segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013




Urano e as TÉCNICAS CRIATIVAS E MÁGICAS

Sir Arthur Eddington comentou, no começo do século, que “a matéria do universo é a matéria da mente”.


Passar do universo da física quântica, da fisiologia do cérebro e dos paradigmas científicos para uma perspectiva mágica pode parecer um salto enorme. Porém, as abordagens mágicas tradicionais, com sua ênfase na exploração da mente, podem proporcionar formas de se entrar em contato com outras dimensões universais e nos ensinar a trabalhar com o poder criativo do universo.

Uma definição simples para a magia é a arte de provocar a ocorrência de mudanças na consciência. Como todo o universo é consciente, em graus e formas variáveis, o alcance que temos como pessoas e fragmentos dessa vida consciente é infinito.

 As mudanças na consciência são tanto individuais quanto coletivas, devido à natureza intrínseca da teia de relações e ao fato de que qualquer metamorfose na “mente individual” tem um impacto correspondente na “mente coletiva”, ligando e transformando as polaridades dos mundos interior e exterior. Quando mudamos, o mundo também muda. A revolução começa em nós.

Muitos dos antigos segredos das escolas esotéricas estão hoje ao alcance do público, como se Urano (o regente da via oculta) abrisse a maioria das portas secretas e nos permitisse uma aproximação mais fácil da “verdadeira libertação da mente”.

 E hora da humanidade cooperar conscientemente com o trabalho criativo dos deuses; e podemos trabalhar com Urano para auxiliar na manifestação de sua ideia-sonho futurista.

Quero indicar algumas das técnicas capazes de estimular nossa revolução interior e participar da reestruturação do mundo. Elas são análogas à função original de Urano como pai fundador, que expressou as técnicas espirituais, as quais, num plano mais elevado, formaram nossa realidade. Por esses meios, começamos a nos alinhar com o trabalho dos planetas transpessoais, com suas energias e seus deuses.


Como vimos ao examinar o continuum corpo-cérebro-mente e ao considerar os atuais paradigmas científicos, os padrões fixos e as crenças contidos na mente condicionam a experiência que temos realidade.

Se nossa programação cerebral dominante é “fixa e fechada”, é negada a grande parte da vida a possibilidade de existir e de chegar facilmente à experiência individual; restringem-se as ações, inibe-se a liberdade de mudar — a perspectiva básica  reacionária, voltada para o passado.

 Se as atitudes forem mais fluídas abertas, há uma maximização do potencial e das opções, mais aspectos ou dimensões da vida podem ser explorados e vivenciados há uma cooperação mais fluente com o impulso de mudança - perspectiva é revolucionária e evolutiva. Simplificando, determinamos e criamos o nosso futuro de acordo com a visão que defendemos.

Minha preocupação é com a reestruturação individual e coletiva. Ela pode ocorrer por meio de percepções e lampejos de compreensão, do aprendizado de novas habilidades, do ato de se apaixonar das conversões místicas/políticas/psicológicas.

 “Mágica” é um termo para indicar essa via, “alquimia” é outro; mas o objetivo mesmo: a transformação. A visão tradicional que o adulto tem da infância é a de um mundo mágico de encantamento, espanto e aventura, muitas vezes encarado com nostalgia como algo que se perdi. Entretanto, o que aconteceu simplesmente foi que, ao entrar no “mundo do adulto”, fechamos nossa mente a essa percepção do universo quisermos, poderemos redescobri-la.

 Algumas psicoterapias atuais empregam às vezes velhas técnicas de magia para integrar a mente  individual e penetrar na sua natureza. Como astrólogos que sondam os mundos dos deuses arquetípicos, no mundo interno ou mente microcósmica que espelha o macrocosmo da mente de Deus, do inconsciente, ou do “céu da mente’, deveríamos reintegrar nossas associações com as técnicas e atitudes mágicas, porque, ao fazê-lo, talvez encontremos uma forma eficaz de entrar em relação direta com deuses e as energias planetárias.

