domingo, 17 de junho de 2012

Chakra Sahasrara – Self, Buda Interior


                                                              

Chakra Sahasrara – A Iluminação. Vazio Luminoso
Postado por dharmadhannyael
O Arquétipo do Self
Charles Breaux

Shri Nisargadatta Maharaj, que afirma ter visto Deus e nada saber sobre coisas religiosas normais. 

Ó Senhor de Compaixão, ensina-me a derramar lágrimas
de amor por todos os seres. Eu facilmente posso compreender minhas próprias falhas, deixe-me, portanto, rapidamente perdoar as
falhas dos outros. Abençoa-me, que eu não faça críticas aos companheiros indesejados. Que eu possa aceitar incondicionalmente o outro como ele é.  Se eles
 pedirem meu conselho na tentativa de corrigir-se,
possa eu oferecer sugestões inspiradas por ti. ----- Sri Paramahansa Yogananda.


“Atributo:  Vairocana Buda é às vezes chamado de Buda primordial ou supremo Buda. Ele representa a sabedoria de shunyata, "vazio". Ele é considerado a personificação do dharmakaya - tudo, não manifestado, livre de características e distinções. Quando os Budas Dhyani são fotografados juntos em uma mandala, Vairocana está no centro. Vairocana é branco, representando todas as cores, e seu símbolo é a sua roda de Dharma. Sua mão mudra representa o giro da roda. Ele está associado com o primeiro skandha, formulário. Meditação sobre Vairocana vence ignorância”.

“Agora, eu, Vairocana Buda estou sentado em cima de um pedestal de lótus; Em milhares de flores que me rodeiam são mil Budas Sakyamuni. Cada flor suporta cem milhões de mundos, em cada mundo um Buda Sakyamuni aparece. Todos estão sentados sob uma árvore Bodhi, tudo ao mesmo tempo atingir o estado de Buda. Todos estes inumeráveis
​​Budas têm Vairocana como seu corpo original. Vairocana é um buda solar que é a realidade do final do cosmos e aquele que permeia seus componentes. Sua consorte é Tara Branca (para cada Buda Dhyani há uma dakini afiliada)”.

‘Vendo o mundo como uma ilusão criada numa tela de cinema, ele sabe que a luz (a consciência pura) é que ilumina a projeção das imagens sempre em mudança. Ele não leva em consideração a idéia de um Deus exterior, porque compreendeu que “Eu sou Isso” (a luz da consciência pura).7

— tudo é oportunidade para praticar o Mahamudrá. Renunciando a todos os desejos e elaborações conceituais relacionados com as ações do passado, do presente e do futuro e desenvolvendo um estado ininterrupto de equilíbrio meditativo através do fantástico sonho da vida, finalmente integramos o estado primordial do Estar Consciente da Bem-aventurança na nossa existência diária.

Pelo progresso lia compreensão do fluxo da consciência através dos chakras, obtivemos algum conhecimento de nossas predisposições instintivas, da ocorrência de sentimentos e de emoções e das tendências da nossa mente. Estamos agora num ponto em que podemos experimentai o vazio desses fenômenos — não há self inerente a esses eventos.

 Com a renúncia à ilusão da identidade do self, nossa experiência do mundo é alterada radicalmente. Deixando de ser escravizados pelo ego, assumimos um modo de agir espontâneo, não mais dirigido pelo self. A vida torna-se admiravelmente simples; há apenas uma resposta a qualquer coisa que ela coloque em nosso caminho — aceitação e compaixão incondicionais.

Em Aion, Jung identifica o Self com a “imagem de Deus”. Pelo menos esse Self não pode ser distinguido da imagem de Deus como Jung a caracteriza.

Podemos pensar no Self como a esfera de fatores arquetípicos e transpessoais da psique , (imagens, símbolos)  atuando como uma força unificadora ou transcendental.

 As tendências politeístas das culturas antigas demonstram a riqueza dos níveis arquetípicos da psique; mas, como aponta Jung, o monoteísmo revela o Self.

Deus tem muitas faces... Muitos nomes, e está vivo em todos os povos.

A imagem de Deus, projetada das profundezas espirituais da alma, foi por ele chamada de função transcendente porque seu poder nos leva além do dualismo do nosso ego.

