A autoestima da criança e o seu destino
A realidade
pode levar-nos a perder a confiança em nós mesmos como pais. Mas mesmo assim
continuamos a sonhar com aquilo que nosso filho pode se tornar. Como
transformar esse sonho em realidade?
O ingrediente
crucial.
Se você for
como a maioria dos pais, suas esperanças baseiam-se em algo mais do que evitar
os colapsos nervosos, o alcoolismo e a delinquência. Queremos coisas positivas
para nossos filhos: confiança interior, um objetivo e senso de participação,
relações significativas e construtivas com os outros, êxito na escola e no
trabalho. E acima de tudo — felicidade.
O que desejamos é claro. Nossas inseguranças recaem
em como ajudar nossos filhos a alcançar tais objetivos. Nós, os pais, estamos
ansiosos por uma regra básica, prática, que nos guie — particularmente nos
momentos de tensão e confusão.
Dispomos,
hoje, de indicações suficientes para formular exatamente essa regra: se a
criança tiver uma auto-estima elevada, ela terá sucesso.
A pesquisa tem
mostrado, de maneira cada vez mais evidente, que a criança (ou adulto) que
reage bem é diferente das pessoas que fracassam na vida.
A diferença
está nas suas atitudes para consigo mesma, seu grau de auto-estima.
O que é a
auto-estima? É a maneira pela qual uma pessoa se sente em relação a si mesma. E
o juízo geral que faz de si mesma— o quanto gosta de sua própria pessoa.
A auto-estima não
é uma pretensão ostensiva. E um sentimento calmo de auto-respeito, um
sentimento do próprio valor. Quando o sentimos interiormente ficamos
satisfeitos em sermos nós mesmos.
A pretensão é
apenas uma manifestação falsa para encobrir uma auto- estima precária. Quando
se tem uma boa auto-estima, não se perde tempo e energia procurando
impressionar os outros; já se conhece e próprio valor.
A idéia que
seu filho faz de si mesmo influencia a escolha do amigos, a maneira pela qual
se entende com os outros, o tipo de pessoa com quem se casa e a produtividade
que terá. Afeta a sua criatividade, integridade, estabilidade e até mesmo a
possibilidade de ser um líder. ou um seguidor.
Seus
sentimentos do seu próprio valor formam a essência de sua personalidade e
determinam o uso que fará de suas aptidões e habilidades. Sua atitude para
consigo mesmo tem influência direta sobre a maneira pela qual vive todos os
aspectos de sua vida. Na verdade, a auto-estima é a mola que impulsiona a
criança para o êxito ou fracasso corno ser humano.
A importância
da auto-estima na vida de nossos filhos dificilmente poderá ser exagerada. Todo
o pai que se preocupa deve ajudar sei filho a criar uma fé firme e sincera em
si mesmo.
Duas
necessidades básicas
O
auto-respeito sólido baseia-se em duas convicções principais:
“Eu posso ser
amado.” “Eu posso amado do jeito que eu sou”.
(“Eu sou
importante e tenho valor porque existo.”) e
“Eu tenho
valor”
(“Posso
dirigir a mim mesmo, e a meu ambiente, com competência.
“Sei que tenho
alguma coisa a oferecer aos outros.”)
"Eu sei que não agradarei a todos."
Toda criança,
embora completamente diferente das demais, tem as mesmas necessidades
psicológicas de se sentir amada e digna. Tais necessidades não desaparecem com
a infância. Todos nós as temos elas nos acompanham até a nossa morte.
A satisfação
dessas necessidades é tão importante para o nosso bem-estar emocional quanto
oxigênio o é para a nossa sobrevivência física. Afinal de contas, temo que
conviver conosco durante toda a nossa vida.
A única pessoa
que não podemos evitar, por mais que nos esforcemos somos nós mesmos O mesmo
acontece com os nossos filhos. Eles convivem consigo mesmos da maneira mais
íntima, e o auto-respeito é da maior importância para o seu crescimento, bem
como para uma vida significativa compensadora.
A esta altura
você poderá dizer: “Mas isso não me diz respeito, porque amo meu filho e acho
que ele tem valor”. Um momento, porém. Veja que a receita não diz: “Se você ama
seu filho”. Diz: “Se a criança se sente amada”. E há uma grande diferença entre
ser amada e sentir-se amada.
Por estranho
que pareça, muitos pais têm certeza de que amam os filhos, mas, de algum modo,
as crianças não percebem tal afeição. Esses pais não foram capazes de comunicar
o seu amor. A esta altura, o mais importante é compreender que:
É o sentimento
da criança sobre ser ou não ser amada que afeta a maneira pela qual ela irá se
desenvolver.
Acontece com o
sentimento de ser digno o mesmo que com o amor. Devemos saber como é recebida,
pela criança, a mensagem de que ela é competente e tem alguma coisa a oferecer.
Assim, também esse sentimento poderá se tomar parte integral da sua
auto-imagem.
Se o
ingrediente mais importante da saúde mental é uma auto- estima elevada, de onde
ela vem?
