origem cerebral, porém, supõe-se que a coisa a fazer é aguentar e esperar dias melhores. Pode-se procurar terapia verbal quando se sente muito mal, mas a maioria das pessoas precisa sentir-se péssima antes de pensar sequer em pedir a um amigo que indique um terapeuta. Imaginam que, mais cedo ou mais tarde, problemas de origem cerebral cuidarão de si mesmos.

Mas o fato é que o cérebro é como qualquer outro órgão no corpo: como o coração, também precisa de cuidado e alimentação. Deve-se tratar de pequenos problemas no funcionamento cerebral antes que se tornem grandes.

 A parte a profunda tristeza e a força destrutiva de uma depressão clínica desenvolvida, motivo suficiente para buscar a prevenção, as pesquisas mostram que a doença deixa sequelas no cérebro depois de desaparecer.


A mais perturbadora dessas descobertas é a de que a depressão clínica pode “nos preparar” para uma segunda crise, da mesma maneira que um deslocamento no tornozelo deixa os ligamentos mais vulneráveis a outro deslocamento.

Mas depois disso, para muitos, a depressão adquire natureza mais “orgânica”. A segunda crise ocorrerá como reação a um problema muito menor, a terceira será desencadeada por algo ainda mais tênue, e assim por diante.

 Por fim, a depressão acaba adquirindo vida própria, parecendo eclodir por livre determinação; torna-se cada vez mais difícil definir o motivo ambiental que provocou a recorrência. Nesse ponto, os clínicos diagnosticarão o paciente como vítima de depressão endógena, quando na verdade o seu cérebro ficou susceptível à depressão endógena por causa de surtos prévios de depressão reativa.

Pesquisadores ligam essa sequência progressiva ao fenômeno incitante conhecido dos clínicos no campo da epilepsia. O efeito incitante tem a ver com a resposta cerebral à corrente elétrica. Em geral, o cérebro suporta uma descarga substancial de eletricidade sem entrar em convulsão, mas não consegue suportar repetidas descargas de baixa voltagem.

 Ao receber pequenos choques, o cérebro começa a “convulsionar” e, mais importante, choques contínuos ainda menores começam a provocar convulsões maiores. Pequenos choques, que não perturbam o cérebro que recebeu choques, podem impelir o cérebro que já os sofreu muitas ao espasmo violento.

A analogia com a depressão é óbvia e pode ser biologicamente testada. Depressões anteriores deixam a pessoa abalada e vulnerável. Uma vez que se foi ferido o bastante, torna-se mais fácil mergulhar em depressão por causa de um problema que passaria quase despercebido numa pessoa com a existência anterior tranquila.

 Quando o cérebro acaba se tornando cada vez mais reativo a problemas cada vez menores, o problema “desencadeador” mal é perceptível. Ainda mais intrigante, o Dr. Brown relata que as depressões endógenas muitas vezes ocorrem de seis meses a um ano após o acontecimento precipitador, tornando-o ainda menos identificável pelos clínicos e pacientes.

 Quando as depressões reativas evoluem para endógenas, isso significa que a pessoa desenvolveu uma “reação retardada” ao estresse. Essa reação torna sua vida e suas emoções confusas para ela, a família e os amigos. Mesmo a depressão leve é uma ladeira escorregadia. Assim que se entra nela. o combate estóico não é a resposta. Como descobriu Caroline, a depressão pode ser tratada.

 Embora durante anos os profissionais distinguissem entre depressões reativas (em reação a acontecimentos dolorosos) e depressões endógenas (causadas mais pela biologia do que pela reação à realidade estressante), essa distinção está caindo por terra.

EM SUA SUPERFICJE, a depressão “leve” parece um problema moderado. Julgamos a pessoa levemente deprimida como uma alma apagada: uma figura melancólica, talvez tímida, parada na periferia do desfile da vida. Uma pessoa que prejudica mais a si própria que aos outros.

As descobertas de Dr.George acerca da tristeza e da depressão são fascinantes, pois revelam uma diferença — e possivelmente um vínculo causal e de desenvolvimento — entre a tristeza normal e a verdadeira depressão clínica. Ou seja, uma pessoa momentaneamente triste difere, na TEP, de uma clinicamente deprimida. A pessoa meramente triste mostra maior metabolismo de glicose — maior atividade — no lado esquerdo do cérebro do que quando se sente em estado de neutralidade emocional.

 O lado esquerdo,  especificamente o córtex cerebral esquerdo (para encurtar, o cérebro “superior”, pensante) e a região límbica esquerda (o cérebro evolucionariamente mais “primitivo” e emocional, às vezes chamado de cérebro reptiliano) se “acendem”.