 Símbolos transformadores emergem do Self e nos inspiram a buscar nossa totalidade. Como um rio, somos impelidos a voltar à nossa fonte. É como se a vida mesma evoluísse através de nós, lançando-se sempre para a frente para fundir-se no Oceano Ilimitado da Consciência do Ser.

 O fim da nossa jornada está próximo. Qual é a natureza da transformação que está logo adiante? Com a finalidade de pôr essa questão em perspectiva, vamos resumir o processo de individuação de Jung, referindo-nos ao simbolismo religioso da nossa cultura nativa e ao símbolo de Cristo.

 Ainda em Aion, Jung fala de Cristo como o nosso herói cultural e, apesar de sua realidade histórica, é ele que ocupa o centro da mandala cristã como modelo do Self.2

Conta-se que Jesus nasceu na aura de sinais divinos auspiciosos e seu nome significa “Messias”, ou Salvador, em hebraico. De acordo com as escrituras hebraicas, foi profetizado que nasceria um salvador na família da linhagem de Davi, para ser o rei dos judeus.

Os hebreus tinham sofrido opressão, conflito e exílio através de toda a sua história, que pode ser traçada, remontando ao passado, até Ur e a Caldéia, por volta de 2000 a.C. Suas escrituras falam de uma votação no contexto dc suas tentativas e fracassos para entrar em acordo com um Deus às vezes colérico, outras vezes benevolente, Javé.

 Os profetas do Velho Testamento antecipavam com satisfação a vinda de um líder que os reconduziria à virtude e à paz. Jesus foi aclamado como este rei espiritual por um número relativamente pequeno de judeus.

Diz-se que, ao ser batizado por João, Jesus foi encoberto pelo “Espírito Santo” e o “Espírito de Deus” entrou nele. Ele se tornou assim conhecido como o Cristo (palavra grega que significa “o ungido do Senhor”, ou “rei por direito divino”) pelos que acreditavam que Jesus era o Messias esperado.

Observando o contexto da vida de Jesus e a natureza do seu impacto, podemos ver nele uma metáfora perfeita das provações tribulações da consciência do ego e da ação redentora do Self.

 Em meio ao tumulto político da opressão romana, em meio às seita religiosas conflitantes, às esperanças messiânicas e à agitação revolucionária, Jesus, “o Cristo”, aparece como o mensageiro da paz e da inteireza interior. (Outro nome associado a Cristo é Emanuel, “o Deu interior”.)

A imagem de Cristo é, assim, o arquétipo dos aspectos trans pessoais e totalizadores da psique. Em termos psicológicos, Cristo é portanto, o mediador ou modelo do Self em relação ao ego.

O simbolismo da crucificação, por exemplo, ilustra dramaticamente a psicologia da morte do ego e a necessidade de reconciliar antagonismo dentro da psique.

A realidade transpessoal do Self já não pode ser evitada e a identidade pessoal é pendurada na cruz, que representa a quaternidade de opostos integrados em sua convergência central ou transcendente.

Até que alcancemos esse nível crítico de desenvolvimento, tensão e o dualismo básico da psique não são tão perceptíveis. Durant os estágios anteriores do desenvolvimento do ego, nós nos identificamos com o ego, que organiza a percepção dos conteúdos psíquicos em categorias lógicas, ao mesmo tempo em que reprime os elementos que ameaçam a sua integridade.

Estávamos, portanto, desesperadamente fixados num lado da polaridade e evitávamos o outro. Jung afirma ainda, que sempre que há uma ênfase na imagem de Cristo, ela estimula uma ativação simultânea da sombra, seu complemento inconsciente conseqüentemente, aumenta a tensão entre as duas. 3

É através do amor e da aceitação de todas as partes de nós mesmo que nossa redenção psicológica se completa. E isso é precisamente o que a imagem de Cristo, como expressão do Self, requer de nós. No mito cristão, Cristo é considerado o Filho de Deus, isto é, a encarnação de Deus, o qual às vezes é igualado ao puro amor. Psicologicamente, isso representa a abrangência do Self.

As qualidades transpessoais do Self procuram ser realizadas dentro dos limites pessoais da consciência do ego, assim como a consciência presa ao ego finalmente é levada a entrar no domínio do transpessoal.

A figura lendária de Jesus Cristo é realmente um modelo para o tipo de ser em que qualquer um pode se transformar quando transfigurado. A ressurreição e a ascensão são mitos que denotam a transcendência das condições temporais e pessoais da existência centrada no ego.

