Urano e as TÉCNICAS CRIATIVAS E MÁGICAS
Sir Arthur Eddington comentou, no
começo do século, que “a matéria do universo é a matéria da mente”.
Passar do universo da física
quântica, da fisiologia do cérebro e dos paradigmas científicos para uma
perspectiva mágica pode parecer um salto enorme. Porém, as abordagens mágicas
tradicionais, com sua ênfase na exploração da mente, podem proporcionar formas
de se entrar em contato com outras dimensões universais e nos ensinar a
trabalhar com o poder criativo do universo.
Uma definição simples para a
magia é a arte de provocar a ocorrência de mudanças na consciência. Como todo o
universo é consciente, em graus e formas variáveis, o alcance que temos como
pessoas e fragmentos dessa vida consciente é infinito.
As mudanças na consciência são tanto
individuais quanto coletivas, devido à natureza intrínseca da teia de relações
e ao fato de que qualquer metamorfose na “mente individual” tem um impacto
correspondente na “mente coletiva”, ligando e transformando as polaridades dos
mundos interior e exterior. Quando mudamos, o mundo também muda. A revolução
começa em nós.
Muitos dos antigos segredos das
escolas esotéricas estão hoje ao alcance do público, como se Urano (o regente
da via oculta) abrisse a maioria das portas secretas e nos permitisse uma
aproximação mais fácil da “verdadeira libertação da mente”.
E hora da humanidade cooperar conscientemente
com o trabalho criativo dos deuses; e podemos trabalhar com Urano para auxiliar
na manifestação de sua ideia-sonho futurista.
Quero indicar algumas das
técnicas capazes de estimular nossa revolução interior e participar da
reestruturação do mundo. Elas são análogas à função original de Urano como pai
fundador, que expressou as técnicas espirituais, as quais, num plano mais
elevado, formaram nossa realidade. Por esses meios, começamos a nos alinhar com
o trabalho dos planetas transpessoais, com suas energias e seus deuses.
Como vimos ao examinar o continuum corpo-cérebro-mente e ao considerar
os atuais paradigmas científicos, os padrões fixos e as crenças contidos na
mente condicionam a experiência que temos realidade.
Se nossa programação cerebral
dominante é “fixa e fechada”, é negada a grande parte da vida a possibilidade
de existir e de chegar facilmente à experiência individual; restringem-se as ações,
inibe-se a liberdade de mudar — a perspectiva básica reacionária, voltada para o passado.
Se as atitudes forem mais fluídas abertas, há
uma maximização do potencial e das opções, mais aspectos ou dimensões da vida podem
ser explorados e vivenciados há uma cooperação mais fluente com o impulso de
mudança - perspectiva é revolucionária e evolutiva. Simplificando, determinamos
e criamos o nosso futuro de acordo com a visão que defendemos.
Minha preocupação é com a
reestruturação individual e coletiva. Ela pode ocorrer por meio de percepções e
lampejos de compreensão, do aprendizado de novas habilidades, do ato de se
apaixonar das conversões místicas/políticas/psicológicas.
“Mágica” é um termo para indicar essa via,
“alquimia” é outro; mas o objetivo mesmo: a transformação. A visão tradicional
que o adulto tem da infância é a de um mundo mágico de encantamento, espanto e
aventura, muitas vezes encarado com nostalgia como algo que se perdi. Entretanto,
o que aconteceu simplesmente foi que, ao entrar no “mundo do adulto”, fechamos
nossa mente a essa percepção do universo quisermos, poderemos redescobri-la.
Algumas psicoterapias atuais empregam às vezes
velhas técnicas de magia para integrar a mente individual e penetrar na sua natureza. Como
astrólogos que sondam os mundos dos deuses arquetípicos, no mundo interno ou mente microcósmica que espelha o
macrocosmo da mente de Deus, do inconsciente, ou do “céu da mente’,
deveríamos reintegrar nossas associações com as técnicas e atitudes mágicas,
porque, ao fazê-lo, talvez encontremos uma forma eficaz de entrar em relação
direta com deuses e as energias planetárias.