VISUALIZAÇÃO CRIATIVA

Isso envolve o poder da imaginação interior para mudar a vida pessoal, através da solução de problemas e da cura das divisões psicológicas. E uma forma de reprogramação, desenvolvida pela própria pessoa de acordo com as necessidades pessoais.

 “Formar imagem pressupõe a tese de que os acontecimentos são afetados pelo que imaginamos e visualizamos. Sob muitos aspectos, criamos nosso próprio futuro através das preocupações da mente e das emoções que ao serem repetidamente remoídas, atraem os acontecimentos ou situações correspondentes.

Assim, uma mente reestruturada e reprogramada atrairia aquilo que precisa e repeliria as experiências e problemas que preferir não vivenciar....

A crença fundamental é que tudo é energia, e é por meio da imaginação criativa que essa energia vai ao encontro do nosso pensamento enfocado, manifestando, por fim, nosso propósito voluntário.

O processo de criação começa como uma ideia ou imagem, que, ao ser plenamente elucidada, pode atuar como força magnética que afeta a matéria do plano físico, tornando-a condizente com a ideia criativa. A imaginação manipula as energias universais.

Aqueles que estão sempre preocupados com algum acontecimento negativo do futuro têm muita probabilidade de gerar situações que farão com que sua preocupação se torne realidade, porque a energia foi exteriorizada e, seguindo aqueles padrões mentais, estimulou a reação adequada do exterior.

 Essas pessoas atraem a realidade com a qual se preocupam. Do mesmo modo, as projeções positivas de energia e padrões de pensamento podem atrair situações favoráveis, manifestadas como resultado de desejos e necessidades.

O uso criativo dessa técnica pode levar à reestruturação pessoal, onde padrões e atitudes ultrapassados venham a ser substituídos por outros mais adequados e positivos. A técnica permite, a quem faz uso dela, atravessar os períodos de mudança e transição, sanar as divisões da personalidade indicadas pelos posicionamentos planetários discordantes e proporcionar um meio de instaurar um diálogo interno entre os arquétipos planetários.

 Embora os resultados finais dependam da dedicação individual, a técnica pode, mesmo assim, ser proveitosa, uma vez que proporciona uma forma de assumir o controle da vida pessoal e reprogramá-la de um modo conscientemente escolhido, em vez de a pessoa sujeitar-se passivamente ao que parece ser um destino inevitável.

A meta pode estar em qualquer plano da vida, seja melhorar ou influir na qualidade da vida no plano físico, seja estabilizar e ajustar emoções e relacionamentos ou mesmo desenvolver características pessoais mais benéficas, como tranqüilidade, senso de humor e autodisciplina.

 A intenção é esclarecida conforme o que se deseja mudar, enfocando-se e energizando-se uma imagem ou idéia por meio da recordação repetida (ou pela meditação) e resumindo tudo numa declaração verbal.

Por exemplo, uma pessoa que queira se tornar mais criativa e desenvolver talentos latentes pode visualizar-se executando a forma real de criatividade desejada, digamos a pintura; ou então imaginar seu trabalho exposto numa galeria, e resumir desta forma: “Sou um canal aberto para a inspiração artística e a criatividade, e meu trabalho agradará aos outros”.

 Esse processo pode levar tempo e depende da existência de um talento latente (a auto-avaliação é o primeiro requisito desta técnica), porém a visualização e a verbalização podem ajudar a concretizar o sonho, porque ambas geram e enfocam a energia de uma forma específica.

 Outra declaração poderia “Aceito o fato de que todos os meus sentimentos fazem parte mim”. Isso poderia ser usado com proveito por alguém que esteja negando ou reprimindo determinadas emoções e sentimentos, segundo indicações do mapa natal. E possível verificar-se uma revolução nesses atos autoconduzidos de reprogramação. Áreas como saúde, apreço pela vida, relacionamentos, contato com o eu superior podem ser abordadas por essa técnica.

Ela é uma ferramenta que facilita a mudança, e como tal deve ser cuidadosamente incorporada à análise astrológica para harmonizar as energias díspares por meio da criação de uma “fórmula ponte”.