Trata-se, por vários motivos, de uma descoberta fascinante. Ela aparentemente contradiz a opinião generalizada, e mencionada acima, de que as emoções negativas são uma função do cérebro direito: que um bebê “negativo”, ou um adulto deprimido, mostrarão maior atividade no lado direito do cérebro do que no esquerdo. George está a par dessas descobertas.

Na verdade, segundo ele, nove estudos confirmam o seguinte:
O nível de atividade no córtex pré-frontal esquerdo correlaciona-se com o grau de depressão. E uma relação linear: quanto menos atividade, maior depressão.

Por que então, nas tomografias de Dr. George, vemos a tristeza iluminar o lado esquerdo?

Embora a neurociência ainda não possa resolver essa discordância nos dados, George especula que o lado esquerdo com excesso de atividade, nas pessoas tristes mas saudáveis, seja fruto do esforço cerebral de “contra-regular” o lado direito hiperativo:

o córtex pré-frontal esquerdo entra em excesso de atividade para contrabalançar a alta velocidade do lado direito. Por isso, o que pesquisadores como Dr. George talvez vejam nas tomografias de indivíduos normais, temporariamente tristes, seja o esforço do cérebro para retornar à normalidade. Não é o lado esquerdo hiperativo do cérebro que nos faz sentir mal; é ele que nos ajuda a parar de nos sentirmos mal.

Embora essa interpretação dos dados seja, por ora, apenas especulativa, as tomografias apóiam a percepção de que existe uma diferença, no nível biológico, entre a tristeza comum e a depressão clínica.

 Na verdade, uma das mais importantes diferenças sentidas entre a tristeza cotidiana e a depressão clínica pode ser a relativa falta de tristeza verdadeira nos gravemente deprimidos:

 quando Dr. George e seus colegas pediam a indivíduos deprimidos que induzissem um estado de tristeza em si mesmos, eles não conseguiam fazê-lo — descoberta compatível com a visão psicanalítica exposta no famoso ensaio “Luto e Melancolia”, de Freud.

Ali, Freud diz que o paciente gravemente deprimido tem de ser ajudado a chorar, ajudado a experimentar sua tristeza e perda.

 George descreve o que acontece:
Perguntávamos aos indivíduos sobre situações de vida em que se sentiram muito felizes ou muito tristes. Queríamos acontecimentos reais. Ao pesquisar a tristeza, tentávamos descobrir momentos realmente tristíssimos, o que eles vestiam, onde se encontravam na ocasião e coisas assim. Obtínhamos detalhes.

No dia da TEP, dizíamos: “Você está ali, perto do túmulo, lembrando como se sentia... tente se sentir assim agora.”

As pessoas deprimidas não conseguiam fazer isso. As felizes, sim; estas chegavam ao laboratório, passavam alguns momentos pensando na perda de um ser amado e ficavam, de fato, muito tristes, tão tristes que isso originava uma diferença funcional em seu cérebro.

 Também conseguiam recompor um estado de felicidade ou até euforia, lembrando-se de momentos muito felizes em sua vida. Mas os deprimidos não conseguiam ficar temporariamente felizes (não é de se admirar), nem reviver os sentimentos que haviam tido ao lado do túmulo.

Suas emoções ficavam embotadas, esquivas, e se queixavam de estar insensíveis Embora a tristeza comum e a depressão clínica pareçam muito diferentes numa tomografia inicial, as duas convergem mais tarde, argumenta George.

 Talvez o aspecto mais criativo de sua hipótese seja o relacionado à transformação da tristeza em depressão: o lado esquerdo superativo no cérebro da pessoa triste, segundo ele, acaba se autoconsumindo, tornando-se o lado esquerdo subativo do clinicamente deprimido.

George refere-se ao lado esquerdo do cérebro, na tristeza, como sendo “hiperativo”. Se nada acontece para reanimar a pessoa cronicamente triste, ela acaba exaurindo seu lado esquerdo, tornando-o, então, hipoativo.

Isso é o que os clínicos encontram na tomografia: a pessoa deprimida com o cérebro esquerdo lento. Os pesquisadores batem suas fotografias em determinado momento, não vendo assim a anterior alta atividade do lado esquerdo, responsável pela baixa atividade encontrada em seus estudos.

 Claro, essa hipótese não explica o recém-nascidos ansiosos com perfil de alta atividade no lado direito/baixa atividade no lado esquerdo, pois esses bebês ainda não tiveram tempo de vida suficiente para passar da “tristeza” hiperativa à “depressão” hipoativa.