VISUALIZAÇÃO CRIATIVA
Isso envolve o poder da
imaginação interior para mudar a vida pessoal, através da solução de problemas
e da cura das divisões psicológicas. E uma forma de reprogramação, desenvolvida
pela própria pessoa de acordo com as necessidades pessoais.
“Formar imagem pressupõe a tese de que os
acontecimentos são afetados pelo que imaginamos e visualizamos. Sob muitos
aspectos, criamos nosso próprio futuro através das preocupações da mente e das
emoções que ao serem repetidamente remoídas, atraem os acontecimentos ou situações
correspondentes.
Assim, uma mente reestruturada e
reprogramada atrairia aquilo que precisa e repeliria as experiências e
problemas que preferir não vivenciar....
A crença fundamental é que tudo é
energia, e é por meio da imaginação criativa que essa energia vai ao encontro
do nosso pensamento enfocado, manifestando, por fim, nosso propósito
voluntário.
O processo de criação começa como
uma ideia ou imagem, que, ao ser plenamente elucidada, pode atuar como força magnética
que afeta a matéria do plano físico, tornando-a condizente com a ideia criativa. A imaginação manipula as energias universais.
Aqueles que estão sempre
preocupados com algum acontecimento negativo do futuro têm muita probabilidade
de gerar situações que farão com que sua preocupação se torne realidade, porque
a energia foi exteriorizada e, seguindo aqueles padrões mentais, estimulou a
reação adequada do exterior.
Essas pessoas atraem a realidade com a qual se
preocupam. Do mesmo modo, as projeções positivas de energia e padrões de
pensamento podem atrair situações favoráveis, manifestadas como resultado de
desejos e necessidades.
O uso criativo dessa técnica pode
levar à reestruturação pessoal, onde padrões e atitudes ultrapassados venham a
ser substituídos por outros mais adequados e positivos. A técnica permite, a
quem faz uso dela, atravessar os períodos de mudança e transição, sanar as
divisões da personalidade indicadas pelos posicionamentos planetários
discordantes e proporcionar um meio de instaurar um diálogo interno entre os
arquétipos planetários.
Embora os resultados finais dependam da
dedicação individual, a técnica pode, mesmo assim, ser proveitosa, uma vez que
proporciona uma forma de assumir o controle da vida pessoal e reprogramá-la de
um modo conscientemente escolhido, em vez de a pessoa sujeitar-se passivamente
ao que parece ser um destino inevitável.
A meta pode estar em qualquer
plano da vida, seja melhorar ou influir na qualidade da vida no plano físico,
seja estabilizar e ajustar emoções e relacionamentos ou mesmo desenvolver
características pessoais mais benéficas, como tranqüilidade, senso de humor e
autodisciplina.
A intenção é esclarecida conforme o que se
deseja mudar, enfocando-se e energizando-se uma imagem ou idéia por meio da
recordação repetida (ou pela meditação) e resumindo tudo numa declaração
verbal.
Por exemplo, uma pessoa que
queira se tornar mais criativa e desenvolver talentos latentes pode
visualizar-se executando a forma real de criatividade desejada, digamos a
pintura; ou então imaginar seu trabalho exposto numa galeria, e resumir desta
forma: “Sou um canal aberto para a inspiração artística e a criatividade, e meu
trabalho agradará aos outros”.
Esse processo pode levar tempo e depende da
existência de um talento latente (a auto-avaliação é o primeiro requisito desta
técnica), porém a visualização e a verbalização podem ajudar a concretizar o
sonho, porque ambas geram e enfocam a energia de uma forma específica.
Outra declaração poderia “Aceito o fato de que
todos os meus sentimentos fazem parte mim”. Isso poderia ser usado com proveito
por alguém que esteja negando ou reprimindo determinadas emoções e sentimentos,
segundo indicações do mapa natal. E possível verificar-se uma revolução nesses
atos autoconduzidos de reprogramação. Áreas como saúde, apreço pela vida,
relacionamentos, contato com o eu superior podem ser abordadas por essa
técnica.
Ela é uma ferramenta que facilita
a mudança, e como tal deve ser cuidadosamente incorporada à análise astrológica
para harmonizar as energias díspares por meio da criação de uma “fórmula
ponte”.
O resumo e a verbalização têm uma propriedade
mântrica ao incorporar a intenção global numa forma de autogênese (hipnose,
pela auto-sugestão verbal), e que também se liga ao trabalho do s mo Raio.