 O resumo e a verbalização têm uma propriedade mântrica ao incorporar a intenção global numa forma de autogênese (hipnose, pela auto-sugestão verbal), e que também se liga ao trabalho do s mo Raio.

Ao aprendermos a conduzir nossa vida pelo uso da mente, conquistamos um lugar na futura construção de uma nova estrutura mundial. Trata-se da construção de formas de pensamento que é ensina em várias escolas esotéricas, porém orientada principalmente para o trabalho no nível da mente coletiva.

Essa questão tem vários aspectos e o processo só pode ser indicado aqui de forma sucinta. Um dos aspectos envolve a limpeza nível da mente coletiva que contém formas de pensamento acumulados por muitas gerações de povos e raças, tais como crenças religiosas, filosofias políticas, atitudes culturais e raciais, desejos, necessidades, emoções e atos humanos cumulativos.

O trabalhar nesse sentido envolve a atividade radiadora da luz para desbancar as formas de pensamento restritivas e criadoras de ilusões, de modo que sejam liberados os canais de contato com a mente universal e se recebam as impressões desse nível elevado.

 Têm bases aqui as formas de pensamentos progressistas e inclusivas, que, similarmente às “técnicas de visualização criativa” mais voltadas para o indivíduo, podem, através enfoque regular de um grupo, impulsionar a atividade radiadora ideia da forma de pensamento, de modo que outras pessoas entra em contato com ela ou que sua presença influencie o pensamento delas.

 Os esotéricos diriam que as investigações científicas contemporâneas do holismo e do misticismo foram inspiradas nos pioneiros científicos que entraram em contato com essas formas de pensamento.

 No ocultismo, tanto o pensamento quanto o conhecimento  são em geral, muito mais avançados do que se reconhece. E essa atividade de quase sempre é considerada “um serviço à raça ou ao mundo.” É uma atividade especializada que só pode ser adotada por mentes  treinadas e enfocadas, e basicamente envolve a contribuição para que o plano divino se manifeste, simbolizado por Urano, o visionário idealista.


Outra abordagem que tem ganhado aceitação é a de “montar histórias” (pathworking). Surgiu através da psicoterapia, sob a forma de meditações dirigidas e jogos mentais; apareceu até nos RPG (role-playing games), como “Masmorras e Dragões”, graças à preferência cada vez maior do público por fantasias nos livros e no cinema.

 Neste contexto, entretanto, o que importa é o papel da “montagem de histórias” que servem como passagens entre os mundos interior e exterior da mente. Usando a imaginação criativa como veículo, é possível entrar em contato com os arquétipos e os reinos do inconsciente por um caminho mais fácil e estimular, assim, as transformações da consciência.

Muitas vezes essa abordagem toma a forma de um conto e um cenário simbólicos, tendo por base elementos de exploração mítica. Em geral, trata-se de um roteiro que leva a pessoa a participar de um mundo interior; as criaturas simbólicas, as personagens e a história muitas vezes são tiradas de fontes tradicionais como o Tarô, a Cabala, os mitos de deuses gregos, egípcios e célticos, os arquétipos e os planetas astrológicos.

Para o astrólogo, essas técnicas proporcionam uma dimensão adicional, tanto do ponto de vista de sua experiência astrológica pessoal como das ferramentas disponíveis para que ele indique como o outro pode se curar e desenvolver seu potencial.

 Embora a análise do mapa proporcione um quadro surpreendentemente claro de áreas problemáticas, em geral falta um acompanhamento ou um programa de mudança voltado para o desenvolvimento conjunto.

A montagem de histórias serve como técnica ao astrólogo investigativo para estabelecer uma relação mais direta com os deuses e as energias planetárias e mitológicas; e assim  desenvolver seus próprios e intransferíveis contatos interiores com as potências de transformação, de modo que, à parte o entendimento intelectual da astrologia, ele se transforme na encarnação viva do conhecimento das estrelas, um canal transmissor de energias interpessoais.

Crescemos ao integrar nosso cérebro e nossa mente divididos, ao despertar para uma totalidade maior, talvez por meio da visualização e da montagem de histórias. Graças a essa atividade, preparamo-nos para colaborar com o trabalho do grande idealista".

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