O trabalho de conciliar os dados de recém-nascidos ansiosos com as tomografias de adultos ansiosos e deprimidos originará, sem dúvida, uma nova compreensão do que são a tristeza, a depressão e suas muitas variações.

Mas seja o que for que ocorra com os recém-nascidos “deprimidos”, a implicação clínica é clara: deve-se levar a sério mesmo uma depressão muito leve, pois ela pode tornar-se grave (o que, aliás, acontece em metade dos casos).

 Além disso, a depressão leve é curável, o que é mais um motivo para tratá-la quando ocorre. Nos estudos dos cônjuges de luto, verificou-se que, quando o recém- viúvo recebe cuidados profissionais, na forma de terapia verbal ou medicação antidepressiva, cai drasticamente, de 50 para 10 a 20%, o número dos que entram em depressão clínica, dependendo do estudo. No tocante à depressão, a prevenção parece corresponder a nove décimos da cura.

Ao examinarem o “histórico natural” da depressão, os pesquisadores George Williarn Brown, da Universidade de Londres, e Elien Frank, da Universidade de Pittsburgh, constataram, em vez disso, que quase todos os primeiros episódios de depressão são reativos: ocorrem em reação a acontecimentos dolorosos.

OS DÉFICITS SOCIAIS DA DEPRESSÃO

Mesmo se as depressões não danificassem a biologia cerebral, seu impacto na qualidade de vida continuaria sendo devastador demais para que elas não fossem levadas a sério. Uma vasta literatura, que abrange 20 anos de investigação, revela os déficits sociais da depressão; já em 1974, Peter M. Lewinsohn propunha o que chamou de a “teoria da depressão do déficit de aptidão social”.

 Invariavelmente, pesquisadores consideram a depressão um distúrbio sem atrativos. As pessoas deprimidas não costumam ser queridas. (Essa descoberta se aplica também às pessoas ansiosas e às com transtorno bipolar.)

 Como dizem os pesquisadores Chris Segrin e Lyn Y. Abramson, na rigorosa linguagem da psicologia acadêmica:
Uma análise das pesquisas indica que pessoas deprimidas são, com certeza, rejeitadas em seu ambiente social. A depressão associa-se, em geral, a inadequações no comportamento social.

Obviamente, qualquer estado que faça a pessoa ser “com certeza” rejeitada pelos amigos e entes queridos merece ser examinado; só por isso, mesmo a pessoa levemente deprimida faria bem em procurar ajuda. Enfrentar a rejeição daqueles que se ama, inclusive os filhos (um comovente estudo descobriu que filhos evitam contato de olhar com pais deprimidos), não é maneira de se viver.

A contribuição de Segrin e Abramson para esse tema foi estudar exatamente o que os deprimidos fazem para atrair a rejeição. E, como se revelou, eles têm um problema verdadeiro de “aptidão” social que não se origina do chamado contágio de humor.

 Em outras palavras, o problema com os deprimidos não é que eles façam os que o cercam se sentirem deprimidos também, nem que eles sejam monumentos ao baixo-astral. O problema é que os deprimidos comportam-se de maneiras que os fazem ser considerados, em essência, rudes.

 Eles economizam traços sociais positivos que são necessários: raras vezes sorriem ou gesticulam e só respondem a perguntas após longas e constrangedoras pausas. Exibem uma “pobreza de discurso”: se alguém contasse o número de palavras que usam ao conversar, e as comparasse às usadas pelos não deprimidos, a soma seria inferior.

Suas atitudes “não-verbais” também são pobres: contatos de olhar escassos, voz de tom monocórdio e muito grave. Ao conversar, balançam a cabeça, muito menos que os não-deprimidos. Todos esses comportamentos são  encarados como sinais de indiferença. E, como observam Segriii c Abramson as pessoas gostam daqueles que lhes respondem com animação, entusiasmo e atenção — exatamente as qualidades que faltam aos deprimidos e retraídos.

Segrin e Abramson argumentam que, quando se trata de aptidão social e depressão, pode-se responder à pergunta sobre a galinha e o ovo de duas maneiras.

Há provas de que aptidões sociais pobres causam depressão (sempre um perigo em formas brandas de autismo e de distúrbio de déficit de atenção) e que a depressão causa aptidões sociais pobres.

 O fato interessante é que os pesquisadores acham que a pessoa sociável, com um déficit temporário nas aptidões sociais devido à depressão, tem o melhor prognostico, pois quando sua depressão, desanuvia um pouco, ela é capaz de recuperar sua “sensibilidade para com as outras pessoas” em geral é eficiente, e reconquistar as reações positivas que a ajudarão a escapar do desespero.