Ao aprendermos a conduzir nossa
vida pelo uso da mente, conquistamos um lugar na futura construção de uma nova
estrutura mundial. Trata-se da construção de formas de pensamento que é ensina
em várias escolas esotéricas, porém orientada principalmente para o trabalho no
nível da mente coletiva.
Essa questão tem vários aspectos
e o processo só pode ser indicado aqui de forma sucinta. Um dos aspectos
envolve a limpeza nível da mente coletiva que contém formas de pensamento
acumulados por muitas gerações de povos e raças, tais como crenças religiosas,
filosofias políticas, atitudes culturais e raciais, desejos, necessidades,
emoções e atos humanos cumulativos.
O trabalhar nesse sentido envolve
a atividade radiadora da luz para desbancar as formas de pensamento restritivas
e criadoras de ilusões, de modo que sejam liberados os canais de contato com a
mente universal e se recebam as impressões desse nível elevado.
Têm bases aqui as formas de pensamentos
progressistas e inclusivas, que, similarmente às “técnicas de visualização
criativa” mais voltadas para o indivíduo, podem, através enfoque regular de um
grupo, impulsionar a atividade radiadora ideia da forma de pensamento, de modo
que outras pessoas entra em contato com ela ou que sua presença influencie o
pensamento delas.
Os esotéricos diriam que as investigações
científicas contemporâneas do holismo e do misticismo foram inspiradas nos
pioneiros científicos que entraram em contato com essas formas de pensamento.
No ocultismo, tanto o pensamento quanto o
conhecimento são em geral, muito mais
avançados do que se reconhece. E essa atividade de quase sempre é considerada
“um serviço à raça ou ao mundo.” É uma atividade especializada que só pode ser
adotada por mentes treinadas e
enfocadas, e basicamente envolve a contribuição para que o plano divino se
manifeste, simbolizado por Urano, o visionário idealista.
Outra abordagem que tem ganhado
aceitação é a de “montar histórias” (pathworking).
Surgiu através da psicoterapia, sob a forma de meditações dirigidas e jogos
mentais; apareceu até nos RPG (role-playing
games), como “Masmorras e Dragões”, graças à preferência cada vez maior do
público por fantasias nos livros e no cinema.
Neste contexto, entretanto, o que importa é o
papel da “montagem de histórias” que servem como passagens entre os mundos
interior e exterior da mente. Usando a imaginação criativa como veículo, é
possível entrar em contato com os arquétipos e os reinos do inconsciente por um
caminho mais fácil e estimular, assim, as transformações da consciência.
Muitas vezes essa abordagem toma
a forma de um conto e um cenário simbólicos, tendo por base elementos de
exploração mítica. Em geral, trata-se de um roteiro que leva a pessoa a
participar de um mundo interior; as criaturas simbólicas, as personagens e a história
muitas vezes são tiradas de fontes tradicionais como o Tarô, a Cabala, os mitos
de deuses gregos, egípcios e célticos, os arquétipos e os planetas
astrológicos.
Para o astrólogo, essas técnicas
proporcionam uma dimensão adicional, tanto do ponto de vista de sua experiência
astrológica pessoal como das ferramentas disponíveis para que ele indique como
o outro pode se curar e desenvolver seu potencial.
Embora a análise do mapa proporcione um quadro
surpreendentemente claro de áreas problemáticas, em geral falta um
acompanhamento ou um programa de mudança voltado para o desenvolvimento
conjunto.
A montagem de histórias serve
como técnica ao astrólogo investigativo para estabelecer uma relação mais
direta com os deuses e as energias planetárias e mitológicas; e assim desenvolver seus próprios e intransferíveis
contatos interiores com as potências de transformação, de modo que, à parte o
entendimento intelectual da astrologia, ele se transforme na encarnação viva do
conhecimento das estrelas, um canal transmissor de energias interpessoais.
Crescemos ao integrar nosso
cérebro e nossa mente divididos, ao despertar para uma totalidade maior, talvez
por meio da visualização e da montagem de histórias. Graças a essa atividade,
preparamo-nos para colaborar com o trabalho do grande idealista".
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