sexta-feira, 2 de março de 2012

O CHAKRA SVADHISHTHANA -Motoyana

                                                                    

O CHAKRA SVADHISHTHANA
 Hiroshi Motoyama
Pesquisado por DharmaDhannyael

A palavra svadhishthana significa literalmente “morada própria”. Isso deixa claro que a morada original da kundalini era neste chakra; subseqüentemente ela passou a se estabelecer no muladhara.

De fato, essa teoria corresponde à migração física dos testículos masculinos durante o período vivíparo. Nos primeiros meses, eles se localizam dentro do abdômen inferior; então descem gradualmente para, afinal, se estabelecer na região da virilha.

Logicamente, os órgãos sexuais possuem estreita relação com a energia shakti, e esse movimento é muito semelhante ao da suposta migração da kundalini. Segundo Satyananda, o svadhishthana localiza-se no cóccix, ao lado do muladhara, e ambos estão ligados ao plexo nervoso sacral e coccígeo.

A explanação de Satyananda sobre o svadhishthana e o inconsciente é muito interessante. Ele afirma que o centro do cérebro ligado ao svadhishthana controla todas as fases da mente inconsciente, em particular o inconsciente coletivo.

 Este inconsciente é mais poderoso do que o individual e controla grande parte do comportamento humano, embora muitas pessoas o desconheçam por completo.

 Todas as experiências da vida cotidiana, quer sejam importantes para a pessoa quer não, quer sejam conscientes quer não, são registradas no centro da inconsciência, o avadhishthana. Portanto, este centro encerra não apenas o carma das vidas passadas, como também todas as experiências e canas relacionados que têm contribuído para o processo da evolução humana.

 Parte deste carma é guardado como semente adormecida, e outra parte mantém-se ativa. Seja ele ativo ou inativo, é raro que a consciência da pessoa esteja ciente do seu cama. Contudo, quando a kundalini ativa começa a subir, acionando o processo de evolução psíquica, ambos os carmas, o ativo e o dormente, são desencadeados e invadem o consciente.

 Se a pessoa não puder analisar ou controla este carma acumulado no svadhishthana, então a kundalini se retrai, voltando para o muladhara.

Nesse sentido, o chakra svadhishthana e o carma acumulado nele são um grande impedimento para a evolução espiritual do ser humano.

 A melhor forma de superar esta barreira é despertar primeiramente o chakra ajna. O superconsciente que habita o ajna está completamente ciente das atividades da mente inconsciente do svadhishthana, e pode controlar todo o carma desencadeado.

A essa altura da explanação, seria muito válido expor um resumo das opiniões de Satyananda sobre a evolução humana. — A criação da vida se dá quando o prakriti (a substância original) se manifesta, ordenado pela consciência de purusha (espírito, o Ser Verdadeiro).

 À medida que a matéria sofre uma série de transformações, realizam-se sucessivos estágios na evolução animal, e os sete chakras inferiores, que existem nos humanos abaixo do muladhara, são desenvolvidos e ativados gradativamente.

 Quando esse processo atinge o chakra muladhara, termina a evolução animal e começa a humana. Os seis chakras superiores representam a extensão completa do possível desenvolvimento humano. Segundo a tradição tântrica tibetana, acima do sahasrara existe uma outra série de sete chakras que corresponde à evolução dos seres divinos.

Portanto, assim como o muladhara é considerado o mais elevado dos animais e o mais baixo dos chakras humanos, o sahasrara pode ser visto como ponto de transposição entre a evolução humana e a evolução divina.

No tantra, então, o processo infinito de evolução é descrito em termos de chakras, desde o Absoluto — o estado anterior à criação, antes da interação do purusha e prakriti — até a criação do mundo fenomênico, os reinos animal e humano, a dimensão dos seres divinos e assim por diante. Esse conceito tem por base a crença no progresso da evolução espiritual de todas as coisas criadas e reconhece a importância dos chakras neste processo.

Esse sistema é a base das tradições esotéricas da ioga e do Budismo na Índia, no Tibete e no Nepal.

A esse respeito, Satyananda contesta que grande parte das experiências comuns passadas durante o processo da evolução animal -esteja guardada no interior do chakra muladhara, em forma de tendências cármicas e habilidades latentes.

Por exemplo, muitas das atividades físicas do homem
— dormir, comer, evacuar — são funções desenvolvidas durante o estágio da evolução animal, e ainda operam devido à atividade desse chakra. Assim, o carma de natureza animal do homem está ativo e em funcionamento no muladhara.

Em contrapartida, o carma do svadhishthana está quase que completamente inativo, sem qualquer forma manifesta. Ele existe apenas como inconsciente coletivo, a força cármica residual da evolução passada.

Nesse sentido, é ainda mais básico do que o muladhara, a fonte primária do último carma animal. As forças contidas dentro - do svadhishthana são muito poderosas e irracionais, formam uma grande barreira para a elevação da kundalini.

 Muitas vezes, kundalini retomará para seu estado dormente no muladhara, vencida pelo carma impenetrável do svadhishthana. Entretanto, quando o último chakra for ativado e controlado, o carma animal do muladhara será dominado, então serão possíveis novos progressos.

Num sentido mais amplo, dizem que, sempre que um chakra superior for ativado pela kundalini, suas funções e seu raio de ação começam a predominar sobre os chakras inferiores. Todavia, o relacionamento entre esses dois chakras é tão notável e tão íntimo, que deve ser cuidadosamente observado.

O diagrama tradicional do chakra svadhishthana contém um crocodilo dentro de uma lua crescente. O crocodilo representa as forças do inconsciente, o carma disforme. A lua crescente é formada por dois círculos, o maior possui pétalas viradas para fora e no menor as pétalas estio viradas para dentro. O círculo interior representa a existência um tanto fantasmagórica do inconsciente, apoiado nas costas do crocodilo.

A divindade reinante é Brahma, o Criador. Algumas vezes ele é descrito como o Hiranya-garba, “o útero de ouro”, pelo fato de todas as criaturas se originarem dele.

Satyananda considera Hiranya-garba como sendo o inconsciente coletivo de svadhishthana. A entidade feminina deste chakra é Sarasvati, a deusa da sabedoria;* ela aparece também na forma de Rakini, a deusa do reino vegetal. O chakra svadhishthana está diretamente ligado ao mundo vegetal, portanto é muito importante seguir uma dieta vegetariana para poder despertá-lo.

As seis pétalas vermelhas deste chakra contêm as sílabas Lam, Ram, Yam, Mam, Bam e Bham. O princípio governante (tattva) é a água (apas); o yantra é a branca lua crescente e seu bija mantra é Vam.

O chakra svadhishthana associa-se ao sentido do paladar, portanto seu “órgão de conhecimento” é a língua. Seus “órgãos de atividade” são os órgãos sexuais e os rins. Ele também está ligado diretamente ao plexo nervoso prostático.

Quando o chakra svadhishthana é ativado, surgem as seguintes habilidades paranormais: aumento do poder de intuição, conhecimento do corpo astral e capacidade de criar sensações de paladar em si próprio ou em outras pessoas (um determinado gosto na boca sem nada ter comido).

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