Quer falemos de Buda ou de Cristo, há uma transformação radical que ocorre quando nos rendemos ao Self. Parece que Jung aproximou- se desses portais, mas, porque a possibilidade de iluminação não aparece nos relatos que fez do processo de individuação, podemos concluir que ele não os ultrapassou.

 Ele afirma que a meta da individuação nunca é realizada plenamente; a individuação é apenas um processo que leva rumo à totalidade. Em outras palavras, ela não é um fim, mas o meio pelo qual acontece o processo de integração transpessoal.

Por fim, Jung considerava o ego um recipiente que cresce constantemente para afinal circunscrever e conter uma fonte inesgotável de expressões simbólicas do Self.

 Este Self, todavia, permanece transcendente — uma meta oculta e inatingível, de acordo com a analista junguiana Jung sem dúvida aborda aqui um grande mistério, mas ainda que o self racional não possa assimilar todo o potencial do Self, há a possibilidade de manifestação de níveis superiores de consciência em que o Grande Mistério é compreendido plenamente, O êxtase do místico é um evento muito real que afeta profundamente o self pessoal.
 Em sua autobiografia, The Life of Teresa of Jesus, Santa Teresa fala de visões e êxtases que têm um efeito purificador maravilhoso. Mais detalhadamente, ela diz que esses efeitos são como uma grande chama que consome a nossa natureza sensual e todos os desejos da vida, O que permanece é uma profunda veneração. 5

Fenômenos espirituais extraordinários, como os comumente associados aos homens santos do Oriente, foram atribuídos a Santa Teresa. Por exemplo, ela era propensa à levitação, e quando morreu seu corpo tinha o perfume das flores frescas e não se decompôs!

Santa Catarina de Sena também teve êxtases em que seu corpo se erguia no ar e emitia uma doce fragrância. Nesses estados de transe, ela às vezes verbalizava uma efusão de diálogos “inebriados de Deus”. Posteriormente ela compôs alguns deles, anotados pelos que presenciavam seus êxtases nos Diálogos divinos.

 Nesses diálogos ela menciona a visão de coisas ocultas de Deus que a faziam explodir em supremo esplendor e sei transformada na “Sua” providência imensurável. Ela diz que, embora alma fique saciada com essas experiências, ainda continua faminta de ver Deus na Sua luz e pela Sua luz. É essa luz que mostrou a ela a Sua verdade e a mais alta e infinita Beleza de Deus que está além de toda a Beleza e a Sabedoria de Deus que está além de toda a Sabedoria.

Outro exemplo foi o místico Jan Van Ruysbroeck, que se retirou para a floresta quando o Espírito Santo o moveu a isso. Certa vez, depois de uma prolongada ausência, vários monges foram procurá-lo. Eles acharam sentado sob uma árvore resplandecendo de luz. Ele estava em êxtase profundo e cercado por uma aura brilhante de Luz Divina.

Ruysbroeck era flamengo, contemporâneo de Meister Eckhart. Foi um autor fecundo de literatura mística; escapando por pouco da censura da Igreja, não compartilhou com Eckhart a acusação de herege Repetindo Eckhart, Ruysbroek escreveu em The Sparkling Stone que aqueles que vêem a Deus intuitivamente transcendem todas as distinções e são transfigurados por uma luz inata com a qual estão unidos e através da qual vêem. 6

Poderia essa luz inata — ou o resplandecente Espírito Santo da graça de Deus — relatada por esses místicos cristãos, ser realmente a Luz Clara do Vazio? Quando lemos os relatos dos místicos das várias tradições espirituais, a referência mais comum a Deus que encontramos é a de uma luz celestial perene. É necessário, ou mesmo útil, sobrepor uma imagem de Deus a essa experiência do Absoluto?

Em The Blissful Life, Robert Powell conta a história de um santo hindu moderno, Shri Nisargadatta Maharaj, que afirma ter visto Deus e nada saber sobre coisas religiosas normais.

Vendo o mundo como uma ilusão criada numa tela de cinema, ele sabe que a luz (a consciência pura) é que ilumina a projeção das imagens sempre em mudança. Ele não leva em consideração a idéia de um Deus exterior, porque compreendeu que “Eu sou Isso” (a luz da consciência pura).7

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