 Enquanto isso, os deprimidos que sofrem de um déficit de longa data nas aptidões sociais simplesmente continuarão a criar situações em que os outros os rejeitam, dando-lhes mais motivos para permanecerem deprimidos.
A pesquisa de D. F k tti revela que, na verdade, os depressivos crônicos diferem significativamente dos recorrentes em termos de dificuldades sociais.

Ele verificou que pessoas com depressão crônica, não admitida, não só se saem pior nas relações sociais como também mostram menos adequação na adolescência. Em suma, os depressivos crônicos muitas vezes têm problemas sociais que remontam a muitos anos. Ainda não se sabe o que significa isso em termos de tratamento.

Não surpreende que pelo menos dois estudos (um deles conduzido pelo Instituto Nacional de Saúde Mental) tenham descoberto que a terapia interpessoal (que se concentra nos relacionamentos) é mais eficaz no tratamento da depressão que a terapia cognitiva (que focaliza os pensamentos negativos do paciente).

Mas outros estudos demonstraram o oposto. Um grupo de pesquisadores concluiu que a terapia cognitiva funciona melhor para os pacientes depressivos com um estilo intelectual de enfrentar os problemas, enquanto a terapia interpessoal é útil para os pacientes que preferem a abordagem emocional. As opiniões variam.

As formas mais brandas de depressão, contudo, podem manifestar-se de forma mais vívida. Pessoas com depressão muito leve estão sempre estressadas, desconfiados e sem coragem para iniciar algum projeto, aos frangalhos, irritáveis, tem insônia, e podem buscar alivio no álcool ou nas drogas. Berram com os filhos, resmungam com os cônjuges. Não se divertem nem um pouco com a vida.

Apesar de tudo isso, às vezes não são “neuróticas”, no sentido convencional do termo. Embora a depressão profunda possa ser — e em geral é — uma experiência venenosa para o ego e para o amor, os levemente deprimidos atingem a maioridade sob uma pressão interior muito mais leve.

 Uma pessoa que nasce com tendência biológica a ser apenas levemente deprimida pode ter uma infância feliz e até uma adolescência feliz ou ao menos tolerável. Se o adulto levemente deprimido foi abençoado com uma família que acredita nele, cria uma auto-imagem tão segura e sólida de si mesmo quanto a dos mais animados otimistas natos.

Ele é ajudado, nesse processo, por aspectos ao mesmo tempo biológicos e psicológicos da depressão “suave”. Um fato biológico  interessante foi a descoberta de que as sombras mentais da depressão muitas vezes não vêm acompanhadas de grande ansiedade — como invariavelmente acontece com a depressão grave.

Claro, alguns indivíduos levemente deprimidos também são muito ansiosos; não pretendemos minimizar o problema. Um estudo descobriu que cerca de um terço dos indivíduos levemente deprimidos também são clinicamente ansiosos. Sobra, pois, uma grande maioria que, embora levemente deprimida, não é preocupada ou receosa.

Para os levemente deprimidos, isso é uma fonte de força. Em sua forma mais simples, a “ansiedade” é apenas uma palavra codificada para “medo”, uma emoção de fato corrosiva. E a imagem do ansioso ou medroso que se invoca pelo termo, hoje meio esquisito, “neurótico”: o indivíduo agitado, receoso, acometido por um problema após outro.

Em contraposição, o apenas levemente deprimido não está preocupado com perigos invisíveis, ou com um futuro azarento. Em consequência  disso, percebe com clareza quem é e o que faz; pode levar uma vida restrita devido à sua falta de prazer e expansividade, mas reconhece que é sua vida.

 O nível agudo de confusão pode ser menor na depressão leve do que em outros distúrbios brandos.

A psicologia da depressão leve ainda confirma a auto-imagem. Isso se deve ao fato de as pessoas levemente deprimidas estarem quase sempre certas. Suas percepções, opiniões, visão do mundo — a pessoa levemente deprimida, por assim dizer, tende a ser confirmada em sua sombria visão da vida.

Já o otimista nato só vê coisas felizes diante de si, e tem pensamentos positivos; desliza pela vida em um estado flutuante de benigna alienação. Shelley E. Taylor, da Califórnia, revela no seu livro de forma deliciosa as mil e uma maneiras como as pessoas alegres iludem a si mesmas.

 Uma das mais tocantes é a crença, defendida por 90 por cento de todos os motoristas de automóveis, de que dirigem “melhor do que a média” — uma impossibilidade estatística. Como revela Taylor, os levemente deprimidos tendem a não alimentar tais ilusões gratificantes”Johnson Cath

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