Um estudo de Stanley Coopersmith’, entre
outros, demonstrou que essa característica não tem relação com a riqueza da
família, a educação, o lugar onde a criança mora, a classe social, a ocupação
do pai, ou ao fato da mãe estar sempre em casa.
Ela vem da
qualidade das relações entre a criança e aqueles que desempenham papel
significativo em sua vida.
Toda criança
normal nasce com o potencial de saúde psicológica.
O
desenvolvimento desse potencial irá depender do clima psicológico em que ela
vive. Para saber se o clima psicológico que cerca nosso filho
é estimulante
ou sufocante, devemos compreender:
1. Como é
desenvolvida a auto-estima;
2. Como a
visão que a criança tem de si mesma afeta o seu comportamento;
3. O preço
pago pela criança quando a sua auto-estima é baixa, e
4. O que é
possível fazer para estimular a auto-estima.
Essas questões
constituem a base do nosso
questionamento — O Fenômeno dos Espelhos.
Uma vez
compreendido o processo pelo qual a auto-estima surge, precisamos conhecer os
ingredientes específicos que permitem à criança concluir: “Eu possa ser amada”.
Em seguida,
para compreender como a criança desenvolve um senso de domínio e competência —
os sentimentos que alimentam a convicção de que ela tem valor — precisamos
familiarizar-nos com as tarefas da individualidade, essas etapas intermediárias
específicas do crescimento que afetam a auto-estima. Quando trabalhamos com uma
criança, em sua escolha psicológica, contribuímos para que ela sinta o seu
valor.
É importante
examinar:
3. o impacto
da auto-estima sobre a inteligência e a criatividade, juntamente com as
maneiras de estimular o desenvolvimento mental, e finalmente,
A compreensão
das coisas que atingem nosso filho nos proporciona um instrumento para verificar
o clima que lhe oferecemos; o que pode detectar áreas que precisam ser mudadas.
E o que é mais importante: contribui muito para nos poupar, e aos nossos
filhos, dos resultados de uma atitude paterna baseada na tentativa e erro, na
experimentação.
A maioria das
pesquisas recentes mostra que as nossas boas intenções como pais terão maiores
possibilidades de se concretizarem e a convivência com nossos filhos lhes
proporcionar satisfação por serem quem são. Não podemos desconhecer, ou
ignorar, a característica mais importante da criança— seu grau de
auto-respeito.
Ajudar as
crianças a desenvolver sua auto-estima é a chave de uma parentalidade
bem-sucedida.
A Base da
Saúde Emocional
Sonhos e
realidades
Você tinha,
sem dúvida, muitas idéias sobre como iria tratar seus filhos, muito antes de
tê-los. E por trás dessas idéias estava a dedicação: você estava disposto a
realizar um bom trabalho. A maioria de nós, os pais, levamos a parentalidade a
sério;
num sentido muito real empenhamo-nos
totalmente. Mas a realidade interfere em nossos planos, O que nos parecia tão
simples, toma-se muito mais complexo.
Ainda que nos
venham como um pequeno fardo, as crianças nos despertam grandes emoções.
Alegria, certeza e prazer, misturam-s com preocupação, culpa e dúvida. Advém
uma boa dose de cansaço frustração. Temos, que aguentar preguiça, desordem e
torrentes de “nãos”, e no dia seguinte tagarelice, beliscões e brigas para
atender telefone. Problemas diferentes— eles mudam, mas não acabam nunca. Não
há como voltar atrás.
Apesar de
tudo, lutamos para fazer as coisas da melhor maneira possível. Investimos sem
cessar, e muito, em cuidado, tempo, energia dinheiro. Não poupamos esforços —
alimentação e vestuário adequados, brinquedos atraentes, assistência médica
necessária, movimentação constante para proporcionar todas as vantagens. Talvez
até economizemos para a universidade e um seguro extra.
Mas, apesar de
nossas boas intenções e de nossos esforços sinceros, nosso filho pode não
corresponder exatamente aos resultados esperados. Suas notas não são boas, ele
é emocionalmente imaturo rebelde ou excessivamente fechado.
Talvez tenha como companheiros jovens não
muito recomendáveis. “Como pode meu filho ter problemas, quando fiz tanto, e me
esforcei tanto?’’, é uma pergunta que persegue muitos pais bem intencionados.
Mesmo que
nossos filhos não tenham problemas, o fato de ouvir-mos falar do aumento dos
índices de delinquência juvenil, do uso de drogas, abandono da escola, doenças
venéreas e filhos ilegítimos, aumenta nossas preocupações.
As vezes uma
preocupação insistente surge em nossas consciências para nos fazer pensar num
modo de manter nossos filhos afastados desses caminhos tortuosos. Em certos
momentos a incerteza se faz sentir: “Estarei agindo da maneira certa?”
“Devo bater,
discutir ou ignorar?”
“O que devo
fazer agora?”. As grandes idéias que tínhamos — aquelas convicções firmes
— tornam-se
imprecisas e desaparecem.
Ajudar as
crianças a desenvolver sua autoestima é a chave de uma parentalidade bem sucedida.
Briggs D.C.Revisto em 16.08.2016
Postado por Dharmadhannya
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